sexta-feira, 31 de maio de 2013

Sidarta terapêutico?, por Sérgio Abranches

Via Ecopolítica
Por Sérgio Abranches
04.05.2013

Ela era muito bonita e estava muito desesperada. Tinha os olhos inteligentes e tristes. Éramos colegas de classe e estávamos começando a ficar amigos.

Vou chamá-la de Isolda, como em Tristão e Isolda. Dificilmente seus pais lhe dariam este nome improvável, marcado pelo destino trágico da heroína da estória de Tristão, escrita em verso por Gottfried von Strassburg, em 1210 e celebrizada por Richard Wagner.

Ainda não havíamos completado o ciclo natural pelo qual se formam os nexos da verdadeira amizade – simpatia e confiança recíprocas que levam à intimidade e à cumplicidade. Um dia, no intervalo das aulas, uma amiga comum, ela sim boa amiga de ambos (vou chamá-la de Malu), contou-me que Isolda estava em depressão e lhe havia dito que iria se matar. Pediu-me que conversasse com ela. Achava que eu talvez fosse capaz de lhe dizer algo que a dissuadisse da ideia. Meus amigos imaginavam que eu sabia de tudo, não percebiam que, como Riobaldo, quase de nada sabia, apenas desconfiava de muita coisa.

Alguma autossuficiência exterior que pudesse exibir seria para disfarçar um ser que queimava em dúvidas; de todos divergia; e estava perdido na mais completa insatisfação. Esse buraco negro que tudo tragava e produzia insatisfação avassaladora talvez me compelisse a devorar os livros. Achava que essa insatisfação crônica, essa inquietude, essa raiva quase incontida do que via como descaminhos do mundo, do país; esse desconforto em família; esse desencanto com a maioria dos professores fossem um mal pessoal. Só muito depois descobri que esse era o sentimento de toda minha geração e, normalmente, de todo jovem. Uns o viviam com maior, outros com menor intensidade. Todavia, quase todos o sentiam de algum modo.

Mas, agora, era uma situação muito mais séria. Eu jamais havia conversado com alguém que depois tivesse se matado, menos ainda que estivesse sabidamente prestes a se matar. De tanto Malu insistir, prometi que conversaria com Isolda e tentaria acalmar um pouco suas inquietações.

O que estava consumindo Isolda não era náusea moral, era mal de amor. Ou de abandono e rejeição. Era uma personagem romântica, coisa rara naqueles tempos, sobretudo no meu grupo e, provavelmente, na minha geração. Ela consumia de paixão não correspondida, desesperava-se por ter sido abandonada pelo rapaz pelo qual estava perdidamente apaixonada. Pior ainda, ele, alguns anos mais velho, gostava de outra, com quem ia se casar. Depois descobriu-se que a garota havia engravidado. Eu certamente nada tinha a lhe dizer. Teria sido um conselheiro existencial inepto, diante de meu próprio e revoltoso oceano interno de dúvidas, o que dizer de conselhos sentimentais? Malu, porém, tinha certeza de que eu poderia fazer algo por ela. Tanto insistiu, que prometi procurá-la no final das aulas, quando quase sempre descíamos a pé e em grupo, em direção à universidade. O colégio onde estudávamos ficava a algumas centenas de metros da universidade, da qual aproveitávamos várias atividades extracurriculares.

Eu havia terminado de ler Sidarta, a fábula de um jovem indiano em busca do autoconhecimento, por Hermann Hesse. Ele era, também, a seu modo, insatisfeito e deslocado do mundo e enveredara por uma procura de vida inteira. Hesse falou muito fundamente a várias gerações. Hoje, é visto, injustamente, como um autor ultrapassado. A minha provavelmente foi a última geração que o leu com admiração e grande sentimento de afinidade. Há um momento, em que Sidarta pensa em se matar, desolado com o rumo que sua vida havia tomado. Mas termina por reencontrar o sentido de sua busca com o barqueiro Vasuveda, que havia chamado a atenção dele por sua sabedoria simples, logo no início da jornada. Sidarta, como eu naquela época, não acreditava em mestres. Por isso diz a Buda que nenhum ensinamento contém o segredo da experiência pessoal, que é único, entre centenas de milhares. – Vou seguir meu próprio caminho – diz – não para buscar outra doutrina, pois sei que não as há, mas para deixar todas as doutrinas e todos os professores e buscar meu objetivo sozinho, ou morrer.

Como eu me identificava com aquele jovem determinado na busca da autossuficiência! Mas, ao mesmo tempo, o que ele me dizia é que seria inútil eu tentar dizer algo que realmente fizesse sentido a Isolda. Ela havia perdido a autoestima, sentia-se indesejada e indesejável. Eu não teria argumento para aplacar sua dor e persuadi-la do valor da própria vida.

Foi com esse sentimento de inutilidade que a procurei para conversar. Trazia na bolsa o volume de Sidarta e na cabeça o turbilhão de sentimentos e ideias que a leitura dele me havia provocado. Eu o havia levado para reler trechos nas horas vagas, ou quando as aulas se tornassem chatas demais, para pensar mais sobre ele.

Conversamos um pouco, ela estava mesmo deprimida. Foi fácil conseguir fazer com que se abrisse e contasse, em lágrimas, o que sentia. Falei-lhe longamente da busca pessoal, de como cada experiência em si tem pouco valor e a soma das experiências adquire um valor inestimável e único. Era o que me acabara de dizer Hesse, por intermédio de Sidarta. Ela ouviu tudo, falou pouco, mas tive a sensação de que me olhou pedindo algo mais, uma explicação a mais que a livrasse do tormento e a convencesse a continuar a viver. Contei-lhe que havia terminado de ler Sidarta. Falei do diálogo magistral entre ele e seu amigo Govinda, no qual diz que o conhecimento é comunicável, mas a sabedoria não. Eu podia ter um pouquinho de conhecimento, mas certamente me faltava a sabedoria da experiência. E mesmo esta parece tola ao lhe ser transmitida por um sábio, diz Sidarta ao amigo. Talvez ela encontrasse respostas para suas dores e angústias no livro de Hermann Hesse. Não lhe disse que, terminada a leitura, eu havia ficado com mais perguntas que respostas. Dei-lhe meu exemplar. Ela aceitou e disse que o começaria a ler ainda naquela noite. Era uma sexta-feira, na segunda, me diria o que havia achado.

No começo da semana seguinte, disse-me que ainda lia Sidarta e estava encantada com o livro, agradeceu muito. Depois, não voltou às aulas. Perguntei a Malu por Isolda e ela me disse que a via com frequência, continuava deprimida e triste, mas já não falava em se matar. Estava se dando um tempo e ficaria algumas semanas sem ir à aula. Um mês depois, já próximo do final do ano, fui expulso do colégio. Malu mudou-se para São Paulo com a família e nunca mais tive notícias das duas. Fiquei sem saber se minha quase amiga havia se recuperado daquela depressão juvenil, que pode ter consequências tão finais. Muitas vezes essas depressões em jovens podem ser bem mais extremas que as adultas, embora sejam frequentemente negligenciadas.

Passados incontáveis natais, com essas lembranças perdidas nas brumas de um tempo remoto, encontrei-me com Isolda, por acaso, literalmente em um desvio na estrada. Viajávamos em um 4×4 para a Mantiqueira, chovia muito, a saída havia sido muito mais demorada que o esperado, porque o trânsito estava lento demais. Esse início era praticamente toda a parte do trajeto que faríamos no asfalto. Depois, tomaríamos estradas secundárias, cada vez mais para trilhas do que para estradas. Era o que buscávamos, muita lama e dificuldades de travessia. Mas queríamos iniciar o caminho mais difícil, ainda pela manhã, porque nele ficaríamos até quase o anoitecer, se tivéssemos sorte e habilidade. Decidimos dormir em uma pousada que, nos haviam dito, era muito aprazível. E era. Ao chegarmos, Isolda veio nos receber. Havia reconhecido meu nome, quando liguei para indagar se havia quarto vago para a noite. A pousada era de sua família. Eu a reconheci de imediato, enquanto caminhava até nós pelo estacionamento em frente à casa principal. Só então fiquei sabendo que não dera um fim trágico a sua vida, matando-se por amor como uma Isolda moderna.

Sidarta, passados muitos anos, voltou às margens do rio que atravessara no início e no qual pretendia se matar, porque julgava sua existência dissoluta e perdida. Reencontrou Vasuveda, o barqueiro e com ele aprendeu a ouvir as vozes do rio. Elas lhe mostraram a passagem para a autosuficiência que buscava.

Isolda parecia ter encontrado refúgio na serra, em meio à Mata Atlântica de altitude. Seus olhos não mostravam a depressão de quando a conheci. Continuava viva e interessante. Mantinha os traços da beleza da juventude. Estava só, mas parecia em paz consigo mesma. Não lhe perguntei se Sidarta a havia salvo, nem tive tempo ou oportunidade para saber de sua vida entre nossos dois encontros. Perguntei-lhe apenas como havia ido parar ali. Contou-me que decidira recentemente mudar-se para a pousada, onde havia muita calma e podia ler bastante.

Tenho certeza que sim. Conheço bem o efeito calmante dessa mata. Da música de seus pássaros numerosos e diversos. Dos seus vários tons de verde. E de suas águas limpas. É mesmo um ambiente muito propício para ler e refletir. Quem sabe ela tenha encontrado lá sua síntese pessoal, singular e secreta, única entre centenas de milhares, como diz Hesse.

Minha lembrança desse momento em que nossas vidas tiveram breve interseção, no início da juventude, é particular. Talvez ela nem se lembrasse dessa passagem de sua existência se lhe perguntasse por ela. Para mim, ficou associada à minha intocada admiração pela literatura de Hermann Hesse e ao impacto da primeira leitura de Sidarta.

Libertação de acusados do incêndio na Boate Kiss gera protestos no RS

Via Jornal Nacional
30.05.2013

Os donos da Boate Kiss, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão e Marcelo Jesus dos Santos, cumpriam prisão preventiva há quatro meses.

Parentes e amigos das vítimas do incêndio na Boate Kiss protestaram nesta quinta-feira em Santa Maria e Porto Alegre contra a decisão da Justiça de soltar quatro acusados de envolvimento na tragédia.

A revolta com a decisão da Justiça tomou uma das principais praças do centro de Santa Maria. As manifestações começaram ainda na noite de quarta-feira (29), logo após a saída dos quatro presos da penitenciaria da cidade.

Os donos da Boate Kiss, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão e Marcelo Jesus dos Santos, cumpriam prisão preventiva há quatro meses.

Veja a matéria completa. Veja o vídeo.

OAB se opõe ao projeto que atenua Ficha Limpa

Via blog do Josias de Souza
30.05.2013

O presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado, considera um retrocesso o projeto de alteração da Lei da Ficha Limpa, em debate no grupo de trabalho constituído na Câmara para propor alterações na legislação eleitoral. Para ele, a lei complementar 135, que exige prontuário higienizado dos candidatos, “é uma conquista da sociedade brasileira, não podendo ser relativizada ou atenuada”. CONTINUA!

STF adia decisão sobre caso do estudante que morreu afogado durante trote da USP

Jornal da Record
29.05.2013



quinta-feira, 30 de maio de 2013

Justiça manda libertar os quatro presos pelo incêndio na boate Kiss

Jornal Nacional
29.05.2013




A Justiça gaúcha concedeu nesta quarta-feira (29) a liberdade provisória pra quatro acusados de irregularidades que provocaram o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria. A tragédia matou 242 pessoas no fim de janeiro.

Veja a matéria completa.Veja o vídeo.




Jornal da Record
29.05.2013



Metrô superlotado de SP reflete o caos do transporte público no País

Via blog do Noblat
30.05.2013

Estadão

As cenas do metrô superlotado em São Paulo chamam a atenção da imprensa estrangeira. A Agência de notícias Reuters distribuiu uma série de imagens dos trens lotados no horário de pico, destacando que a maior cidade brasileira enfrenta "alguns dos piores engarrafamentos do mundo".

A agência diz que, na cidade com 20 milhões de habitantes, muitos passageiros gastam até três horas para percorrer distâncias de aproximadamente 14 quilômetros na área mais rica e principal centro financeiro do País. O trânsito da cidade de São Paulo é um dos piores do mundo, comparável ao de Bangcoc (Tailândia), Pequim e Xangai (China), Cairo(Egito), Calcutá e Chennai (Índia) e Jacarta (Indonésia).

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 Metrô superlotado reflete o caos do transporte público no País

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Pedido básico:
Socoooorrrrooooooooooo!!!!
Adelidia Chiarelli

Simplificação de vistos no Brasil favorece internacionalização da pesquisa

Via Agência FAPESP
Por José Tadeu Arantes
29.05.2013

Agência FAPESP – O processo de intercâmbio cultural e de internacionalização da pesquisa em andamento no Brasil recebeu um importante impulso com a simplificação da concessão de vistos de trabalho para estrangeiros. Pesquisadores, professores universitários e estudantes de pós-graduação terão agora de enfrentar menos entraves burocráticos para atuar no país.

Publicada no Diário Oficial da União em 17 de maio, uma resolução do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), órgão colegiado vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, adotou três medidas simplificadoras: reduziu o número de documentos exigidos para a concessão do visto; autorizou o envio de documentos pela internet; e permitiu que as solicitações de visto sejam analisadas antes da apresentação de tradução juramentada. CONTINUA!

Universidades lançam cursos gratuitos on-line


JC e-mail 4736, de 29 de Maio de 2013.
Universidades lançam cursos gratuitos on-line

Jornal Valor Econômico traz reportagem sobre a aposta das universidades brasileiras nas plataformas de ensino on-line abertas ao público

Na esteira de universidades internacionais renomadas, como Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT), instituições brasileiras de ensino superior têm apostado no desenvolvimento de plataformas de cursos gratuitos on-line, abertos ao público, os chamados Moocs (Massive On-line Open Courses). Embora universidades como USP, Unesp e Unicamp estejam lançando seus programas sem grande alarde desde meados do ano passado, a expectativa é que eles atinjam um público cada vez maior - e globalizado. Mesmo que as iniciativas sejam recentes, os coordenadores dos cursos vislumbram utilizar os Moocs como ferramenta para internacionalizar as faculdades brasileiras.

A Unesp e a Unicamp, por exemplo, pretendem legendar as aulas na internet em espanhol e inglês. As instituições geralmente colocam em seus sites materiais produzidos de forma independente pelos professores, com a infraestrutura tecnológica já existente para os cursos a distância. "Alguns dos nossos docentes já utilizavam videoaulas nas turmas semipresenciais, então resolvemos juntar todo o material e criar o nosso Mooc", afirma o professor Klaus Schlünzen Junior, coordenador do Núcleo de Ensino a Distância (Nead) da Unesp. O site Unesp Aberta, que traz módulos gratuitos e abertos para o público, foi lançado em junho de 2012 e conta com 72 cursos de diversas áreas - já assistidos por mais de 32 mil usuários.

Segundo Schlünzen, embora os Moocs ainda enfrentem diversos entraves, como a resistência do meio acadêmico em confiar na tecnologia para a disseminação do conhecimento, a tendência é que a educação faça cada vez mais uso de ferramentas digitais. Nesse sentido, é preciso estar preparado para acompanhar as demandas dos alunos em âmbito global. "O Brasil tende a caminhar para um modelo híbrido, que mistura tecnologia ao método presencial. A forma de aprendizagem deve se tornar cada vez mais individual, permitindo ao aluno mais mobilidade", diz o coordenador. Para ele, será possível, em um futuro próximo, assistir a diversos módulos em instituições diferentes e utilizar os créditos no histórico escolar, por exemplo.

Além disso, os cursos devem se tornar mais interativos. Hoje, a maioria dos módulos disponíveis na internet é composta de aulas expositivas gravadas em vídeo. O objetivo, contudo, é chegar a um modelo em que o aluno possa fazer perguntas ao professor e debater com colegas conectados naquele momento.

Nas grandes universidades internacionais que aderiram aos Moocs o sistema é parecido com o brasileiro, embora as instituições estejam "um passo à frente das nossas", conforme destaca Schlünzen. Lá, os vídeos publicados geralmente possuem ferramentas de interação com o usuário, como questões de múltipla escolha para serem respondidas durante a aula. Os professores também recebem dúvidas dos alunos e, em alguns casos, até emitem certificados de conclusão do módulo - embora ainda não tenham validade no mercado, pois não é possível comprovar que a pessoa que solicita o documento assistiu, de verdade, aos cursos.

A impossibilidade de verificar a identidade dos usuários impede que as universidades brasileiras emitam certificados de conclusão de um Mooc. Entretanto, as universidades públicas estudam meios de tornar isso possível. "O próximo passo é garantir que o aluno seja avaliado", destaca Marcelo Knobel, pró-reitor de graduação da Unicamp. Para ele, o maior entrave no Brasil é a infraestrutura. "Produzir o material que será publicado gratuitamente é caro e não há uma verba só para isso. Entretanto, é um investimento que traz benefícios. Temos vídeos que foram acessados por mais de 25 mil pessoas", diz.Knobel pondera que a modalidade ainda é utilizada no país de forma experimental, pois é uma ferramenta nova e que ainda gera polêmica no meio acadêmico. "O uso das tecnologias na educação é uma tendência inevitável", diz.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) tem apoiado iniciativas que envolvem Recursos Educacionais Abertos (REA) no Brasil - materiais de ensino e pesquisa licenciados sob domínio público, que podem ser utilizados ou adaptados por terceiros. A instituição acaba de lançar uma cátedra com a Unicamp que tem como objetivo tornar público e disponível em rede uma série de materiais de apoio para serem utilizados por professores em sala de aula. No que compete aos Moocs, especificamente, a organização ainda não apoia projetos no país, entretanto, reconhece que iniciativas que buscam disseminar conhecimento são importantes, principalmente em economias emergentes.

"O maior desafio hoje das ferramentas abertas é acompanhar a evolução do aprendizado. Os Moocs são viáveis no Brasil, mas precisamos descobrir ainda quem é esse público e desenvolver programas voltados às suas necessidades", diz Adauto Cândido Soares, coordenador de comunicação e informação da Unesco. No país, os Moocs poderiam, na opinião de Soares, ser úteis para os alunos que deixaram o ensino médio e ainda não cogitam seguir para as universidades.

Atrair futuros alunos para os cursos de graduação e pós-graduação pagos é um dos motivos que levaram a Fundação Getulio Vargas (FGV) a investir nos Moocs. Por meio da FGV Online, plataforma que existe há cinco anos e traz cursos pagos on-line, a instituição passou a divulgar 48 módulos gratuitos em diversas áreas, como direito tributário, sustentabilidade, inovação e gestão de pessoas. Cinco aulas, inclusive, estão legendadas em espanhol. "Queremos começar nosso projeto de internacionalização por meio do espanhol para atingir o público latino-americano. Depois pretendemos incluir legendas em inglês", explica Stavros Xanthopoylos, diretor da FGV Online.

Embora não seja possível mensurar quantos alunos a FGV conseguiu levar para os cursos presenciais utilizando os Moocs como chamariz, há diversos projetos em análise para desenvolver essa ferramenta, com expectativa de retorno financeiro. "O nosso MBA de RH on-line é pago e um dos mais acessados do site. Com base nisso, podemos abrir o curso gratuitamente, na internet, transformando-o em um Mooc. Quem quiser certificado, por exemplo, poderá pagar pelo serviço de tutoria e aplicação de provas presenciais. Há diversas oportunidades dentro dos módulos gratuitos e abertos ao público", afirma Xanthopoylos.

Ao todo, 16 milhões de usuários já acessaram os cursos online da FGV. Para os Moocs, que são, por definição, gratuitos, não é possível emitir certificado. Mas Xanthopoylos acredita que neste problema mora outra oportunidade de negócios. "Os alunos interessados em ter um documento comprobatório de conclusão do curso poderão, no futuro, submeter-se a uma prova presencial, que validará o conhecimento adquirido e comprovará que foi ele mesmo quem assistiu às aulas", complementa.

Com nove mil acessos por dia, o e-Aulas, site de cursos on-line gratuitos da USP, completa seis meses em maio. A iniciativa já ultrapassou a marca de mil módulos publicados. Destes, 780 partiram de aulas já gravadas para cursos semipresenciais da instituição. Outros 300 vieram de produções espontâneas do grupo de professores da maior universidade da América Latina. "Nos lançamos por último nessa onda de Moocs, mas queríamos garantir que conseguiríamos publicar um material extenso e de alta qualidade", diz Gil da Costa Marques, diretor de mídias digitais da USP. Ele explica que hoje é possível assistir a diversos módulos, mas o objetivo é abrir cursos inteiros. "Não queremos dar aulas de graça apenas sobre as leis de Newton. Queremos cursos completos sobre mecânica", diz.

Marques destaca, porém, que a produção de Moocs é mais complexa que a de aulas semipresenciais, pois é preciso dar aos alunos mais suporte. "O ideal seria o modelo de tutoria, mas como o curso é gratuito não é possível bancar um profissional para isso. Mas podemos tornar os vídeos mais dinâmicos e interativos, oferecendo materiais extras de apoio, testes, simulações de problemas", destaca.

Para o diretor de mídias digitais da USP, o ideal seria também dedicar um tempo para tirar dúvidas dos alunos, e não restringir os debates aos fóruns. "Uma sala virtual pode ter mais de 10 mil alunos, o que é bem diferente de uma turma presencial. Temos muito o que aprender ainda no que compete à produção de aulas virtuais para o grande público, mas é um passo necessário para a democratização e universalização do ensino", defende Marques.

(Carolina Cortez /Valor Econômico)


Justiça manda fechar cursos de universidade cearense em Goiás


JC e-mail 4736, de 29 de Maio de 2013.
Justiça manda fechar cursos de universidade cearense em Goiás


Instituição oferece mais graduações do que Conselho de Educação autorizou. A reportagem é do G1

A Justiça Federal determinou que a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) feche todos os seus cursos de graduação e pós-graduação em Goiás. Segundo a decisão judicial, a instituição cearense está irregular no estado há cerca de 10 anos, pois oferece um número maior de cursos do que havia sido autorizado pelo Conselho Estadual de Educação de Goiás (CEE-GO).

A UVA atua em Goiânia e em outras seis cidades do interior em parceria com o Instituto de Desenvolvimento de Educação e Cultura Cristo Rei (Idec) e a Fundação Antares de Ensino Superior, Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão (Faespe). A ação foi proposta pelo Ministério Público Federal (MPF-GO).

Ao G1, a pró-reitora de planejamento da universidade, Fátima Dantas, afirmou que instituição não vai se pronunciar. Ela alega que não foi informada sobre a sentença, que foi proferida em 28 de novembro do ano passado.

Ao julgar a ação, o juiz da 2ª Vara da Justiça Federal Jesus Crisóstomo de Almeida acatou parcialmente os pedidos feitos pelo Ministério Público Federal em Goiás. A procuradora da República Mariane Guimarães impetrou a ação civil pública em setembro de 2009.

Irregularidades

A representante do MP-GO defende que o CEE-GO autorizou a UVA, em novembro de 2002, a ministrar no estado o curso "pedagogia em regime especial em caráter transitório". No entanto, conforme a procuradora, a univesidade ampliou a quantidade de cursos e turmas em diversos municípios de Goiás. Além do que, segundo Mariane Guimarães, a universidade passou a oferecer pós-graduação, em 2009.

Para não prejudicar os alunos, a juiz declarou válida as disciplinas devidamente cursadas e os diplomas emitidos pela instituição de ensino. A decisão judicial permitiu ainda a conclusão dos cursos de graduação e de pós-graduação que foram iniciados até a data em que o MPF-GO entrou com a ação.

A procuradora da República apontou que falta competência da entidade de ensino para ministrar curso em outros estado. A UVA oferece graduação em Goiânia, Anápolis, Uruaçu, Abadiânia, Alexânia, Cezarina, Jataí. No total, são oferecidas mais de 2.200 vagas por ano para o curso de pedagogia e para as licenciaturas em português, matemática, química, biologia, história e geografia, além de cursos de pós-graduação.

Na ação civil pública, a procuradora também apontou como irregular a cobrança de mensalidades, pois se trata de uma universidade pública. "Sendo a UVA ente da administração pública do Ceará, sua atuação em Goiás configura aplicação de dinheiro do contribuinte cearense em favor de cidadãos goianos", declarou Mariane Guimarães.

Entretanto, o juiz discordou do argumento do MPF e afirmou na sentença que o pagamento de mensalidade pela UVA não é inconstitucional. "A instituição de ensino superior foi criada pela Lei Estadual nº 10.933/84, que infere que sua fonte de receita não é total ou preponderantemente pública", diz trecho da decisão.

(Paula Resende, G1)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A Mata Atlântica vista do espaço

Via O ECO
Por Paulo André Vieira
27.05.2013


Parque Nacional da Serra do Itajaí - SC

 
 
 

Estudo revela que 24 milhões de toneladas de lixo (37,5%) tiveram destino inadequado em 2012

Via EcoDebate
29.05.2013

Em 2012, foram enviados para destinos inadequados 24 milhões de toneladas de lixo (37,5%), segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), divulgado ontem (28). A pesquisa aponta ainda que, dos 64 milhões de toneladas de resíduos gerados ao longo do ano passado, 6,2 milhões não foram sequer coletados.

O percentual de coleta apresentou, entretanto, um aumento de 1,9% em comparação a 2011, totalizando 55 milhões de toneladas em 2012. “Percebemos, nesses dez anos de estudo, que o índice de coleta tem crescido paulatinamente, indicando que a universalização desses serviços é um caminho possível”, avaliou o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

O Nordeste é a região com maior percentual de resíduos levados para destinações inadequadas, como lixões. De acordo com o estudo, 65% do lixo gerado na região, um total de 25,8 mil toneladas por dia, não tiveram destinação final adequada. Apenas 77% dos resíduos produzidos no Nordeste são coletados, sendo que a região responde por 26% (51,6 mil toneladas diárias) do lixo gerado no país.

A melhor cobertura de coleta foi verificada no Sudeste (96,8%), a região que melhor destina os resíduos, com 72% do lixo (pouco mais de 70 mil toneladas diárias) enviados para aterros sanitários. Apesar disso, 51% das cidades da região, o equivalente a 854 municípios, não tratam adequadamente os seus resíduos.

Para o diretor da Abrelpe, faltam os investimentos necessários para avançar na coleta e destinação correta dos resíduos sólidos. “As mudanças demandadas pela PNRS [Política Nacional de Resíduos Sólidos] requerem investimentos concretos e perenidade”, ressaltou. O problema, segundo Silva Filho, é que muitas cidades não têm condições de aportar esses recursos. “A maioria desses municípios tem menos de 10 mil habitantes e não dispõe de condições técnicas e financeiras para solucionar a questão dos resíduos sólidos de maneira isolada”, completou.

Edição: Juliana Andrade

Reportagem de Daniel Mello, da Agência Brasil, publicado pelo EcoDebate, 29/05/2013

Professor da UFMS defende fim de cursos "formadores de bichonas"


JC e-mail 4735, de 28 de Maio de 2013.
Professor da UFMS defende fim de cursos "formadores de bichonas"


Reportagem do portal Uol sobre polêmica causada por declarações de professor do curso de ciência da computação

Um professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) causou polêmica ao publicar, em seu perfil do Facebook, uma mensagem em que chama os homossexuais de "viados" e defende o fechamento de "cursos de gente colorida" e "formadores de bichonas".

O texto, publicado na última sexta-feira (24), já foi retirado da página. Nele, Kleber Kruger, 24, professor substituto do curso de ciência da computação e sistemas de informação, critica pichações feitas em paredes da universidade, que fica em Campo Grande.

"Hoje cheguei na Federal e encontrei algumas paredes dos cursos de computação e engenharia pichadas com frases como: 'O amor homo é lindo', 'Homosexualismo é lindo!', 'Fora machismo'... aaah, se fu***, seus viados fila da p***!!!", diz o texto publicado pelo professor.

Na mensagem, Kleber diz que "tá na moda defender homossexualismo" e que a onda de raiva aos homossexuais é provocada por eles mesmos. Em um comentário na própria postagem, o professor considera que a pichação das paredes da universidade foi uma "provocação". "Depois eles tomam uma surra, morre um viado lá no Campus, sai no jornal e pronto!", finaliza.

Combate à homofobia

O jornalista Guilherme Cavalcante, 27, que é aluno de mestrado na UFMS, afirma que ficou surpreso ao ler o texto e considera que a mensagem publicada por Kleber revela despreparo do professor. "Espero que ele reflita sobre o que falou, que entenda que o mundo é diverso e que o professor também tem uma função social".

Demissão

Na internet, uma petição virtual recolhe assinaturas para pressionar a UFMS a demitir o professor, que tem um contrato temporário com a instituição. O documento, direcionado à reitora Célia Maria Silva Correa Oliveira, alega que "nenhum estudante gay deve continuar a ser submetido ao constrangimento de ter aulas e de ser avaliado por pessoa homofóbica".

A petição pede o afastamento do profissional e substituição "por um professor mentalmente equilibrado". O documento virtual foi criado no domingo (26) e já foi assinado por 318 pessoas.

A assessoria de comunicação da UFMS informou que o conteúdo da mensagem publicada pelo professor será analisado pela administração superior, que vai decidir se abre um procedimento administrativo ou encaminha o caso para a comissão de ética da universidade.

As penalidades vão desde uma advertência até o rompimento do contrato e afastamento do professor. Não há prazo definido para a conclusão dessa análise.

Arrependimento

Ao UOL, o professor disse que está arrependido e que lamenta o que considera ter sido um "mal entendido". "Foi um momento em que não pensei para falar. Estou envergonhado e muito arrependido".

Kleber explicou que a mensagem foi um desabafo pessoal contra as pessoas que picharam as paredes da universidade e comparou os xingamentos às reações de torcedores que agridem verbalmente os adversários. "É como se eu, que sou são paulino, xingasse um corintiano depois de perder um jogo".

Kleber também fez questão de deixar claro que não fez o comentário como professor da UFMS e garantiu não ter preconceito contra homossexuais. "Sei de pessoas que sofrem muito com isso, que têm pais que não aceitam".

Surpreso com a repercussão causada pelo texto, o professor disse que, se tivesse oportunidade, pediria desculpas às pessoas que se sentiram ofendidas.

(Luiz Felipe Fernandes, Uol)

terça-feira, 28 de maio de 2013

Una planta ‘resucita’ tras 400 años bajo un glaciar

Via Materia
Por Javier Salas
27.05.2013


clique no texto acima para ler a matéria completa

Seringal onde viveu Chico Mendes, que morreu tentando impedir a destruição da floresta amazônica, resiste às máquinas

Jornal da Record
24.05.2013





País com a melhor educação do mundo, Finlândia aposta no professor


JC e-mail 4734, de 27 de Maio de 2013.
País com a melhor educação do mundo, Finlândia aposta no professor


Professores possuem mestrado e têm liberdade para criar currículo. Finlândia lidera rankings internacionais de qualidade de ensino

O país com a melhor educação do mundo é a Finlândia. Por quatro anos consecutivos, o país do norte da Europa ficou entre os primeiros lugares no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede a qualidade de ensino. O segredo deste sucesso, segundo Jaana Palojärvi, diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, não tem nada a ver com métodos pedagógicos revolucionários, uso da tecnologia em sala de aula ou exames gigantescos como Enem ou Enade. Pelo contrário: a Finlândia dispensa as provas nacionais e aposta na valorização do professor e na liberdade para ele poder trabalhar.

Jaana Palojärvi esteve em São Paulo nesta quinta-feira (23) para participar de um seminário sobre o sistema de educação da Finlândia, no Colégio Rio Branco. A diretora do ministério orgulha-se da imagem de seu país "tetracampeão" do Pisa. O ranking é elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e aplicado a cada três anos com ênfase em uma área do conhecimento. No último, em 2010, o Brasil ficou na 53ª colocação entre 65 países. Uma nova edição do Pisa será lançada em dezembro.

Na Finlândia a educação é gratuita, inclusive no ensino superior. Só 2% das escolas são particulares, mas são subsidiadas por fundos públicos e os estudantes não pagam mensalidade. As crianças só entram na escola a partir dos 7 anos. Não há escolas em tempo integral, pelo contrário, a jornada é curta, de 4 a 7 horas, e os alunos não têm muita lição de casa. "Também temos menos dias letivos que os demais países, acreditamos que quantidade não é qualidade", diz Jaana.

A diretora considera que o sistema finlandês de educação passou por duas grandes mudanças, uma na década de 70 e outra em 90. A partir do início da década de 90, a educação foi descentralizada, e os municípios, escolas e, principalmente, os professores passaram a ter mais autonomia.

"Fé e confiança têm papel fundamental no sistema finlandês. Descentralizamos, confiamos e damos apoio, assim que o sistema funciona. O controle não motiva o professor a dar o melhor de si. É simples, somos pragmáticos, gostamos de coisas simples."

O governo também não costuma inspecionar o ensino das 3.000 escolas que atendem 55.000 estudantes na educação básica. O material usado e o currículo são livres, por isso podem variar muito de uma unidade para outra.

"Os professores planejam as aulas, escolhem os métodos. Não há prova nacional, não acreditamos em testes, estamos mais interessados na aprendizagem. Os professores têm muita autonomia, mas precisam ser bem qualificados. Esta é uma profissão desejada na Finlândia."

Os docentes da Finlândia ganham, em média, 3 mil euros por mês, em torno de R$ 8 mil reais, considerado um salário "médio" para o país. Para conquistar a vaga é preciso ter mestrado e passar por treinamento. O salário aumenta de acordo com o tempo de casa do professor, mas não há bônus concedidos por mérito. A remuneração não é considerada alta. "Em compensação, oferecemos ao professor um ambiente de trabalho interessante."

Jaana diz que a educação na Finlândia faz parte de uma cultura, resultado de um trabalho longo, porém, simples, mas evita dar lições ou conselhos a outras nações. "Temos muitas diferenças em relação ao Brasil, que é enorme, somos um país pequeno de 5,5 milhões de habitantes. Na Finlândia não temos a figura do Estado, a relação fica entre governo, município e escola. O sistema é muito diferente. A Finlândia não quer dar conselhos, nós relutamos muito em relação a isso", afirma.

Mais do que o bom resultado do país no Pisa, Jaana comemora a equidade entre as escolas - também apontada pelo exame. "Para nós, é o mais importante. Queremos que as escolas rurais localizadas nas florestas, ou do Norte que ficam sob a neve em uma temperatura negativa de 25 graus, tenham o mesmo desempenho das da capital, das áreas de elite. E (este desempenho) é bem semelhante."

Entre todos os países testados pelo Pisa, a Finlândia tem a menor disparidade entre as escolas. O resultado tem explicação. Lá, os alunos mais fracos estão sob a mira dos docentes. "Os professores não dedicam muita atenção aos bons alunos, e sim aos fracos, não podemos perdê-los, temos de mantê-los no sistema."

'Tecnologia é ferramenta, não conteúdo'

Tecnologia também não é o forte das escolas finlandesas, que preferem investir em gente. "Não gostamos muito de tecnologia, ela é só uma ferramenta, não é o conteúdo em si. Tecnologia pode ser usada ou não, não é um fator chave para a aprendizagem."

A educação básica dura nove anos. Só 2% dos estudantes repetem o ano, o índice de conclusão é de 99,7%. O segredo do sucesso não está ligado ao investimento, segundo

Jaana, que reforça que o país investe apenas 6% de seu PIB no segmento. "O sistema de educação gratuito não sai tão caro assim, é uma questão de organização", afirma.

A diretora do ministério da Finlândia esteve na terça-feira (21) em uma audiência pública na Comissão de Educação e Cultura do Senado, em Brasília, para apresentar o modelo de educação do seus país aos parlamentares brasileiros.

(Vanessa Fajardo, G1)

'Na Finlândia, a profissão de professor é valorizada'


JC e-mail 4734, de 27 de Maio de 2013.
'Na Finlândia, a profissão de professor é valorizada'


Entrevista de JaanaPalojärvi, diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, para o Estadão

Na análise de quaisquer que sejam os rankings de educação, é praticamente certo que a Finlândia - país nórdico de cerca de 5 milhões de habitantes (mesma quantidade de alunos da rede estadual de São Paulo) - esteja presente nas primeiras posições. Por ter um dos melhores sistemas de ensino do mundo, representantes do Ministério da Educação do país foram convidados a vir a São Paulo para detalhar o modelo que pode servir de inspiração ao Brasil. O evento foi promovido pelo Colégio Rio Branco e pela Embaixada da Finlândia.

Em entrevista ao Estado, JaanaPalojärvi, diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, disse que a "receita do sucesso" tem a ver com o trabalho do professor, cuja profissão é valorizada e muitos jovens querem segui-la.

É fácil ser professor na Finlândia?

É das profissões mais populares no país. Por isso, nos preocupamos em selecionar bem os profissionais. Apenas 10% dos candidatos que pretendem entrar na universidade para serem professores conseguem fazer o curso. E não se pode ser professor na Finlândia sem ter mestrado.

No Brasil há déficit de professores de Química, Física e Matemática. Faltam esses profissionais na Finlândia?

Nossa situação é diferente. É fácil para nós termos professores, pela grande procura. Só em Matemática é um pouco mais difícil.

Professor em seu país dá aula em mais de uma escola?

Sabemos que os professores brasileiros fazem isso, mas não na Finlândia. Lá, o docente dá aula em apenas uma escola. Geralmente fica com o mesmo grupo de alunos, acompanhando-os por cerca de 6 anos.

Qual o salário médio dos docentes?

Eles não são nem mal pagos nem tão bem pagos. O salarial inicial de professor de ensino fundamental é de cerca de € 3.000 (R$ 7.860) por mês.

Qual é o tamanho da carga horária nas escolas finlandesas?

Temos uma das cargas horárias mais curtas do mundo. Nos anos iniciais do ensino fundamental, por exemplo, os estudantes ficam entre 3 e 4 horas na escola apenas.

Então, eles levam muito dever escolar para casa? Nós não somos muito defensores da tarefa de casa. A quantidade que passamos para os nossos alunos é baixa. É um sistema diferente de países asiáticos, que passam muita tarefa.

Como são feitas as avaliações?

Na educação básica não temos uma avaliação nacional. Em cada sala, o professor é quem decide como avaliar seus alunos. Não acreditamos muito em testes e controle, focamos mais no aprendizado. Temos um sistema bem descentralizado.

Com que idade os alunos finlandeses aprendem a ler?

Nós não esperamos que aprendam a ler antes dos 7 ou 8 anos. As crianças precisam ser crianças.

Qual a grande mensagem que a Finlândia pode oferecer ao Brasil?

A qualidade e a equidade são os pontos mais importantes. Independentemente da cidade e do bairro em que estejam localizadas as escolas, elas devem oferecer uma boa educação para todos os alunos. Isso é fundamental.

(Davi Lira/O Estado de S.Paulo)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Como combater o recente aumento do desmatamento na Amazônia

Via O ECO
Por Paulo Barreto
14.05.2013


Pontos em vermelho mostram as áreas desmatadas entre agosto/12 e março/13.
 Eles mostram perdas nas áreas de influência das hidrelétricas
Belo Monte, Jirau e Santo Antônio.

A cada um ou dois dias, os satélites Terra e Aqua, da Nasa, sobrevoam nossas cabeças a cerca de 700 km de distância. Eles carregam cinco sensores que fotografam o planeta. Um deles, o MODIS, faz imagens que possibilitam identificar áreas desmatadas na Amazônia. Carlos Souza Jr., pesquisador Sênior do Imazon (instituto que fica em Belém-PA), desenvolveu um método para quantificar quanto é desmatado mensalmente, usando as imagens do MODIS.

Nos últimos meses não estamos bem nas fotos do desmatamento na Amazônia, segundo a análise do Imazon. Entre agosto de 2012 e março de 2013, o desmatamento aumentou cerca de 90% em relação ao mesmo período anterior.

O que explicaria esse aumento já que desde 2005 o desmatamento vinha em tendência de queda? Com base nas análises de causas do desmatamento, o aumento recente poderia ser explicado pelos seguintes fatores.

1.O aumento de preço de produtos agrícolas entre 2011 e 2012 como soja (44%) e milho (29,5%). Quando o preço aumenta, aumenta o potencial de lucro das áreas desmatadas.
2.A mudança no Código Florestal com promessa de anistia.
3.Os investimentos em grandes obras de infraestrutura, patrocinados pelo governo, que atraem dezenas de milhares de imigrantes. O mapa abaixo mostra claramente a concentração de desmatamento na rodovia Transamazônica, próximo à construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará; no oeste do Pará em torno da rodovia BR-163 que está sendo asfaltada; e na região de Porto Velho, em Rondônia, onde estão sendo construídas as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. As empresas e o governo têm falhado nas medidas preventivas do desmatamento nessas regiões. Por exemplo, o governo federal não criou as Unidades de Conservação sugeridas para evitar o risco de desmatamento em torno de Belo Monte.
4.Pior ainda, o governo federal e o de Rondônia reduziram a área ou o grau de proteção de Unidades de Conservação para facilitar a construção de hidrelétricas. Fizeram isso em torno das hidrelétricas de Rondônia e na região do rio Tapajós onde o governo quer construir várias hidrelétricas.

Para coibir o desmatamento, o governo continua fiscalizando, principalmente depois que o satélite identifica as áreas desmatadas. Há pouca ação preventiva. Ademais, a impunidade ainda predomina: menos de 1% do valor total das multas é arrecadado. A medida mais eficaz contra o desmatamento tem sido o confisco de bens como grãos e gado produzidos em áreas desmatadas ilegalmente. Porém, essas operações são esporádicas.

O governo federal prometeu enviar a Força Nacional (FN) para ajudar na fiscalização. Contudo, recentemente a FN está mais ocupada debelando conflitos associados às construções de mega infraestruturas na região. CONTINUA!

domingo, 26 de maio de 2013

Inquieta aumento dos casos de intolerância (Editorial)

Via blog do Noblat
26.05.2013

O Globo

Casos de intolerância — religiosa, sexual, racial etc. — têm sido registrados no Brasil com perigosa constância. Eles conformam um inquietante alerta ao país: o fenômeno contém claros indícios de que se pode estar chocando um ovo da serpente sob a curva ascendente em que se contabilizam esses deploráveis episódios.

Por conta da intransigência, um número cada vez maior de agressões verbais — por si, deploráveis — a dessemelhantes dá lugar a ataques físicos, inclusive com mortes.

Não se alcançaram por aqui, ainda, níveis de perseguição comparáveis aos de países em que determinados grupos sociais, movidos por xenofobia, ódio racial ou homofobia, chegam ao ponto de se organizarem para promover violentas demonstrações de repúdio a imigrantes, homossexuais, adeptos de credos religiosos e outros segmentos.

Mas os casos registrados em todo o território brasileiro já chegam a um ponto em que se impõem ações de punição exemplar, para evitar um descontrole de consequências trágicas.

No Rio, adeptos de religiões de matriz africana (umbanda, candomblé) têm sido vítimas constantes dessas manifestações de incivilidade. Relatório do Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos (Ceplir) concluiu que, desde janeiro, o candomblé foi o segmento religioso mais vulnerável à perseguição, em boa parte movida por seguidores de outros credos.

O fenômeno é corroborado no Mapeamento das Casas de Religiões de Matriz Africana do Estado do Rio, feito pelo Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente, da PUC-Rio: segundo o documento, uma pesquisa com 847 centros de umbanda e candomblé concluiu que metade deles relatou episódios de intolerância religiosa.

São agressões que chegam a pôr em risco a integridade dos fiéis — como em 2009, quando um homem quebrou com uma marreta o altar e peças de adoração de um centro em Caxias, ou em 2008, quando jovens invadiram e depredaram um templo no Catete.

São manifestações de irracionalidade tanto mais condenáveis numa cidade em que a visita do Papa Francisco a transformará, por alguns dias, em capital mundial da fé e da tolerância. E, de maneira geral, porque atentam contra direitos individuais, como a liberdade de escolha consagrada na Constituição.

No mesmo caso, se incluem as perseguições homofóbicas, com censuráveis aumentos de registros. Em São Paulo, chocaram o país imagens de jovens agredindo um grupo de homossexuais na rua; em São Gonçalo, a homofobia estava na raiz do atropelamento intencional (com morte) de um rapaz.

Os exemplos se sucedem. Causam apreensão, mas esse tipo de resposta não basta. O país tem o dever de reagir, moralmente e com o emprego de leis rigorosas, contra a intolerância de qualquer tipo. A cria do ovo não pode vingar.

Kiiiiiiiiiii lindinhas essas crianças!!!!







ONU critica tratamento oferecido por Japão às vítimas de Fukushima

No Portal Terra
26.05.2013

Encarregado da ONU (Organizações das Nações Unidas), o enviado especial Anand Grover cobrou medidas do governo japonês para amparar os sobreviventes do desastre nuclear que atingiu o país em 2011. CONTINUA!

Só 2% dos professores usam tecnologia


JC e-mail 4733, de 24 de Maio de 2013.
Só 2% dos professores usam tecnologia


Reportagem do Estadão sobre estudo que mostra que, entre docentes que utilizam computador e internet nas aulas, maioria ensina apenas como mexer no equipamento

Mesmo tendo acesso a computadores com conexão à internet no trabalho e em casa, apenas 2% dos professores brasileiros da rede pública urbana usam a tecnologia como suporte em sala de aula. E os que usam se limitam - na maior parte do tempo - a ensinar a alunos como utilizar o computador, em vez de desenvolver práticas pedagógicas.

As constatações fazem parte da pesquisa TIC Educação 2012, divulgada, na quinta-feira, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) - entidade oficial que coordena serviços da web no País. Para chegar a esses indicadores, foram entrevistados pessoalmente 1.236 professores de mais de 570 escolas públicas de todas as regiões do Brasil, escolhidas aleatoriamente.

O estudo mostra que 92% dos docentes da rede pública já têm conexão à internet em casa. Praticamente todos os professores (99%) são considerados usuários em rede, ou seja, usaram a internet pelo menos uma vez nos últimos três meses. Na escola, a realidade de acesso é semelhante. Quase todas as unidades têm ao menos um computador. Nas escolas que dispõem do equipamento, 89% possuem acesso à internet.

"O primeiro passo está sendo dado: existe o acesso. Falta agora usar a tecnologia de forma qualitativa, para melhorar a educação", afirma Alexandre Barbosa, gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (Cetic.br), unidade vinculada ao CGI.br que realizou a pesquisa.

Raro

A professora Diana Mendes, de 36 anos, que trabalha há 12 na rede municipal de São Paulo, diz que nem sempre é possível usar a tecnologia na rotina das aulas. "As salas de informática podem até ser superbem equipadas e bacanas, mas as turmas só têm acesso a elas uma hora por semana", conta Diana.

O uso esporádico também é relatado pela aluna da rede estadual paulista Valéria Lage, de 17 anos, do 3.º ano do ensino médio da Escola Maria Juvenal Homem de Melo, no Grajaú, zona sul. "Os professores usam de vez em quando - de uma a duas vezes por semestre - o netbook e o projetor. Com o projetor, é mais fácil entender a aula."

Políticas. Para Priscila Gonsales, diretora do Instituto Educadigital, faltam políticas públicas específicas para um melhor uso da tecnologia nas escolas. "Não adianta só comprar equipamentos."

Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Educação espera melhorar a qualidade da conexão - um dos problemas identificados no estudo. "Efetuamos a troca de maquinários obsoletos e esperamos até o fim do ano aumentar a velocidade de internet das escolas", afirma Jane Reolo, coordenadora de Informática Educativa da cidade.

Procurada, a Secretaria Estadual de Educação informou que a rede paulista dispõe de computadores e acesso à internet e seus docentes recebem orientação contínua para o uso pedagógico de tecnologia. Já o Ministério da Educação afirmou que, com o programa Banda Larga nas Escolas, de 2008, 60 mil escolas públicas vêm se beneficiando da "ampliação periódica de conexão em alta velocidade". O MEC cita iniciativas como o Portal do Professor, que oferece "recursos educacionais com grande potencial".

(Davi Lira/Estado de S.Paulo)

sábado, 25 de maio de 2013

Imigrantes fazem filas para comer em abrigo no Acre

Jornal da Record
22.05.2013





Dados dos Censos são disponibilizados ao público

Agência USP de Notícias
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
23.05.2013

O Centro de Estudos da Metrópole (CEM) acaba de disponibilizar os microdados das amostras dos Censos Demográficos decenais, de 1960 a 2010, e das Pesquisas Nacionais por Amostragem de Domicílios (PNAD) anuais, de 1976 a 2011, coletados e sistematizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações utilizadas na pesquisa “Projeto Censo: o quanto o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos”, realizada desde 2011 e atualmente em fase de fechamento e sistematização da publicação final, poderão ser consultadas gratuitamente por todos os interessados pela internet. O estudo é coordenado pela professora Marta Arretche, diretora do CEM e professora da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. CONTINUA!

Jersey manda 1,45 mi de libras de empresas de Maluf para Prefeitura de SP

Via blog do Noblat
Fausto Macedo, Estadão
24.05.2013

Segundo a Justiça, quantia faz parte do que deputado desviou de grandes obras viárias em sua gestão

A Corte da Ilha de Jersey repassou 1,45 milhão de libras (cerca de R$ 4,5 milhões) de empresas offshores ligadas à família do deputado Paulo Maluf (PP-SP) para os cofres do município de São Paulo. A liberação ocorreu nesta sexta feira, 24, para uma conta dos advogados da Prefeitura, em Londres. Na próxima terça feira - segunda é feriado na capital inglesa - os advogados vão providenciar a transferência do valor diretamente para o Tesouro paulistano.

A quantia faz parte do montante global de US$ 28,3 milhões - cifra atualizada com juros e correções, além de multas - que a Corte de Jersey mandou as empresas Kildare e Durant, controladas pelos Maluf, devolverem até junho aos cofres públicos municipais. O dinheiro das offshores está bloqueado em uma instituição financeira e será todo transferido para São Paulo.

Leia mais em Jersey manda 1,45 mi de libras de empresas de Maluf para Prefeitura de SP


Pesquisa indica que a humanidade ficou mais burra


JC e-mail 4733, de 24 de Maio de 2013.
Pesquisa indica que a humanidade ficou mais burra


Os cientistas analisaram 14 estudos sobre a inteligência desenvolvidos entre os anos de 1884 e 2004 e constataram que a população ficou mais burra. A reportagem é do Portal Terra

Um provocativo estudo publicado recentemente na revista Intelligence sugere que, enquanto a tecnologia avança, a inteligência humana está em declínio. A pesquisa aponta que o quociente de inteligência (QI) dos ocidentais caiu 14 pontos desde o final do século 19. As informações são do Huffington Post.

Segundo o professor da Universidade de Amsterdam Jan te Nijenhuis, co-autor do estudo, as mulheres mais inteligentes tende a ter menos filhos do que aquelas com menor inteligência, o que poderia ser um dos fatores para esse declínio.

Nijenhuis e alguns colegas analisaram os resultados de 14 estudos sobre a inteligência desenvolvidos entre os anos de 1884 e 2004, incluindo um feito por Francis Galton, antropólogo inglês primo de Charles Darwin. Cada pesquisa levou em conta o tempo que os participantes levaram para pressionar um botão em resposta a um estímulo. O tempo de reação reflete a velocidade de processamento mental de um indivíduo, e por isso é consideração como uma indicação da inteligência.

No final do século 19, o tempo de reação visual era em média de 194 milésimos de segundo. Já em 2004, esse tempo havia aumentado para 275 milésimos de segundo. Mesmo que a máquina para medir o tempo de reação do final do século 19 era menos sofisticada que a usada nos últimos anos, Nijenhuis afirmou ao Huffington Post que os dados antigos são diretamente comparáveis aos modernos.

Outros estudos recentes têm sugerido um aumento aparente no QI a partir da década de 1940. Porém, o especialista sugere que esses levantamentos refletem a influência de fatores ambientais - como melhor educação, higiene e nutrição -, que podem mascarar o verdadeiro declínio na inteligência herdada geneticamente no mundo ocidental.

(Portal Terra)

Ordem católica pagará US$16,5 mi para abusados sexualmente

Via blog do Noblat
24.05.2013

O Globo

Uma ordem da Igreja Católica concordou em pagar 16,5 milhões de dólares para mais de 400 adultos que disseram ter sido abusados ​​sexualmente quando crianças por líderes religiosos, anunciaram as partes nesta quinta-feira em declarações separadas.

As vítimas alegaram abuso em escolas e creches pertencentes aos grupos Christian Brothers e Christian Brothers da Irlanda em 17 Estados norte-americanos e no Canadá a partir de fim dos anos 1940 ou início dos anos 1950 até a década de 1980, disse James Stang, um advogado que representa os acusadores.

Leia mais em Ordem católica vai pagar US$16,5 mi para mais de 400 abusados sexualmente

Conselho de medicina propõe regras para estrangeiros atuarem no Brasil


JC e-mail 4733, de 24 de Maio de 2013.
Conselho de medicina propõe regras para estrangeiros atuarem no Brasil


Folha reporta que Conselho Federal de Medicina preparou uma proposta de critérios a serem seguidos

Em resposta à intenção do governo federal de atrair ao país mais médicos formados no exterior, o Conselho Federal de Medicina preparou uma proposta de critérios a serem seguidos.

"O CFM admite a importação de médicos formados no exterior, desde que os candidatos sejam aprovados em exames de validação de diplomas e tenham atestada a fluência em português. Essas duas formas de cobertura assistencial teriam um prazo máximo de 36 meses", diz nota divulgada pela entidade. O detalhamento será entregue ao Executivo.

Até então, o CFM se posicionava de forma totalmente contrária à vinda do médico que não se submetesse ao Revalida (prova do governo de validação dos diplomas).

Nessa proposta, o conselho diz que a validação deve ser num formato que priorize os conteúdos do Revalida. Um antecedente criminal também deveria ser cobrado.

A entidade ainda propõe reforçar com brasileiros o Provab, programa que envia médicos para o interior em troca de pontos na residência.

(Folha de S.Paulo)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os índios ashaninka

Jornal da Record
20.05.2013




OAB-RJ realiza ato público contra o fim da pesquisa universitária


JC e-mail 4732, de 23 de Maio de 2013.
OAB-RJ realiza ato público contra o fim da pesquisa universitária


Decisão publicada em cartilha da CGU já teria inviabilizado financiamento de R$ 10 milhões para Coppe/UFRJ

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional do Rio de Janeiro (OAB/RJ) realiza, às 10h30 desta sexta-feira, dia 24, ato público em defesa da pesquisa universitária de todo país. A entidade pretende lançar um alerta em relação às consequências da decisão da Controladoria-Geral da União (CGU) que, desde o início do ano, impede que as fundações de apoio das universidades federais recebam investimentos diretos para realização de pesquisas. Segundo o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, a medida ameaça paralisar o funcionamento dos laboratórios de ciência e tecnologia das universidades, como por exemplo, os da Coppe, da UFRJ, que já teria perdido R$ 10 milhões em recursos para novas pesquisas.

"Contratos estão sendo interrompidos, a nosso ver, por uma interpretação equivocada da CGU. Por conta de indefinições no marco legal do investimento em ciência no país, atividades tão importantes para a sociedade brasileira como as da Coppe e de seus laboratórios estão prestes a serem encerradas. Em 2013, a Coppe faz 50 anos e parece não ter motivos para celebrar", criticou o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, que pretende também oferecer o apoio jurídico da Ordem à Coppe.

Cartilha - Em 2013, a CGU lançou, em conjunto com o MEC, uma cartilha instituindo que todos os recursos vindos de parceiros privados e públicos das universidades federais devem passar primeiro pela conta da universidade junto ao Tesouro Nacional. Esta centralização - que, em tese, ainda permite a transferência destas verbas para outras áreas do orçamento do governo -, consta do item 89 (de um total 122) do documento.

No texto, o item 89 assegura que "as receitas oriundas de taxas de matrícula/mensalidades de cursos de pós-graduação, da iniciativa privada e de recursos de governo estaduais ou municipais a serem administradas por Fundações de Apoio devem ser obrigatoriamente recolhidas à conta única". O fato já estaria prejudicando algumas ações da mantenedora da Coppe, a Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (Coppetec), que deixou de receber financiamento de R$ 10 milhões para o desenvolvimento de projeto com Furnas.

Programado para acontecer no Salão Nobre da OAB/RJ (Avenida Marechal Câmara, 150, Centro), o ato público pretende reunir a sociedade civil organizada, pesquisadores, empresários e personalidades do meio acadêmico e científico. A ação foi tomada após reunião de Felipe Santa Cruz com o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa; com o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Segen Estefen; e com Fernando Peregrino, da Fundação Coppetec, no dia 9 de maio.

(Ascom da OAB-RJ)

Reitores de Portugal esperam que MEC reveja suspensão de bolsas


JC e-mail 4732, de 23 de Maio de 2013.
Reitores de Portugal esperam que MEC reveja suspensão de bolsas


Texto sobre a decisão do governo brasileiro de suspender a concessão de bolsas de estudos para alunos de graduação do Programa Ciência sem Fronteiras em instituições do país

O Crup (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas) divulgou nota lamentando a decisão do governo brasileiro de suspender a concessão de bolsas de estudos para alunos de graduação do Programa Ciência sem Fronteiras em instituições do país. O Crup equivale no Brasil à Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior).

Segundo a nota divulgada nessa terça-feira (21), a decisão "será corrigida a curto prazo" e as universidades lusitanas "permanecerão abertas a esses estudantes [brasileiros], continuando a acolhê-los com amizade".

A decisão de não enviar novos alunos para Portugal e remanejar os estudantes selecionados nos editais de 2013 foi tomada em março. O objetivo é "estimular os jovens a falar mais uma língua, a conhecer e ter competência específica em outras culturas", informou o ministro da Educação Aloizio Mercadante, quando se reuniu naquele mês em Lisboa com o ministro da Educação e Ciência de Portugal, Nuno Crato.

De acordo com a nota dos reitores lusitanos, os estudantes brasileiros de fato não vão para Portugal "para aprender a língua portuguesa, mas sim para frequentar e se graduar em instituições universitárias do Espaço Europeu de Ensino Superior, que aliam à sua grande qualidade um acolhimento só possível por uma cultura e história partilhadas".

Por causa do grande fluxo de estudantes e professores estrangeiros em Portugal, são comuns nas universidades do país aulas em línguas estrangeiras. Existem, há mais de uma década, cursos totalmente ministrados em inglês.

O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, disse que em Portugal, assim como no Brasil, "a língua franca da ciência e da tecnologia é o inglês" e mesmo os estudantes de graduação devem "dominar" o idioma por causa da bibliografia. Ele lembra que entre os pesquisadores do doutorado é comum o uso de inglês na produção de artigos científicos, na defesa de tese (com participação de examinadores estrangeiros) e nos projetos de pesquisa feitos em cooperação internacional.

A Universidade de Coimbra é a instituição com maior número de brasileiros em Portugal. O reitor da universidade disse à Agência Brasil que a decisão do governo brasileiro "foi recebida com alguma tristeza" e com "surpresa". Ele salientou que, para acolher estudantes brasileiros, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras agilizou os procedimentos de visto.

A suspensão do programa para Portugal repercutiu fora do país e do Brasil. O secretário executivo da Comissão Econômica para África, Carlos Lopes, disse em uma conferência na sede da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, na semana passada, que o objetivo de forçar a aprendizagem de outra língua era "é louvável, mas não pode ser radicalizado".

(Gilberto Costa/ Agência Brasil, em Lisboa)

Aumento no número de mortes por gripe A em SP preocupa as autoridades

São Paulo no Ar
23.05.2013





quinta-feira, 23 de maio de 2013

Acordei doente mental, por Eliane Brum

Via Revista Época
Por Eiane Brum
20.05.2013


A quinta edição da “Bíblia da Psiquiatria”, o DSM-5, transformou numa “anormalidade” ser “normal”

A poderosa American Psychiatric Association (Associação Americana de Psiquiatria – APA) lançou neste final de semana a nova edição do que é conhecido como a “Bíblia da Psiquiatria”: o DSM-5. E, de imediato, virei doente mental. Não estou sozinha. Está cada vez mais difícil não se encaixar em uma ou várias doenças do manual. Se uma pesquisa já mostrou que quase metade dos adultos americanos tiveram pelo menos um transtorno psiquiátrico durante a vida, alguns críticos renomados desta quinta edição do manual têm afirmado que agora o número de pessoas com doenças mentais vai se multiplicar. E assim poderemos chegar a um impasse muito, mas muito fascinante, mas também muito perigoso: a psiquiatria conseguiria a façanha de transformar a “normalidade” em “anormalidade”. O “normal” seria ser “anormal”.

A nova edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) exibe mais de 300 patologias, distribuídas por 947 páginas. Custa US$ 133,08 (com desconto) no anúncio de pré-venda no site da Amazon. Descobri que sou doente mental ao conhecer apenas algumas das novas modalidades, que tem sido apresentadas pela imprensa internacional. Tenho quase todas. “Distúrbio de Hoarding”. Tenho. Caracteriza-se pela dificuldade persistente de se desfazer de objetos ou de “lixo”, independentemente de seu valor real. Sou assolada por uma enorme dificuldade de botar coisas fora, de bloquinhos de entrevistas dos anos 90 a sapatos imprestáveis para o uso, o que resulta em acúmulos de caixas pelo apartamento. Remédio pra mim. “Transtorno Disfórico Pré-Menstrual”, que consiste numa TPM mais severa. Culpada. Qualquer um que convive comigo está agora autorizado a me chamar de louca nas duas semanas anteriores à menstruação. Remédio pra mim. “Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica”. A pessoa devora quantidades “excessivas” de comida num período delimitado de até duas horas, pelo menos uma vez por semana, durante três meses ou mais. Certeza que tenho. Bastaria me ver comendo feijão, quando chego a cinco ou seis pratos fundo fácil. Mas, para não ter dúvida, devoro de uma a duas latas de leite condensado por semana, em menos de duas horas, há décadas, enquanto leio um livro igualmente delicioso, num ritual que eu chamava de “momento de felicidade absoluta”, mas que, de fato, agora eu sei, é uma doença mental. Em vez de leite condensado, remédio pra mim. Identifiquei outras anomalias, mas fiquemos neste parágrafo gigante, para que os transtornos psiquiátricos que me afetam não ocupem o texto inteiro.

Há uma novidade mais interessante do que as doenças recém inventadas pela nova “Bíblia”. Seu lançamento vem marcado por uma controvérsia sem precedentes. Se sempre houve uma crítica contundente às edições anteriores, especialmente por parte de psicólogos e psicanalistas, a quinta edição tem sido atacada com mais ferocidade justamente por quem costumava não só defender o manual, como participar de sua elaboração. Alguns nomes reluzentes da psiquiatria americana estão, digamos, saltando do navio. Como não há cordeiros nesse campo, movido em parte pelos bilhões de dólares da indústria farmacêutica, é legítimo perguntar: perceberam que há abusos e estão fazendo uma “mea culpa” sincera antes que seja tarde, ou estão vendo que o navio está adernando e querem salvar o seu nome, ou trata-se de uma disputa interna de poder em que os participantes das edições anteriores foram derrotados por outro grupo, ou tudo isso junto e mais alguma coisa?

Não conheço os labirintos da APA para alcançar a resposta, mas acredito que vale a pena ficarmos atentos aos próximos capítulos. Por um motivo acima de qualquer suspeita: o DSM influencia não só a saúde mental nos Estados Unidos, mas é o manual utilizado pelos médicos em praticamente todos os países, pelo menos os ocidentais, incluindo o Brasil. É também usado como referência no sistema de classificação de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS). É, portanto, o que define o que é ser “anormal” em nossa época – e este é um enorme poder. Vale a pena sublinhar com tinta bem forte que, para cada nova patologia, abre-se um novo mercado para a indústria farmacêutica. Esta, sim, nunca foi tão feliz – e saudável.

O crítico mais barulhento do DSM-5 parece ser o psiquiatra Allen Frances, que, vejam só, foi o coordenador da quarta edição do manual, lançada em 1994. Professor emérito da Universidade de Duke, ele tem um blog no Huffington Post que praticamente usa apenas para detonar a nova Bíblia da Psiquiatria. Quando a versão final do manual foi aprovada, enumerou o que considera as dez piores mudanças da quinta edição, num texto iniciado com a seguinte frase: “Esse é o momento mais triste nos meus 45 anos de carreira de estudo, prática e ensino da psiquiatria”. Em carta ao The New York Times, afirmou: “As fronteiras da psiquiatria continuam a se expandir, a esfera do normal está encolhendo”.

Entre suas críticas mais contundentes está o fato de o DSM-5 ter transformado o que chamou de “birra infantil” em doença mental. A nova patologia é chamada de “Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor” e atingiria crianças e adolescentes que apresentassem episódios frequentes de irritabilidade e descontrole emocional. No que se refere à patologização da infância, o comentário mais incisivo de Allen Frances talvez seja este: “Nós não temos ideia de como esses novos diagnósticos não testados irão influenciar no dia a dia da prática médica, mas meu medo é que isso irá exacerbar e não amenizar o já excessivo e inapropriado uso de medicação em crianças. Durante as duas últimas décadas, a psiquiatria infantil já provocou três modismos — triplicou o Transtorno de Déficit de Atenção, aumentou em mais de 20 vezes o autismo e aumentou em 40 vezes o transtorno bipolar na infância. Esse campo deveria sentir-se constrangido por esse currículo lamentável e deveria engajar-se agora na tarefa crucial de educar os profissionais e o público sobre a dificuldade de diagnosticar as crianças com precisão e sobre os riscos de medicá-las em excesso. O DSM-5 não deveria adicionar um novo transtorno com o potencial de resultar em um novo modismo e no uso ainda mais inapropriado de medicamentos em crianças vulneráveis".

A epidemia de doenças como TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) tem mobilizado gestores de saúde pública, assustados com o excesso de diagnósticos e a suspeita de uso abusivo de drogas como Ritalina, inclusive no Brasil. E motivado algumas retratações por parte de psiquiatras que fizeram seu nome difundindo a doença. Uma reportagem do The New York Times sobre o tema conta que o psiquiatra Ned Hallowell, autor de best-sellers sobre TDAH, hoje arrepende-se de dizer aos pais que medicamentos como Adderall e outros eram “mais seguros que Aspirina”. Hallowell, agora mais comedido, afirma: “Arrependo-me da analogia e não direi isso novamente”. E acrescenta: “Agora é o momento de chamar a atenção para os perigos que podem estar associados a diagnósticos displicentes. Nós temos crianças lá fora usando essas drogas como anabolizantes mentais – isso é perigoso e eu odeio pensar que desempenhei um papel na criação desse problema”. No DSM-5, a idade limite para o aparecimento dos primeiros sintomas de TDAH foi esticada dos 7 anos, determinados na versão anterior, para 12 anos, aumentando o temor de uma “hiperinflação de diagnósticos”.

Pensar sobre a controvérsia gerada pelo nova “Bíblia da Psiquiatria” é pensar sobre algumas construções constitutivas do período histórico que vivemos. Construções culturais que dizem quem somos nós, os homens e mulheres dessa época. A começar pelo fato de darmos a um grupo de psiquiatras o poder – incomensurável – de definir o que é ser “normal”. E assim interferir direta e indiretamente na vida de todos, assim como nas políticas governamentais de saúde pública, com consequências e implicações que ainda precisam ser muito melhor analisadas e compreendidas. Sem esquecer, em nenhum momento sequer, que a definição das doenças mentais está intrinsicamente ligada a uma das indústrias mais lucrativas do mundo atual.

Parte dos organizadores não gosta que o manual seja chamado de “Bíblia”. Mas, de fato, é o que ele tem sido, na medida em que uma parcela significativa dos psiquiatras do mundo ocidental trata os verbetes como dogmas, alterando a vida de milhões de pessoas a partir do que não deixa de ser um tipo de crença. Talvez seja em parte por isso que o diretor do National Institute of Mental Health (Instituto Nacional de Saúde Mental – NIMH), possivelmente a maior organização de pesquisa em saúde mental do mundo, tenha anunciado o distanciamento da instituição das categorias do DSM-5. Thomas Insel escreveu em seu blog que o DSM não é uma Bíblia, mas no máximo um “dicionário”: “A fraqueza (do DSM) é sua falta de fundamentação. Seus diagnósticos são baseados no consenso sobre grupos de sintomas clínicos, não em qualquer avaliação objetiva em laboratório. (...) Os pacientes com doenças mentais merecem algo melhor”. O NIMH iniciou um projeto para a criação de um novo sistema de classificação, incorporando investigação genética, imagens, ciência cognitiva e “outros níveis de informação” – o que também deve gerar controvérsias.

A polêmica em torno do DSM-5 é uma boa notícia. E torço para que seja apenas o início de um debate sério e profundo, que vá muito além da medicina, da psicologia e da ciência. “Há pelo menos 20 anos tem se tratado como doença mental quase todo tipo de comportamento ou sentimento humano”, disse a psicóloga Paula Caplan à BBC Brasil. Ela afirma ter participado por dois anos da elaboração da edição anterior do manual, antes de abandoná-la por razões “éticas e profissionais”, assim como por ter testemunhado “distorções em pesquisas”. Escreveu um livro com o seguinte título: “Eles dizem que você é louco: como os psiquiatras mais poderosos do mundo decidem quem é normal”.

A vida tornou-se uma patologia. E tudo o que é da vida parece ter virado sintoma de uma doença mental. Talvez o exemplo mais emblemático da quinta edição do manual seja a forma de olhar para o luto. Agora, quem perder alguém que ama pode receber um diagnóstico de depressão. Se a tristeza e outros sentimentos persistirem por mais de duas semanas, há chances de que um médico passe a tratá-los como sintomas e faça do luto um transtorno mental. Em vez de elaborar a perda – com espaço para vivê-la e para, no tempo de cada um, dar um lugar para essa falta que permita seguir vivendo –, a pessoa terá sua dor silenciada com drogas. É preciso se espantar – e se espantar muito.

Vale a pena olhar pelo avesso: quem são essas pessoas que acham que o “normal” é superar a perda de uma mãe, de um pai, de um filho, de um companheiro rapidamente? Que tipo de ser humano consegue essa proeza? Quem seríamos nós se precisássemos de apenas duas semanas para elaborar a dor por algo dessa magnitude? Talvez o DSM-5 diga mais dos psiquiatras que o organizaram do que dos pacientes.

Há ainda mais uma consequência cruel, que pode provocar muito sofrimento. Ao transformar o que é da vida em doença mental, os defensores dessa abordagem estão desamparando as pessoas que realmente precisam da sua ajuda. Aquelas que efetivamente podem ser beneficiadas por tratamento e por medicamentos. Se quase tudo é patologia, torna-se cada vez mais difícil saber o que é, de fato, patologia. Por sorte, há psiquiatras éticos e competentes que agem com consciência em seus consultórios. Mas sempre foi difícil em qualquer área distinguir-se da manada – e mais ainda nesta área, que envolve o assédio sedutor, lucrativo e persistente dos laboratórios.

Se as consequências não fossem tão nefastas, seria até interessante. Ao considerar que quase tudo é “anormal”, os organizadores do manual poderiam estar chegando a uma concepção filosófica bem libertadora. A de que, como diria Caetano Veloso, “de perto ninguém é normal”. E não é mesmo, o que não significa que seja doente mental por isso e tenha de se tornar um viciado em drogas legais para ser aceito. Só se pode compreender as escolhas de alguém a partir do sentido que as pessoas dão às suas escolhas. E não há dois sentidos iguais para a mesma escolha, na medida em que não existem duas pessoas iguais. A beleza do humano é que aquilo que nos une é justamente a diferença. Somos iguais porque somos diferentes.

Esse debate não pertence apenas à medicina, à psicologia e à ciência, ou mesmo à economia e à política. É preciso quebrar os monopólios sobre essa discussão, para que se torne um debate no âmbito abrangente da cultura. É de compreender quem somos e como chegamos até aqui que se trata. E também de quem queremos ser. A definição do que é “normal” e “anormal” – ou a definição de que é preciso ter uma definição – é uma construção cultural. E nos envolve a todos. Que cada vez mais as definições sobre normalidade/anormalidade sejam monopólios da psiquiatria e uma fonte bilionária de lucros para a indústria farmacêutica é um dado dos mais relevantes – mas está longe de ser tudo.

E não, eu não acordei doente mental. Só teria acordado se permitisse a uma Bíblia – e a pastores de jaleco – determinar os sentidos que construo para a minha vida.

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)

Ministério da Justiça manda recolher lotes do analgésico Tylenol

Jornal Nacional
22.05.2013

O laboratório ressaltou que o remédio que será retirado das prateleiras é seguro e que o problema está apenas na embalagem.

O Ministério da Justiça anunciou, nesta quarta-feira (22), o recolhimento de mais de três milhões de embalagens do analgésico Tylenol em gotas.

Dezenove lotes do Tylenol gotas de 200 miligramas - de uso adulto e pediátrico - serão recolhidos de farmácias e distribuidores a partir de segunda-feira.

As unidades foram fabricadas entre dezembro de 2011 e novembro de 2012, e a numeração dos lotes vai de PPL055 a RJL123.

Em nota, o laboratório esclareceu que a decisão não afeta os outros produtos da linha Tylenol, que continuam a ser vendidos normalmente.

O laboratório ressaltou, também, que o remédio que será retirado das prateleiras é seguro e que o problema está apenas na embalagem.

Veja a matéria completa. Veja o vídeo.

Pesquisadores da UFRN anunciam descoberta de estrela gêmea do Sol

Via G1
Por Felipe Gibson
22.05.2013

Estrela CoRot Sol 1 é cerca de dois bilhões de anos mais velha que o Sol.
Para cientistas, análise do astro ajuda a prever futuro do Sistema Solar.


Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) anunciaram a descoberta da CoRot Sol 1, nome dado à estrela gêmea solar conhecida como a mais distante da Via Láctea, galáxia que abriga o Sistema Solar. De acordo com os cientistas, a análise do astro ajuda a prever o futuro do Sol, além de dar aos astrônomos a oportunidade de testar as atuais teorias da evolução estelar e solar.

O líder da equipe de pesquisadores, José Dias do Nascimento, explica que a CoRoT Sol 1 é cerca de 2 bilhões de anos mais velho que o Sol, mas o período de rotação de ambos é quase o mesmo. "É a única estrela com essas características que é mais velha do que o Sol", informa o astrônomo. A massa e composição química de ambas é semelhante, conforme o estudo desenvolvido na UFRN. No entanto, ao contrário das outras gêmeas solares, que são relativamente brilhantes, o brilho da CoRoT Sol 1 é 200 vezes mais fraco do que o do Sol.

O fato de a estrela gêmea estar em um estágio ligeiramente mais evoluído que o Sol será utilizado para análises sobre o futuro do Sistema Solar. "Em 2 bilhões de anos, na idade que o Sol terá a idade atual da gêmea solar CoRoT Sol 1, a radiação emitida pelo Sol deve aumentar e tornar a superfície da Terra tão quente que a água líquida não poderá mais existir lá em seu estado natural", comenta Nascimento. As informações analisadas pela equipe foram captadas pelo satélite CoRoT, lançado em 2006 e operado do Havaí, nos Estados Unidos. CONTINUA!

Neurocientista brasileiro diz já ter iniciado testes para fazer paraplégico andar com força da mente


JC e-mail 4731, de 22 de Maio de 2013.
Neurocientista brasileiro diz já ter iniciado testes para fazer paraplégico andar com força da mente


Reportagem de O Globo mostra que Miguel Nicolelis mantém firme a aposta de que conseguirá fazer cadeirante dar o pontapé inicial da Copa do Mundo

"O mais absurdo, quase surreal na história brasileira, é que o Santos Dumont fez algo muito raro: ele falou e cumpriu". Assim, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis introduziu, nesta terça-feira, no Rio, a apresentação de um de seus projetos mais ambiciosos: o de fazer um paraplégico dar o pontapé inicial na Copa do Mundo de 2014 com o poder da mente e de um exoesqueleto.

- Se tudo der certo, evidentemente existem vários desafios até lá, na cerimônia de abertura (no dia 12 de junho do próximo ano) um brasileiro ou brasileira, jovem adulto, de até 1,70m de altura e até 70kg vai levantar de uma cadeira de rodas, realizar 25 passos, da linha lateral até o centro do gramado, e abrir a Copa do Mundo com o chute da ciência brasileira para toda a humanidade - disse, com choro, Nicolelis.

- Esta é a forma como encontramos de comunicar para o mundo e, mais precisamente, comunicar para o mundo daqui do Brasil, que existe uma nova neurociência, que vai transformar a vida de milhões de pessoas que quando sofreram lesões medulares pensaram que a vida tinha acabado - completou.

As pesquisas vêm sendo desenvolvidas há mais de dez anos na Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e mais recentemente, no Instituto Internacional de Neurociência de Natal, no Rio Grande do Norte. Elas contam com financiamento brasileiro de R$ 33 milhões, por meio da agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O programa está em fase de testes há seis meses, disse o pesquisador, que apesar de questionado, não detalhou em que fase está o cronograma. Ele disse apenas que até o início de julho deverá começar testes com humanos.

- Muitas pessoas acham que isto é impossível, mas gostaria de dizer a vocês que as primeiras simulações já foram feitas e, para minha satisfação, ela funcionou como planejado.

A chamada interface cérebro-máquina tem o objetivo de fazer mover membros virtuais (externos ao corpo) com a força a mente. Numa pele artificial, haverá placas de circuitos integrados flexíveis que vão revestir um exoesqueleto e dar um feedback tátil ao usuário que vestirá o equipamento. Isto, segundo Nicolelis, permitirá que o indivíduo tenha sensações do corpo antes impossíveis, pelo controle do próprio cérebro.

(Flávia Milhorance / O Globo)

Médico estrangeiro terá de falar português


JC e-mail 4731, de 22 de Maio de 2013.
Médico estrangeiro terá de falar português


Segundo texto do Estadão, o governo continua a divulgar os detalhes de programa de 'importação' a conta-gotas

Dispensados de prova técnica de conhecimentos, médicos estrangeiros recrutados pelo governo federal para trabalhar em áreas carentes do País terão de fazer um teste de proficiência em português. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que profissionais dispostos a participar do programa, agora em fase de detalhamento, terão de comprovar conhecimento da língua para receber o registro provisório.

Essa permissão de trabalho temporária, com regras específicas, deverá ser criada por meio de uma medida provisória. O modelo estudado pelo governo prevê a concessão de um registro temporário, que habilitará o profissional a atuar nas periferias das cidades ou em locais afastados, durante um período determinado. O prazo proposto é de três anos. Atualmente, para trabalharem no País, médicos precisam fazer um teste teórico e prático para revalidação do diploma, batizado de Revalida, que afere conhecimentos médicos. Quem faz esse exame recebe registro permanente e pode atuar em todo o País.

Recorte

Na terça-feira, 21, Padilha afirmou que somente municípios que participem do Programa de Requalificação de Unidades Básicas de Saúde (UBS) receberão médicos recrutados no exterior. A requalificação, coordenada pelo governo federal, prevê investimento de R$ 1,6 bilhão na reforma, ampliação ou construção de postos de atendimento. De acordo com o ministério, 2.810 municípios apresentaram neste ano propostas para construção de centros.

A estratégia de recrutar médicos formados no exterior para trabalhar no País vem sendo estudada pelo Ministério da Saúde desde o ano passado. A proposta, de acordo com Padilha, seria uma alternativa para resolver, a curto prazo, o problema de falta de médicos no País. Outras medidas incluem a criação de vagas para cursos de Medicina e de especialização, mas com resultados esperados para médio prazo.

Entidades médicas, no entanto, são contra a proposta: afirmam que no Brasil não há falta de profissionais, apenas uma distribuição inadequada. Argumentam ainda que o recrutamento de profissionais, que ficariam dispensados de fazer a prova de revalidação, traria uma medicina de qualidade questionável às classes mais pobres da população.

Padilha afirma que o assunto não pode ser tratado de forma preconceituosa. E, a conta-gotas, anuncia detalhes do programa - que em parte neutralizam as críticas das entidades de classe. Médicos da Bolívia e do Paraguai, países sempre citados pelo Conselho Federal de Medicina por apresentar faculdades de qualidade duvidosa, por exemplo, ficariam de fora do programa. Profissionais formados na Escola Latino-Americana de Cuba (Elam) também não poderiam participar dessa iniciativa.

(Lígia Formenti / Agência Estado)

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Traços geométricos no meio da Amazônia - Desenhos misteriosos em grandes áreas do Acre

Jornal da Record
21.05.2013





Portal vai reunir pesquisas científicas na área de saúde


JC e-mail 4730, de 21 de Maio de 2013.
Portal vai reunir pesquisas científicas na área de saúde


O objetivo é dar mais visibilidade à produção científica relacionada à saúde a partir de uma proposta multimídia, com a publicação de matérias e entrevistas em diversos formatos

Pesquisas brasileiras na área de saúde ganham hoje (21) o portal Lógicos para reforçar a divulgação dos trabalhos. O objetivo é dar mais visibilidade à produção científica relacionada à saúde a partir de uma proposta multimídia, com a publicação de matérias e entrevistas em diversos formatos - áudio, vídeo e textos - que poderão ser compartilhados de forma gratuita. O portal será lançado às 15h, no auditório interno da Fiocruz Brasília.

Mais de 3 mil projetos de pesquisa, financiados pelo Ministério da Saúde, estarão disponíveis para consulta no Pesquisa Saúde, ferramenta eletrônica desenvolvida pela pasta, que permite ao usuário encontrar informações relacionadas aos trabalhos científicos ou temas de interesse, a partir de diversos critérios de busca: número de projetos e recursos investidos por ano, região, modalidade de fomento, edital, instituição, entre outros.

O Lógicos tem informações sobre projetos de pesquisa apoiados pelo Ministério da Saúde desde 2002, com a colaboração do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Agência Brasileira de Inovação (Finep), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), de fundações de Amparo à Pesquisa, secretarias estaduais de Saúde e de Ciência e Tecnologia.

(Heloísa Cristaldo, Agência Brasil)

Casa civil nega acesso à investigação sobre Rosemary

Via blog do Noblat
22.05.2013

Fausto Macedo e Lilian Venturini, Estadão

A Casa Civil da Presidência da República negou ao Ministério Público Federal (MPF)acesso às informações da sindicância instaurada no órgão para apurar eventuais ilícitos funcionais envolvendo Rosemary Noronha. Ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, ela foi alvo da Operação Porto Seguro - investigação que apura venda de pareceres técnicos.

Por meio de ofício enviado em 24 de abril ao Gabinete Pessoal da Presidência, o procurador da República em São Paulo José Roberto Pimenta Oliveira havia requisitado cópia integral do processo administrativo, em versão impressa e/ou digitalizada, para instruir inquérito civil público que trata da suposta participação de Rose em atos investigados pela Porto Seguro, realizada pela PF e pelo MPF.

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