sábado, 30 de novembro de 2013

Dramáticos


JC e-mail 4865, de 29 de novembro de 2013
Dramáticos


Em artigo publicado no Zero Hora de 29/11, Montserrat Martins* questiona se a evolução elevará nosso nível de consciência social, ou seremos uma civilização decadente

Num "papo de bar", discutíamos quem será ainda imortal daqui a alguns séculos, Freud, Marx, Gandhi? Eu apostei em Shakespeare e na sua universalidade dramática, seu desvendar da alma humana em suas histórias de amor e ódio, paixão e ciúmes, vingança e reparação, generosidade e cobiça, toda sorte de paixões, enfim. Mudam os séculos, evoluem as civilizações, a ciência e a tecnologia, mas o elemento humano está lá, na massa bruta do nosso ser, com toda a gama de emoções que somos capazes de sentir.

Novelas e filmes exploram isso com "conhecimento de causa". Mesmo quem não acompanha novelas pode apreciar às vezes o desempenho de atores capazes de dar vida a personagens como Carminha ou Félix, para falar apenas dos mais recentes sucessos da tevê brasileira. Somos dramáticos, mesmo que as situações retratadas passem longe da nossa vida, as emoções nos atraem. Grandes atores e atrizes são admirados por nos brindarem com interpretações envolventes, nos propiciando momentos de "voyeurs" sentimentais.

No cotidiano, temos de reprimir muitas emoções, no convívio social, por isso as atuações dramáticas nos agradam, nos liberam, se tornam formas de prazer, de diversão. Prazeres instintivos, cuja repressão e canalização para finalidades mais nobres seria uma tarefa evolutiva, civilizatória. Pois a TV está repleta de programas sensacionalistas, a começar pelos policiais, você sabe. Esses programas são assistidos e apreciados pelos próprios "bandidos" caçados ali, numa espécie de "coluna social", pois é o único local onde eles se veem na TV.

A exploração barata das emoções em programas populares, num "vale-tudo" pelo ibope, vai funcionar enquanto houver público para isso. Das boas dramaturgias, dramas dos quais podemos extrair algum significado e aprendizagem, podemos dizer que são universais enquanto capazes de atingir a todos, em diferentes locais e épocas. Muitos Datenas se sucederão e Shakespeare ainda estará lá, como vem ocorrendo há vários séculos. Como foi dito de maneira poética por Machado de Assis: "Um dia, quando já não houver império britânico nem República norte-americana, haverá Shakespeare, quando não se falar inglês, falar-se-á Shakespeare".

E o que os dramas nos ensinam? Haverá alguma fórmula para a mudança de comportamento, psicológica ou bioquímica, capaz de alterar nosso modo de nos relacionarmos uns com os outros? A evolução elevará nosso nível de consciência social, ou seremos uma civilização decadente, cega pelo consumismo? Temos capacidade de ser menos imediatistas a tempo de evitar a deterioração das condições de vida no planeta? Não sei as respostas, mas todas essas questões filosóficas têm um mesmo cerne: a condição humana. Os dramas nos ensinam é que não há respostas fáceis.

* Montserrat Martins é médico psiquiatra

(Zero Hora)


FMC 2013: Qualidade de vida e envelhecimento: é possível conciliá-los?


JC e-mail 4865, de 29 de novembro de 2013
FMC 2013: Qualidade de vida e envelhecimento: é possível conciliá-los?


Sessão temática durante FMC tratou do desafio da medicina na terceira idade

"A ideia de vida eterna não é muito atraente", brincou o professor Sérgio Pena durante sua participação no Fórum Mundial de Ciência 2013. Especialista em diversidade genômica, ele diz não enxergar isso como empecilho para que um envelhecimento livre de doenças seja almejado. Com mediação de Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Pena participou de sessão temática que tratou do desafio da medicina na terceira idade e também contou com as presenças de Fernando Lavadenz (Bolívia), Manfred Hallschmid (Alemanha) e Jiarui Wu (China). Ciente de que o envelhecimento da população suscita problemas das mais variadas espécies, Nader defende uma abordagem multidisciplinar na solução da questão e afirma: "No Brasil, costumamos dizer que envelhecer é ficar mais sábio, mas nós queremos ficar mais sábios com maior qualidade de vida."

Dentre as inúmeras questões que envolvem a prática médica em idade avançada, o estudo dos genomas surge como alternativa para tornar mais palpável a ideia de uma medicina precisa e personalizada, cujo pilar mais sólido seria a prevenção. E é essa a linha de pesquisas seguida por Sérgio. Ex-presidente do Programa Latino-Americano do Genoma Humano, ele relatou as possibilidades desencadeadas pelo seqüenciamento genômico e, bem humorado, mostrou aos presentes um aplicativo para iPhones e iPads - "MyGenome" - capaz de seqüenciar o genoma de cada usuário. De acordo com Pena, a técnica de seqüenciamento de genomas foi desenvolvida para prevenir doenças.

"No entanto", alerta, "o riscograma não é uma garantia completa de que o indivíduo jamais terá problemas." Em sua visão, os estudos na área ainda não estão suficientemente avançados e conhecer um genoma não significa, necessariamente, a eficácia completa na prevenção de males que costumam acompanhar o processo de envelhecimento humano. O campo, portanto, lida com soluções de médio e longo prazo, mas conta com grandes possibilidades de crescimento. "A ciência já tem todas as ferramentas necessárias para implementar esse tipo de medicina. Espera-se que, nas próximas décadas, as pessoas possam envelhecer livres de doenças. O seqüenciamento genômico pessoal já é uma realidade", finaliza o conferencista.

Atendo sua análise principalmente à saúde de idosos em países da América Latina, o boliviano Fernando Lavadenz afirmou que, no ano de 2035, essas nações terão completado suas transições demográficas. A partir de gráficos comparativos realizados ao longo do tempo, ele mostrou: o número de nascimentos caiu e a expectativa de vida, por sua vez, sofreu um aumento considerável - cerca de 22 anos desde 1980. "A América Latina está ficando velha", alertou o especialista sênior do Banco Mundial. Ainda de acordo com os dados trazidos por Lavadenz, as mulheres estão morrendo mais tarde do que os homens, alcançando uma média de sete anos de diferença na região analisada. Essa disparidade, que talvez seja fruto de variáveis como a violência, é maior do que a observada em outros países.  

Em seguida o palestrante passou a dois tópicos com graves implicações sociais para a população. "A idade, a pobreza e a doença estão vindo em um pacote", sintetizou. Segundo Fernando, menos de 30% dos aposentados na América Latina recebem algum tipo de pensão e as ocorrências de doenças não transmissíveis - como diabetes mellitus, lombalgia e as doenças isquêmicas do coração, cerebrovasculares e pulmonares obstrutivas crônicas - estão aumentando significativamente.

Apesar de todos esses complicadores, Lavadenz acredita que as coisas ainda podem mudar. "Nós esperamos um envelhecimento veloz, mas ainda não se trata de uma bomba-relógio. Temos de 10 a 20 anos para nos prepararmos para lidar com a situação", afirma. Mas é preciso agir. Nesse sentido, ele passou ao caso específico de um país que apostou suas fichas na redução de fatores de risco para a prevenção de doenças não transmissíveis: a Argentina. Após diagnosticarem que a média de consumo de sal de seus habitantes chegava a 12 gramas por dia, quando o recomendado pela Organização Mundial de Saúde é apenas cinco, cientistas argentinos chegaram à conclusão de que melhorar esse panorama não exigiria medidas drásticas. "Reduzir três gramas de sal da dieta diária dos argentinos significaria prevenir aproximadamente 6000 mortes por doenças cardiovasculares e derrames por ano", conta. Segundo Fernando, estudiosos também identificaram o pão como fonte mais expressiva dessa quantidade excessiva de sal.

Outras patologias bastante comuns em idosos são o câncer e a demência. "Doenças crônicas e degenerativas fazem parte de nossas vidas, então o que podemos fazer a respeito disso?", indagou o vice-presidente da Associação Chinesa de Pesquisa Geriátrica. Respondendo à sua própria pergunta, Jiarui Wu postulou que a prevenção é uma eficaz solução no combate ao câncer. De acordo com ele, cada dólar investido em práticas preventivas economiza seis dólares utilizados no tratamento de um paciente. Para ilustrar seu pensamento, o palestrante citou o caso de Angelina Jolie. Em função de características genéticas, a atriz tinha 87% de chances de desenvolver câncer de mama e, por esse motivo, optou por se submeter a uma intervenção cirúrgica para a retirada dos seios.

O alemão Manfred Hallshmid, por sua vez, tratou da demência como uma realidade que acompanha a velhice. Psicólogo e professor da Universidade de Tübingen, seus principais temas de estudo são a ingestão de comida e peso corporal, a interação entre os fatores nutricionais e cognitivos e a relação entre o sono e o metabolismo. Elogiando a fala de Hallshmid, a mediadora da sessão disse preferir o termo perda de memória. "É mais elegante", brincou. Para Nader, a perda de memória muitas vezes advém da falta de estímulos. Em razão das dificuldades de visão e audição, a pessoa mais velha vai se isolando e, com o isolamento, ela perde a cognição. Entusiasmada em relação aos resultados das discussões, ela avaliou: "Isso é um fato: o envelhecimento da população está se aproximando e, com a sua chegada, a política da vida precisa ser posta em pauta".

(Ana Siqueira para Notícias da ABC)


Los medicamentos con alto contenido en sodio aumentan el riesgo de enfermedad cardiovascular

Via SINC
27.11.2013


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El mercado negro de los artículos científicos en China

Via SINC
28.11.2013

Una investigación del departamento de prensa de Science revela un mercado negro en auge de las publicaciones científicas en China, donde los investigadores están dispuestos a pagar decenas de miles de yuanes para que añadan sus nombres al trabajo de otra persona. Añadir dos nombres costaría unos 26.300 dólares.

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Incêndio no Memorial da América Latina

Jornal da Record
29.11.2013





sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Políticas antitabaco não alcançam quem vive na pobreza

Via Agência Fiocruz de Notícias
27.11.2013


O relatório confirma que pobres fumam mais, possuem maior exposição ao tabagismo passivo, menor percepção das mensagens de alerta à saúde e menor índice de abandono ao tabagismo


As políticas de controle do tabaco desenvolvidas durante o período 1989-2008 conseguiram reduzir o consumo em quase 50%. No entanto, apesar desse bom resultado, não houve um olhar específico para as desigualdades socioeconômicas. Tal afirmativa se comprova no momento em que as pesquisas analisam a situação de vulnerabilidade às quais as populações de baixa renda estão submetidas, quando o assunto é o alcance das políticas de controle. Os dados apontam que os pobres estão mais expostos à substância, têm menor percepção das mensagens de alerta à saúde e encontram-se mais vulneráveis às doenças relacionadas ao tabaco. O alerta faz parte da pesquisa Impostos sobre o tabaco e políticas para o controle do tabagismo no Brasil, México e Uruguai – resultados do Brasil, desenvolvida pelo Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), em parceria com a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) e a Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Os resultados foram apresentados na última terça-feira (26/11), na Jornada Internacional sobre Impostos, Preços e Políticas de Controle do Tabaco, realizada na UFF.

O estudo, coordenado pela pesquisadora da Ensp Vera Luiza da Costa e Silva, identificou a demanda de fumar por grupo de renda ou nível educacional, além de avaliar diferentes reações aos impostos e outras políticas de controle do tabaco. “A pesquisa tem uma grande importância para o país, uma vez que levanta potenciais razões para as iniquidades observadas na distribuição do tabagismo no território nacional. Ela corrobora os resultados de estudos realizados em outros países, em que a epidemia do tabaco se concentrou entre os mais pobres”, explica a coordenadora do Cetab a respeito do trabalho, realizado simultaneamente no México e no Uruguai, e financiado pela Agência de Cooperação do Canada International Development Research Centre (IDRC).
Situações de vulnerabilidade
Além de concluir que as pessoas com baixo nível de escolaridade têm maior probabilidade de sofrer das doenças causadas pelo tabagismo, a pesquisa aponta certa tendência ao crescimento da diferença entre ricos e pobres, uma vez que os indicadores apresentados sinalizam um cenário extremamente desfavorável para os grupos socioeconômicos mais baixos em relação à epidemia do tabaco. O relatório confirma que pobres fumam mais, possuem maior exposição ao tabagismo passivo, menor percepção das mensagens de alerta à saúde, menor índice de abandono ao tabagismo e estão expostos, de forma semelhante, às mensagens pró e antitabaco. Além disso, gastam mais dinheiro para comprar produtos de tabaco e morrem mais por doenças relacionadas ao tabaco.
Na opinião da coordenadora do estudo, constatou-se que não basta conceber campanhas e políticas de controle do tabagismo no Brasil apenas em áreas temáticas. É preciso que cada iniciativa traçada teste e elabore estratégias que tenham impacto na população de menor nível socioeconômico, com campanhas, mensagens de advertência, medidas de fiscalização e ofertas de tratamento desenhadas para esse grupo. “Só assim poderemos continuar reduzindo a proporção de fumantes na população para níveis menores de 5%, levando o país a entrar no que vem sendo chamado de ‘a jogada final’ do tabaco”, concluiu.
Para a diretora-executiva da ACT, Paula Johns, os dados demonstram que o tabagismo ainda não é um desafio superado no Brasil. “Além de avançar na implementação das políticas públicas de controle do tabagismo clássicas, como aumento de preços, ambientes livres de fumo, proibição de publicidade e de aditivos nos cigarros, é necessário pensar em iniciativas que cheguem às camadas populacionais mais vulneráveis ao tabagismo, tratando-o como um determinante social de saúde”, alertou.
Números
Dados coletados revelam que o percentual de fumantes de todos os produtos de tabaco entre as pessoas com 15 anos ou mais, com escolaridade menor que sete anos, foi mais duas vezes maior do que o identificado entre aqueles com pelo menos um ano de universidade. Em relação às despesas médias mensais com cigarros, foram maiores na faixa da população com menos escolaridade, significando 13,1% do rendimento médio no grupo com menos de oito anos de escolaridade, ao passo que corresponderam a 5,4% da renda entre pessoas com escolaridade superior a 15 anos. No grupo entre 8 e 11 anos de escolaridade, atingiu 9,8%.
Cessação
Na cessação, os pesquisadores observaram que as chances de parar de fumar são maiores no grupo que tem pelo menos um ano de universidade do que nos grupos que não frequentaram universidade. O percentual de fumantes com menos de sete anos de escolaridade que observou e leu as advertências de saúde nos maços de produtos do tabaco foi menor que o percentual observado nos dois grupos de nível de educacional mais elevado (8 a 11 anos de estudo e, pelo menos, um ano de universidade). No entanto, não existe diferença em relação à intenção de parar quando se comparam os três grupos.
Doenças
Quatro doenças fortemente associadas ao tabagismo se destacam de acordo com as diferenças socioeconômicas: câncer de pulmão (CP), doença isquêmica do coração (DIC), doença cerebrovascular (CVV) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A diferença no risco de morrer por essas doenças foi pelo menos duas vezes maior entre as pessoas com menos de oito anos de estudo em comparação com pessoas mais de oito anos de estudo em todo o período analisado.

***
Comentário básico: 
Por coincidência - após décadas fumando -, 
ontem fez dois anos e nove meses que não ponho cigarro na boca.
Um longo caminho!
Adelidia Chiarelli

Juízes determinam fim de ‘privilégios’ a presos na Papuda

Via blog do Noblat
29.11.2013

Felipe Recondo,  O Estado de S. Paulo
A Justiça do Distrito Federal determinou que os condenados do mensalão recebam, no presídio da Papuda, o mesmo tratamento dado aos demais presos. Na decisão, os juízes da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal afirmam que o tratamento desigual provoca instabilidades no sistema carcerário. Desde que foram presos, os condenados no mensalão receberam visitas fora no horário normal de visitações e chegaram, conforme o Ministério Público, a receber pizzas encomendadas pela Polícia Federal.
Os juízes da Vara de Execuções determinaram ainda que Simone Vasconcelos, ex-diretora da empresa SMPB, e Kátia Rabelo, ex-presidente do Banco Rural, sejam transferidas para o presídio feminino para cumprirem suas penas. As duas estão presas no 19º Batalhão da Polícia Militar no Complexo da Papuda, área reservada para presos militares.
O tratamento dispensado aos condenados foi criticado por familiares de demais presos, que costumam passar horas na fila para conseguirem visitar seus parentes. Um documento feito pelo MP, que inspecionou o local em que o ex-presidente do PT José Genoino está preso, mostrou que a PF chegou a pedir pizza "tarde da noite" no dia em que os condenados foram presos.


STF rejeita recurso de João Gilberto para censurar livro

Via blog do Noblat
29.11.2013

Maurício Meirelles, O Globo
O Supremo Tribunal Federal negou o pedido de João Gilberto para que o livro “João Gilberto”, lançado pela Cosac Naify ano passado, fosse tirado de circulação. A ministra Cármen Lúcia, relatora do processo, votou contra o recurso do cantor e foi acompanhada pelos demais ministros, atingindo unanimidade.
A decisão ocorre no momento em que o STF se prepara para julgar a ação de inconstitucionalidade (ADI) para permitir a publicação de biografias não autorizadas, movida pela Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel). A relatora da ADI também é a ministra Cármen Lúcia, e seu voto é esperado com ansiedade por biógrafos e editores.


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

El colesterol alto fomenta el crecimiento del cáncer de mama

Via SINC
28.11.2013

Probado en roedores


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Construção do Itaquerão é questionada desde antes do início das obras / Funcionário faz denúncia grave sobre acidente nas obras do Itaquerão

Fala Brasil
28.11.2013








Dois Josés e um Amarildo, por Eliane Brum

Via El País Brasil
Por 
26.11.2013


Em seu gesto e na sua reivindicação, José Genoino e José Dirceu demonstraram não compreender o Brasil dos protestos: desde que as manifestações tomaram as ruas, presos políticos são os comuns


Havia algo de melancólico no braço erguido dos dois Josés, Genoino e Dirceu, ao serem presos por corrupção. E na afirmação: “Sou preso político”. O punho cerrado é o gesto de resistência de uma geração que lutou contra a ditadura, pegou em armas, foi presa, torturada e assumiu o poder na redemocratização do país. É também o gesto que não mais encontra destinatário para além de seus pares e de parte da militância do PT. É, principalmente, o gesto que não ecoa na juventude que se tornou protagonista dos protestos que mudaram o país. No Brasil que reconheceu Amarildo, o pedreiro, como mártir da democracia, a evocação vinda de José Genoino e de José Dirceu para ocupar esse lugar não encontra ressonância. Desde as manifestações de junho, os presos políticos são os comuns. Para um partido tão hábil em esgrimir simbologias, não compreender o Brasil forjado no ano que não terminou é uma tragédia talvez maior do que a prisão por corrupção de duas de suas estrelas históricas.

Mártir político é Amarildo de Souza. Favelado, negro, analfabeto, 43 anos, o ajudante de pedreiro conhecido como “boi” pela sua capacidade de carregar sacas de cimento desapareceu em 14 de julho ao ser levado a uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, no Rio de Janeiro. Amarildo, o homem comum vítima da política de criminalizar, torturar e executar os pobres. Uma política que atravessa a história do Brasil, persiste na redemocratização e se manteve nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma. Não era o primeiro a desaparecer depois de entrar num posto policial, não foi o último. Mas, pela primeira vez, um homem comum, carregando em si todas as marcas da abissal desigualdade do Brasil, foi reconhecido como um desaparecido político da democracia, lugar destinado a ele pela convulsão das ruas. Esta pode ter sido a maior transformação colocada em curso pelos protestos.

Preso político é Rafael Braga Vieira, 26 anos, catador de latas, morador de rua, negro. Ele foi preso em 20 de junho, durante uma manifestação na Avenida Presidente Vargas, no Rio. Já tinha sido preso por roubo em duas outras ocasiões e cumprido as penas completas. Desta vez, está encarcerado, sem julgamento, há cinco meses no presídio de Japeri. Seu crime: carregar uma garrafa de Pinho Sol e outra de água sanitária. E uma vassoura, mas esta não foi considerada suspeita. Seu caso foi relatado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Desaparecido político é Antônio Pereira, 32 anos, auxiliar de serviços gerais, negro. Sumiu em 26 de maio, em Planaltina, no Distrito Federal. Há suspeita do envolvimento de policiais militares no seu desaparecimento. Manifestantes marcharam até o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para protestar pelo seu sumiço. A Comissão de Direitos Humanos do Senado passou a investigar o caso.
Morto político é Douglas Rodrigues, 17 anos, estudante do terceiro ano do ensino médio e atendente de lanchonete. Levou um tiro no peito de um policial numa tarde de domingo, 27 de outubro, quando estava diante de um bar com o irmão de 13 anos, na Vila Medeiros, em São Paulo. Só teve tempo de dizer uma frase, que se transformou num símbolo contra o genocídio de gerações de jovens negros e pobres das periferias do Brasil. Douglas fez sua última pergunta, um conjunto de vogais e consoantes onde cabia uma vida inteira, antes de cair morto: “Por que o senhor atirou em mim?”. Em protesto pela sua morte a população incendiou ônibus, carros e caminhões e depredou agências bancárias. CONTINUA!

Acidente no Itaquerão

Jornal da Record
27.11.2013





FMC 2013: 'Precisamos deixar as crianças sujarem as mãos com ciência'


JC e-mail 4863, de 27 de novembro de 2013
FMC 2013: 'Precisamos deixar as crianças sujarem as mãos com ciência'


Primeira ocupante do cargo de conselheira científica chefe do presidente da Comissão Europeia, a bióloga Anne Glover concedeu entrevista à Notícias do ABC 


A bióloga Anne Glover, que em 2012 assumiu a importante missão de ser a primeira pessoa a ocupar o cargo de conselheira científica chefe do presidente da Comissão Europeia, defende que a ciência deve ser "vivenciada" para se aproximar das pessoas. A escocesa acredita que os cientistas jovens, ao servirem de modelos, são fundamentais para reavivar em adolescentes o ânimo com os temas científicos, e que uma maior comunicação é essencial para estimulá-los a seguir carreiras como engenharia, química e biologia, que carece de profissionais. Glover, que está no Rio de Janeiro para participar do Fórum Mundial de Ciência, comenta, em entrevista exclusiva para a ABC, os maiores desafios que enfrenta no cenário da ciência, tecnologia e inovação europeu. A cientista, que diz ter "a profissão mais divertida do planeta", defende, ainda, uma cooperação maior entre Brasil e Europa.

- Desde 2012, a senhora é a conselheira científica chefe do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso - uma experiência que teve antes na Escócia. Quais são as suas maiores responsabilidades?
Na Escócia, assim como na Comissão Europeia, eu fui a primeira conselheira científica - antes, esse cargo não existia. Assumi essa posição em 2006, quando o governo escocês percebeu que a ciência era muito importante para o país. Como tive que começar do nada, foi um trabalho bastante difícil, mas, na Comissão Europeia, os desafios são ainda maiores. Isso porque, na Escócia, eu persuadia o primeiro ministro em relação às decisões e ele dizia "ok, vamos fazer isso". Já na Comissão Europeia, é preciso conciliar as opiniões de 28 membros. Nosso trabalho inclui usar a ciência como uma das bases para a formulação de políticas, manter um banco de dados atualizado em relação a essas políticas e desenvolver uma rede global de conselheiros científicos. Por enquanto, temos apenas três na Europa - no Reino Unido, na Irlanda e na República Tcheca. Mas outros Estados já estão começando a nomear os seus, e há um movimento para fazer isso em nível global. A vantagem dessa rede é discutir sobre assuntos importantes como mudanças climáticas e segurança alimentar. Os políticos estão percebendo a importância disso.

- Você diz que a enorme diversidade cultural e linguística da União Europeia é a sua maior força, mas também um desafio para o seu trabalho. Que dificuldades essas diferenças trazem para a tomada de decisões sobre políticas de ciência?
Na Europa, nós somos todos amigos, conhecemos uns aos outros, mas somos muito diferentes. Por exemplo: alguns países, por razões históricas ou culturais, podem ser contra algum tipo de tecnologia. Eu preciso estar consciente dessa situação e lidar com isso. Mas a vida nao seria divertida sem esses desafios! A melhor forma de superar essas diferenças é sempre comunicar as pessoas sobre a ciência.

- A pesquisa European Union Report 2009 mostrou que, entre os jovens , a procura por carreiras científicas diminuiu drasticamente, enquanto aumentou em países pobres. Como a senhora vê esse fenômeno?
Acredito que os europeus estão muito "confortáveis". Em países pobres, as pessoas veem a ciência como oportunidade. Em países ricos, elas não têm as mesmas dificuldades e perderam a visão do que é importante. No entanto, as pessoas mais espertas pensam em carreiras científicas ou, pelo menos, entendem o método científico. É importante pensar em formas de engajar as pessoas na ciência. Por exemplo: na Europa, assim como no Brasil, nao há engenheiros suficientes, talvez porque as pessoas não entendam o que engenheiros fazem. Muitos pensam "eu não quero usar um macacão e sujar minhas mãos". Engenharia é um link entre conhecimento e economia, uma profissão de valor e empolgante. Pouca gente sabe que no Reino Unido, por exemplo, engenheiros ganham mais que advogados. Mas as pessoas sabem o que advogados ou médicos fazem e não tem noção do que faz um físico, químico, biólogo - imaginam que são pessoas de jaleco branco, sem amigos, que só ficam no laboratório. Por isso é preciso mais comunicação. Eu costumo pensar: "Os cientistas são os seres mais divertidos do planeta, por que você não quer fazer parte disso?".

- Justamente, em uma entrevista publicada pelo "Herald Scotland ", a senhora afirma que "não é preciso tornar a ciência divertida, porque ele já é". Como podemos torná-la mais acessível , especialmente para os jovens?
Uma forma de atrair as pessoas são os centros de ciência, museus, galerias, exposições científicas. Nesses ambientes, elas podem experimentar a ciência, que é uma coisa viva. A química, por exemplo, é feita de reações, explosões, e precisamos vivenciar isso, deixar as crianças sujarem as mãos com ciência. Esses centros são importantes, mas mesmo nas universidades e laboratórios é essencial criar um vínculo com escolas locais. O papel de jovens cientistas também é fundamental. Isso porque, crianças de até 12, 13 anos, se animam com ciência, mas na puberdade elas começam a achar tudo uma besteira. Então precisamos criar modelos fortes a partir dos cientistas jovens, para atraí-las.

- A senhora defende a importância do papel das mulheres na ciência e tecnologia. Temos visto algumas iniciativas que estimulam a participação das mulheres nesse campo , como o prêmio L'Oréal -Unesco-ABC "Para Mulheres na Ciência ". Como incentivar uma maior contribuição das mulheres nesse meio?
Aqui, mais uma vez, os modelos são importantes. Se você é uma jovem mulher e vê outra mulher comum, como você, que é uma cientista bem sucedida, você pensa "eu também posso fazer isso". Eu particularmente, sou uma grande defensora de uma maior participação das mulheres na ciência. Elas lidam com problemas de forma diferente e agregam muito valor aos laboratórios. Também se comunicam mais facilmente. Não sou contra os homens - pelo contrário, as parcerias é que são muito boas. Ambientes com homens e mulheres são muito mais ricos. Para ter sucesso, uma sociedade moderna precisa de ciência, tecnologia, engenharia, e para isso tem que ter as melhores mentes, tanto de homens quando de mulheres. Não se pode ignorar 50% da população.

- E como é o seu trabalho como pesquisadora?
Eu pesquiso como nós respondemos ao estresse em nível molecular. Se eu tenho câncer, estou fazendo quimioterapia, que é desenvolvida para matar as células cancerígenas. Mas esse tratamento também estressa as células normais. Nesse estudo, nós pré-condicionamos as células normais para que elas não sejam afetadas pelo estresse. Usamos técnicas para ver quais os genes são ativados quando o organismo é estressado. Minha ciência ainda é muito importante para mim, me impede de ficar louca! Apesar de ter pouco tempo para me dedicar a ela, ainda mantenho o meu laboratório.

- A senhora está no Brasil para participar do Fórum Mundial de Ciência, realizado pela primeira vez fora da Hungria. Qual é a importância deste evento e quais são suas expectativas pessoais?
Estou tendo a possibilidade de encontrar cientistas do mundo todo, pessoas das academias de ciências e outras instituições, é uma grande conferência. Juntar todas essas organizações é muito interessante e pouco habitual, nao há outras oportunidades para isso. E, por ser no Brasil, há muita gente da América do Sul, região em que tenho muito interesse em saber como as coisas funcionam.

- Como o Brasil pode aprender com a experiência da União Europeia em ciência, tecnologia e inovação? Por outro lado, de que forma o Brasil pode inspirar a Europa?
O sistema Lattes é um grande exemplo para a União Europeia. É fantástico os cientistas saberem o que cada um está fazendo, uma maneira sensacional de conectá-los. Precisamos implantar algo parecido na Europa. Já em relação ao Brasil, espero que possamos fortalecer as relações e criar projetos em conjunto, como na construção do Extremely Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês). A astronomia brasileira é muito impressionante, então trazer essa experiência será ótimo.

(Clarice Cudischevitch, especial para Notícias da ABC)

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Cardiopatia - Charge do Amarildo





Via blog do Noblat

Alertan del riesgo por dengue en el Mundial de Fútbol de Brasil

Via SINC
27.11.2013


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Após morte de operários, Odebrecht suspende obras do Itaquerão até segunda-feira

Via Folha Online
Por DHIEGO MAIA e EDUARDO OHATA
27.11.2013


Após a morte de dois operários nesta quarta-feira (27), as obras do Itaquerão - palco da abertura da Copa 2014 - estão suspensas até a próxima segunda-feira.
A paralisação foi anunciada pela Odebrecht, a responsável pelas obras, que decidiu dar uma pausa no andamento da construção "como sinal de respeito às famílias das vítimas."
As obras voltam ao normal apenas nos setores norte, sul e oeste a partir do dia 2 de dezembro, porque não foram afetados. Já o setor leste - onde aconteceu o acidente - foi interditado pela Defesa Civil. De acordo com o coordenador do órgão, Jair Paca de Lima, a interdição afeta 30% do referido setor, o correspondente a uma área de 5 mil metros quadrados. CONTINUA!

 

Eu Maior - Higher Self







FMC 2013: Ciências sociais querem maior integração com as ciências naturais


JC e-mail 4862, de 26 de novembro de 2013
FMC 2013: Ciências sociais querem maior integração com as ciências naturais


Relatório ressalta a importância de se respeitarem os diferentes valores, visões de mundo e crenças como uma das respostas às mudanças climáticas

As ciências sociais são importantes no entendimento e enfrentamento das mudanças ambientais globais, mas precisam de maior integração com as ciências naturais. A ideia foi enfatizada pelos participantes de sessão especial em que Françoise Calloids, da International Social Science Council (ISSC), apresentou o "Relatório do Fórum Mundial de Ciências Sociais 2013: Mudanças Ambientais Globais".

Dentro da programação do 6º Fórum Mundial de Ciência (FMC), que prossegue no Rio de Janeiro até o dia 27, a sessão foi realizada na segunda-feira, dia 25, e teve a participação da representante da Unesco, Wendy Watson-Wright e de Elisa Reis, vice-presidente regional da Academia Brasileira da Ciências.

Françoise apresentou um sumário do relatório, que aborda a questão das mudanças ambientais globais, entre elas as mudanças climáticas, e as suas causas, que muitas vezes se devem às atividades humanas, tais como o uso do combustível fóssil, o desmatamento, a intensificação da agricultura, a urbanização, a pesca predatória, e a produção de dejetos.

De acordo com o texto, essas mudanças podem acarretar graves consequências para o bem estar e a segurança da população mundial. Para se enfrentar essas mudanças, o texto aponta a necessidade da promoção de políticas inovadoras e a transformação social, com a participação das ciências sociais na reflexão e na busca de respostas para esse desafio.

O relatório reuniu mais de 150 autores, sendo 18 da América Latina. Françoise explicou que o texto teve como objetivo dar uma resposta à urgência das mudanças climáticas que, segundo ela, "ameaça nosso planeta, nossa única casa". O documento procura trazer conhecimentos indispensáveis para a proteção dos recursos do planeta em prol da humanidade, valorizando a colaboração entre diferentes campos científicos e com grupos da sociedade, de modo a produzir conhecimento confiável e legítimo que sirvam para resolver os problemas do mundo real.

A pesquisadora ressaltou que os problemas ambientais e sociais são indissociáveis. Não se dão isoladamente. "O econômico não é o centro dos problemas, é mais um dos problemas. São as pessoas que estão no centro das mudanças ambientais. Estas afetam pessoas e pessoas afetam o meio ambiente", disse.

O relatório apresenta as complexidades e consequências das mudanças ambientais em diferentes contextos, geográfico, cultural e pessoal. Ressalta a importância de se respeitar os diferentes valores, visões de mundo e crenças, mas também de criar condições para mudanças no comportamento individual e coletivo.

São também discutidas questões éticas e de justiça em relação ao desenvolvimento de soluções políticas, e para isto traz novas abordagens sobre governança e tomada de decisão, como por exemplo, o papel dos movimentos sociais e ambientais na mobilização da opinião pública, na denúncia de impactos ambientais e na cobrança por mudanças na legislação.

Constatou-se, no entanto, que o conhecimento das ciências sociais sobre a mudança ambiental global não está onde seria mais necessário. A Europa Ocidental e a América do Norte são as regiões que têm o maior número de publicações sobre o tema. Os motivos para isso parecem ser, segundo o relatório, a carência de fundos, de apoio institucional de incentivos para a pesquisa e de interesse dos próprios especialistas em ciências sociais.

Para minimizar esta desigualdade regional, o relatório propõe que se fortaleça a capacidade em ciências sociais, e que se acelere a transição para estudos interdisciplinares. O texto discute as repercussões, diretas e indiretas, que as mudanças ambientais globais provocam na sociedade, tais como o aumento da frequência de perigos já conhecidos como também surgimento de novos riscos e vulnerabilidades.

A proposta é de que as pesquisas em ciências sociais contribuam no fomento à economia verde, na análise das possibilidades e riscos da adoção de novas tecnologias, como a nanotecnologia e a química verde; no entendimento e facilitação da mudança de comportamento, no engajamento de tomadores de decisão. Além disso, as ciências sociais devem valorizar a interdisciplinaridade, construindo pontes entre os diferentes tipos de conhecimento.

No que se refere à governança e tomada de decisão, o documento aborda a concepção e elaboração de conhecimentos e políticas que permitam enfrentar estes problemas e questiona em que nível deve estar o poder de decisão para solucionar problemas locais, regionais e globais. De acordo com o texto, a solução deve ser buscada em conjunto por especialistas, políticos, organizações comunitárias, movimentos sociais, e setor privado. Para isso, no entanto, o relatório aponta a necessidade do estabelecimento de novos procedimentos mais inclusivos e participativos.

O "Relatório do Fórum Mundial de Ciências Sociais 2013: Mudanças Ambientais Globais" pode ser acessado em

FMC 2013: Pesquisadores querem proteger áreas úmidas e manter unidades de conservação na Amazônia


JC e-mail 4862, de 26 de novembro de 2013
FMC 2013: Pesquisadores querem proteger áreas úmidas e manter unidades de conservação na Amazônia


A biodiversidade e o desenvolvimento sustentável na região amazônica foram temas de debate de especialistas


É importante preservar a biodiversidade não só da Amazônia, mas de outras áreas do planeta. A mensagem é dos participantes do debate "Amazônia, biodiversidade e desenvolvimento sustentável", realizado nesta segunda-feira (25), no 6º Fórum Mundial de Ciência (FMC), no Rio de Janeiro. Coordenada pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Adalberto Val, a mesa teve a participação de Wolfgang Junk, coordenador científico do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INCT-INAU), Jhan Carlo Espinoza e Marlúcia Martins, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi.

Para Wolfgang Junk as áreas úmidas merecem atenção e políticas específicas diante de sua importância para a biodiversidade e para diminuir os impactos das mudanças climáticas. "São áreas extensas e muito ricas de fauna e flora muito próprias que devem ser preservadas", alertou. Ele admite, porém, que está sendo difícil definir uma política para essas áreas devido aos diferentes períodos de seca e inundação que alteram as margens dos rios e todo o entorno. Segundo Junk, há locais que passam até oito meses secos e depois ficam alagados.

Para Junk, a construção de hidroelétricas, sistema energético importante no Brasil, deve ser feito com muito critério. "As hidroelétricas não podem ser construídas em qualquer lugar, são necessários critérios de proteção. Energia é importante, mas com proteção ambiental", opinou, acrescentando que o ecossistema da região está mudando e se tornando mais vulnerável.

Futuro do planeta - Em entrevista exclusiva para o Jornal da Ciência, a pesquisadora Marlúcia Martins disse que a Amazônia detém 20% da biodiversidade do planeta e salientou a importância das áreas de proteção ou unidades de conservação, que contribuem para a redução do desmatamento. Mas como proteger a biodiversidade e promover um desenvolvimento sustentável na região? Para Marlúcia, a resposta passa pelo uso sustentável de produtos da biodiversidade local, como o açaí e a castanha do Pará.

"Esses são apenas alguns que já são utilizados pela indústria de cosméticos, por exemplo. Mas não conhecemos todos os produtos e seus potenciais", revelou. Ainda segundo ela, o futuro da Amazônia é o futuro do planeta. "Temos que mudar para garantir um futuro para nossas vidas e de todo o mundo", disse.

Marlúcia comentou dados recentes sobre o aumento do desmatamento na Amazônia, que cresceu 28%. "É importante perceber que existe um aumento num estado, mas ocorre diminuição em outro. Quando há aumento em determinado estado há todo um processo de mobilização para essa área. Enquanto isso, você tem um aumento ocorrendo em outro lugar. A maioria desses desmatamentos é ilegal, então, é isso que os infratores fazem: correm de um lugar para o outro. E isso reflete nesses índices, porque se deixamos de reparar num fator de desmatamento, daí ele se incrementa", explicou.

Para a pesquisadora do Museu Goeldi, esse aumento também se deve ao novo Código Florestal. "Muitos estão achando que agora podem desmatar. Infelizmente, é uma repercussão negativa desse processo", alertou.

Ela destacou o papel das unidades de conservação na retenção do desmatamento, salientando que só o fato de elas existirem, já é um avanço. "Quando essas áreas tiverem um alto nível de implementação, o Brasil terá realmente uma proteção efetiva. A rede de unidades de conservação que nós temos hoje na Amazônia é fundamental para garantir a biodiversidade desta região". Ela alerta, no entanto, que as áreas sofrem constantes ameaças. "As unidades de conservação estão sendo atacadas por projetos de lei, por invasões, por conflitos", revelou a pesquisadora, que considera um retrocesso abrir mão dessas áreas. "Nós avançamos com as unidades de preservação. Elas são fundamentais. É a estratégia do Brasil que hoje tem se mostrado mais eficiente diante de todas as outras. Precisamos ter outras, mas essa é uma estratégia forte que precisa ser mantida", defendeu.

(Edna Ferreira / Jornal da Ciência)


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Por quintais com goiabeiras!


Para a minha mãe,
Véglia Gonzalez Chiarelli,
que faria 95 anos hoje.





Por que o Ártico preocupa o mundo

Via Zero Hora
26.11.2013

Prisão de ativistas do Greenpeace chamou atenção para a exploração de petróleo no Polo Norte e o derretimento do gelo marítimo na região

Embora Ana Paula Maciel e os demais 29 tripulantes do navio Arctic Sunrise não tenham conseguido estender uma faixa de protesto na plataforma de petróleo russa no Ártico, a prisão dos ativistas do Greenpeace fez reverberar a mensagem de que essa região, fundamental para equilibrar o clima do planeta, está mais vulnerável do que nunca.

Desde o auge do verão no extremo norte do planeta, quando 30 tripulantes de um barco do Greenpeace tentaram, em 19 de setembro, protestar contra a exploração de petróleo, a paisagem no Ártico mudou. O inverno se aproxima, 29 membros do grupo foram libertados sob fiança e, a julgar pela reação da Rússia que enjaulou e indiciou os ativistas por vandalismo e pirataria, o mundo pelo menos desconfia que algo preocupante está em andamento naquela calota polar. CONTINUA! 

"Selfie" é nova maneira de expressão. E autopromoção

Via Veja
Por Rafael Sbarai
23.11.2013

A mania é esticar o braço segurando o celular apontado para o rosto e espalhar a foto produzida nas redes. Há várias razões para isso


Na última quarta-feira, o respeitabilíssimo Dicionário Oxford, o mais extenso da língua inglesa, anunciou que um novo verbete passaria a figurar em suas páginas: selfie, que reúne o substantivo self (eu, a própria pessoa) e o sufixo ie. Eis sua definição: "Fotografia que alguém tira de si mesmo, em geral com smartphone ou webcam, e carrega em uma rede social." Os responsáveis pelo Oxford informaram que o dicionário surgido no século XIX aceitou o novo verbete porque as citações a selfie cresceram 17.000% neste ano — mensalmente, um programa coleta mais de 150 milhões de palavras em publicações variadas e analisa a recorrência delas. O ingresso do termo no Oxford, no entanto, não é apenas fruto de uma estatística. É o reconhecimento de um fenômeno global. Tornou-se um gesto comum esticar o braço segurando o celular apontado para o rosto, e depois compartilhar a foto no Instagram, Facebook ou similares. O selfie pode revelar um estado de espírito ou ser um meio de autopromoção. Anônimos e famosos aderiram. Em excesso, selfies podem até fazer mal, alertam psicólogos. CONTINUA!

Custo dos quatro estádios públicos da Copa do Mundo sobe R$ 692 milhões

Via Estadão
25.11.2013

Aumento dos valores é motivado pela conclusão das arenas utilizadas na Copa das Confederações

SÃO PAULO - O Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 divulgou nesta segunda-feira a quinta edição do balanço geral do andamento das obras da Matriz de Responsabilidade, assumida pelo País junto à Fifa para sediar o Mundial. E a nova atualização, referente ao último mês de setembro, mostra estádios quase R$ 1 bilhão mais caros.

Em dezembro de 2012, quando foi divulgada a quarta atualização do balanço, o investimento previsto para os 12 estádios que vão sediar a Copa era de 7,107 bilhões de reais. Nove meses depois, essa conta já chegava a R$ 8,005 bilhões, uma diferença de R$ 898 milhões. Como comparação, o mais caro estádio construído do zero, o Itaquerão, tem previsão de custar R$ 820 milhões. CONTINUA!


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Uso de agrotóxicos no Rio Grande do Sul chega a quase o dobro da média nacional

Via Zero Hora
Por Caio Cigana
caio.cigana@zerohora.com.br
24.11.2013


Aplicação na lavoura equivale a 8,3 litros de veneno por ano para cada gaúcho


O excesso e o descontrole no uso de agrotóxicos geram consequências queultrapassam os limites do campo e ameaçam a qualidade da água, inclusive a distribuída à população urbana. Com um estudo que mapeou o uso de defensivos por bacia hidrográfica do Rio Grande do Sul, o Estado terá a partir do próximo ano uma portaria própria que ampliará a lista de princípios ativos de defensivos analisados pelas companhias de abastecimento.

Coordenado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde, o trabalho fez projeções com base em informações coletadas sobre a safra 2009/2010 e indicou o uso de 85 milhões de litros de agrotóxicos no Estado, o equivalente a 34 piscinas olímpicas cheias de veneno agrícola. É como se cada gaúcho, à época, utilizasse 8,3 litros de veneno a cada ano, no período analisado. O volume per capito gaúcho é bem superior ao nacional. Um estudo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) mostra que, em 2011, a média do país foi de 4,5 litros por habitante. CONTINUA! 

'Sei que prisão não foi em vão', diz ativista brasileira do Greenpeace na Rússia

Via blog do Noblat
25.11.2013


Terra
A bióloga brasileira Ana Paula Maciel, que ficou dois meses presa na Rússia após ter participado de um protesto do Greenpeace em setembro, afirmou acreditar que o sofrimento pela qual ela passou servirá para fortalecer a causa da ONG ambientalista. "Embora esses dois meses tenham sido os mais difíceis da minha vida, eu sei que eles não foram em vão", disse a gaúcha. "A nossa prisão não poderia ter sido melhor para a campanha. Eu me sinto honrada de poder ter feito parte de tudo isso", afirmou Ana Paula, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
"Nós sabíamos que a casa tinha caído pro nosso lado. De alguma maneira, toda essa super reação do helicóptero com essa tropa de elite vindo para nos prender significava alguma coisa grave. O governo russo não teve senso de humor o bastante para entender que foi um protesto pacífico".


Veja também a matéria do Fantástico:
'Prisão não poderia ter sido melhor para campanha', diz ativista brasileira

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Justiça manda USP Leste suspender aulas e obras por risco de explosão


JC e-mail 4860, de 22 de novembro de 2013
Justiça manda USP Leste suspender aulas e obras por risco de explosão


Liminar determina que atividades sejam transferidas para outro local no prazo máximo de 30 dias a partir de notificação

SÃO PAULO - A Justiça de São Paulo determinou nesta quinta-feira, 21, a suspensão das aulas e das obras de ampliação no câmpus Leste da Universidade de São Paulo (USP). As atividades deverão ser transferidas para outro local no prazo máximo de 30 dias a partir da notificação da instituição. Já a ampliação do centro deve parar imediatamente. A decisão é liminar - em caráter provisório - e cabe recurso.

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE) entrou com uma ação civil pública por causa de contaminação do terreno da unidade. A decisão, da juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública Laís Helena Bresser Lang Amaral, foi concedida para assegurar "a integridade física das pessoas".

"Desde o ano de 2005, vem sendo apurados danos ambientais no imóvel que abriga a Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH). Tais danos têm suas origens pelo depósito de elementos contaminantes, por obras de dragagem do Rio Tietê, representando grave risco à integridade física dos alunos e demais pessoas que transitam pelo local (vida e saúde). Há inclusive risco de explosão, pela existência de gás metano", afirmou a magistrada. A decisão prevê também multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

(Luciano Bottini Filho - O Estado de S. Paulo)

SBPC quer aval da Câmara para garantir testes em animais no Brasil

Via Estadão
Por Roberta Pennafort 
22.11.2013

Presidente do órgão diz que cientistas foram ameaçados por ativistas dos direitos dos animais


A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, pretende apelar ao Congresso para garantir os testes em animais no País. Depois das duas invasões ao Instituto Royal, em São Roque, no mês passado, para a libertação de cães e roedores usados em pesquisas, cientistas foram ameaçados por ativistas dos direitos dos animais, segundo Helena.
"Estou muito preocupada, pois o Congresso está colocando para votação em regime de urgência uma lei que vai contra todos os avanços que conseguimos. Uma lei que é modelo mundial está sendo rasgada. É um grave momento pelo qual a pesquisa brasileira na área de saúde e biologia está passando", disse ontem, durante o Seminário Brasil Ciência, Desenvolvimento e Sustentabilidade.
A professora da Universidade Federal de São Paulo, que é biomédica, se referia à legislação pioneira que instituiu o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal e regulamentou o uso científico de animais no Brasil. No Congresso, tramita o Projeto de Lei 2833/11, que criminaliza condutas contra cães e gatos, prevendo penas de até 5 anos para quem matar esses animais.
Helena, que vai propor uma audiência pública no Congresso sobre o tema, lembrou que "nenhum país do mundo" proíbe a pesquisa com animais e diz que a produção de vacinas, que atende não só o País, mas também a África, ficaria prejudicada sem os testes. "Eu trabalho com pesquisa de drogas anticancerígenas e para o combate de trombose. Não tenho como experimentar em humanos. Como isso vai ser feito?"
O seminário antecede o Fórum Mundial de Ciência, mais importante reunião de cientistas do mundo, que será no Rio, na semana que vem. São esperados mais de 600 participantes de 120 países. O tema do encontro é "Ciência para o Desenvolvimento Sustentável Global".
Ontem, o diretor da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, anunciou os termos da Declaração da América Latina e Caribe. Os cientistas ressaltam os progressos das últimas décadas, como a melhora econômica e a redução da pobreza, e apontam a necessidade de planejar estratégias para o desenvolvimento sustentável.