terça-feira, 30 de abril de 2013

América Latina, conejillo de Indias en ensayos médicos sin control

Via Materia
29.04.2013


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Veja também:


Imagem: Estancia hospitalaria en la que se realizan ensayos clínicos con pacientes. / Nestlé

La Comisión Europea prohibirá temporalmente los pesticidas que matan a las abejas

Via Materia
29.04.2013



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Veja também:



Imagem:  Abejas muertas en un colmenar cerca de Xátiva (Valencia). / COAG

Operação da PF prende secretários do Meio Ambiente no Rio Grande do Sul

Jornal Nacional
29.04.2013

No Rio Grande do Sul, dois secretários do Meio Ambiente, o estadual e o de Porto Alegre, foram presos. Também foram detidas outras 15 pessoas e uma em Santa Catarina. O grupo é suspeito de fraudes em licenças.

No Rio Grande do Sul, dois secretários do Meio Ambiente, o estadual e o de Porto Alegre, foram presos nesta segunda-feira (29) em uma operação da Polícia Federal. Também foram detidas outras 15 pessoas no estado e uma em Santa Catarina . O grupo é suspeito de fraudes em licenças ambientais.

150 policiais participaram da operação. Em Porto Alegre, os agentes recolheram material nas secretarias do Meio Ambiente estadual e municipal, e também em outros órgãos públicos.

Veja a matéria completa. Veja o vídeo.

Estudo em Portugal exige que alunos brasileiros dominem inglês


JC e-mail 4715, de 29 de Abril de 2013.
Estudo em Portugal exige que alunos brasileiros dominem inglês


Para o governo, a facilidade do mesmo idioma fez com que Portugal virasse o principal destino dos estudantes de graduação do Ciência sem Fronteiras no ano passado

O governo federal resolveu remanejar os estudantes selecionados pelo Programa Ciência sem Fronteiras que se candidataram a universidades portuguesas para outros países. Esses alunos estão sendo reencaminhados para os Estados Unidos, o Canada, a Austrália, o Reino Unido, a Irlanda, a Alemanha, a França e a Itália.

A razão anunciada pelo ministro da Educação Aloizio Mercadante é a necessidade de "estimular os jovens a falar mais uma língua, a conhecer e ter competência específica em outras culturas". Para o governo, a facilidade do mesmo idioma fez com que Portugal virasse o principal destino dos estudantes de graduação do Ciência sem Fronteiras no ano passado.


Continua

Darwin e a prática da 'Salami Science'


JC e-mail 4715, de 29 de Abril de 2013.
Darwin e a prática da 'Salami Science'


Texto do colunista Fernando Reinach, publicado em O Estado de São Paulo

Em 1985, ouvi pela primeira vez no Laboratório de Biologia Molecular a expressão "Salami Science". Um de nós estava com uma pilha de trabalhos científicos quando Max Perutz se aproximou. Um jovem disse que estava lendo trabalhos de um famoso cientista dos EUA. Perutz olhou a pilha e murmurou: "Salami Science, espero que não chegue aqui". Mas a praga se espalhou pelo mundo e agora assola a comunidade científica brasileira.

"Salami Science" é a prática de fatiar uma única descoberta, como um salame, para publicá-la no maior número possível de artigos científicos. O cientista aumenta seu currículo e cria a impressão de que é muito produtivo. O leitor é forçado a juntar as fatias para entender o todo. As revistas ficam abarrotadas. E avaliar um cientista fica mais difícil. Apesar disso, a "Salami Science" se espalhou, induzido pela busca obsessiva de um método quantitativo capaz de avaliar a produção acadêmica.

No Laboratório de Biologia Molecular, nossos ídolos eram os cinco prêmios Nobel do prédio. Publicar muitos artigos indicava falta de rigor intelectual. Eles valorizavam a capacidade de criar uma maneira engenhosa para destrinchar um problema importante. Aprendíamos que o objetivo era desvendar os mistérios da natureza. Publicar um artigo era consequência de um trabalho financiado com dinheiro público, servia para comunicar a nova descoberta. O trabalho deveria ser simples, claro e didático. O exemplo a ser seguido eram as duas páginas em que Watson e Crick descreveram a estrutura do DNA. Você se tornaria um cientista de respeito se o esforço de uma vida pudesse ser resumido em uma frase: Ele descobriu... Os três pontinhos teriam de ser uma ou duas palavras: a estrutura do DNA (Watson e Crick), a estrutura das proteínas (Max Perutz), a teoria da Relatividade (Einstein). Sabíamos que poucos chegariam lá, mas o importante era ter certeza de que havíamos gasto a vida atrás de algo importante.

Hoje, nas melhores universidade do Brasil, a conversa entre pós-graduandos e cientistas é outra. A maioria está preocupada com quantos trabalhos publicou no último ano - e onde. Querem saber como serão classificados. "Fulano agora é pesquisador 1B no CNPq. Com 8 trabalhos em revistas de alto impacto no ano passado, não poderia ser diferente." "O departamento de beltrano foi rebaixado para 4 pela Capes. Também, com poucas teses no ano passado e só duas publicações em revistas de baixo impacto..." Não que os olhos dessas pessoas não brilhem quando discutem suas pesquisas, mas o relato de como alguém emplacou um trabalho na Nature causa mais alvoroço que o de uma nova maneira de abordar um problema dito insolúvel.

Essa mudança de cultura ocorreu porque agora os cientistas e suas instituições são avaliados a partir de fórmulas matemáticas que levam em conta três ingredientes, combinados ao gosto do freguês: número de trabalhos publicados, quantas vezes esses trabalhos foram citados na literatura e qualidade das revistas (medida pela quantidade de citações a trabalhos publicados na revista). Você estranhou a ausência de palavras como qualidade, criatividade e originalidade? Se conversar com um burocrata da ciência, ele tentará te explicar como esses índices englobam de maneira objetiva conceitos tão subjetivos. E não adianta argumentar que Einstein, Crick e Perutz teriam sido excluídos por esses critérios. No fundo, essas pessoas acreditam que cientistas desse calibre não podem surgir no Brasil. O resultado é que em algumas pós-graduações da USP o credenciamento de orientadores depende unicamente do total de trabalhos publicados, em outras o pré-requisito para uma tese ser defendida é que um ou mais trabalhos tenham sido aceitos para publicação.

Não há dúvida de que métodos quantitativos são úteis para avaliar um cientista, mas usá-los de modo exclusivo, abdicando da capacidade subjetiva de identificar pessoas talentosas, criativas ou simplesmente geniais, é caminho seguro para excluir da carreira científica as poucas pessoas que realmente podem fazer descobertas importantes. Essa atitude isenta os responsáveis de tomar e defender decisões. É a covardia intelectual escondida por trás de algoritmos matemáticos.

Mas o que Darwin tem a ver com isso? Foi ele que mostrou que uma das características que facilitam a sobrevivência é a capacidade de se adaptar aos ambientes. E os cientistas são animais como qualquer outro ser humano. Se a regra exige aumentar o número de trabalhos publicados, vou praticar "Salami Science". É necessário ser muito citado? Sem problema, minhas fatias de salame vão citar umas às outras e vou pedir a amigos que me citem. Em troca, garanto que vou citá-los. As revistas precisam de muitas citações? Basta pedir aos autores que citem artigos da própria revista. E, aos poucos, o objetivo da ciência deixa de ser entender a natureza e passa a ser publicar e ser citado. Se o trabalho é medíocre ou genial, pouco importa. Mas a ciência brasileira vai bem, o número de mestres aumenta, o de trabalhos cresce, assim como as citações. E a cada dia ficamos mais longe de ter cientistas que possam ser descritos em uma única frase: Ele descobriu...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Este blog está em luto: morre Paulo Vanzolini





 
Ki pena, professor...
Ki pena...
 
***


La transmisión cultural se da también entre animales

No TENDENCIAS 21
Por Yaiza Martínez
26.04.2013

Estudios con ballenas y monos constatan aprendizaje e imitación entre individuos de esas especies, del mismo modo que sucede entre humanos

Un estudio con monos vervet ha demostrado que los individuos de esta especie se adaptan rápidamente a las costumbres de grupos nuevos, aunque sean distintas a sus costumbres originales. Por otra parte, una investigación con ballenas jorobadas ha constatado que estas aprenden unas de otras nuevas técnicas de caza. Los hallazgos revelan que la transmisión cultural no es exclusiva del ser humano sino que también se encuentra en el mundo animal, y que se puede aprender mucho sobre las fuerzas que han impulsado la evolución de nuestra propia cultura a partir del análisis de otras especies. Por Yaiza Martínez.

clique no texto acima para ler a matéria completa


Desabamento em Bangladesh revela lado obscuro da indústria de roupas

BBC Brasil/Via blog do Noblat
29.04.2013

O desabamento de um prédio de três andares onde funcionava uma fábrica de tecidos em Bangladesh revelou não só o amplo descumprimento com normas básicas de segurança no país, mas também o lado obscuro da indústria de roupas internacional. Na tragédia, que ocorreu na capital Dhaka na semana passada, morreram pelo menos 377 pessoas.

Neste domingo, um incêndio iniciado no meio dos escombros impediu o resgate de mais uma sobrevivente e retardou o trabalho de buscas. Por causa do fogo, quatro bombeiros foram hospitalizados. Estimativas iniciais dão conta de que 3 mil pessoas trabalhavam no momento em que o prédio desabou. Cerca de 2.430 sobreviveram.

Leia mais em Desabamento em Bangladesh revela lado obscuro da indústria de roupas

Leia também Dono da fábrica que desabou em Bangladesh é preso

domingo, 28 de abril de 2013

Com pneumonia, compositor Paulo Vanzolini é internado em UTI em SP

Via G1
28.04.2013

Criador do clássico ‘Volta por cima’, artista tem carreira renomada em zoologia.
Segundo Hospital Albert Einstein, ele deu entrada na quinta-feira.

O compositor e zoólogo Paulo Vanzolini, de 89 anos, foi internado com pneumonia extensa na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Israelita Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo. Segundo a assessoria do centro médico, ele está desde quinta-feira (25) e não tem previsão de alta. CONTINUA!

Pedido básico:
FORÇA, PROFESSOR!!!
Adelidia Chiarelli

Amazônia Sob Pressão - Atlas - Versão em
Português e Inglês



 

 


Veja a matéria do
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL


Delegada afirma que menor ateou fogo em dentista no ABC

Via G1
Por Márcio Pinho
27.04.2013

Crime aconteceu na quinta-feira, em consultório em São Bernardo. Três suspeitos foram detidos e a polícia procura outro.

A delegada Elisabete Sato, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que o menor detido por suspeita de matar uma dentista confessou ter ateado fogo na vítima. O crime aconteceu na quinta-feira (25), no consultório de Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, em São Bernardo do Campo, no ABC.

Veja a matéria completa. Veja o vídeo.

Supremo prepara resposta categórica e coletiva para Câmara

Via blog do Noblat
28.04.2013

Felipe Recondo e Ricardo Brito, Estadão

Ministros do Supremo Tribunal Federal articulam uma resposta categórica e institucional contra a aprovação pela Câmara da proposta de emenda constitucional que diminui o poder da Corte. O porta-voz da reação do Supremo será o decano do tribunal, ministro Celso de Mello (foto abaixo), que fará um pronunciamento durante a semana questionando os efeitos da chamada PEC 33.

Até o momento, os ministros deram respostas separadas e desarticuladas contra a aprovação da proposta pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que dá aos parlamentares a prerrogativa de rever decisões do Supremo nos casos de ações de inconstitucionalidade e súmulas vinculantes. Com a reação enfática que pretendem dar, os ministros esperam que a proposta seja definitivamente engavetada e que a ofensiva blinde a Corte de novas investidas.

Leia mais em Supremo prepara resposta categórica e coletiva contra proposta da Câmara

Leia também Conflito entre poderes é recorrente na História

Leia ainda ‘A ideia é de um surrealismo espantoso’, diz ex-ministro Rezek

Erenice assessora multinacionais em projetos bilionários

Via blog do Noblat
28.04.2013

Fernanda Krakovics e Danilo Farielo, O Globo

Pouco mais de dois anos e meio após ser demitida da Casa Civil em meio a denúncias de tráfico de influência, a ex-ministra Erenice Guerra tem defendido interesses de grandes multinacionais que buscam conquistar negócios junto ao governo federal, inclusive em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O escritório Guerra Advogados, do qual é sócia, está representando empresas do setor de energia. Erenice era consultora jurídica do Ministério de Minas e Energia quando a presidente Dilma Rousseff era titular da pasta. Ex-braço-direito de Dilma, de quem foi secretária-executiva na Casa Civil no governo Lula, Erenice assumiu o comando da pasta quando a petista saiu para disputar a Presidência em 2010.

Leia mais em Erenice assessora multinacionais em projetos bilionários

Cientistas pedem proteção para a Serra da Mantiqueira na Science

Via Estadão
Por Herton Escobar
26.04.2013

Em um carta publicada hoje na revista Science, pesquisadores fazem uma comparação entre a Serra da Mantiqueira (um dos principais remanescentes de mata atlântica do Brasil, na divisa entre SP, RJ e MG) e a cordilheira Adirondack, que fica próxima à cidade de Nova York, chamando atenção para a importância dessas áreas e pedindo mais atenção à criação de um mosaico de áreas protegidas na Mantiqueira.

Um dos autores da carta é o biólogo brasileiro Gui Becker, que está fazendo doutorado na Universidade Cornell.

Abaixo, a íntegra da carta, em inglês:

The Brazilian Adirondacks?

The name of the Serra da Mantiqueira mountains, translated from the indigenous Tupí-Guaraní language as Weeping Mountains, underscores their historical importance as a source of water for southeastern Brazil. Mantiqueira harbors outstanding sociocultural history, and its high peaks form a key wildlife corridor within the Atlantic Forest Biodiversity Hotspot (1). The striking scenery and proximity to Rio de Janeiro and São Paulo (17.6 million inhabitants combined) offer an opportunity to consider new models in conservation and sustainability.

In 2006, the Brazilian Ministry of the Environment created the Mantiqueira Mosaic, a network of public and private conservation units, to enhance biological conservation and local welfare. However, the implementation of most conservation units has been delayed and many still lack a management plan. For instance, the creation of the largest park (Parque Nacional Altos da Mantiqueira), which will cover 86,000 hectares of high peaks (2), has been stalled since 2010. Brazil’s booming economy, and the 40% predicted increase in agricultural land use in the next decade (3), will pose serious threats to the remaining ~10% of the Brazilian Atlantic Forest (4).

In the 19th century, the Adirondack Mountains, adjacent to New York City and Albany (8.4 million inhabitants), faced a strikingly similar scenario due to logging and mining activities, leading to creation of the Adirondack Park in 1892 (5). Along with the Algonquin Provincial Park in Canada, the Adirondacks serve as a key wildlife corridor in North America (6). Adirondack Park successfully manages an integrated mosaic of private and publicly owned lands, supports sustainable land use, regulates recreational activities, and promotes ecotourism and education (5).

The conservation challenges for the Mantiqueira range and Adirondacks are similar, despite being proposed more than a century apart. The future of Brazil’s most prominent mountain chain as wilderness now depends on accelerated implementation of the conservation network by the Brazilian Federal Government so that the Mantiqueira Mosaic can promote biodiversity conservation and environmental stewardship through sustainable land use and citizen access.

C. Guilherme Becker, David Rodriguez, Kelly R. Zamudio
Department of Ecology and Evolutionary Biology, Cornell University, Ithaca, NY 14850, USA.


sábado, 27 de abril de 2013

América Latina está indefensa ante una “epidemia devastadora de cáncer”

Via Materia



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Instituto britânico alerta para riscos de extinção da raça humana

Via BBC-Brasil
Por Sean Coughlan
24.04.2013

Uma equipe internacional de cientistas, matemáticos e filósofos do Instituto do Futuro da Humanidade, da Universidade de Oxford, está investigando quais são os maiores perigos contra a humanidade.

E eles argumentam em um texto acadêmico recém-divulgado, Riscos Existenciais como Prioridade Global, que autores de políticas públicas devem atentar para os riscos que podem contribuir para o fim da espécie humana.

No ano passado, houve mais textos acadêmicos lançados a respeito de snowboarding do que sobre a extinção humana.

O diretor do instituto, o sueco Nick Bostrom, afirma que existe uma possibilidade plausível de que este venha a ser o último século da humanidade.

Boas notícias primeiro

Mas primeiro as boas notícias. Pandemias e desastres naturais podem causar uma perda de vida colossal e catastrófica, mas Bostrom acredita que a humanidade estaria propensa a sabreviver.

Isso porque nossa espécie já sobrevieu a milhares de anos de doenças, fome, enchentes, predadores, perseguições, terremotos e mudanças ambientais. Por isso, as chances ainda estão a nosso favor. CONTINUA!

O sistema miojo de ensino


JC e-mail 4714, de 26 de Abril de 2013.
O sistema miojo de ensino


Artigo de Leandro Marshall para o Jornal da Ciência

Um aluno do ensino médio no Brasil incluiu recentemente em sua redação do Exame Nacional do Ensino Médio uma receita de macarrão instantâneo. Note-se que o tema da redação era Imigração no Brasil. Entretanto, cansado de "pensar" e de escrever sobre os retirantes, o candidato resolveu, no penúltimo parágrafo, introduzir, como plus, a fórmula científica da preparação de um macarrão.

O candidato alegou que inseriu o parágrafo sobre o miojo "para testar o novo sistema de avaliação do ENEM". Parabéns. Ele conseguiu conquistar 560 dos mil pontos possíveis. E, surpreendentemente, o texto foi avaliado como "adequado" pelos avaliadores. Os analistas acharam que o texto tinha conteúdo e que não precisava ser submetido a um 3º avaliador.

Este caso lembra o episódio do padeiro paraibano Severino da Silva, de 27 anos, que, em 2001, passou no vestibular do Curso de Direito de uma universidade carioca. Apesar de não se sentir bem na hora da prova e nem ter escrito a redação, Severino foi selecionado. E de forma espetacular: ele ficou no 9º lugar geral, com 2.562 pontos.

Caso semelhante aconteceu na cidade de Ribeirão, em Pernambuco, em 2010, onde um candidato analfabeto foi aprovado em concurso público para a prefeitura. Ele ficou em 44º lugar entre 70 candidatos.

Não podemos esquecer que na última eleição o palhaço Tiririca, candidato a deputado federal, aprovado nas urnas, foi submetido pela Justiça Eleitoral a um teste para comprovar se ele sabia ler e escrever. Parece que ele passou, já que tomou posse. O fato é que três meses antes da prova ele sumiu do mundo para fazer não se sabe o que.

Aliás, na política, a inanição cultural e educacional é espantosa. Assim como o caso do deputado Tiririca, em todas as eleições os candidatos têm que provar o mínimo de conhecimento letrado. Veja-se, por exemplo, que na cidade de Aracati, no Ceará, em 2004, os 18 candidatos foram obrigados a ler um trecho do livro infantil "O menino mágico", de Rachel de Queiróz. Três não conseguiram fazer a prova.

Coisa pior aconteceu em São Gabriel do Oeste (MS). Vinte e dois candidatos tinham que fazer uma prova. Tinham uma hora para escrever 20 palavras, fazer as 4 operações matemáticas básicas e explicar qual a sua interpretação de um texto. Apenas 11 (metade) foi aprovada. Alguns tiraram nota zero: não conseguiram sequer somar, diminuir, dividir e multiplicar.

O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2013 e a Prova Brasil de 2011 revelaram nos últimos meses que apenas 10,3% de seus estudantes do ensino médio domina os conhecimentos de matemática (adequado à sua série). Os outros 90% estão "boiando". E pior: regredimos. Em 2009, o percentual de analfabetos em matemática (em sua série) era de 11%.

Os resultados em língua portuguesa foram menos (!) dramáticos. Dos 100%, um total de 29,3% dos alunos sabe o conhecimento adequado para a série em que está. Os outros "70%" também estão "boiando". O levantamento anterior indicava o mesmo percentual.

Para finalizar, é sempre pertinente lembrar que o Brasil ainda tem 16 milhões de analfabetos. São pessoas que estão totalmente à margem da sociedade civil, do direito, da justiça, da saúde, da educação e de tudo o mais. Estão à margem da sociedade, vivendo, mais ou menos, no século 1.000 a.C.

Não bastasse isso, é importante acrescentar que, além dos analfabetos totais, o Brasil possui um total de 30 milhões de analfabetos funcionais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os analfabetos funcionais são todas aquelas pessoas que têm 15 anos ou mais de idade e que não possuem sequer quatro anos completos de estudo. Tem , portanto, uma enorme dificuldade para ler e escrever, mas, sobretudo, uma grave incapacidade para compreender o sentido de um texto ou de uma fala.

Esse é, enfim, o retrato do Brasil, em pleno início do século XX, nação que possui mais televisões do que geladeiras, ostenta o índice de dois celulares por pessoa, está completamente imersa na mania dofacebook, lê quase quatro livros por ano, idolatra os músicos do lekleklek e considera os personagens do BBB como verdadeiros intelectuais.

Concluindo: lembro o despacho da desembargadora Sirley Biondi, da 4 ª Região do TRT, de 17 de janeiro de 2007. Diante de tantas aleivosias na petição, a juíza não resistiu e teceu o seguinte comentário na sua sentença:

"Insta ser salientado que os advogados que assinaram as contra-razões necessitam com urgência adquirir livros de português de modo a evitar as expressões que podem ser consideradas como injuriosas ao vernáculo, tais como "em fasse" (no lugar de "em face"), "não aciste razão" (assiste), "cliteriosamente" (criteriosamente), "doutros julgadores" (doutos), "estranhesa" (estranheza), "discusão" (discussão), "inedoneos" (inidôneos)... Acrescenta-se, ainda, que devem os causídicos adquirir também livros de direito, à medida que nas contra-razões constam "pedidos" como se apelação fosse, o que não tem o menor cabimento." JDS. DES. SIRLEY ABREU BIONDI (RELATORA).

Leandro Marshall é professor universitário e analista em Ciência e Tecnologia do MCTI

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Adolescente e mãe de suspeito de matar a dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza são ouvidos no ABC

Via G1
26.04.2013

Vítima foi morta queimada em São Bernardo do Campo nesta quinta-feira.
Mãe de um suspeito reconheceu filho em imagens divulgadas pela polícia.


A Polícia Civil ouviu na madrugada desta sexta-feira (26) um adolescente como testemunha nas investigações da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, morta queimada em São Bernardo do Campo, no ABC, nesta quinta (25). A mãe de um suspeito também foi interrogada e reconheceu o filho nas imagens de câmeras de segurança que estão em poder da Polícia Civil.

Com base em informações de uma nota da Polícia Militar divulgada nesta manhã, o G1 informou às 7h05 que um adolescente foi detido e teria confessado participação no crime. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), entretanto, corrigiu a informação da PM. Segundo a SSP, a Polícia Civil informou que o menor foi ouvido apenas como testemunha.
Na nota divulgada no início desta manhã, a PM informava que o menor foi detido e autuado. Às 8h30, porém, a PM afirmou que o adolescente, levado inicialmente como suspeito, foi interrogado na condição de testemunha pela Polícia Civil e liberado em seguida. A corporação afirma ter chegado ao menor após uma denúncia anônima informando que ele teria participado do crime.

Veja a matéria completa. Veja o vídeo.


Pedido básico:
Socooooooorrrrooooooooooooooooo!!!!!!!!!
Adelidia Chiarelli

Indústria e comércio tentam driblar escassez de profissionais

Via blog do Noblat
26.04.2013

Roberta Scrivano e Lucianne Carneiro, O Globo Com o emprego batendo recorde no país e os gargalos da educação, as empresas têm encontrado cada vez mais dificuldade na hora de contratar. Pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral com 130 executivos de empresas de grande porte em todo o país revelou que 92% deles têm dificuldades para empregar trabalhadores preparados para os cargos que oferecem.

Entre os principais obstáculos citados na pesquisa, realizada no ano passado, 81% das respostas mencionaram a escassez de profissionais capacitados; 49% citaram a falta de experiência na função; e 42% reclamaram da deficiência na formação básica.

  Leia mais em Há vagas. Falta mão de obra

Descoberta da dupla hélice faz 60 anos, genoma humano, 10


JC e-mail 4713, de 25 de Abril de 2013.
Descoberta da dupla hélice faz 60 anos, genoma humano, 10


O sequenciamento do genoma humano não teria sido possível sem a elucidação da estrutura molecular do DNA

Dois grandes feitos da ciência fazem aniversário neste mês. Cerca de duas semanas atrás, comemoraram-se dez anos do primeiro sequenciamento completo de um genoma humano, anunciado em 14 de abril de 2003 por um consórcio internacional de cientistas. Esse marco científico e tecnológico que está revolucionando a medicina, porém, jamais teria sido possível sem um outro feito monumental, que completa 60 anos na quinta-feira (25): a elucidação da estrutura molecular do DNA.

A descoberta da dupla hélice pelo americano James Watson e o britânico Francis Crick estabeleceu a pedra fundamental sobre a qual todo o conhecimento moderno da genética humana e da evolução da vida na Terra está estruturado.

Sem conhecer a estrutura da molécula de DNA, seria impossível entender como funciona. E, sem entender como o DNA funciona, seria impossível entender como a vida funciona. A existência do DNA (ácido desoxirribonucleico) já era conhecida desde o fim do século 19, mas sua estrutura molecular (e portanto suas funções essenciais) permaneceu um mistério até Watson e Crick a desvendarem. O trabalho histórico, curto e elegantemente simples com apenas uma página e um desenho, foi publicado em 25 de abril de 1953 na revista científica britânica Nature.

"Foi um trabalho tão bem feito que até hoje está do jeito que está, sem nenhuma correção, e continua a ser uma fonte básica de informação para livros-texto de várias disciplinas", diz o pesquisador Eduardo Gorab, do Departamento de Genética do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. "De longe foi o trabalho que deixou todos os outros para trás", completa, referindo-se à corrida que havia na comunidade científica da época para chegar à cobiçada estrutura.

Nove anos depois da publicação da descoberta, Watson e Crick receberam o Prêmio Nobel pela descoberta, ao lado do britânico Maurice Wilkins, que elucidou algumas das funções biológicas associadas à estrutura da dupla hélice. Os três pesquisadores foram originalmente nomeados para receber o Nobel de Química, mas acabaram recebendo o de Medicina, pelo reconhecimento - então pioneiro - das enormes implicações da descoberta para a compreensão da biologia humana.

IMPLICAÇÕES - Meio século mais tarde, a descoberta da dupla hélice desembocou no sequenciamento do genoma humano, que por sua vez desencadeou um processo de revolução científica e tecnológica na Medicina como um todo. Quase todas as doenças humanas têm um componente genético. Ou são causadas diretamente ou, no mínimo, são influenciadas (para o bem ou para o mal) por características genéticas individuais de cada paciente. Conhecer e entender essas características, portanto, é um dos objetivos mais importantes da medicina moderna. A chamada "medicina personalizada"."É algo que vai ter repercussões tremendas nos próximos anos", diz o pesquisador Emmanuel Dias Neto, do Centro Internacional de Pesquisa e Ensino do Hospital A. C. Camargo.

A tecnologia para isso avança numa velocidade espantosa. O sequenciamento e o mapeamento do primeiro genoma humano custaram quase US$ 3 bilhões e levou mais de dez anos para ser concluído. Hoje, pode-se sequenciar um genoma humano em um dia, por cerca de US$ 1 mil, numa única máquina. São comuns projetos de pesquisa envolvendo o sequenciamento de milhares de pacientes. "Quanto mais informações temos, mais coisas podemos fazer com elas", diz Emmanuel, que trabalha com genética de câncer. "A tecnologia hoje nos permite fazer coisas que jamais imaginaríamos possíveis."

(Herton Escobar / O Estado de São Paulo)

O Vexame Nacional da Academia


JC e-mail 4713, de 25 de Abril de 2013.
O Vexame Nacional da Academia


Artigo de Marcelo Sampaio de Alencar para o Jornal da Ciência

Recentemente, professores do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco divulgaram um manifesto sobre o novo plano de carreiras e cargos de magistério federal. Entre eles estavam o secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco, Anderson Stevens Leônidas Gomes, e o ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Luis Inácio Lula da Silva, Sergio Machado Rezende.

No manifesto, os professores observaram que a entrada em vigor da Lei 12.772, de 28 de dezembro de 2012, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidente da República, faz com que o ingresso na carreira docente passe a se dar apenas no nível de professor auxiliar, para o qual é exigido apenas o diploma de graduação. Portanto, não importa se o candidato tem mestrado ou doutorado, ele vai permanecer no primeiro nível da carreira até, pelo menos, que consiga estabilidade na carreira.

Pior ainda, a progressão até a classe de adjunto é, agora, por tempo de serviço e mediante avaliação interna, ou seja, sem avaliação, considerando o corporativismo que a legislação estimula. Não há mais necessidade do título de doutor, nem produção científica, o que desestimula a busca pelos cursos de pós-graduação. Para que se dar ao trabalho de realizar o doutorado, se o título não importa mais para a carreira? Para que fazer pesquisa, realizar projetos, escrever artigos e livros, se o que importa é apenas o tempo transcorrido?

Como bem observado no manifesto, o Congresso Nacional e a Presidência da República aprovaram uma lei que desacredita as universidades federais no mundo e certamente compromete seu futuro. Uma excrecência que nem os militares, na épocaem que dominavam a política no País e queriam quebrar a espinha dorsal do movimento acadêmico, berço dos comunistas que eles viam em todo lugar, intentaram fazer. A universidade brasileira sobreviveu ao regime militar para soçobrar em plena democracia.

Mas isso ainda não é tudo. O movimento sindical docente, em conluio com o Congresso Nacional, conseguiu também acabar com um dos pilares da excelência acadêmica: o concurso público para o nivel mais elevado da carreira acadêmica. A partir de agora, os professores titulares serão escolhidos pela politicagem e pelo corporativismo que assola as universidades. E, mais uma vez, o único critério é o tempo de serviço. Basta sentar e aguardar a vez, tomando o devido cuidado para manter boas relações com a direção.

Marcelo Sampaio de Alencar é professor titular do Departamento de Engenharia Elétrica da UFCG, Presidente do Instituto de Estudos Avançados em Comunicações e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Telecomunicações

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Máquina quente

Via Estadão
Por JULIO MARIA
24.04.2013


Roberto Carlos pede retirada de livro acadêmico sobre os anos 60 em meio a mais um capítulo da Lei das Biografias

Um livro sobre a construção da cultura no Brasil dos anos 60. A moda, os diálogos, a família, a influência dos artistas no desenho da nova adolescência. Seu título: Jovem Guarda: Moda, Música e Juventude. A autora: Maíra Zimmermann, historiadora e professora de moda que conseguiu publicar o que era originalmente sua tese de mestrado, feita com subsídios da Fapesp. A contracapa traz um texto da cantora Wanderléa: "Parabéns, Maíra! Seu maravilhoso trabalho traz muitos elementos pertinentes da trajetória desse tempo tão rico em contradições, transformações e encantamento".

Cinco dias depois do lançamento, uma notificação emitida pelo advogado Marco Antonio Bezerra Campos, que representa Roberto Carlos, chegou a suas mãos. "Verificou-se que o referido livro relata a história da Jovem Guarda que, conforme a própria apresentação do livro dispõe, foi 'liderado por Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa'". Segue: "Por conta disso é que o livro traz uma série de situações que envolvem o notificante e traz detalhes sobre a trajetória de sua vida e de sua intimidade". Ao final, grifa: "Sendo assim, cumpre seja cessada a comercialização do referido livro, bem como ordenado o recolhimento dos exemplares à disposição, no prazo de 10 dias, sob pena das medidas judiciais cabíveis."

A obra de Maíra, enviada por ela à reportagem, não é uma biografia nem não cita detalhes da vida íntima de seus principais personagens abordados: Roberto, Erasmo e Wanderléa, que apresentavam o Programa Jovem Guarda, na TV Record, entre os anos de 1965 e 1967. Uma imagem do trio aparece caricaturizada na capa. "Meu foco é a construção da cultura nos anos de 1960. Fala da Jovem Guarda como movimento de transformação de costumes. Não há menção à vida íntima dos artistas."

Ontem, por telefone, o advogado de Roberto, Marco Campos, falou com o Estado. Seu primeiro argumento foi de que o problema era a caricatura da capa do livro que mostrava o cantor, mesmo motivo publicado ontem pelo jornal Folha de S. Paulo. Mas o texto da notificação, além de citar a caricatura da capa como um problema, vai adiante ("traz detalhes sobre a trajetória de sua vida e de sua intimidade"). Campos passou a falar então da necessidade de um pedido de autorização para a publicação, o que Maíra não teria feito. "O que causou a oposição de Roberto ao livro foi o fato de a autora não ter pedido autorização para publicá-lo. Mas ele (Roberto Carlos) não pediu a retirada do livro." Confrontado novamente com o texto da notificação assinada por ele mesmo ("seja ordenado o recolhimento dos exemplares à disposição, no prazo de dez dias, sob pena das medidas judiciais cabíveis"), Campos voltou a afirmar o contrário: "Não vamos pedir a retirada."

Os advogados de Maíra e da editora Estação das Letras e Cores, responsável pela publicação, responderam à notificação de Roberto Carlos com uma contranotificação: "A autora da obra tem o direito constitucional de informar a sociedade brasileira acerca dos fatos relacionados ao movimento cultural Jovem Guarda." O longo documento termina com a decisão de não retirar os exemplares das lojas. "Não havendo qualquer sinal de violação aos direitos à imagem, à honra ou mesmo à privacidade do senhor Roberto Carlos, não há como se acolher os requerimentos formulados na notificação."

Uma novela. A decisão de Roberto Carlos em notificar a autora de um livro de pesquisas, seis anos depois de pedir a retirada de circulação da biografia Roberto Carlos em Detalhes, de Paulo Cesar de Araújo, vem no momento em que a saga pelas mudanças na chamada Lei das Biografias, que permitiriam que uma biografia fosse lançada sem a autorização prévia do biografado, ganha mais um capítulo. Prestes a ser encaminhada para votação no Senado, depois de ser aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, o projeto acaba de voltar à Câmara a pedido do deputado federal da bancada evangélica Marcos Rogério (PDT-RO). "Precisamos levar esta discussão ao plenário da Câmara. Há brechas que precisam ser mais bem explicadas ali", diz ao Estado. E o que seriam tais brechas? O deputado exemplifica sua preocupação: "Imagine qualquer pessoa que faça uma campanha pré-eleitoral hoje, pode ter sua vida retratada em uma biografia (não autorizada) por ser considerada de dimensão pública. É preciso explicar melhor esse conceito de dimensão pública. As pessoas podem fazer uso eleitoral disso."

Roberto Feith, do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, vê distorção nesse entendimento. "As mudanças na lei não permitem calúnia, difamação, inverdades ou injúrias. Do que então essas pessoas teriam medo?" Cabe agora ao presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB), decidir pela nova apreciação do tema, o que não tem data para ocorrer. Só depois disso o projeto segue para o Senado e, se aprovado, para a sanção da presidente Dilma.

O biógrafo Paulo Cesar de Araújo vê o recente episódio envolvendo Roberto Carlos e a autora Maíra como um "xerox" do que aconteceu com ele. "Alguém tem de parar com isso. Ele (Roberto) está vetando o tema jovem guarda. Daqui a pouco não vai querer que publiquem livros sobre a MPB."

Sua biografia não tem mais contrato com nenhuma editora. "Eu estou livre, lanço o livro a qualquer momento em que aparecer uma editora. Neste momento, todas parecem esperar pelas mudanças."


Veja também:
A novela das biografias
'O Roberto é muito cioso de sua imagem'


Comentário básico: 
Todos nós somos a Jovem Guarda!
Adelidia Chiarelli

Agricultor da cidade de São Paulo é cada vez mais ecológico

Via Estadão
Por EDISON VEIGA, RODRIGO BURGARELLI
21.04.2013

Cidade de São Paulo tem 435 trabalhadores agropecuaristas e pelo menos 35 já eliminaram agrotóxicos de suas lavouras

Profissão: agropecuarista. Cidade de domicílio: São Paulo. Sim, na maior cidade do Hemisfério Sul, densamente urbanizada, há 435 agropecuaristas. Entre eles, 35 se livraram de agrotóxicos e fertilizantes químicos e aderiram a uma produção orgânica, de acordo com dados da Prefeitura - no ano passado, oito conquistaram uma certificação especial do Ministério da Agricultura que garante que sua produção é totalmente orgânica.

"Somos os pioneiros, mas esperamos que outros também consigam. É bom para o meio ambiente e é bom para a saúde das pessoas", comenta Zundi Murakami, de 73 anos. Desde 2008 ele cultiva bananas no Sítio Pinhal, de propriedade da sua família, na região de Parelheiros, extremo sul do município - a região sul concentra 72% dos produtores rurais da capital paulista. Ali, bem longe das paineiras, tipuanas e ipês dos canteiros centrais das movimentadas avenidas do centro expandido, a paisagem é rural.

Atualmente, Murakami produz 1,5 mil quilos por mês - tudo vendido em feiras. "Pena que é preço de banana, senão estaria rico", brinca. Com a certificação, ele pode explorar o fato de ter uma produção orgânica - qualidade que virou praticamente um fetiche entre paulistanos, dos naturebas aos descolados. Aí, consegue vender a banana por um preço até 30% maior do que a convencional. "Mas a produção é mais complicada. Quase artesanal", explica Murakami, dizendo que a adubação é toda orgânica (esterco animal, palha e cinzas) e o controle de pragas feito com armadilhas simples e produtos naturais.

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Baixa procura faz governo prorrogar a vacinação contra a gripe


Campanha prorrogada até 10 de maio


No Jornal Nacional
25.04.2013

Só 14 milhões e meio de pessoas foram vacinadas - apenas 46% do total previsto. Por isso, a campanha será prorrogada até 10 de maio.


A procura baixíssima de postos de vacinação contra a gripe obrigou o Ministério da Saúde a prolongar a campanha deste ano. A decisão foi anunciada na tarde desta quarta-feira (24).

Todo o ano, Dona Maria Terezinha se veste de voluntária e ajuda a controlar a fila da vacinação. Isso, claro, depois de dar o exemplo. “Fui a primeira a vacinar para trabalhar”, afirma.

Um posto de saúde do Guará, uma região administrativa a pouco mais de 12 quilômetros de Brasília, recebeu em média 300 pessoas por dia no inicio da campanha de vacinação contra a gripe. Mas nos últimos dois dias esse número mais que dobrou. Hoje, são 700 pessoas que vão ao local diariamente para serem vacinadas.

Mas essa procura ainda está abaixo do que era esperado. Só 14 milhões e meio de pessoas foram vacinadas - apenas 46% do total previsto, 31 milhões e 300 mil pessoas. Por isso, a campanha será prorrogada até 10 de maio.

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Jovens da classe C são mais bem informados e menos conservadores que os pais


JC e-mail 4712, de 24 de Abril de 2013.
Jovens da classe C são mais bem informados e menos conservadores que os pais


Pesquisa traçou perfil dos cerca de 23 milhões de jovens de 18 a 30 anos com renda mensal entre R$ 219 e R$ 1.019. Eles são 55% dos brasileiros dessa faixa etária

Se a expansão da renda e do poder consumo marcaram a ascensão de quase 40 milhões de brasileiros à classe C na última década, o aumento da escolaridade parece ser a principal mudança entre os membros mais jovens destas famílias. Mas não a única.

Os filhos da chamada nova classe média são mais informados, conectados à internet e têm opiniões menos conservadoras sobre a mulher e o homossexualismo do que seus pais, revela o estudo "Geração C", que acaba de ser concluído pelo Instituto Data Popular. Trata-se de um perfil dos cerca de 23 milhões de jovens de 18 a 30 anos com renda mensal entre R$ 219 e R$ 1.019 e representam 55% dos brasileiros dessa faixa etária.

- Esse jovem vai ser um adulto muito diferente do pai. A educação é o grande diferencial, óbvio. Mas eles já estudaram mais do que os pais e isso traz uma série de desdobramentos, como aumento da renda da família, empregos melhores, mais informação. A primeira geração de universitários da família é menos conservadora, não vê mais a mulher como dona de casa, não vai querer do governo bolsa família, e sim desoneração de impostos para computadores.

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Quando a vida humana começa?


JC e-mail 4712, de 24 de Abril de 2013.
Quando a vida humana começa?


Não há consenso científico sobre o momento do início da vida, o que ajudaria a resolver impasses legais e jurídicos

Com o processo de reforma do Código Penal Brasileiro, a discussão sobre o aborto foi acirrada. O Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu enviar ao Senado um documento defendendo a liberação do aborto até 12ª semana de gestação. A decisão foi tomada durante o 1º Encontro Nacional de Conselhos de Medicina 2013, realizado entre 6 e 8 de março, em Belém.

Compartilhada pelos 27 conselhos regionais, representando, ao todo, 400 mil médicos no país, a posição do CFM gera controvérsias. Afinal, quando começa a vida humana? Diversas religiões, culturas e civilizações têm usado diferentes parâmetros para marcar o ponto inicial da existência. Uma resposta exata e científica para esta pergunta poderia ajudar a resolver muitos impasses legais e jurídicos. Entretanto, mesmo na ciência, não há um consenso sobre o momento que caracteriza o início da vida. "Mais de 20 critérios biológicos podem ser utilizados, de forma defensável e de acordo com um referencial que lhes dê suporte", explicou José Roberto Goldim, professor de bioética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Um desses critérios é o genético, que estabelece a concepção como a origem de todo ser humano, pois é na combinação dos genes de espermatozóide e óvulo que se forma um novo indivíduo. "Do ponto de vista técnico, um zigoto, geneticamente completo, tem potencial biológico para vir a ser um indivíduo desde a sua origem, e sua vida, inédita na existência, inicia exatamente neste ponto", afirma Clarisse Sampaio Alho, mestre em genética e biologia molecular pela UFRGS, no livro "Bioética: uma visão panorâmica".

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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Vacinação contra a gripe termina nesta sexta-feira



ÚLTIMOS DIAS


Quem faz parte dos grupos prioritários deve procurar a unidade de saúde mais próxima para se proteger contra a doença e, assim, evitar complicações e mortes pela gripe

Esta sexta-feira, dia 26 de abril, é o último dia da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Devem se vacinar idosos com mais de 60 anos, crianças de seis meses a dois anos, indígenas, gestantes, mulheres no período de até 45 dias após o parto (em puerpério), pessoas privadas de liberdade, profissionais de saúde, além das pessoas que têm doenças crônicas do pulmão, coração, fígado, rim, diabetes, imunossupressão e transplantados.

Até as 9 horas desta terça-feira (23), foram imunizadas 12,3 milhões de pessoas, ou seja, 33,73% dos 39,2 milhões de brasileiros que compõem esses grupos prioritários, incluindo os doentes crônicos e pessoas privadas de liberdade. A meta da campanha, que começou dia 15 de abril, é vacinar 80% do público-alvo.

"Ano passado, o Brasil foi o único país da nossa extensão, do nosso tamanho, que chegou a 80% de cobertura vacinal nos grupos recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Nós queremos superar a cobertura do ano passado e vacinar ainda mais”, lembra o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A vacina contra a gripe é segura e a forma mais eficaz para evitar complicações, internações e até mesmo óbitos por gripe. A vacina protege contra os três principais vírus que circulam no inverno passado (A/H1N1; A/H3N2 e B). Continua

Maior cemitério público de Maceió coloca em risco a saúde da população

Via G1
Por Carolina Sanches e Waldson Souza
24.04.2013

São José apresenta superlotação e uma série de problemas estruturais.
Necrochorume contamina o solo e lençol freático do bairro do Trapiche. 


Corpos enterrados de maneira inadequada diretamente no solo e em contato direto com os lençóis freáticos, sepulturas violadas pela ação do tempo, covas rasas com corpos e ossadas à mostra, restos de mortalhas, caixões e corpos abandonados ao relento, coveiros trabalhando sem equipamentos de proteção e a circulação livre de animais e pessoas são apenas algumas das irregularidades ambientais e sanitárias encontradas no maior cemitério público de Maceió, o São José, que fica no bairro do Trapiche.

Considerado um ambiente propício à contaminação, devido à falta de critérios no manejo dos corpos enterrados, e diante da ausência de cuidados com o espaço, o cemitério São José, que fica localizado em uma área central da capital alagoana, com a presença de prédios residências e comerciais nos arredores, coloca em risco à saúde da população e do meio ambiente.

 Os indícios da contaminação são visíveis aos olhos menos atentos e constatados por estudos a exemplo da pesquisa "Avaliação da Contaminação das Águas Subterrâneas por Atividade Cemiterial na Cidade de Maceió", elaborada pela pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Florilda Vieira da Silva, que localizou a presença de necrochorume, substância tóxica produzida pela decomposição dos corpos, no lençol freático do cemitério.

"A pesquisa localizou as bactérias ao analisar a água dos poços do cemitério. Os indícios são fortes e já esperados devido ao procedimento de enterramento e inumação que é adotado no São José. Como os corpos são colocados direto na terra, era previsível que o necrochorume se espalhasse. Ainda mais porque a região do Trapiche possui lençóis freáticos muito próximo da superfície", relata a pesquisadora que é mestre em Recursos Hídricos e Saneamento pela Ufal. Continua

Barragens do Grande Recife estão com menos de 50% da capacidade

Via G1
Por Katherine Coutinho
24.04.2013

Mesmo com rodízio no abastecimento, volume de água ainda é baixo.
Barragem de Pirapama está com 20% do seu volume total.


A uma semana de completar dois meses de racionamento de água, nove das dez barragens responsáveis pelo abastecimento da Região Metropolitana do Recife ainda estão com menos de 50% de sua capacidade, de acordo com boletim de monitoramento da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). O rodízio foi iniciado no dia 1º de março, na parte plana da capital, em uma ação da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) iniciada após a constatação que o período de estiagem está afetando o abastecimento das barragens do Grande Recife.

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“A situação da Caatinga é a de um bioma ameaçado”

Via Época
Por Bruno Calixto
23.04.2013

Comemoramos no próximo domingo (28) o Dia da Caatinga, uma data para nos lembrar de um dos biomas mais ameaçados e menos estudados do Brasil. Atualmente, mais de 50% da mata nativa já foi desmatada, e a região enfrenta uma forte estiagem – a pior seca do Nordeste nos últimos 50 anos.
O Blog do Planeta conversou com Rodrigo Castro, presidente da Associação Caatinga, que acompanha de perto os problemas e os esforços de conservação na região. Castro fala sobre os problemas da região, e conta um pouco da proposta de aumentar o prestígio do bioma. Para isso, a ONG defende uma Proposta de Emenda da Constituição (PEC) que transformada a Caatinga em patrimônio nacional na Constituição brasileira, e atua na promoção e preservação do tatu-bola, espécie escolhida como mascote da Copa do Mundo de 2014.

A pior seca do Nordeste em décadas

Blog do Planeta – Qual é a situação da Caatinga hoje?
Rodrigo Castro –
A situação da Caatinga, hoje, é a de um bioma ameaçado. São duas variáveis que tornam o bioma ameaçado. Uma é o nível do desmatamento. Mais de 50% da área de ocorrência da Caatinga já foi desmatada. A outra é o nível de proteção: a Caatinga tem o menor índice de áreas protegidas no país. A proteção legal do bioma é baixa e o nível do desmatamento é alto. Esses dois fatores colocam a Caatinga como um ambiente ameaçado.

Blog do Planeta – Então mais da metade da Caatinga já foi desmatada?
Castro –
Sim, esse é o total acumulado. Mas os dados variam, de 45% a 46%, segundo o Ministério do Meio Ambiente, até dados de pesquisa que chegam a 60%, 65%. O seguro é dizer mais de 50%, mais da metade da Caatinga já foi desmatada.

Blog do Planeta – Com todo esse desmatamento, como que o bioma está resistindo à forte seca que o Nordeste vem enfrentando nos últimos meses?
Castro –
Períodos de seca são comuns na Caatinga. Porém, o que torna essa seca grave é que já são dois anos consecutivos de estiagem prolongada. Como a Caatinga foi forjada por esse clima, essa estiagem vai trazer problemas em menor dimensão para o ecossistema. O grande problema é a convivência humana. O homem precisa da água para produzir. Sem essa água, aumenta a pressão no ecossistema. Quando não tem produção, aumenta a caça, a exploração de madeira, de lenha, de carvão. A pressão sobre recursos naturais cresce nesses períodos. Não é uma pressão climática. É uma pressão do homem que busca na mata alternativas em períodos que não tem produção. Continua.

Unesp lança mais 54 títulos digitais para download gratuito

Via Agência FAPESP
24/04/2013

Agência FAPESP – A Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Editora Unesp disponibilizam nesta quarta-feira (24/04) 54 novos títulos do selo Cultura Acadêmica para download gratuito. As obras integram a Coleção Propg/FEU Digital, que conta agora com 192 títulos.

A coleção, iniciada em 2010, publica livros em primeira edição apenas nos formatos digitais, com a possibilidade de download gratuito. De acordo com a Unesp, o objetivo é democratizar a produção acadêmica – todos os títulos são assinados por docentes da universidade e abordam temas da área de Ciências Humanas.

A coleção funciona como laboratório de iniciativas na área do livro digital, segundo os responsáveis pelo Cultura Acadêmica, o segundo selo da Fundação Editora da Unesp. A meta é publicar mil livros até 2020.

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Brasil cresce em produção científica, mas índice de qualidade cai


JC e-mail 4711, de 22 de Abril de 2013.
Brasil cresce em produção científica, mas índice de qualidade cai


De 2001 para 2011, o Brasil subiu de 17º lugar mundial na quantidade de artigos publicados para 13º

A produção científica brasileira, medida pela quantidade de trabalhos acadêmicos publicados em periódicos especializados, está em ascensão. Mas a qualidade dos trabalhos não acompanha o ritmo.

O cenário foi encontrado em informações tabuladas pela Folha a partir da base aberta de dados Scimago (alimentada pela plataforma Scopus, da editora de revistas científicas Elsevier). Ela traz números da produção científica de 238 países.

De 2001 para 2011, o Brasil subiu de 17º lugar mundial na quantidade de artigos publicados para 13º --uma conquista que costuma ser comemorada em congressos científicos do país.

Em 2011, os pesquisadores brasileiros publicaram 49.664 artigos. O número é equivalente a 3,5 vezes a produção de 2001 (13.846 trabalhos).

O problema é que a qualidade dos trabalhos científicos, medida, por exemplo, pelo número de vezes que cada estudo foi citado por outros cientistas (o chamado "impacto"), despencou.

O Brasil passou de 31º lugar mundial para 40º. China e Rússia, por outro lado, ganharam casas no ranking de qualidade nesse período.

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terça-feira, 23 de abril de 2013

Una bacteria que vive entre heces desafía a los amos del petróleo

Via Materia
Por Manuel Ansede
22/04/2013

Científicos británicos modifican los genes de un microbio del intestino grueso para que sea capaz de producir diésel apto para mover un coche sin necesidad de transformar su motor

"E. coli" escrito con bacterias Escherichia coli / Mercè Berlanga (UB)
 
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La genética cambia la historia de las primeras migraciones a América

No Tendencias 21
UB/T21
18.04.2013


El ADN de diversas tribus sugiere que los humanos 
no entraron en el continente de una sola vez, como hasta ahora se pensaba


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Brasil precisa de 6 milhões de profissionais estrangeiros, diz SAE

Via BBC-Brasil
Camilla Costa
22.04.2013

Uma nova estratégia de "atração de cérebros" poderá trazer cerca de 6 milhões de profissionais estrangeiros para o Brasil nos próximos anos, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do governo.

Com o auxílio de grupos de especialistas e consultorias de mercado, a secretaria quer desenvolver uma política de atração de profissionais - o número, no entanto, não inclui imigrantes de baixa qualificação e, sim, profissionais altamente qualificados que possam atender a demanda atual da economia brasileira.

"Imigrantes qualificados são o foco do esforço. Não é uma política geral de imigração, é uma estratégia de atração de cérebros.", disse o ministro-chefe interino da SAE Marcelo Neri à BBC Brasil. A proposta deve chegar à presidente Dilma Roussef nos próximos 40 dias.

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Exploração de petróleo preocupa índios em aldeias remotas na Amazônia

BBC-Brasil
Por Lucas Bonolo
22.04.2013

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SP: Poluição por ozônio na capital é a pior da década

Estadão/Via blog do Noblat
Por
Nataly Costa 23.04.2013

A poluição por ozônio bateu recorde na Região Metropolitana de São Paulo no ano passado. O paulistano ficou mais de três meses – ou exatos 98 dias – respirando o poluente em níveis inadequados, acima do padrão diário de 150 microgramas por metro cúbico. É o pior índice dos últimos dez anos. Os dados são do relatório anual de qualidade do ar da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Durante a maior parte do tempo do ano passado (54,1%), a poluição por ozônio ficou entre regular, inadequada e má. Entre as 19 estações de medição desse tipo de poluente, a do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, e a de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, foram as que apresentaram mais dias em estado de atenção: 17 cada.

 Leia mais em Poluição por ozônio na capital é a pior da década


Temperatura global no século 20 foi a maior em 1.400 anos, diz estudo


JC e-mail 4711, de 22 de Abril de 2013.
Temperatura global no século 20 foi a maior em 1.400 anos, diz estudo


Cientistas analisaram as temperaturas no planeta nos últimos 2 mil anos. Fato é atribuído a ciclo natural do Sol e a flutuação de erupções vulcânicas


Estudo publicado neste domingo (22) na revista "Nature Geoscience" reconstruiu em escala global as temperaturas do planeta dos últimos 2 mil anos e constatou que o século 20, período em que a influência humana se tornou mais significativa, foi o mais quente em todo o planeta em 1.400 anos.

A pesquisa da "Nature" mostra que o fato pode ser atribuído a ciclos naturais na órbita planetária e a flutuações causadas por erupções vulcânicas e variações na atividade solar.

A partir da análise, os cientistas puderam verificar ainda que outros fenômenos climáticos não afetaram simultaneamente todos os continentes, como o Período Quente Medieval, ocorrido entre os séculos 9 e 14, e a Pequena Idade do Gelo, entre os anos de 1.550 e 1850 - diferentemente do que ocorreu no século passado.

Esta nova forma de medição vai possibilitar aos pesquisadores, no futuro, a entender melhor as causas da variabilidade climática e ajudar a prever mudanças no planeta.

O estudo, coordenadao pela Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, e que teve a participação de 78 cientistas de 24 países, conseguiu refazer o "mapa da temperatura" a partir de 511 amostras que incluem medições dos anéis em troncos de árvores, recifes de corais, núcleos de gelo, formações em cavernas, além de documentos históricos.

Impactos regionais

Segundo Steven Phipps, um dos autores da investigação científica, a característica surpreendente do aumento repentino da temperatura média global no século 20 se deu depois de uma tendência de resfriamento global, que durou mais de um milênio.
No entanto, ela afeta todo o planeta, diferentemente de outros fenômenos que afetaram a Terra na antiguidade, que tiveram impacto regional.

De acordo com o pesquisador, o Hemisfério Norte foi mais quente entre os anos 830 e 1.000, enquanto que a região do Hemisfério Sul não experimentou o aumento da temperatura até os anos 1.160 e 1.370.

Já a Pequena Idade do Gelo ocorreu devido à redução da atividade solar e queda das erupções vulcânicas, com impacto na região do Ártico, Europa e Ásia (antes de afetar a América do Norte o Hemisfério Sul).


(G1)

Universidades públicas poderão ser obrigadas a divulgar produção científica na internet


JC e-mail 4711, de 22 de Abril de 2013.
Universidades públicas poderão ser obrigadas a divulgar produção científica na internet


Projeto de Lei do Senado dispõe que as instituições de educação superior de caráter público, bem como as unidades de pesquisa, ficam obrigadas a construir repositórios institucionais de acesso livre

As instituições de educação superior de caráter público poderão ser obrigadas a disponibilizar suas produções científicas na internet. É o que prevê o projeto de Lei do Senado (PLS) 387/2011, que a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) deve apreciar na próxima terça-feira (23), a partir das 9h.

De autoria do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o projeto dispõe que as instituições de educação superior de caráter público, bem como as unidades de pesquisa, ficam obrigadas a construir repositórios institucionais de acesso livre.

Pelo texto, deverá ser depositado nesses repositórios, obrigatoriamente, o inteiro teor da produção técnico-científica conclusiva dos estudantes aprovados em cursos de mestrado, doutorado, pós-doutorado ou similar, assim como da produção de pesquisas científicas realizadas por seus professores, pesquisadores e colaboradores, apoiados com recursos públicos.

"O compartilhamento do saber em todas as esferas e em escala global é uma tendência nítida do mundo contemporâneo", diz Rollemberg na justificativa do projeto.

Para o senador, a construção dos repositórios e o arquivamento digital da produção técnico-científica proporcionarão maior visibilidade dos investimentos do governo em ciência e tecnologia.

O senador acrescenta que a medida também pode dar subsídios aos poderes públicos para a elaboração da política de fomento de ciência e tecnologia.

"É importante ressaltar o impacto da aplicação do conhecimento científico no desenvolvimento social, econômico, científico e tecnológico de um país", diz.

O relator, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), é favorável à matéria, que seguirá para análise da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), depois de aprovada na CCT.

Novas empresas

Na mesma sessão, a CCT deve analisar o PLS 321/2012, que estabelece normas gerais relativas ao tratamento específico a ser dispensado às novas empresas de tecnologia no âmbito dos poderes da União, particularmente no que se refere à isenção temporária de tributos.

De autoria do senador José Agripino (DEM-RN), a matéria tem o apoio do relator, senador Valdir Raupp (PMDB-RO). A matéria deve passar, ainda, pela análise da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

(Agência Senado)

Curso de Introdução à Astronomia e Astrofísica do INPE


JC e-mail 4711, de 22 de Abril de 2013.
Curso de Introdução à Astronomia e Astrofísica do INPE


Inscrições podem ser feitas até o dia 10 de maio
Estão abertas as inscrições para o Curso de Introdução à Astronomia e Astrofísica do INPE. O curso tem como objetivo introduzir conceitos fundamentais das diversas áreas da Astronomia e Astrofísica, e também apresentar a atuação científica e o Curso de Pós-graduação da Divisão de Astrofísica do INPE.


As aulas são direcionadas a professores do ensino fundamental e médio ligados à área de ciências, assim como estudantes universitários. As inscrições podem ser feitas até o dia 10 de maio

Período de realização: 15 a 19 de Julho de 2013

Local: sede do INPE em São José dos Campos, São Paulo.
INSCRIÇÕES ATÉ 10/05/2013
Outras informações e formulário de inscrição disponíveis em:
 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Estudo mostra como herbicida usado nas culturas de soja e cana é cancerígeno para ratos

Via Agência FAPESP
Por José Tadeu Arantes
22.04.2013


 O diuron, amplamente empregado no país, provoca câncer 
de bexiga nos animais mesmo em doses cinco vezes menores
 do que se supunha. Pesquisa investigou também alguns
 efeitos de praguicidas encontrados no tomate (Wikimedia)


Agência FAPESP – Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual Paulista (Unesp) identificou o modo de ação do diuron, um herbicida amplamente utilizado nas culturas de soja e cana-de-açúcar, que provocou câncer na bexiga de ratos.

“Mostramos que, quando eliminados pela urina, o diuron ou seus metabolitos provocam necrose em múltiplos focos do urotélio, o revestimento da bexiga. Em resposta, esse revestimento prolifera para substituir as áreas lesadas. A proliferação celular contínua, se mantida durante muito tempo, acaba levando a erros nas sucessivas cópias do DNA, alguns deles predispondo ao desenvolvimento de tumores”, disse o médico João Lauro Viana de Camargo, professor titular de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador do estudo, que teve apoio da FAPESP.

Segundo o pesquisador, esse modo de ação evidencia que o diuron atua de forma não genotóxica, isto é, não provoca, de início ou diretamente, lesão de DNA. Tal lesão tende a ocorrer em momentos posteriores, se a exposição for mantida por tempo longo. O potencial cancerígeno desse herbicida para a espécie humana já havia sido alertado pela United States Environmental Protection Agency (EPA), a agência de proteção ambiental do governo dos Estados Unidos.

O estudo brasileiro – que contou com a participação de pesquisadores da EPA e da University of Nebraska, em um total de 25 profissionais envolvidos – confirmou o potencial cancerígeno do diuron para os ratos e mostrou que tal condição pode ocorrer mesmo com doses cinco vezes menores do que aquelas antes consideradas nocivas.

“As alterações provocadas pelo diuron na bexiga do rato ocorrem segundo uma relação dose-resposta, isto é, quanto maior a dose, mais alterações moleculares, ultraestruturais e histológicas acontecem”, explicou Camargo. “Nesta linha, identificamos a chamada ‘dose limiar’ – uma quantidade abaixo da qual o herbicida não é cancerígeno, mesmo se o animal for exposto a ele por tempo prolongado.”

De acordo com o pesquisador, a toxicidade do produto manifesta-se bem cedo, já no primeiro dia de exposição a altas doses. “Avaliada por sua expressão gênica, a resposta do urotélio é aparentemente adaptativa, sugerindo que, se a exposição for interrompida, a bexiga voltará ao normal. O problema existirá se as doses forem altas e a exposição mantida por longo tempo”, afirmou.

Outra observação feita durante os sucessivos estudos foi que, quando fornecido em doses relativamente altas para ratos, o diuron provoca toxicidade sanguínea.

“Nesse caso, o alvo predominante é o baço, um órgão relacionado à imunidade e ao suprimento sanguíneo, que de modo consistente mostrou volume aumentado devido a excesso de sangue e acúmulo de restos celulares”, disse Camargo. Essa alteração também foi verificada na prole masculina de ratas prenhes que haviam recebido o diuron em altas doses.

O estudo sobre o diuron fez parte de uma pesquisa mais abrangente – o Projeto Temático “Praguicidas agrícolas como fator de risco” –, realizada com apoio da FAPESP de 2007 a 2012.

No Temático, além do diuron os pesquisadores investigaram também os efeitos, em ratos e camundongos, de cinco praguicidas cujos resíduos foram encontrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no tomate à disposição da população brasileira.

 Veja a matéria completa.

Perigo silencioso - Rio não divulga lista das áreas contaminadas, e moradores reclamam da falta de informação

Via Clipping MP
O Globo
Por Emanuel Alencar
Renata Leite
21.04.2013

Medo. Moradores do Volta Grande IV caminham ao lado de placa que alerta para a contaminação do solo por resíduos siderúrgicos: Inea quer a retirada das pessoas da área

Mão atadas. Lucinda de Souza e Elisabete Andrade, de Miguel Pereira, não podem fazer obras

Campos minados

Em busca de paz, o médico aposentado Carlos França, de 63 anos, deixou a metrópole e comprou um terreno na pacata Miguel Pereira, Centro-Sul Fluminense, em 2008. Ao inspecionar o quintal, notou que havia uma perfuração no solo. O corretor de imóveis logo o tranquilizou: tratava-se de um poço de monitoramento da qualidade da água, zelo ambiental da prefeitura. No entanto, a realidade se mostrou diferente. Nos últimos seis meses, funcionários de uma empresa terceirizada da Petrobras fizeram sete novas perfurações no terreno. França finalmente descobriu que, na verdade, seu espaço é alvo de investigação em decorrência de um vazamento de óleo ocorrido há 29 anos. O aposentado não pode comer frutos, usar água subterrânea e sequer construir uma piscina. A contaminação por hidrocarbonetos expõe ao risco famílias do bairro de classe média Estância Aleluia.

Situações como essa não são raras no Estado do Rio, mas a falta de transparência nas informações alimenta inseguranças. A Secretaria estadual do Ambiente não disponibiliza ao público o relatório das áreas contaminadas, conforme prevê uma resolução federal de 2009. Em São Paulo, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) faz esse tipo de divulgação na internet há 11 anos - o último levantamento aponta 4.131 terrenos investigados.

Na última semana, O GLOBO percorreu quatro áreas com contaminações de solo no Rio. Moradores reclamam da ausência de esclarecimentos precisos dos responsáveis pelos danos e dos órgãos ambientais. O pedreiro Elionay Avelino de Souza, de 33 anos, conta que moradores da Cidade dos Meninos, em Duque de Caxias, ainda vivem amedrontados. Há seis décadas, toneladas do composto conhecido como pó de broca (hexaclorociclohexano) provocaram uma onda devastadora, com registros de mortes por câncer. O produto foi abandonado por uma antiga fábrica de pesticidas, mantida pelo governo federal.

Tanto tempo depois, o problema segue sem solução. O Ministério da Saúde informou que, juntamente com a prefeitura de Caxias e o governo estadual, definiu um plano para o recadastramento das cerca de 750 famílias da Cidade dos Meninos.

- Fizeram uma análise da água lá de casa, e parece que está tudo bem. Só pedimos a Deus que nada de grave aconteça - diz Elionay.

A lista dos "barris de pólvora" no estado não é desprezível. O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, afirma, entretanto, que a pasta sabe quais são essas áreas. Minc garante que até o fim do ano o inventário dos pontos contaminados estará disponível no site do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O sistema de informação ainda está em desenvolvimento.

- Temos ciência dos problemas. Mandamos as empresas descontaminarem. O estado não gastou um tostão para resolver o passivo da Ingá Mercantil (em Itaguaí). Brigamos na Justiça, que queria empurrar a conta para o contribuinte. A Usiminas bancou. Chegamos a uma solução ambiental e econômica. E descontaminamos o Canal do Cunha e do Fundão com R$ 300 milhões da Petrobras - diz o secretário.

O geólogo do Instituto de Geociências da USP Rodrigo Coelho, especialista no assunto, lembra que a descontaminação de terreno exige análise de riscos e estudos aprofundados. A responsabilidade de reparar os danos ambientais é de quem poluiu, conforme estabelece o princípio do poluidor-pagador, previsto na Política Nacional de Meio Ambiente (lei 6.938/81).

Em Miguel Pereira, avalanche de dúvidas

Moradores de Miguel Pereira enfrentam uma batalha de desfecho imprevisível. De acordo com a Petrobras, em 1984 cerca de cinco mil litros de gasolina vazaram do Oleoduto Rio-Belo Horizonte (Orbel I), no bairro Estância Aleluia. Na época, a empresa adotou medidas emergenciais, como a reparação do duto e a retirada superficial de solo. Novos estudos foram realizados, por meio de sondagens para coleta de amostras de solo e da instalação de poços de monitoramento. Foram ainda feitas análises químicas de solo e água subterrânea. Para realizar os trabalhos, a Petrobras adquiriu duas propriedades e alugou uma outra, no ano passado.

Ainda segundo a estatal, o resultado dos estudos, entregue em 11 de março deste ano ao Inea e ao Ministério Público Federal, indica "pequena concentração de material residual" na propriedade alugada pela companhia, onde não há residência. A Petrobras acrescenta que já foram iniciadas as medidas para a completa remoção do material. E que estão sendo reavaliadas as restrições para captação e utilização da água subterrânea, consumo de frutos e hortaliças e novas construções e escavações.

Quem vive o problema de perto, por outro lado, afirma que o diálogo é bastante difícil. Lucinda de Souza, de 49 anos, comprou uma casa há três anos sem saber do vazamento:

- A gente constrói um sonho e, agora, não tem direito a nada. Não posso fazer uma garagem.

Ney Robinson Gomes D"Oliveira, do bairro Retiro das Palmeiras, detectou um outro vazamento no duto nos anos 80. A Petrobras lhe fornece água em caminhões-pipa desde 1995:

- Esse problema está me matando há 32 anos. Acredito que estejam aguardando a minha morte, a solução mais simples para o caso.

Pelo menos um emblemático caso de contaminação tem uma solução encaminhada: a poluição deixada pela Companhia Mercantil e Industrial Ingá, na Ilha da Madeira, em Itaguaí. Em 1996, dois anos antes de a empresa decretar falência, 50 milhões de litros de água contaminada por metais pesados foram parar na Baía de Sepetiba. A Usiminas, que arrematou o terreno por R$ 72 milhões em 2008, vai entregar a área descontaminada em junho. Em nota, a empresa informou que fez investimentos da "ordem de R$ 100 milhões no projeto de remediação" e que "a recuperação desse passivo possibilitou o confinamento de 100% do rejeito contaminado, eliminando os riscos de contaminação".

Revista Estudos Avançados tem dossiê dedicado à neurociência

Via Agência FAPESP
22.04.2013

Publicação do IEA-USP terá lançamento no dia 24, com conferência do jurista Fábio Konder Comparato, entrevistado na edição

Agência FAPESP – O dossiê de abertura da nova edição (77) da revista Estudos Avançados, publicação do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, é dedicado às neurociências. Os seis artigos são assinados pelos pesquisadores Sidarta Ribeiro, Horacio Vanegas, Cesar Galera, Luiz Carlos de Lima Silveira, Flávia Carvalho Alcantara Gomes e Maria Jose da Silva Fernandes.

O lançamento será no dia 24 de abril, às 17, na Sala de Eventos do IEA-USP, com conferência do jurista Fábio Konder Comparato, entrevistado na edição. Professor emérito da Faculdade de Direito da USP, Comparato falará sobre "Direitos Humanos e Comissão da Verdade".

O debatedor será Marco Antônio Rodrigues Barbosa, da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo. O evento é aberto ao público e gratuito, com transmissão pela web em www.iea.usp.br/aovivo.

Sobre o dossiê “Neurociências”, o editor da revista, Alfredo Bosi, comenta que “o conjunto está com os olhos postos não só na pesquisa pura, como em suas aplicações terapêuticas; problemas como o possível tratamento da doença de Parkinson, do mal de Alzheimer e da epilepsia são abordados a partir de uma ótica transdisciplinar”.

A edição traz ainda conjuntos de textos sobre energia eólica, o acidente com césio 137 em Goiânia em 1987 e sobre cultura e literatura. A versão digital da edição já está disponível na SciELO.

A Sala de Eventos do IEA-USP fica na Rua Praça do Relógio, 109, bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: www.iea.usp.br/revista, estudos avançados@usp.br e (11) 3091-1675 e 3091-1686.

Oposição quer explicações sobre sindicância que investiga Rosemary

Via blog do Noblat
22.04.2013

Cristiane Jungblut, O Globo

A oposição vai exigir do Palácio do Planalto explicações sobre a sindicância interna que investigou as denúncias envolvendo a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, indiciada pela Polícia Federal por formação de quadrilha, corrupção passiva e tráfico de influência em todas as instâncias governamentais para obter benefícios financeiros.

A sindicância - aberta por decisão da Casa Civil e realizada em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) - comprovou, segundo reportagem da revista "Veja" deste fim de semana, que Rosemary recebia vantagens como ex-assessora de Lula. O documento, segundo a "Veja", cita tratamento especial dado a Rosemary durante viagem particular a Roma. Na ocasião, ela e o marido ficaram hospedados na embaixada brasileira, localizada na Piazza Navona, num dos mais luxuosos endereços de Roma.

Leia mais em Oposição vai cobrar do Planalto explicações sobre sindicância que investiga ex-assessora de Lula


domingo, 21 de abril de 2013

Eu me cuido muito
Adelidia Chiarelli








Justiça para as abelhas

Via ISA
16.04.2014

Pesticida que melhor protege as plantações é o mesmo que afeta os insetos necessários para a polinização. Ambientalistas lutam por controle ambiental mais rigoroso

RENATO GRANDELLE
renato.grandelle@oglobo.com.br

As abelhas estão no centro de uma disputa judicial nos Estados Unidos. Ambientalistas e apicultores entraram com uma ação contra a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) do país, exigindo que o órgão crie um registro dos agrotóxicos que provocam danos aos insetos. O alvo do grupo são os neonicotinoides, uma potente classe de pesticidas, cuja fórmula conta com nicotina sintética.
Os neonicotinoides são mais eficientes do que outros agrotóxicos no controle de pragas, mas cobram um preço alto. Eles afetam o sistema nervoso de insetos polinizadores, o que restringe sua área de atuação e, assim, o rendimento de diversas culturas. Resíduos de agrotóxico foram encontrados em culturas de girassol, algodão e milho, onde há uma grande presença de abelhas.
Um movimento semelhante ao que chega à Corte americana ocorreu do outro lado do Atlântico. Em janeiro, a Comissão Europeia sugeriu que seus Estados-membros restringissem o uso de agrotóxicos prejudiciais às abelhas.
Nem todos os governos adotaram a medida à época, mas a pressão é tamanha que, duas semanas atrás, deputados do Reino Unido reivindicaram que o país também protegesse seus insetos. A Comissão de Meio Ambiente do Parlamento britânico assegura que pelo menos 60% das espécies do inseto tiveram sua população reduzida.
O documento poderá provocar no Reino Unido, a partir do dia 1o de janeiro do ano que vem, a moratória sobre pesticidas envolvidos com o sumiço das abelhas.
Outro ataque aos químicos foi disparado pela Conservação de Aves Americanas (ABC, na sigla em inglês), que contratou Pierre Mineau, um dos toxicologistas mais conhecidos do mundo, para compilar 200 estudos relacionados a neonicotinoides. Segundo ele, "um grão de milho revestido com o composto é suficiente para matar um pássaro".
Doutora em Agronomia pela Universidade Estadual de Londrinas, Michele Regina Lopes da Silva ressalta que a comunidade científica precisa aprofundar seus estudos sobre os efeitos dos neonicotinoides, tanto nas plantas quanto nos polinizadores.
- O mecanismo desencadeado por este pesticida na planta não é totalmente conhecido - diz. - Algumas produzem nicotina como forma de defesa, mas, quando a substância aparece pura, elas morrem. Com o neonicotinoide, o vegetal sobrevive porque seu mecanismo de defesa às pragas vem de apenas uma molécula de nicotina.
Além de alterar o funcionamento cerebral dos insetos, os pesticidas são solúveis em água. O spray, portanto, vai da planta para o solo, e de lá para sistemas aquáticos subterrâneos, onde sua composição química compromete outras formas de vida. Nos EUA, os níveis mais elevados de contaminação foram registrados na Califórnia. No entanto, alguns países europeus, como a Holanda, têm índices ainda maiores.

Discussão com indústria
Os efeitos dos neonicotinoides nas abelhas foram estudados por Christopher Connolly, diretor de Neurociências do Instituto de Pesquisas Médicas da Universidade de Dundee, do Reino Unido. - Esta classe de pesticidas provoca uma atividade no organismo da abelha que, ao chegar no cérebro, atrapalha seu poder de comunicação - explica. - Os insetos têm o centro de aprendizado enfraquecido. Muitos não conseguem aprender novas tarefas quando estão ao alcance desses compostos.
A ação dos neonicotinoides sobre os animais pode ter consequências para a disponibilidade de alimentos em todo o planeta:
- Se os insetos continuarem expostos a esta classe de pesticidas, haverá consequências na polinização da colheita - explicou. - A produção de alimentos pode se tornar cada vez mais difícil. As safras de frutas serão as mais afetadas.
A agência ambiental americana, segundo comunicado publicado em seu site, está fazendo "um novo exame para determinar a regulamentação de diferentes tipos de pesticidas, assim como o modo como as abelhas são expostas a eles". A EPA também pretende averiguar a toxicidade dos produtos químicos usando, além de seus próprios critérios, os adotados por países europeus.
Para Connolly, a polêmica não se resume a crucificar o pesticida, cujo papel no combate às pragas é incontestável. O que se deve discutir, segundo ele, é como adaptá-lo ou substitui- lo por um mecanismo que proteja as colheitas de pragas sem comprometer a atividade de outros seres vivos, inclusive aqueles importantes para a própria agroindústria.
- Será que a produção agrícola diminuiria sem os neonicotinoides? - questiona. - A indústria pode alegar que pesticidas alternativos seriam mais danosos ao ambiente. Enfim, é tempo de debater qual é o modo mais sustentável de lidar com esta questão.

O Globo, 16/04/2013, Amanhã, p. 8-9