sábado, 31 de maio de 2014

Otimismo num país que atrasa obra de saneamento é maluquice ou alienação

Via blog do Josias de Souza
Por Josias de Souza
31.05.2014

De todas as crises brasileiras, a mais grave é a crise de semântica. Diz-se à larga que o Brasil está melhorando. Antes de tirar qualquer conclusão é preciso combinar o que é “melhorar”.

A melhoria se mede em número de estádios reformados ou em número de privadas conectadas à rede de esgoto? Falar a mesma língua é a primeira condição para chegar a algum acordo.

Nesta semana, quando se imaginava que tudo caminhava bem —a família Scolari concentrada, a Dilma feliz com o último Ibope, o Aécio achando que vai dar segundo turno, os mensaleiros eufóricos com a aposentadoria do Barbosa…—, vem o instituto Tratabrasil e diz que 58% das obras de esgoto do PAC estão atrasadas.

Veja bem: mais da metade das obras de esgoto incluídas no PAC 1 e 2 estão fora do cronograma —23% encontram-se paralisadas, 22% atrasaram e 13% nem foram iniciadas. Pense nisso sem pensar no resto. Esqueça o PIB-anão de 0,2% do primeiro trimestre. Pense só no esgoto.

Experimente colocar o atraso das obras do esgoto nas suas exatas circunstâncias, sem atenuantes. Aí mesmo é que a coisa fica abjeta. Em 2011, primeiro ano da presidência de Dilma Rousseff, o IBGE divulgou uma publicação chamada ‘Atlas do Saneamento’.

Compilando dados que recolhera em 2008, o órgão oficial de estatísticas informou: em 2.495 municípios brasileiros —ou 44,8% do total de cidades do país— não há rede de coleta de esgoto. As disparidades regionais são gritantes. Numa ponta, 95% das cidades da região Sudeste dispõe de sistema de esgoto. Noutro extremo, apenas 13% dos municípios do Norte do país têm o serviço.

Relatório divulgado em 2010 pela Organização Mundial da Saúde e pelo Unicef trouxe um ranking que classificou os países segundo o número de banheiros de que dispõem. Na lista dos piores, o Brasil ficou em 9º lugar no ranking, com 13 milhões de habitantes sem banheiro em casa. Repetindo: no ano em que Dilma elegeu-se presidente, os sem-privada eram contados em 13 milhões.

É nesse contexto que o país ficou sabendo que 58% das obras de esgoto do PAC atrasaram. Em nota oficial, o Ministério das Cidades, chefiado pelo partido de Paulo Maluf, informou: embora a verba seja federal, a responsabilidade constitucional pela execução das obras de saneamento é dos municípios.

Pelas contas do ministério, 60,2% dos empreendimentos de esgoto estão dentro do cronograma. Por que há atrasos? As causas são “múltiplas e complexas”. Heimmm?!? A principal delas “continua sendo a [má] qualidade dos projetos de engenharia contratados pelos executores das obras.” Ou seja: como cabe ao município executar, o governo federal não tem nada a ver com coisa nenhuma.

No país dos sem-privada, as obras de esgoto atrasaram e a Dilma, mãe do PAC, não disse uma mísera palavra. O tucano Aécio Neves não abriu o bico. O Eduardo Campos nem tchum. De duas, uma: ou é crueldade ou é insensibilidade.

 

Mosquito da dengue ataca no Mané Garrincha

Via Veja
Por Hugo Marques
30.05.2014

Governo de Brasília mantinha infestação em sigilo. Inspeção nesta sexta-feira constatou que focos de larvas subsistem no estádio, inclusive no campo onde jogarão, entre outras, as seleções do Brasil e de Portugal

A Vigilância Sanitária do Distrito Federal encontrou vários focos do mosquito transmissor da dengue dentro das instalações do estádio Mané Garrincha, uma das doze arenas que receberão jogos da Copa do Mundo e, ironicamente, a que mais consumiu dinheiro público. A descoberta se deu em março e vinha sendo mantida sob sigilo pelo governo local.

 

Cada año desaparece un millón de golondrinas en España

Via El País
Por
24.03.2014

. En 2004 había 30 millones de ejemplares, ahora hay 20

. La organización Seo/Birdlife alerta del uso intensivo de insecticidas y del despoblamiento rural

. "En las ciudades se les derriba su nido y esto hace mucho daño", apunta un experto

 
 
 
 

Extinção de espécies está dez mil vezes mais veloz do que se imaginava, alerta pesquisa


JC e-mail 4963, de 30 de maio de 2014
Extinção de espécies está dez mil vezes mais veloz do que se imaginava, alerta pesquisa


Ação humana sobre a natureza é tão destruidora quanto o fenômeno que causou o fim dos dinossauros

A ação humana acelerou em mil vezes a extinção de espécies, de acordo com um estudo publicado esta semana na revista "Science". Novas tecnologias para mapear o desmatamento e a destruição de habitats permitiram uma revisão dos números que serviam como base para encontros internacionais, como a Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD).

Se não houver ações urgentes, o impacto provocado pelo homem no meio ambiente causaria a sexta maior extinção em massa da História do planeta - uma das anteriores foi o desaparecimento dos dinossauros.

Não é simples estimar quantas espécies foram extintas desde o início do século XX, já que, segundo estimativas, apenas 3,6% delas são conhecidas pelos cientistas. Para calcular a velocidade das extinções, os cientistas criaram um modelo matemático levando em conta o percentual de desaparição das espécies conhecidas em relação a sua população total e extrapolaram os resultados.

O estudo defende que a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas seja radicalmente ampliada - a publicação abrigaria 160 mil espécies que correm o risco de extinção, em vez de 70 mil, como ocorre hoje. Esta atualização da listagem pode levar à criação de novas políticas de conservação ambiental.

Continua.

Cresce ameaça à Mata Atlântica


JC e-mail 4963, de 30 de maio de 2014
Cresce ameaça à Mata Atlântica


Apesar da Lei da Mata Atlântica para proteção de florestas, aprovada em 2006, a devastação prossegue

Importante campanha vem sendo conduzida há anos por entidades ambientalistas, pela mídia, universidades, empresas e cidadãos para salvar a Mata Atlântica, hoje considerada um dos biomas mais ameaçados de extinção em todo o mundo. Como resultado, foi aprovada em 2006 a Lei da Mata Atlântica, que deu incentivos aos produtores rurais e municípios para a proteção de florestas, foram criadas dezenas de unidades de conservação e realizados acordos para ganhar o apoio de governos estaduais. Mesmo assim, a devastação prossegue. Como revela o recém-lançado Atlas de Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, elaborado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmate na área avançou 9% em 2013, o que significa que foram perdidos 23.948 hectares (239 quilômetros quadrados).

Este nível é pouco superior ao registrado em 2012 (23.548 hectares). É uma tendência decepcionante para todos os que julgaram que a fase de redução drástica desse riquíssimo patrimônio de biodiversidade já estivesse praticamente superada em razão da existência de dezenas de áreas de preservação permanente (APPs) e de reservas particulares de patrimônio natural (RPPNs). A permanecer nesse ritmo, o grande temor é de que, em futuro não muito distante, só permaneçam intocadas as áreas do bioma muito montanhosas ou de difícil acesso.

Continua.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Em crise, Unesp desiste de chamar 390 professores e técnicos neste ano


JC e-mail 4963, de 30 de maio de 2014
Em crise, Unesp desiste de chamar 390 professores e técnicos neste ano


Universidade suspendeu concursos para servidores para controlar gasto com folha de pagamento

Com 95% do orçamento comprometido com a folha de pagamento, a Unesp decidiu nesta quinta-feira (29) suspender todas as contratações de professores e técnicos. Estava prevista para este ano a entrada de 390 novos profissionais (sendo 146 docentes, 202 técnicos e 42 pesquisadores). Só para 2015 as seleções serão reavaliadas.

Dos concursos suspensos, 67 já tinham candidatos inscritos --as taxas deverão ser devolvidas. A Unesp possui cerca de 10 mil servidores. Só ficaram mantidas as contratações para os novos cursos da instituição. A universidade busca reduzir o impacto de salários para 85% de seus recursos (vindos de imposto estadual).

Continua.

La desconfianza cínica aumenta el riesgo de demencia

Via Tendências 21
Por
29.05.2014



clique no texto acima para ler a matéria completa

Brasil é o quinto país com mais obesos no mundo

Via blog do Noblat
30.05.2014

BBC Brasil

O Brasil é o quinto país com o maior número de obesos em todo o mundo, segundo um estudo divulgado na revista científica Lancet. O primeiro país no ranking é os Estados Unidos, seguido por China, Índia, Rússia e, finalmente, o Brasil.

No mundo todo, há 2,1 bilhões de pessoas acima do peso, um salto em relação a 1980, com o número chegava a 875 milhões. Segundo os pesquisadores, entre as razões desse aumento está o "sedentarismo em todos os níveis”.

Leia mais em Brasil é o quinto país com mais obesos no mundo, diz estudo

Pesquisa revela número excessivo de cesarianas no país

Via Agência Fiocruz de Notícias
29.05.2014

O Brasil apresenta alto índice de cesarianas e, no setor privado, a situação é ainda mais alarmante. A conclusão é da pesquisa Nascer no Brasil, coordenada pela Fiocruz, em parceria com diversas instituições científicas do país e que foi divulgada nesta quinta-feira (29/5). O estudo, o maior já realizado sobre parto e nascimento no Brasil, revela que a cesariana é realizada em 52% dos nascimentos, sendo que, no setor privado, o valor é de 88%. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que somente 15% dos partos sejam realizados por meio desse procedimento cirúrgico.

Continua.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Vai ter Copa!!!







- Charge do Samuca, via ‘Diário de Pernambuco’.

O zoológico humano, um século depois

Via El País
Por
28.05.2014

     . Oslo pede que dois artistas recriem uma exposição de 1914 para debater o racismo


A ideia não é nova, muito pelo contrário. O que o Kongolandsbyeno, ou Zoológico Humano, faz é reproduzir uma pequena vila que já existiu em Oslo em 1914. Para marcar o primeiro centenário constitucional foi aberta por cinco meses uma exposição de um vilarejo fictício que todos conheciam como Villa Congo. Nele viviam 80 pessoas de origem africana, quase todas do Senegal, que reproduziam costumes africanos para o deleite dos visitantes, para quem tudo aquilo parecia muito exótico. Um milhão e meio de noruegueses, três quartos da população no início do século passado, pagou com gosto o ingresso para ver os africanos vestidos de forma tradicional, cozinhando, comendo e fazendo artesanato em barracas com telhados de palha. Há 100 anos, o próprio rei da Noruega oficializou a abertura da exposição.

Continua.

Propaganda comercial de produtos de fumo, artigo de Paulo Afonso da Mata Machado

Via EcoDebate
Por Paulo Afonso da Mata Machado
29.05.2014

[EcoDebate] As campanhas antifumo têm sortido efeito. Muitas pessoas vêm deixando de fumar. A esse número se junta o de óbitos e o dos que deixam de fumar por questões de saúde: adquiriram câncer no pulmão, enfisema pulmonar ou enfarto do miocárdio, ou ainda, como o ex-presidente Lula, foram acometidos de câncer na laringe.

Tudo isso representa queda no faturamento das empresas de cigarros que, desesperadas, tentam conquistar novos clientes. Desse modo, estampam nos pontos de venda, em letras garrafais, propaganda de seus produtos, colocando na parte de baixo dos cartazes e com letras miúdas a determinação governamental de que devem deixar claro que esse produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas que afetam o organismo completamente, provocando tanto a impotência sexual como acidentes vasculares cerebrais (o popular derrame).

Parece piada vermos no mesmo cartaz uma propaganda exaltando as vantagens de determinado tipo de cigarro e, embaixo, com pequeno destaque, falando dos malefícios do cigarro, tudo isso em um país em que a propaganda comercial de artigos de fumo é proibida em todo o país desde 2011, como se segue:

É vedada, em todo o território nacional, a propaganda comercial de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, com exceção apenas da exposição dos referidos produtos nos locais de vendas, desde que acompanhada das cláusulas de advertência a que se referem os §§ 2o, 3o e 4o deste artigo e da respectiva tabela de preços, que deve incluir o preço mínimo de venda no varejo de cigarros classificados no código 2402.20.00 da Tipi, vigente à época, conforme estabelecido pelo Poder Executivo. (art. 3º da Lei nº 9.294/1996, com a redação dada pela Lei nº 12.546, de 2011)

Com redação tão clara de proibição da propaganda comercial de tais produtos, por que as distribuidoras de cigarros desafiam a lei e estampam propaganda de seus produtos acintosamente em locais frequentados por crianças e adolescentes?

A resposta pode ser dada pela história da Lei 9.294 que, originalmente, em seu art. 3º, permitia a propaganda de produtos de fumo apenas no rádio e na televisão no horário entre 21 e 6 horas. Os parágrafos do art. 3º especificavam como deviam ser feitas tais propagandas: não podiam sugerir o consumo exagerado ou irresponsável, nem a indução ao bem-estar ou saúde, ou fazer associação a celebrações cívicas ou religiosas; não podiam induzir as pessoas ao consumo, atribuindo aos produtos propriedades calmantes ou estimulantes, que reduzissem a fadiga ou a tensão, ou qualquer efeito similar; não podiam associar ideias ou imagens de maior êxito na sexualidade das pessoas, insinuando o aumento de virilidade ou feminilidade de pessoas fumantes; não podiam associar o uso do produto à prática de esportes olímpicos, nem sugerir ou induzir seu consumo em locais ou situações perigosas ou ilegais; não podiam associar o uso do produto à prática de atividades esportivas, olímpicas ou não, nem sugerir ou induzir seu consumo em locais ou situações perigosas, abusivas ou ilegais; não podiam empregar imperativos que induzissem diretamente ao consumo; não podiam incluir, na radiodifusão de sons ou de sons e imagens, a participação de crianças ou adolescentes, nem a eles dirigir-se.

É evidente que o legislador pretendia que o público alvo da propaganda fosse constituído tão somente de adultos, teoricamente com capacidade para discernir os perigos advindos no ato de fumar. Diante disso, a lei foi modificada em 2000, proibindo-se a propaganda na mídia e liberando-a, por meio de pôsteres, painéis e cartazes, na parte interna dos locais de venda do produto.

As empresas de cigarro gostaram muito da nova redação da lei. A propaganda na mídia, destituída do glamour em que os fumantes cavalgavam cavalos de raça ou dos conquistadores de belas mulheres com seu inseparável cigarro não estavam surtindo efeito. Nos postos de venda, a propaganda era direta e atingia público de todas as idades, repondo os clientes que morriam ou deixavam de fumar.

O legislador percebeu isso e, em 2011, modificou novamente o art. 3º da lei, desta vez proibindo definitivamente a propaganda de cigarros e assemelhados. Entretanto, cometeu um erro grave, não revogando os §§ 1º e 2º desse artigo.

Dizem que a lei não contém palavras inúteis. No entanto, não vejo palavras mais inúteis que as contidas nos §§ 1º e 2º do art. 3º da Lei 9.294, os quais estabelecem critérios para propaganda nos meios de comunicação, quando esse tipo de propaganda já se encontra proibido desde 2000. Portanto, é preciso que o Congresso Nacional reveja a Lei 9.294, removendo tais dispositivos.

Isso, no entanto, não impede a ação do Ministério Público, mandando retirar todos os cartazes que veiculem propaganda comercial de cigarros nos pontos de venda, em especial naqueles que são frequentados livremente por crianças e por adolescentes.

Sugiro que tal medida seja tomada com rapidez pois vem aí a copa do mundo e teremos visitantes de todos os países que, certamente, rirão às nossas custas ao se depararem com cartazes exaltando os artigos de fumo, com uma observação de que tais produtos são altamente tóxicos e podem provocar câncer de todos os tipos.

* Paulo Afonso da Mata Machado é Engenheiro Civil e Sanitarista pela UFMG – Mestre em Engenharia do Meio Ambiente pela Rice University.
EcoDebate, 29/05/2014



Se você ainda não leu, leia:
Com cigarro na mão, claro! - Adelidia Chiarelli
http://tudoeespanto.blogspot.com.br/2011/05/com-cigarro-na-mao-claro-adelidia.html

Surto de ebola no oeste da África é sério e se espalha, alerta OMS

Via blog do Noblat
29.05.2014

O Globo
A capital da Guiné, Conacri, registrou seus primeiros casos novos de ebola em mais de um mês, e outras áreas até então não afetadas também relataram infecções na semana passada, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A disseminação do surto de dois meses, que, segundo as autoridades da Guiné, estava controlado, cria o risco de complicar ainda mais o combate do vírus em uma região que já sofre com sistemas de saúde precários e fronteiras porosas.

“A situação é séria, não se pode dizer que está sob controle, já que os casos continuam e está se espalhando geograficamente”, disse o doutor Pierre Formenty, especialista da OMS que voltou recentemente da Guiné, em uma entrevista coletiva à imprensa em Genebra nesta quarta-feira.

Leia mais em Surto de ebola no oeste da África é sério e se espalha, alerta OMS

Brasileiros acham asteroide com órbita próxima à Terra


JC e-mail 4961, de 28 de maio de 2014
Brasileiros acham asteroide com órbita próxima à Terra


É o primeiro objeto do tipo detectado em solo nacional

Astrônomos amadores brasileiros acabam de descobrir um asteroide que oferece potencial perigo para a Terra. É o primeiro objeto do tipo detectado em solo nacional. Mas os pesquisadores já tranquilizam: não existe previsão de que ele vá colidir conosco em algum momento futuro.

"A aproximação máxima que ele faz da Terra é de cerca de 7 milhões de quilômetros", afirma Cristóvão Jacques, líder do Observatório Sonear -instalação construída com recursos privados na cidade de Oliveira, no interior de Minas Gerais.

Continua.

Derretimento no Ártico cria novos deslocamentos de espécies


JC e-mail 4961, de 28 de maio de 2014
Derretimento no Ártico cria novos deslocamentos de espécies


Nova rota pode possibilitar sobrevivência de maior número de seres

Pela primeira vez em cerca de 2 milhões de anos, o mar de gelo derretido do Ártico está conectando o Norte dos oceanos Atlântico e Pacífico. As novas ligações deixam as costas do Ártico vulneráveis ??a uma grande onda de espécies que podem se delocar por aquela região, segundo biólogos do Smithsonian Environmental Research Center.

Enquanto novas oportunidades para a extração dos recursos naturais do Ártico e do comércio interoceânico são altos, navios comerciais, muitas vezes, inadvertidamente, podem levar estas espécies invasoras para o local. Organismos de portos anteriores podem agarrar-se a parte inferior dos seus cascos ou serem bombeados para tanques de água internos. Agora que a mudança climática tem dado a navios uma nova e mais curta maneira para atravessar entre os oceanos, a presença destas novas espécies está aumentando.

Continua.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Professores e funcionários da USP, Unicamp e Unesp entram em greve hoje

Via Agência Brasil
Por Elaine Patricia Cruz
Edição: Luana Lourenço
27.05.2014

Professores, funcionários e alunos da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) entram em greve a partir de hoje (27) contra o congelamento de salários. Eles reclamam que o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) não propôs qualquer tipo de reajuste para as categorias, nem mesmo a reposição da inflação.

Segundo a Associação dos Docentes da USP, o Sindicato dos Trabalhadores da Unesp e a Associação dos Docentes da Unesp, nas duas reuniões feitas com o Cruesp, “os reitores não mostraram disposição alguma para a negociação salarial” e não apresentaram qualquer tipo de proposta de aumento. Um boletim do Sindicato dos Trabalhadores da USP diz que "o que está em jogo neste momento não é apenas a perda de poder aquisitivo de funcionários e professores. É também a deterioração da qualidade da universidade pública no estado de São Paulo, seu sucateamento através de arrocho salarial e redução de verbas”. O Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp  e a Associação dos Docentes da Unicamp disseram que vão lutar “contra a proposta de reajuste zero reapresentada pelo Cruesp na reunião de negociação ocorrida no dia 21 (de maio)".

Para o Diretório Central dos Estudantes Livre da USP, que apoia a paralisação, “a proposta de reajuste de 0% para funcionários e professores é nada menos do que acintosa; trata-se de arrocho salarial, já que a proposta sequer cobre a inflação do período”.

O Cruesp informou que as três universidades apresentam altos níveis de comprometimento do orçamento com a folha de pagamento e, por isso, propôs a discussão da data-base para setembro ou outubro deste ano, o que não foi aceito pelos trabalhadores. Segundo o órgão, a USP gasta 105,33% dos seus repasses com a folha de pagamento, enquanto a Unesp tem 97,33% de sua folha comprometida e, a Unicamp, 97,33%.

Na tarde de hoje, a Assembleia Legislativa de São Paulo realiza uma audiência pública para discutir a crise financeira nas universidades estaduais paulistas. Professores, estudantes e funcionários participam da audiência.

Por meio de nota à imprensa, a reitoria da USP diz que um balanço preliminar de hoje indicou a paralisação “de pequena parcela de funcionários técnico-administrativos”, sem prejuízos às aulas de graduação e de pós-graduação. “Foram paralisados os serviços oferecidos pelos restaurantes universitários nos campi de São Paulo e de São Carlos. Em São Paulo, as creches foram fechadas e houve piquetes nos prédios da administração central e da prefeitura do campus. Os hospitais mantidos pela USP - Hospital Universitário e Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, em Bauru -  estão funcionando normalmente”, informou a USP.

A Unicamp, por sua vez, informou que as atividades funcionam normalmente em 85% das 22 unidades de ensino e pesquisa da universidade e que os atendimentos de saúde seguem dentro da normalidade. “Nos outros 15%, houve adesão predominantemente de servidores técnico-administrativos”.

A Unicamp também informou que o Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação da universidade, aprovou em reunião realizada hoje recomendação de seus membros para que o Cruesp reabra as negociações sobre índices salariais. Já a Unesp informou que 14 de suas 34 unidades estão parcialmente paralisadas.

Ministro anuncia reforço na segurança após cerco a ônibus da seleção brasileira

Via Agência Brasil
Por Ivan Richard
Edição: Nádia Franco
28.05.2013

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu hoje (28) que o esquema de segurança falhou, ao permitir que manifestantes cercassem o ônibus da seleção brasileira na última segunda-feira (26), no Rio de Janeiro, antes de a delegação seguir para Teresópolis, local da concentração da equipe.

Cardozo classificou o episódio de “pontual”, mas disse que serão feitos ajustes no esquema de proteção das seleções. “Tivemos uma questão pontual no Rio de Janeiro. Dialogamos com o secretário [de Segurança Pública, José Mariano] Beltrame, ao lado do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general [José Carlos] De Nardi, e as questões pontuais, pouco a pouco vão aparecendo e vamos solucionando. Importante é que plano [de segurança] existe e vamos ter um excelente padrão de segurança na Copa do Mundo”, afirmou o ministro.

Ele voltou a defender as manifestações populares, desde que elas sejam pacíficas. “Cabe a nós garantir a liberdade de manifestação, mas jamais permitiremos abusos, seja de onde vierem. Não podemos  permitir que pessoas usem a liberdade de manifestação para praticar atos ilícitos, nem que exista violência por parte de policiais. Tudo isso está planejado dentro do que concebemos para ter uma boa Copa e um bom padrão de segurança.”

Para Cardozo, os episódios recentes de manifestações, principalmente perto de estádios da Copa, não devem afastar os torcedores de outros países. “Acho que os estrangeiros devem se sentir seguros, sim. [A atuação das forças de segurança] mostra que a polícia está presente para garantir a lei, a liberdade de manifestação e não permitir abuso. Em várias partes do mundo, sempre que tivemos eventos, houve manifestações e, em alguns casos, com ultrapassagem do limite. A polícia deve garantir a liberdade de manifestação e evitar que as pessoas abusem. Quem abusar, será punido”, afirmou o ministro.

República Federativa da Fifa!

 
 
 
  
 
 
 - Charge do Samuca, via ‘Diário de Pernambuco’.
  Via blog do Josias de Souza

Índios, professores, rodoviários e médicos. Mais um dia de protestos

Via El País
Por
27.05.2014

. Em Brasília, indígenas entram em confronto com a polícia

. No Rio, o transporte deve parar por 24 horas



Algumas cidades brasileiras foram palco, mais uma vez, de manifestações nesta terça-feira. Tendo a Copa do Mundo como alvo principal, manifestantes de diferentes categorias – de indígenas a rodoviários – foram às ruas reivindicar suas causas e criticar a realização do Mundial no Brasil.

Em Brasília, 2.500 pessoas, segundo a Polícia Militar, entre índios de diversas etnias, trabalhadores sem teto e movimentos sociais contrários à realização da Copa do Mundo, foram para as ruas com uma lista de reivindicações. Entre elas: a retomada de demarcações de terras indígenas, moradia para as pessoas que foram removidas das áreas de construção dos estádios, revogação da lei que concede isenção fiscal à FIFA e suas parceiras comerciais, desmilitarização da polícia e fim da repressão aos movimentos sociais, entre outras causas.

Continua.

El mito de la 'ley de la selva'

Via El Mundo
Por Pablo Herreros
26.05.2014

No son tiempos favorables para la filantropía. Los robos a gran escala desde las más altas esferas del poder, los recientes engaños políticos, las corruptelas varias, y hasta los asesinatos nos trasladan una imagen negativa del ser humano y hacen difícil ver una realidad contrastable: nuestra especie ha sido y es una de las más cooperativas que existen en el planeta Tierra. Pero, ¿y si toda esta agresividad y mentiras fueran sólo una pequeña parte de la historia? ¿Y si algunos árboles tóxicos no nos dejaran ver el maravilloso bosque?

Continua.

USP perde o posto de melhor universidade da América Latina

Na folha Online
Por Sabine Righetti

É a primeira vez que a universidade não lidera entre as latino-americanas

Veja a matéria aqui.

Formigas são mais eficientes em busca do que o Google, diz pesquisa


JC e-mail 4960, de 27 de maio de 2014
Formigas são mais eficientes em busca do que o Google, diz pesquisa


O estudo mostrou que insetos desenvolvem complexos sistemas de informação para encontrar alimentos

Todos aprendemos desde pequenos que as formigas são prudentes, e que enquanto a cigarra canta e toca violão no verão, esses pequenos insetos trabalham para coletar alimento suficiente para todo o inverno. No entanto, segundo estudo publicado na revista Procedimentos da Academina Nacional de Ciências, elas não só são precavidas, mas também "muito mais eficientes que o próprio Google".

Para chegar a essa inusitada conclusão, cientistas chineses e alemães utilizaram algorítimos matemáticos que tentam enxergar ordem em um aparente cenário caótico ao criar complexas redes de informação. Em fórmulas e equações, descobriu-se que as formigas desenvolvem caminhos engenhosos para procurar alimentos, dividindo-se em grupos de "exploradoras" e "agregadoras".

Continua.

Poluição do ar no hemisfério norte ultrapassa marca "simbólica", diz ONU


JC e-mail 4960, de 27 de maio de 2014
Poluição do ar no hemisfério norte ultrapassa marca "simbólica", diz ONU


Todas as estações de monitoramento da Organização Meteorológica Mundial (OMM) registraram recordes de concentração atmosférica de CO2

A concentração mensal de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera superou pela primeira vez, em abril, a marca de 400 partes por milhão (ppm) no hemisfério norte. De acordo com a ONU, o número tem significado simbólico para os cientistas, reforçando evidências de que a queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas são responsáveis pelo crescente aquecimento do planeta, envolto por gases causadores do efeito estufa.

Todas as estações de monitoramento da Organização Meteorológica Mundial (OMM) registraram recordes de concentração atmosférica de CO2 no início da primavera do hemisfério norte, antes de o crescimento da vegetação absorver o dióxido de carbono. A OMM estima que a média global deve superar o mesmo limite entre 2015 e 2017.

Continua.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Calvários - Adelidia Chiarelli






Aperta-se o cerco aos resíduos nucleares, artigo de Washington Novaes

Via EcoDebate
Por Washington Novaes
26.05.2014

[O Estado de S.Paulo] E agora? A União foi condenada pela Justiça Federal (Estado, 14/5) a definir o orçamento para implantação imediata do depósito final de rejeitos radioativos das usinas de Angra dos Reis (RJ), onde, desde1982, eles estão sendo colocados em piscinas dentro das próprias geradoras. E intimou porque esses rejeitos “representam sérios riscos para a população”. Alega a Eletronuclear que “tem controle total da gestão dos rejeitos”, com “guarda segura até 2020″. Mas outras informações (O Globo, 15/5) dizem que a usina Angra 2 começará a ser desligada em 2017, por causa da “saturação” dos depósitos provisórios; Angra 1 poderá ter o mesmo destino em 2018. As usinas não poderiam operar – diz uma condicionante – sem resolver a questão dos resíduos. E já há alguns anos se informava que havia 3 mil toneladas de rejeitos depositadas em dois galpões. Como se fará com o projeto de Angra 3?

Estranho que possa parecer, há poucos dias (7/5) a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados rejeitou o Projeto de Lei n.º 4.709/04, que proibiria a construção de mais usinas nucleares até ser instalado um depósito definitivo para resíduos perigosos. O parecer do deputado Fernando Ferro (PT-PE) foi de que nem a França tem depósito definitivo para esses rejeitos. Então… E a proposta de construir usinas nucleares no Nordeste prevê uma delas em Itacuruba (PE), com deposição dos rejeitos nucleares no Raso da Catarina, santuário ecológico do Semiárido. O hidrogeólogo José P. Tomaz de Albuquerque diz que, erguida nessa bacia sedimentar, a usina verterá águas contaminadas para os Rios Vaza Barris e São Francisco (Rema, 14/5).

Continua!

Procon estadual autua hotel que vai hospedar a seleção italiana

Via blog do Noblat
27.05.2014

O Globo
O Portobello Resort & Safari, que vai receber a seleção italiana de futebol durante a Copa do Mundo, foi autuado, nesta segunda-feira, por fiscais do Procon estadual. No hotel, localizado em Mangaratiba, na Costa Verde fluminense, foram encontrados alimentos fora do prazo de validade.
Os fiscais do Procon apreenderam 23,5 quilos de alimentos vencidos, entre eles camarão, picanha, salmão, margarina e massas em geral. Eles encontraram também 24 quilos de molhos, peixes e carnes sem identificação do prazo de validade. O hotel será multado, mas o valor ainda não foi estipulado.

Leia mais em Procon estadual autua hotel que vai hospedar a seleção italiana 

MPF tenta suspender publicidade sobre a Copa

Via blog do Josias de Souza
Por Josias de Souza
27.05.2014

O Ministério Público Federal protocolou na 3ª Vara Federal de Goiás uma ação civil pública contra a campanha publicitária do governo sobre a Copa. Sob o argumento de que os comerciais são mentirosos, o procurador da República Ailton Benedito de Souza, signatário da ação, pede que seja suspensa a veiculação em todos os meios de comunicação.

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65% das escolas brasileiras não têm biblioteca


JC e-mail 4959, de 26 de maio de 2014
Censo: 65% das escolas brasileiras não têm biblioteca


Em três anos, parcela de unidades de ensino equipadas com espaços adequados para leitura passou de 33,5% para apenas 35%

"Não pedem para eu ler muito aqui, não. Mas também não faço tanta questão assim. Acho meio chato". Assim, Adriel Ferreira, 11 anos, aluno do 5º ano de uma escola municipal de Belford Roxo (RJ), um menino como milhões de outros país afora, resume espontaneamente o desinteresse pela leitura, reforçado por um dado preocupante, mas nada surpreendente: a escola dele integra o gigantesco grupo de 65% de unidades de ensino, públicas e privadas, sem bibliotecas no Brasil. Os números, presentes no Censo Escolar 2013 e compilados pelo portal Qedu, mostram que, desde 2010, quando entrou em vigor a lei 12.244 - que obriga todos os gestores a providenciar, até 2020, espaços estruturados de leitura em seus colégios -, a situação praticamente não evoluiu. Naquele ano, só 33,1% das escolas tinham bibliotecas; em 2013, eram 35%.

- Uma vez até fui mexer ali na sala de leitura (repleta de caixas de papelão e sacos plásticos), mas o pessoal da escola falou que não era para tocar em nada. Disseram que era para os professores - lembra Adriel.

Embora em melhor situação, as escolas particulares ainda estão longe da universalização dos espaços de leitura: apenas 59% delas os têm, ante 28,9% das públicas. Há também grande disparidade regional. Sul e Sudeste têm a maior concentração de bibliotecas, enquanto Norte e Nordeste enfrentam dificuldades. Rio Grande do Sul (63,41%), Minas Gerais (60,52%) e Paraná (58,05%) ocupam as três primeiras colocações; Acre (18,29%), Maranhão (13,88%) e Pará (15,83%), as últimas. O Rio está em sexto, com 46% de unidades equipadas. São Paulo tem só 24%, na 19ª colocação.

Fora do orçamento das escolas
Os baixos percentuais de cobertura levam educadores a não acreditar que a lei será cumprida até 2020. Christine Fontelles, diretora de educação e cultura do Instituto Ecofuturo, defende a extensão do prazo. Ela trabalha no projeto Eu Quero Minha Biblioteca, que ajuda professores, diretores, pais e alunos a requisitar e implantar bibliotecas nas escolas. Seu trabalho envolve articulações com secretarias de Educação e o MEC:

- Há pouco conhecimento sobre o texto da lei e pouquíssima referência sobre o impacto que uma boa biblioteca pode causar. Não há ainda uma tradição no país de incluir as bibliotecas no orçamento das escolas. O que não pode haver é um improviso. É preciso haver lugares adequados para a leitura, não adianta ter livros num caixote.

Na rede municipal do Rio de Janeiro, segundo o Censo de 2013, apenas 21,71% das bibliotecas escolares podem ser consideradas como tal. O índice já foi melhor: há quatro anos, eram 34,28%. O que ocorre é que muitas possuem espaços dedicados a atividades de leitura, inclusive com amplos acervos, mas que não obedecem à lei.

Um exemplo é a Escola Municipal George Pfisterer, no Leblon, Zona Sul da cidade. O acervo da sala de leitura é de 10 mil títulos para aproximadamente 1.300 alunos, sendo a grande maioria proveniente da Rocinha. Lá, professores trabalham atividades com livros, como adaptação de obras literárias para o teatro, resenhas e até concursos de poesias. No entanto, diferentemente do que preconiza a lei, quem trabalha no local não são bibliotecários, mas sim docentes, os chamados "professores regentes".

Mesmo assim, os gestores da escola garantem que a fórmula é mais eficiente do que o modelo de uma simples biblioteca. Há dois anos na sala de leitura, a professora de História Isabel Gonçalves Lepediano conta que o número de empréstimos solicitados voluntariamente por alunos chegou a 3.529 só até agora em 2014, mais que o total de 2013.

Uma das frequentadoras da sala de leitura, a estudante Raquel de Araújo Silva, de 12 anos, diz que o local a estimula a ler. Mas sustenta que o gosto pela leitura surgiu em casa:

- Comecei com livros de poesia do meu pai.

Metodologia explicaria queda
A explicação para a queda no número de escolas com bibliotecas na rede carioca está na metodologia do Censo Escolar. Essa é a opinião de Simone Monteiro, coordenadora do Programa Rio, Uma Cidade de Leitores da Secretaria municipal de Educação. Segundo ela, a Prefeitura tem projetos de incentivo à leitura nas escolas que, às vezes, podem ser desconsiderados por gestores na hora do preenchimento do questionário do Censo.

- Os dados do Censo não condizem com a realidade. Nossa oferta é muito maior do que está ali.

No bairro popular de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife, a situação é bem mais drástica. As escolas municipais Casa Amarela e Córrego de Areia simplesmente não têm qualquer coisa que se assemelhe a uma biblioteca. Os livros são ofertados de forma improvisada - numa caixa de papelão, como ocorre na primeira, ou em pequenas estantes, como na segunda. Das 232 escolas da prefeitura, mais da metade não tem espaços adequados de leitura.

Há 12 anos lecionando na rede, a professora Vânia Costa lamenta a situação:

- Temos títulos interessantes, uns 50, mas não há espaço adequado. As crianças manuseiam os livros, mas, como eles ficam na caixa, acabam danificados.

Na Córrego da Areia, a direção criou "cantinhos da leitura" nas salas de aula, onde foram instaladas prateleiras. Ao todo, há 500 títulos.

- Já tive oportunidade de trabalhar em uma escola sem biblioteca, no Córrego da Bica, e depois, quando ela foi instalada, percebi a diferença. A disputa pela biblioteca, onde também tinha um laboratório de informática, era grande - conta Sílvia Patrícia Bezerra Rocha, coordenadora pedagógica da unidade.

Apesar de estarem em situação melhor que as públicas, as escolas particulares vêm perdendo espaços qualificados. Em 2010, eram 60,24%; ano passado, 58,68%. No Estado do Rio, a queda foi de 66,23% para 60,24%. De acordo com a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, Amábile Pácios, há uma "percepção por parte dos colégios de que a lei está ultrapassada".

- Alunos trazem celulares e tablets para a sala. É evidente que preferem bibliotecas virtuais. A biblioteca (física) ainda é importante, mas agora não podemos mais dizer que é essencial - alega.

(Leonardo Vieira E Letícia Lins / O Globo)
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/censo-65-das-escolas-brasileiras-nao-tem-biblioteca-12594751#ixzz32pVQmjAL

domingo, 25 de maio de 2014

Jardim Botânico do Rio quer espaço para cumprir metas de biodiversidade

Via O Eco
Por Maurício Thuswohl
22.05.2014

Rio de Janeiro – Órgão federal subordinado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e responsável direto pelo cumprimento das metas assumidas pelo governo brasileiro junto à Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU, o Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) está asfixiado e não terá condições de cumprir plenamente o seu papel científico se não for resolvido o imbróglio fundiário criado em torno da remoção de 523 edificações construídas ilegalmente dentro de seu perímetro. O alerta foi dado na quarta-feira (21) pela presidente do Instituto, Samyra Crespo, em um encontro com jornalistas durante o qual fez um balanço das mudanças estruturais ocorridas no Jardim Botânico em sua gestão e apresentou dez projetos estratégicos que começarão a ser aplicados já para a Copa do Mundo e se estenderão pelo ano que vem, quando a cidade do Rio de Janeiro completará 450 anos.

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144 millones de personas han perdido sus hogares por el cambio climático

Via Tendencias 21
Por SINC/T21
23.05.2014


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Japón proyecta una central espacial para recoger la energía del Sol

Via Tendencias 21
Por Cordis/T21
23.05.2014



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sábado, 24 de maio de 2014

Enquanto isso, no país da Copa...




1) Conheça a realidade dos sem-Sírio-Libanês


São Paulo




2) Hospital público do Rio de Janeiro convive com obra há 4 anos






Pedido Básico:
Socoooooooooooooooorrooooooooooo!!!!!!!
Adelidia Chiarelli




Via blog do Josias de Souza

Politização da Copa conduz torcedor para 1970

Via blog do Josias de Souza
Por Josias de Souza
25.05.2014

Ao celebrar a conquista da realização da Copa no Brasil, Lula sonhara com um 2014 triunfante. O mundo se voltaria para os pés de Neymar. E, com o rabo do olho, enxergaria a pujança social e econômica do país redescoberto por ele que ele em 2003. De quebra, o eleitor brasileiro caminharia em direção às urnas feliz dentro dos sapatos. Por enquanto, a menos de um mês do ponta pé inaugural, deu tudo errado.

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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Estudo reforça os prejuízos do ‘efeito sanfona’

Por Elena Mandarim, da FAPERJ.
Via EcoDebate
22.05.2014

Os adipócitos aumentam 60% de tamanho, como se criassem mecanismos para acumular gordura e para resistir à perda de peso. Imagem: Divulgação/Uerj

Frente a reconhecida epidemia global de obesidade, as dietas que prometem emagrecimento rápido ganham terreno e preocupam. Especialistas têm observado que uma alimentação restritiva, muitas vezes, é acompanhada por episódios repetidos de perda e recuperação do peso, um fenômeno conhecido como “efeito iôiô ou sanfona”. Um novo estudo, realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), relata que algumas alterações orgânicas provocadas durante os períodos de flutuação do peso corporal podem não ser revertidas, mesmo após a diminuição do percentual de gordura. A responsável pela pesquisa, a nutricionista Sandra Barbosa, à época bolsista nota 10 de doutorado, da FAPERJ, mimetizou o efeito sanfona em modelo animal a fim de entender melhor os prejuízos sofridos por quem vive brigando com a balança. “Observamos que o ciclo entre obesidade e peso normal gera uma espécie de ambiente inflamatório no organismo dos roedores, o que favorece o acúmulo de gordura no fígado, a intolerância à glicose, entre outros. Estes problemas permanecem mesmo quando os animais emagrecem, diferentemente de outras alterações clínicas, como aumento do colesterol e triglicerídeos, que voltam ao normal com a perda de peso”, disse Sandra.

Ela explica que a pesquisa foi realizada com camundongos específicos, que são conhecidos por desenvolver alterações clínicas e patológicas de forma semelhante ao homem. Dessa forma, se apresentam como um bom modelo experimental, que, muitas vezes, permite a correlação com o que acontece no organismo humano. Sob a orientação da professora Márcia Barbosa Águila, o estudo foi realizado no Laboratório de Morfometria, Metabolismo e Doença Carviovascular (LMMC), do Programa de Pós-graduação em Biologia Humana e Experimental (BHEx), da Uerj. Sandra, que atualmente dá continuidade à pesquisa em regime de pós-doutorado, ressalta que o projeto foi aprovado pelo comitê de ética da universidade e segue todas as normas para utilização de modelo animal.
De acordo com Sandra, para realizar a pesquisa, os animais foram submetidos à alternância de peso: os roedores engordaram e emagreceram três vezes. “Para engordar, os animais receberam uma dieta hiperlipídica até alcançarem 20% acima do peso normal, o que caracteriza obesidade. Já para emagrecer, receberam dieta padrão”, explica a nutricionista. Ela acrescenta que, com essa metodologia, foi possível observar que, após cada ciclo com a dieta hiperlipídica, os animais engordavam ainda mais e, após cada período de dieta restritiva, perdiam menos peso. “Isso pode ser explicado porque as células que armazenam gordura, chamadas de adipócitos, aumentam em média 60% de tamanho. É como se o organismo desenvolvesse mecanismos mais eficientes para acumular gordura e, ainda, criasse uma resistência à perda de peso”, resume.
Mais do que alternar a aparência física, os animais apresentaram graves alterações clínicas e hormonais, quando comparados ao “grupo controle”, que recebeu dieta padrão e se manteve com o peso sem alteração durante todo o tempo da pesquisa. Sandra conta que os animais que sofreram o “efeito sanfona” mantiveram, mesmo após a perda de peso, níveis elevados tanto de adipocinas – hormônios que provocam o aumento da resistência à insulina – quanto de citocinas pró-inflamatórias – moléculas que estimulam a resposta inflamatória. “Essas substâncias são fundamentais para manter a homeostase orgânica. Contudo, em níveis elevados podem ser precursoras de doenças, como diabetes e hipertensão”, esclarece. “Observamos também que, mesmo após a perda de peso dos animais, o fígado continuou com acúmulo de gordura, provocando uma condição clínica chamada de esteatose hepática que pode evoluir para uma cirrose e até um câncer.”
Não é novidade que a obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças. Por essa razão, uma parte significativa da população acredita que basta perder peso para tudo voltar ao normal. Mas a julgar pelos resultados obtidos em novos estudos, como este realizado na Uerj, é preciso ter cautela na hora de estabelecer metas e programas destinados ao emagrecimento. Para a nutricionista, os resultados desse trabalho são importantes porque alertam para a possibilidade de certas alterações clínicas permanecerem, caso o individuo se mantenha no chamado “efeito sanfona”. “É claro que o ideal seria conseguir perder peso e se manter magro, pois a gordura eliminada não deve ser recuperada, sob o risco de prejudicar a saúde. É uma pena, contudo, que o ‘efeito ioiô’ seja mais a regra do que a exceção”, conclui Sandra. Os resultados da pesquisa foram publicados em duas revistas internacionais de renome, a PLoS ONE e a Hepatology Research. Ambas estão disponíveis para leitura on-line nos links http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0039837 e http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/hepr.12138/abstract;jsessionid=AD4F08528FBCF0BC76549A5B0BE6074C.f01t03
Por Elena Mandarim, da FAPERJ.

Uma multidão de manifestantes sem-teto ameaça parar o Mundial

Via El País
Por FREDERICO ROSAS / MARÍA MARTÍN
22.05.2014


Grupos anti-Copa e o movimento MTST reuniram milhares de pessoas pela defesa de direitos sociais e moradia. A marcha provocou caos em São Paulo pelo terceiro dia consecutivo

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Presidente da SBPC critica decisão de utilizar área de pesquisa da Embrapa para obras do Minha Casa, Minha Vida


JC e-mail 4957, de 22 de maio de 2014
Presidente da SBPC critica decisão de utilizar área de pesquisa da Embrapa para obras do Minha Casa, Minha Vida


Helena Nader falou à Rádio Câmara sobre a disputa territorial entre o governo do Distrito Federal e a Embrapa Cerrados que coloca em risco 39 anos de pesquisas do bioma, o segundo maior do País


A queda de braço teve início depois que o GDF pediu a desocupação de uma área, na região de Planaltina, a 40 quilômetros de Brasília, para construção de conjunto habitacional, do programa federal Minha Casa, Minha Vida, em parte da área.

Enquanto os planos do GDF para começar as obras estão agendados para agosto, a Embrapa continua a fazer suas pesquisas e a chamar a atenção da sociedade para as ameaças às pesquisas da empresa.

Quem fala sobre esse imbróglio é a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC, Helena Nader.

Helena diz que a população precisa se perguntar por que é necessário utilizar uma área de pesquisas para a realização de um programa do governo. Ela explica que não se trata de utilizar apenas 10% da área, como argumenta o governo, mas sim de acabar com uma área onde são realizadas diversas pesquisas e onde há vários estudos de campo. A presidente da SBPC lembra que a Embrapa é patrimônio nacional e que precisa ser protegida pelo governo federal. Ela lamenta também a desinformação e a falta de interesse do governo federal por este problema.

(Rádio Câmara)

Ouça a entrevista na íntegra no link abaixo:

Instituto de Psicologia da UFRJ lança revista eletrônica

JC e-mail 4957, de 22 de maio de 2014
Instituto de Psicologia da UFRJ lança revista eletrônica


O Instituto de Psicologia da UFRJ lança a revista eletrônica "Desidades", que tem por objetivo realizar a divulgação científica na área da infância e juventude


"Desidades" é uma publicação trimestral, avaliada por pares do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporâneas - NIPIAC, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, comprometida com a divulgação do conhecimento científico além dos muros da universidade.

A revista publica artigos originais, entrevistas e resenhas que se destinem a discutir criticamente, para um público amplo, aspectos da infância e da juventude frente a seu processo de emancipação. Uma secção de Informações Bibliográficas tem por objetivo difundir as publicações recentes sobre infância e juventude no âmbito das ciências sociais e humanas. Uma versão em português e outra em espanhol da Desidades estão disponíveis para os leitores. A publicação pretende ser um meio eletrônico de difusão de debates e ideias no espaço latino-americano para todos os que queiram ser instigados a refletir sobre os desafios e as dificuldades de viver sendo criança ou jovem no contexto das sociedades atuais.

DESidades significa, como escolha do título da revista, que as idades, como critérios fixos que naturalizam comportamentos, habilidades e modos de existência segundo uma temporalização biográfica linear, precisam ser problematizadas de modo a permitir novas abordagens, perspectivas e diálogos sobre as relações entre os grupos geracionais.

Temas em destaque da edição:
  • A educação dos jovens Guarani e Kaiowá e sua utilização das redes sociais na luta por direitos.
  • Conflitos e diferenças geracionais no uso das tecnologias digitais.


(Assessoria de Imprensa do Gabinete do Reitor / UFRJ)

quinta-feira, 22 de maio de 2014

A FIFA esclarece: o pagode não é dela

Via El País
Por 
22.05.2014

Federação de Futebol, que registrou cerca de 200 nomes e figuras que não poderão ser usados durante a Copa, causa polêmica ao proibir o uso de “pagode”


“O pagode agora é da FIFA”. A frase circulou nas redes sociais nesta quinta-feira, alarmando os brasileiros que acreditavam ter perdido o direito sob o popular ritmo musical derivado do samba e tocado em muitos bares do país. Logo se imaginou que a tão tradicional “feijoada com pagode” estaria condenada durante as partidas da Copa do Mundoe, talvez, até o final deste ano.

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Deputada cobra rigor na fiscalização de agrotóxicos e providências da Câmara


JC e-mail 4956, de 21 de maio de 2014
Deputada cobra rigor na fiscalização de agrotóxicos e providências da Câmara


100% das amostras de leite materno pesquisadas estavam contaminados com resíduos de agrotóxicos. Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo


Na safra agrícola de 2012 foram pulverizados, aproximadamente, 100 bilhões de litros de agrotóxicos nas lavouras. Este foi um dos dados apresentado pelo médico e pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso, Wanderlei Pignati, nesta terça-feira (20), em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família, que debateu os impactos dos agrotóxicos na saúde humana e os procedimentos adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o registro desses produtos.

Pignati coordenou estudo que avaliou os impactos na saúde e no meio ambiente em razão da utilização de agrotóxicos em cidades do interior do Mato Grosso. Segundo a pesquisa, no município de Lucas do Rio Verde, por exemplo, 100% das amostras de leite materno estavam contaminados com resíduos de agrotóxicos.

O professor afirmou que as regiões onde há maior exposição de agrotóxicos, há três vezes maior incidência de câncer e de má-formação do feto ou do recém-nascido do que em cidades sem exposição direta aos produtos. Pignati disse ainda que 83% dos poços de água potável e 56% das amostras de chuva estavam contaminadas por resíduos.

A deputada Rosane Ferreira (PV-PR), que presidiu a audiência, afirmou que, apesar da força do agronegócio e da bancada ruralista, a comissão está disposta a tomar providências sobre o assunto. "O veneno está na mesa da gente, e esta Casa precisa, urgentemente, fazer alguma coisa", afirmou a parlamentar.

Efeitos tóxicos
Para a médica e pesquisadora do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Márcia Sarpa de Campos Mello, há diversos estudos que comprovam que a exposição prolongada aos agrotóxicos causam ataques ao sistema nervoso, ao sistema imunológico, má formações, atinge a fertilidade e possui efeitos cancerígenos.

Márcia Mello destacou que, em muitos casos, os efeitos tóxicos causados por superexposição de agrotóxicos, como cólicas, diarreias, convulsões e vômitos são registrados como virose. "É uma epidemia silenciosa, pois não são notificados como intoxicação por agrotóxicos", explicou a médica.

Fiscalização
Wanderlei Pignati criticou o descumprimento da legislação federal e estadual que estabelece uma distância mínima para pulverização de agrotóxicos. Ele denunciou que pulverizações de agrotóxicos por avião e trator são realizadas a menos de 10 metros de fontes de água potável, córregos, de criação de animais e de residências desrespeitando determinação do Ministério da Agricultura que proíbe pulverização a menos de 500 metros destes locais.

Irregularidades
O representante do Tribunal de Contas da União na comissão, Messias Alves Trindade, apresentou o resultado de auditoria que investigou irregularidades nos procedimentos adotados pela Anvisa na concessão de registros de agrotóxicos. De acordo com Trindade, existe carência de servidores e uma excessiva carga de trabalho direcionada às crescentes atividades de avaliação toxicológica.

Outras falhas levantadas por ele mostram, entre outras: fragilidades nos controles internos, pois não há um sistema próprio de registro; descumprimento de exigências previstas na legislação, uma vez que alguns requerimentos para obtenção dos registros se encontram sem a documentação necessária.

Falta de servidores
A gerente geral de toxicologia da Anvisa, Ana Maria Vekic, afirmou que o órgão já está adotando providências para aumentar a fiscalização e o controle dos agrotóxicos no País. Segundo ela, há uma grande demanda que a Anvisa não consegue atender, uma vez que o País é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo. Ela ressaltou, no entanto, que a agência está se reestruturando com a elaboração de um plano de competência e aumentando em 50% o número de servidores para a função.

Segundo Vekic, a agência do governo norte-americano que faz a mesma atividade da Anvisa possui 800 servidores. "No Brasil, reunindo a Anvisa, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério da Agricultura não chegamos a 50", explicou.

O registro de agrotóxico é feito pela Anvisa, que avalia os impactos na saúde; pelo Ibama, no meio ambiente; e pelo Ministério da Agricultura, na produção. Ele é concedido por tempo indeterminado e só pode ser retirado ou alterado após reavaliação que mostre mudança no perfil de segurança do produto. Para Ana Maria Vekic, esse registro pode até se tornar temporário, mas são necessários mais servidores para a função.

(Luiz Gustavo Xavier / Agência Câmara de Notícias)

'Informação ruim afeta tratamento contra câncer'


JC e-mail 4956, de 21 de maio de 2014
'Informação ruim afeta tratamento contra câncer'


Especialista lança nesta quarta, ao lado dos colegas Antonio Carlos Buzaid e Drauzio Varella, o livro 'Vencer o Câncer', para pacientes


Chefe do setor de oncologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo, o oncologista Fernando Cotait Maluf acredita que um paciente munido de informação precisa e de qualidade tem mais condições de enfrentar o câncer adequadamente. Ao lado dos colegas Antonio Carlos Buzaid e Drauzio Varella, o especialista lança hoje o livro Vencer o Câncer, que traz informações sobre prevenção, tratamento e direitos do paciente.

A ideia de escrever um livro para o público leigo está relacionada com a falta de informação de qualidade sobre o câncer?
A busca de informações na internet é comum, mas também errática. Primeiro, porque o termo procurado na internet não é o termo correto. Segundo, porque, mesmo sendo o termo correto, na internet vem uma série de informações, de situações que não são parecidas. O paciente acaba lendo uma informação de um prognóstico terrível, de tratamentos complexos, quando isso não é aplicado à situação dele. O terceiro ponto é que a internet não tem filtro. A ideia foi criar um livro e um portal para melhorar a qualidade da informação na área de oncologia.

Uma informação errada pode prejudicar o tratamento?
Pode prejudicar de várias maneiras. Primeiro, ao causar algum grau de angústia ou depressão. A segunda maneira é que talvez deixe aquela pessoa menos aderente a potenciais tratamentos benéficos, ou seja, a pessoa enxerga aqueles tratamentos como não efetivos ou exagerados, de acordo com o que ela leu.

É comum pessoas desistirem dos tratamentos por medo ou desinformação?
É comum, não necessariamente essa informação é tida na internet. De repente, essa pessoa está conversando com outros médicos, com outras pessoas não médicas. Por outro lado, a informação na internet precisa é extremamente importante. Na lei da guerra, nada melhor do que conhecer o inimigo para poder abatê-lo. Nesse sentido, a gente vai munir pacientes e famílias de informação precisa, elaborada por especialistas na área, na tentativa de poder promover para o paciente informação necessária para que, junto com seu médico, essa pessoa entenda o seu problema e quais são as armas.

O câncer ainda é visto como uma sentença de morte?
Existe, sim, esse medo. Nesse portal tem uma parte que considero das mais importantes, que é de paciente para paciente. A gente tem depoimentos, como o da Ana Maria Braga, de quem venceu essa doença. Ela e outros pacientes fazem depoimentos para poder motivar, esclarecer e conscientizar quem está passando pelo problema. O futuro do nosso projeto é criar uma interatividade onde vão existir profissionais da área de oncologia junto com pacientes e grupos de suporte para poder interagir com quem está precisando.

Qual é a maior resistência dos pacientes no tratamento?
Se a gente pudesse elencar as armas que mais o assustam é a quimioterapia, apesar de ela ter melhorado ao longo dos últimos anos e os remédios para controlar os efeitos colaterais também melhoraram.

O otimismo pode fazer diferença no sucesso do tratamento?
Ninguém entra numa briga para perder, e achar que vai ganhar é importante porque você adere aos tratamentos de um modo muito mais sólido do que se você não estiver animado, se estiver desconfiado. Hoje já é provado que pacientes que fazem tratamentos oncológicos no período planejado, nas doses planejadas, sem grandes interrupções, são pacientes com maior chance de cura. E claramente um dos fatores que mais aumentam a aderência ao tratamento é o grau motivacional.

Como devemos nos preparar para o aumento do número de mortes por câncer?
O câncer vai passar a doença cardiovascular como primeira causa de mortalidade nos próximos cinco a dez anos. O ideal é que a tecnologia e as campanhas sirvam para tentar dizer quem são os homens e mulheres que vão desenvolver câncer, qual é o tipo de câncer e em qual idade, para que a gente consiga diagnosticar numa fase muito precoce. Nesse sentido, as campanhas mais importantes devem focar na prevenção.

Também haverá grandes avanços no tratamento nos próximos anos?
Acho que sim, os ganhos serão graduais. Não acho que tenha um ganho gigantesco. Acho que é um processo contínuo, por isso os pacientes não devem perder a esperança. Muitas drogas estão sendo estudadas, que agem com mecanismos totalmente diferentes. Acho que a imunoterapia é a grande arma, de maior potencial. As duas formas principais de imunoterapia são drogas que estimulam o sistema imunológico num ataque mais específico e amplo ao tumor, e drogas que removem a camuflagem do tumor, expondo as células tumorais ao organismo como corpo estranho, como corpo a ser atacado.

(O Estado de São Paulo)