sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O depressivo na contramão, artigo de Eliane Brum

Via EcoDebate
09.12.2009


[Ecodebate] Em seu último livro, “O Tempo e o Cão – a atualidade das depressões” (Boitempo, 2009), a psicanalista Maria Rita Kehl nos provoca com uma hipótese sobre a qual vale a pena pensar: a depressão, que vem se tornando uma epidemia mundial desde os anos 70, pode ser a versão contemporânea do mal-estar na civilização. Ela teria algo a dizer sobre a forma como estamos vivendo e sobre os valores da nossa época. Para além da patologia, a depressão pode ser vista também como um sintoma social.

O que nossa época nos exige? Euforia, confiança, velocidade. Temos de ser pró-ativos. O que ela nos promete? Se soubermos traçar nossas metas e construir nossa estratégia, atingiremos o sucesso. Se produzirmos e consumirmos, alcançaremos a felicidade. Ser feliz deixou de ser uma possibilidade esporádica para se tornar uma obrigação permanente. Para nós, seres desta época, nada menos que o gozo pleno. Fora disso, só o fracasso. E o fracasso, este é sempre pessoal. Se não alcançamos o que nos prometeram no final do arco-íris é porque cometemos algum erro no caminho. E fracassar, como sabemos, passou a ser não um fato inerente à vida, mas uma vergonha.

O depressivo, neste contexto, é a voz dissonante. É o cara na contramão atrapalhando o tráfego, como na letra de Chico Buarque. Como diz Maria Rita, é aquele “que desafina o coro dos contentes”. Ela afirma, logo no início do livro: “Analisar as depressões como uma das expressões do sintoma social contemporâneo significa supor que os depressivos constituam, em seu silêncio e em seu recolhimento, um grupo tão ruidoso quanto foram as histéricas no século XIX. A depressão é a expressão do mal-estar que faz água e ameaça afundar a nau dos bem-adaptados ao século da velocidade, da euforia prêt-à-porter, da saúde, do exibicionismo e, como já se tornou chavão, do consumo desenfreado”.

Neste sentido, a mera existência do depressivo aponta, nas palavras da psicanalista, a má notícia que ninguém quer saber. Se basta ser pró-ativo, bem-sucedido e saudável, por que tantos e cada vez mais, como mostram as estatísticas, são classificados como depressivos?

“A depressão”, diz Maria Rita, “é sintoma social porque desfaz, lenta e silenciosamente, a teia de sentidos e de crenças que sustenta e ordena a vida social desta primeira década do século XXI. Por isso mesmo, os depressivos, além de se sentirem na contramão do seu tempo, vêem sua solidão agravar-se em função do desprestígio social da sua tristeza”.

Cada época cria seus proscritos. Na época da euforia e da velocidade, nada mais desafinado do que um depressivo. Se, em vez de hoje, o depressivo, então chamado de melancólico, vivesse no romantismo do final do século XVIII, “estaria tão adequado à cultura e aos valores de sua época quanto um perverso hospedado no castelo do marquês de Sade”.

Hoje, porém, os depressivos parecem ser não só o portador de uma má notícia, mas de uma doença contagiosa. Quem quer ter por perto alguém que sofre em um mundo cuja existência só se justifica pelo sucesso e pela felicidade plena? Num mundo em que todos têm de estar “de bem com a vida” para merecer companhia?

O depressivo não apenas sofre, mas silencia num mundo em que as pessoas preenchem todos os espaços com sua voz. E não apenas silencia, mas em vez de preencher seu tempo com dezenas de tarefas, uma agenda cheia, se amontoa no sofá da sala e nada quer fazer. Não só é lento, como chega a ser imóvel. Sua mera existência nega todos os valores propagandeados dia após dia ao redor de nós – e também pelo nosso próprio discurso afirmativo e de auto-convencimento.

Ao existir, o depressivo faz uma resistência política passiva ao establishment. Obviamente, ele não é um ativista nem tem consciência disso e preferiria não sofrer tanto. O que Maria Rita nos propõe é enxergar a depressão para além dos aspectos clínicos. Enxergar também como sintoma da sociedade em que vivemos. Como a ótima psicanalista que é, o que ela nos propõe é ouvir. Neste caso, ouvir o que a depressão tem a nos dizer quando escutada como sintoma social, como expressão de um mal-estar no mundo.

Os medicamentos podem fazer enorme diferença nas depressões graves num primeiro momento, para arrancar da apatia e possibilitar uma elaboração dessa dor que permita lidar com a vida de uma forma menos paralisante. Inclusive para romper com o imobilismo e buscar uma escuta pela psicoterapia ou pela psicanálise. Os medicamentos antidepressivos têm sua hora, seu lugar e sua importância. Mas acreditar que a medicação resolve tudo é calar a dor de quem a vive. E, no âmbito social, é ignorar o que ela diz sobre o que há de torto em nosso mundo.

Afirmar que a indústria farmacêutica resolve tudo é silenciar o impossível de ser silenciado, como prova a escalada das estatísticas da depressão. Na esfera social, significa dizer que é uma ótima vida correr desde que acorda até a hora de dormir, sem ter um minuto sequer para elaborar o que de bom e de ruim viveu naquele dia. Sem tempo para viver a experiência. Ou, como diz Maria Rita, vivendo no tempo do Outro.

Acreditar que a epidemia mundial de depressão pode ser erradicada com pílulas é afirmar que no nosso mundo nada falta. E um pouco mais grave que isso: é acreditar não apenas que é possível atingir uma vida em que nada falte, como atingi-la é uma mera questão de adaptação, pró-atividade e saúde.

No âmbito do indivíduo, tratar a depressão apenas com medicamentos é tornar ilegítima a sua dor. É dizer ao depressivo que o que ele sente não merece ser ouvido porque é produto apenas de uma disfunção bioquímica. É reforçar a crença de que o depressivo não tem nada a dizer sequer sobre ele mesmo. É cristalizar o estigma. Sem contar que tentar calar os sintomas da depressão à custa de remédios leva ao embotamento da experiência, ao esvaziamento da subjetividade. O que se sente é silenciado – e não elaborado. E, ainda que alguém achasse que vale a pena se anestesiar da condição humana, o efeito do remédio, como bem sabemos, é temporário.

Para algumas pessoas, encontrar médicos que resolvem tudo apenas com pílulas vai ao encontro de suas próprias crenças – e de sua necessidade de proteção. É mais fácil acreditar ser vítimas de uma doença, uma disfunção que está fora deles, a pensar que é um pouco mais complexo e mais difícil de lidar do que isso. É mais fácil do que aceitar que ele, como sujeito psíquico, está implicado neste mal-estar. Eu tomo remédio e não preciso pensar que algo me incomoda. Eu engulo uma pílula e não preciso lidar com a inadequação que me faz sofrer.

É possível compreender que, para quem já está na contramão do mundo e é visto muitas vezes como um estorvo, ajuda não ter ainda mais essa “culpa”. Tranqüiliza pensar que aquela dor que está sempre ali foi causada por uma disfunção involuntária dos neurotransmissores. E que pode ser resolvida com um comprimido.

O problema é que a realidade mostra que não é tão simples assim. Quem já fez tratamento com antidepressivos sabe que “curar” uma depressão não é o mesmo que tratar de uma micose ou mesmo de uma pneumonia. Não basta tomar remédio: é preciso expressar a dor, é necessário elaborar o sofrimento e, em geral, mudar a vida ou a forma de olhar para a vida e para si mesmo.

Ao conversar com minha filha, também psicanalista, sobre esse tema, ela fez um comentário que cabe neste contexto. “É curioso como os filmes de ficção científica sempre usaram aquela imagem terrorífica de seres humanos levando uma injeção na nuca e se tornando embotados. Isso era assustador e nos assustava”, disse. “Agora, o que assustava passou a ser a vontade das pessoas. Elas querem tomar uma pílula, ou uma injeção na nuca, e ficar embotadas.”

Maria Rita sugere que vale a pena para todos – e não apenas para os depressivos – pensar o que a depressão está nos dizendo sobre nosso mundo. É isto ou continuar assistindo, impotentes, ao crescimento da epidemia, que atinge não apenas adultos, mas adolescentes e crianças, cada vez mais cedo. É preciso prestar atenção nesse mal-estar no mundo, escutá-lo, de verdade e com verdade, sem cair nos contos de fadas contemporâneos que transformam todos os monstros em déficits bioquímicos. Ao contrário de todas as profecias, a indústria farmacêutica não vai nos salvar de uma vida sem vida. Continua

Homem de 80 anos tem atendimento negado em hospital de São Paulo

Jornal Nacional
29.09.2011





Homem de 80 anos tem atendimento negado em hospital de São Paulo (texto)


Cetesb afirma que risco de explosão no Cingapura é igual ao do shopping

Via Estadão
Por Diego Zanchetta e Rodrigo Brancatelli
30.09.2011

SÃO PAULO - O conjunto habitacional Cingapura da Avenida Zaki Narchi, na zona norte da capital paulista, tem exatamente o mesmo risco de explodir que o vizinho Center Norte - shopping que obteve liminar nesta quinta-feira, 29, para impedir seu fechamento, determinado pela Prefeitura por perigo da contaminação de metano no subsolo. A conclusão está em parecer da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que pediu diversas ações de emergência à Prefeitura. Continua






Medo de explosão afasta clientes de shopping em São Paulo


Jornal Nacional - 28.09.2011




Shopping Center Norte terá que fechar


SPTV 2ª Edição - 27.09.2011



Ministro recua e diz ser contra restaurante para fumante

Via Estadão
Por LÍGIA FORMENTI
29.09.2011

Criticado por integrantes da Fazenda, da Casa Civil e do movimento antitabagista, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recuou e afirmou ontem que a equipe técnica da pasta dará parecer contrário à criação de restaurantes exclusivos para fumantes.

A proposta faz parte de uma emenda à MP 540, que está em análise desde a semana passada pelo governo e, como revelou a reportagem, havia recebido nos bastidores o aval do ministério.

Diante da repercussão negativa e da dissonância com colegas de governo, o ministro, que iniciara a discussão pela flexibilização na Esplanada, afirmou ontem ser contrário à liberação do fumo em ambientes fechados - mesmo em estabelecimentos criados exclusivamente para fumantes.

Padilha também disse não aprovar outras duas sugestões contidas na emenda: uma sobre adição de mentol ao tabaco e outra sobre mudanças nas regras das embalagens dos cigarros. Continua

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Via Láctea - The Milkyway

Via ESA/Hubble
Por Alessio Ruta
8 anos
Roma - Itália




Alessio Ruta - 8 anos


Justiça concede liminar e paralisa obras de Belo Monte no Rio Xingu

Via Estadão
Por Carlos Mendes
28.09.2022

A alteração no leito do rio, segundo o juiz, inclui não construir porto, fazer barragens, efetuar explosões ou escavar canais, obras que poderiam interferir no curso natural do Xingu

BELÉM - A Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat) obteve ontem uma vitória, ainda que parcial, na Justiça Federal de Belém, conseguindo por meio de liminar a imediata paralisação das obras de construção da Hidrelétrica de Belo Monte.

A decisão do juiz Carlos Eduardo Castro Martins, da 9.ª Vara Federal, proíbe o consórcio Norte Energia S.A. (Nesa), responsável pelas obras, de fazer qualquer alteração no leito do Rio Xingu, onde os associados da entidade que ingressou com a ação praticam a pesca de peixes ornamentais. É uma atividade que gera renda para centenas de famílias que sobrevivem da exportação de peixes ornamentais para a Europa, Estados Unidos e Ásia.

A alteração no leito do rio, segundo o juiz, inclui não construir porto, fazer barragens, efetuar explosões ou escavar canais, obras que poderiam interferir no curso natural do Xingu, prejudicando a fauna ictiológica. As obras de canteiros e de residências, por não interferirem na navegação e na atividade pesqueira, destaca Martins, não serão atingidas pela decisão e poderão continuar. Ele fixou multa diária de R$ 200 mil, caso a liminar não seja cumprida. Continua

Prefeitura de Altamira recorre ao MPF/PA para suspensão da licença de Belo Monte

Via MPF
28.09.2011

Em ofício enviado ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Pará, prefeita, vereadores e lideranças empresariais acusam a empresa de descumprir as condicionantes

O Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) recebeu, esta semana, documento da prefeitura de Altamira pedindo providências diante do descumprimento, pela Norte Energia, das obras e investimentos necessários para evitar e compensar os impactos da obra de Belo Monte. “Tal desobediência nos força a pedir a suspensão imediata da referida licença (de instalação)”, diz o ofício, assinado pela prefeita, por todos os vereadores da câmara municipal e por mais de quarenta sindicatos, associações empresariais e de moradores.

O documento foi enviado também à própria Nesa e a várias autoridades federais e estaduais, inclusive à presidenta da República Dilma Rouseff, a quem a prefeitura dirige um apelo: “que nos ajude nesta dura empreitada, uma vez que o ex-presidente, senhor Luís Inácio Lula da Silva, prometeu em público nesta cidade, no dia 22 de junho de 2010, que o empreendimento traria grandes benefícios para Altamira e as outras dez cidades no entorno desse megaprojeto, o que encheu de entusiasmo toda a população, mas o que se vê na prática, até o momento, são penosas frustrações, como mais pobreza, insegurança e caos social”.

“Os estudos preliminares ao empreendimento criaram um sonho de uma Altamira de primeiro mundo, com uma infraestrutura urbana e saneamento nunca antes imaginada por nossa sociedade. Não pode agora a nossa população ver transformado este sonho em pesadelo, e passar a acreditar que essa obra só veio para agredir o meio ambiente e trazer miséria para a já sofrida população de Altamira”, acrescenta o documento.

O MPF já tinha alertado o Ibama e a Justiça Federal em junho passado, quando a licença de instalação foi emitida, que permitir o início das obras sem exigir o cumprimento das condicionantes era abrir a porta para o caos na região. O Ibama recebeu recomendação para não emitir a licença, mas ignorou-a. E na Justiça Federal há um processo pedindo a suspensão da LI – nº 18026-35.2011.4.01.3900 - que até hoje não foi julgado.

“Avisamos que isso ia acontecer porque já acompanhamos projetos desse tipo no Pará várias vezes. Uma vez que a licença é concedida, dificilmente o empreendedor se compromete com as necessidades dos atingidos. Se o Ibama não exige as compensações previamente, elas não saem do papel. E depois que as obras começaram ninguém se importa mais com o sofrimento de quem está pelo caminho. É a aplicação na prática da velha teoria do fato consumado em grandes projetos de desenvolvimento”, lamenta Ubiratan Cazetta, procurador-chefe da Procuradoria da República no Pará.

“A prefeitura fazer esse apelo agora é sinal de que a situação está muito grave, porque de um modo geral os políticos da região sempre foram favoráveis à obra de Belo Monte, apoiando mesmo as licenças concedidas sem embasamento técnico, por acreditarem que o projeto traria melhorias para a população, apesar dos graves impactos. O que o MPF sempre sustentou e agora se confirma é que não podemos atropelar as normas do licenciamento sob pena de causar caos social e desastres ambientais”, diz o procurador Cláudio Terre do Amaral, que atua em Altamira. Os procuradores estão analisando as informações para tomar medidas em resposta ao ofício da prefeitura.

A prefeitura enumera uma série de projetos e obras, compromissos assumidos pela Norte Energia para que a cidade estivesse preparada para os impactos da obra e da migração decorrente – a previsão mais otimista é de que a população duplique nos próximos anos. Nenhuma das obras foi concluída e a maioria ainda nem começou. Ao contrário do canteiro de obras da usina que, segundo a prefeita Odileida Maria Sampaio, está “avançado em relação ao cumprimento das condicionantes”. Continua

Devemos ter medo de Dilma Dinamite?

Via Época
Por ELIANE BRUM
26.09.2011

As mulheres que a primeira presidente prefere não escutar

Antonia Melo é uma mulher forte, reta. O Brasil não sabe, porque ela vive bem longe do poder central, mas todos nós temos uma dívida histórica com Antonia que há décadas luta pelos direitos humanos e pelo desenvolvimento sustentável em uma das regiões mais conflagradas da Amazônia. Hoje, Antonia é uma das principais vozes contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte – a maior e mais controversa obra do PAC. É neste ponto que a história de Antonia Melo cruza com a de Dilma Rousseff, que mesmo antes de ser presidente era chamada por Lula de “mãe do PAC”.

Em 2004, as lideranças da região do Xingu, na Amazônia, foram surpreendidas pela informação de que os boatos eram verdadeiros: apesar do compromisso assumido no programa do candidato Lula e contra todas as promessas de campanha, o projeto de Belo Monte estava na mesa de Dilma Rousseff, ministra de Minas e Energia. O deputado federal Zé Geraldo (PT-PA) convidou então um grupo de lideranças para uma audiência com a ministra, em Brasília, onde poderiam expor suas preocupações. Lula havia sido eleito com o apoio maciço do movimento social do Xingu e, neste momento, era fácil acreditar que seriam bem recebidos. E, principalmente, escutados.

Antonia Melo preferia declinar do convite porque, naquele período, estava em curso o julgamento do caso dos meninos emasculados de Altamira, no Pará. E ela havia dedicado mais de uma década da sua vida à luta para que os assassinos fossem descobertos e punidos. Mas a insistência foi grande, e Antonia viajou a Brasília para compor o grupo de lideranças que se encontraria com a ministra. O que aconteceu ali eu escutei da sua boca, recentemente, quando estava na sua casa, em Altamira, para entrevistá-la. Os olhos de Antonia se encheram de lágrimas e sua voz embargou. Fiquei pensando no que poderia causar tanta dor àquela mulher que enfrentava grileiros de peito aberto, já havia sido ameaçada de morte e perdera vários companheiros assassinados por pistoleiros. Só depois de ouvir o relato compreendi que, para alguém com a dignidade de Antonia Melo, o sentimento de ser traída poderia ser devastador. Foi isso que ela me contou, enquanto um dos seus netos pequenos dormia no quarto.

- Quando chegamos à audiência, a Dilma demorou um pouco para aparecer. Aí veio, com um cara do lado e outro do outro, como se fosse uma rainha cercada por seu séquito. Nós estávamos ali porque, se era desejo do governo estudar esse projeto, queríamos ter certeza de que seria um estudo eficiente, já que sabíamos que todos os estudos feitos até então eram uma grande mentira, sem respeito pelos povos da floresta nem conhecimento do funcionamento da região. Então, já que o governo queria estudar a viabilidade de Belo Monte, que o fizesse com a seriedade necessária. A Dilma chegou e se sentou na cabeceira da mesa. O Zé Geraldo nos apresentou e eu tomei a palavra. Eu disse: "Olha, senhora ministra, se este estudo vai mesmo sair, queremos poder ter a confiança de que será feito com seriedade”. Assim que eu terminei essa frase, a Dilma deu um murro na mesa. Um murro, mesmo. E disse: "Belo Monte vai sair". Levantou-se e foi embora. Continua

Contra miséria, Dilma lança agora o Bolsa Verde

Via blog do Noblat
29.09.2011


Natália Lucas, O Globo

A presidente Dilma Rousseff lançou [ontem] mais um programa de transferência de renda para tentar reduzir a miséria no país: o Bolsa Verde, destinado a famílias em situação de extrema pobreza que morem em Unidades de Conservação federais e se comprometam adotar ações para preservá-las.

Em um primeiro momento, serão atendidas, já a partir de outubro, 3,5 mil famílias dos estados que compõem a Amazônia Legal. Mas a meta do programa - aprovado nesta quarta-feira, por unanimidade, pelo plenário do Senado - é expandir o benefício trimestral de R$ 300 reais para 75 mil famílias até 2014. Atualmente, 19 mil estão inscritas no Cadastro Único do Governo Federal.

- O país faz, atualmente, a distribuição de renda mais eficiente do mundo. E este programa mostra a responsabilidade que o governo federal tem com o meio ambiente, a Amazônia e o Polo Industrial de Manaus - declarou a presidente, que foi a Manaus assinar com governadores e associações dos municípios da Região Norte o termo de compromisso do Plano Brasil sem Miséria, compostos por programas assistenciais, como o Bolsa Verde.

Leia mais em Contra miséria, Dilma lança agora o Bolsa Verde

Análise contrapõe duas versões de Grande Sertão: veredas

Via Agência USP de Notícias
Por Paloma Rodrigues - paloma.rodrigues@usp.br
27.09.2011



Oralidade é forte característica da literatura
 rosiana, o que dificulta a tradução
A literatura de Guimarães Rosa impõe uma série de desafios para a tradução. Em sua tese de doutorado Traduzir é muito perigoso – as duas versões francesas de Grande Sertão: veredas – historicidade e ritmo, a professora Márcia Valéria Aguiar, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, mostra como a perspectiva adotada pelo tradutor faz diferença em seu trabalho. Em análise de duas traduções francesas, a primeira de 1960 e a segunda de 1991, ficou clara a diferença na montagem dos textos e na concepção dada a obra. “Não dá para avaliarmos uma tradução por meio de uma comparação direta com a versão na língua matriz. Antes de criticar o que foi feito, temos que descobrir a partir de que perspectiva a tradução se deu”.

Segundo Márcia, não se pode pensar que traduzir é uma ação que consiste em passar de uma língua para outra automaticamente. No caso de Rosa, os tradutores contaram com a ajuda direta do autor, o que facilitou e norteou os trabalhos. Cabe destacar que ele nada impunha: sugeria termos, recolocava frases, mas sempre respeitando a opinião do tradutor e sua decisão final. “Rosa queria muito ser traduzido, mas sabia da dificuldade dessa tradução. Ele dizia: ‘eu escrevo para o infinito’ e isso queria dizer que ele não se limitaria a uma única língua”, diz. As correspondências de Rosa com tradutores alemães, americanos, franceses e italianos foram um dos fundamentos do trabalho de doutorado e serviram para precisar como ele concebia a própria obra e o que esperava de seus tradutores. Esse processo de auxílio de Rosa, por intermédio das correspondências, foi base para o trabalho de Márcia e serviu para apontar as dimensões da obra.

Durante a produção da versão de 1960, o tradutor Jean-Jacques Villard e Rosa trocaram inúmeras correspondências, base para a análise de Márcia. Rosa explica não apenas sua literatura, como questões da botânica brasileira, facilitando a aproximação e adequeção da língua francesa ao original em português. Villard forjou um Diadorim — título de Grande Sertão: veredas em francês — que foi comparado com um autor que subverteu a linguagem litetária clássica a partir da “língua falada”.

A tradução de Villard ajudou a impulsionar a figura de Guimarães Rosa na França. Villard aproveitou o léxico e a sintaxe francesa para deixar a versão mais próxima da oralidade. O uso de léxico comum, que se afastava do “empolamento” da literatura clássica, facilitou o processo de deslocamento da língua francesa, o que vai de encontro ao espírito da literatura rosiana. Continua

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sobre o Medo - Mia Couto

Valeu, Rosina!





Mia Couto




Lojistas já encaram fuga de clientes

Via Estadão
Por Diego Zanchetta
27.09.2011

Praça de alimentação, antes com filas, tem cadeiras vazias no almoço após alertas. Funcionários dizem que não há clareza sobre risco

SÃO PAULO - Nem é preciso perguntar a algum lojista se caiu o movimento no Center Norte. É na hora do almoço que os vazios aparecem em cantos antes disputados em filas intermináveis. Por volta das 13h desta terça-feira, 27, sobravam cadeiras em redes populares como Giraffas e McDonald’s, algo incomum em um lugar por onde passam, em dias "normais", cerca de 120 mil pessoas - contingente maior do que a população de mais de 400 cidades paulistas.

A preocupação com a queda do movimento, no entanto, nem incomoda tanto. O que funcionários e donos de lojas querem saber de uma vez por todas é se podem ir trabalhar sem risco de não voltar para casa no fim do dia. Alguns já cogitam baixar as portas a partir desta quarta.

"Vou sair de casa de manhã e meu filho de 9 anos pergunta se o shopping vai explodir. Não dá mais para vir trabalhar assim. Se é para fechar, que feche logo e que se resolva o problema", desabafa Mariana Viera, de 36 anos, gerente de uma cafeteria que funciona perto de uma das entradas principais do Center Norte. Continua

Leia também:
- Center Norte diz que não fecha, apesar de ordem da Prefeitura de SP
- Shopping recebe interdição e tem 72h para fechar
- Caso é apurado desde 2003
- Gás também contaminou prédios do Cingapura
- ARQUIVO: Covas ameaçou demolir o shopping


USP vai cortar 1,3 mil árvores no câmpus do Butantã

Via Estadão
Por Rodrigo Burgarelli
22.09.2011

Desmate foi autorizado pela Prefeitura e será um dos maiores da cidade neste ano; área dará lugar a complexo com museus previsto para 2013

SÃO PAULO - Considerado um dos locais com mais áreas verdes na capital paulista, o câmpus da Universidade de São Paulo (USP) no Butantã, zona oeste, vai perder 1.328 árvores nos próximos meses. Essa pequena mata, equivalente a um Parque Trianon ou da Aclimação, vai dar lugar a um conjunto de museus planejado pela reitoria desde 2001. O corte é um dos maiores aprovados neste ano pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

Para se ter ideia do tamanho do desmatamento, toda a obra de duplicação da Marginal do Tietê em 2009 derrubou cerca de 800 árvores, pouco mais da metade do que será cortado na USP. A universidade será obrigada a manter no local apenas 217 árvores, além de plantar outras 6 mil mudas no local. "O problema é que serão cortadas árvores adultas, robustas, que trazem um grande benefício para o clima daquela região. Já essas mudas só trarão efeito similar daqui a 20 ou 30 anos", disse o ambientalista Carlos Bocuhy. Continua

terça-feira, 27 de setembro de 2011

The Voca People








Milhares de pessoas vão às ruas para pedir a renúncia do presidente da Bolívia

Jornal Nacional
26.09.2011












Suspensa construção de estrada que ligaria Bolívia ao mar



Jornal Globo News - 27.09.2011






Ibama e o abandono de quelônios

Via O ECO
Por Leilane Marinho
26.09.2011




Filhotes de Tartaruga-da-Amazõnia nascidos na Praia Alta, rio Guaporé.
Foto: Rebio Guaporé


“Dá pra sentir pelo cheiro”. A insistente fumaça do casco sapecado na brasa, forma como é preparada a tartaruga-da-amazônia, ainda apreciada no norte do Brasil, denuncia que o número de fêmeas capturadas no momento da desova em Praia Alta, Rondônia, não é pequeno. “Estão comendo tartaruga como nunca”, conta Eduardo Bissagio, analista ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), em Porto Velho. A captura tem ocorrido por falta de fiscalização e fechamento do escritório do Ibama justamente na área de um projeto de proteção de quelônios que tinha mais de 30 anos de atividades de sucesso.

Uma das bases do Projeto Quelônios da Amazônia (PQA) fica na Praia Alta, rio Guaporé, fronteira entre Brasil e Bolívia. Nesta região há grande concentração de Podocnemis expansa, maior tartaruga de água doce da América do Sul – chega a ter 80 centímetros de comprimento e pesar 60 quilos. Existem pelo menos 60 mil fêmeas em idade reprodutiva em todo o Brasil. Em 2010, o projeto teve seis mil covas da espécie e, em Praia Alta, 600 mil filhotes foram liberados.

Apesar dos números de outrora, a má administração de recursos já insuficientes resultou na falta de fiscalização e o que se vê atualmente é um festival de caça ilegal a um animal que deveria ser protegido pelo Ibama. “Neste último mês consumimos todo o dinheiro e tivemos que fazer novo orçamento. Quatro fiscais e um coordenador já retomaram a fiscalização e estão em Praia Alta”, afirma César Luis Guimarães, superintendente do Ibama em Rondônia. Continua



(Im)possíveis Brasílias

Via Agência Fapesp
Por Elton Alisson
26.09.2011

Agência FAPESP – No lugar de esplanadas, superquadras e eixos monumentais, a paisagem de Brasília poderia ser composta hoje por um aglomerado de chácaras que produziriam os bens necessários para a subsistência de sua população. Ou a capital federal do Brasil seria ultramoderna, abrigando seus moradores em torres da altura da Torre Eiffel.

Essas e outras “Brasílias”, que poderiam ter se tornado realidade se o arquiteto e urbanista Lúcio Costa (1902-1998) não tivesse participado e se sagrado vencedor do concurso do plano piloto de Brasília, em 1956, são descritas no livro (Im)possíveis Brasílias: os projetos apresentados no concurso do plano piloto da nova capital federal, lançado em agosto com apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.

Resultado da tese de mestrado de Aline Moraes Costa Braga, defendida em 2002 no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o livro aborda os 25 projetos derrotados por Costa no “concurso arquitetônico mais importante do século 20”.

Para reuni-los, Braga visitou todos os escritórios de arquitetura que estavam ativos na época e realizou entrevistas com alguns dos arquitetos que participaram do concurso, como Joaquim Manoel Guedes Sobrinho (1932-2008).

Dessa forma, reuniu uma coleção documental e iconográfica sobre cada um dos projetos que participaram do certame e que até então estavam dispersos. Também contextualizou a história do concurso, que reuniu duas gerações de arquitetos no Brasil – os pioneiros do Movimento Moderno e jovens arquitetos que se destacariam nas décadas seguintes – e ficou marcado como um momento singular de debate internacional de ideias arquitetônicas.

Segundo Braga, a maior parte dos projetos apresentados no concurso se baseava no conceito de urbanismo moderno, que defendia a organização das principais funções da cidade. Continua

Incêndios destroem grandes áreas de proteção ambiental de Minas Gerais

Jornal Nacional
26.09.2011







Rio tem ar mais poluído que São Paulo

Jornal Nacional
26.09.2011







segunda-feira, 26 de setembro de 2011

As florestas choram. Morre Wangari Maathai

Via Greenpeace
Postado por agalli
26.09.2011





















Após uma longa luta contra o câncer, a queniana Wangari Maathai, conhecida por sua luta incessante em defesa dos direitois humanos e das florestas, faleceu na noite de ontem aos 71 anos em Nairobi, no Quênia.

Primeira mulher africana a receber o Nobel da Paz em 2004, Maathai era conhecida por seu ativismo e pela fundação do Movimento Cinturão Verde. Criado em 1977, o movimento foi resposável pela plantação de 20 milhões de árvores no Quênia. Outro foco da organização era a ajuda às mulheres para melhorar seus meios de subsistência provendo o acesso a recursos básicos como lenha, água e alimento, com a preocupação constante na boa gestão dos recursos naturais e das florestas.

"A morte de Maathai é uma grande perda para todos os que a conheciam e para quem admirava sua determinação para fazer um mundo mais pacífico, mais saudável e um lugar melhor", diz nota publicada no site da organização.

O falecimento foi notícia em todo o mundo. Mais da história de Maathai pode ser lida nos jornais Folha de S. Paulo, New York Times, El Pais e Guardian.


Revista Unesp Ciência (Edições 2009 - 2010 – 2011)






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Tragédia da Gol: cinco anos e nenhuma prisão

Via blog do Noblat
26.09.2011

Marcelle Ribeiro, O Globo

Quase cinco anos após o acidente do voo 1907 da Gol, que deixou 154 mortos, os familiares das vítimas ainda exigem a prisão dos pilotos americanos do jato Legacy. Um dos maiores desastres aéreos do país, o choque entre as aeronaves completa cinco anos na próxima quinta-feira, dia 29. A expectativa é que a Justiça reanalise a condenação dos pilotos até o fim do primeiro semestre do ano que vem.

Em 29 de setembro de 2006, os pilotos americanos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore pilotavam o jato Legacy da empresa Excel Air que se chocou com a asa esquerda do Boeing 737-800 da Gol que fazia a rota Manaus-Brasília e caiu na mata fechada em Mato Grosso.

Somente em maio de 2011 os pilotos foram condenados em primeira instância a quatro anos e quatro meses de detenção pelo juiz federal Murilo Mendes, da Vara de Sinop (MT), pelo crime de atentado contra a segurança de transporte aéreo na modalidade culposa (sem intenção de matar).

Mas o magistrado decidiu que a pena deveria ser substituída por prestação de serviços comunitários em órgãos brasileiros nos Estados Unidos. A Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 e o Ministério Público Federal (MPF) entraram com recurso contra a decisão. Agora, o caso será analisado no Tribunal Regional Federal de Brasília. O processo está na fase em que as partes apresentam as razões do recurso.

Leia mais em Tragédia da Gol: cinco anos e nenhuma prisão


Samu tem ambulâncias sucateadas e 1,2 mil veículos novos parados

Fantástico
25.09.2011





Samu tem ambulâncias sucateadas
e 1,2 mil veículos novos parados (texto)


Infecção hospitalar no Brasil mata mais do que guerra do Vietnã

Via blog do Noblat
25.09.2011


O Globo

(...) A Polícia Federal investiga irregularidades (superfaturamento, licitações suspeitas e pagamentos sem contratos) em seis hospitais federais do Rio. E soube-se, por pesquisa da Comissão Nacional de Biossegurança, que cem mil pessoas morrem por ano no Brasil por infecção hospitalar.

São dados que nacionalizam inquestionavelmente a tragédia da Saúde. Neste último caso, imprime-se à desgraça um viés macabro. A estatística da comissão mostra que a cada 365 dias morrem quase duas vezes mais brasileiros em hospitais — por princípio um espaço de preservação da vida — do que o total de soldados americanos abatidos em batalhas durante toda a Guerra do Vietnã.

É apavorante o raio X que a pesquisa, divulgada pelo GLOBO, faz das condições de higiene na rede hospitalar (pública e privada). Em média, 80% dos hospitais brasileiros não fazem o controle adequado.

Leia mais em Infecção hospital no Brasil mata mais do que guerra do Vietnam

Futuro ameaçado

Via blog do Noblat
Por Miriam Leitão, O Globo
25.09.2011


“Dizem que vai chover neste fim de semana”, me diz, esperançoso, o motorista da Globo em Brasília. Quem vem à capital sempre, como eu faço há três décadas, percebe que as secas têm piorado. O ar em Brasília esteve irrespirável nesta estação em que no centésimo dia sem chuva nasceu minha neta Manuela. Os governantes não têm ideia de que é preciso mitigar os efeitos do clima.

Os governantes que administram a capital concretada no Planalto Central, e que dirigem o país de tão abundante biodiversidade, não parecem ter muita noção das necessidades impostas nestes tempos de mudança climática.
Um estudo do Imazon e do Proforest, comparando vários países, dá uma noção de como o debate no Brasil se passa como se fosse travado por alienistas.

O Brasil quer mais facilidade para desmatar, quando inúmeros países que já desmataram estão reconstruindo cobertura florestal. A capital sofre rigores da seca, que fica pior a cada ano, e nunca pensou que pode tomar medidas de mitigação para o futuro que será de piores extremos.

Quando a umidade do ar este ano chegou a 10%, senti aqui o que só havia sentido no deserto da Arábia Saudita. A mãe da presidente chegou a ser internada; a filha de cinco anos de uma ministra sangrava pelo nariz todas as noites.

Quem chega de fora sente que tem piorado muito. Puxa-se o ar e é como se ele tivesse dificuldade de entrar nos pulmões, a mucosa nasal fica irritada, a coriza aumenta como numa crise alérgica, a garganta queima, a pele coça, o corpo pesa.

Tudo isso é tratado com naturalidade. E não é normal. Brasília sempre teve invernos secos com calor de dia e frio à noite. O fogo começa em algum lugar, de repente. Uma das queimadas que vi jogou para o ar material particulado que me provocou uma forte reação alérgica.

Tudo tem ficado pior a cada ano e a cidade está mergulhada em discussões que parecem bizarras para quem chega de fora e tem noção do contexto.

Os governantes querem autorizar um estacionamento numa área de preservação perto do aeroporto, querem um shopping sobre nascentes que alimentam o Parque Olhos D’Água, na Asa Norte, e a Floresta Nacional vai minguando por ocupações e incêndios.

Há uma guerra de pareceres sobre se a água que surge no parque é nascente ou de origem fluvial. É água numa terra calcinada, é isso que importa. Uma foto exibida na sexta-feira no Bom Dia DF mostra como partes do parque que tinham nascentes foram cimentadas para construções.

O governo não se dá conta de que é preciso urgente adotar medidas de mitigação para enfrentar secas mais secas e mais longas. É preciso mais cobertura vegetal em Brasília e não mais concreto.

O Brasil inteiro trabalha na direção contrária à lógica e ao bom senso. Este ano o desmatamento está aumentando. No mínimo, o governo deveria se preocupar com a imagem externa, afinal o Brasil está na vitrine por hospedar no ano que vem a Rio+20.

O debate do Código Florestal ressuscita argumentos do século passado sobre as florestas como impedimento ao progresso. Santa Catarina passou por duas enchentes terríveis, a Região Serrana do Rio soterrou moradores, o caudaloso Rio Negro na Amazônia vive mais uma seca recorde que o transformou num fio d’água. E mesmo assim, o Brasil quer menos áreas de preservação permanente (APP).

Brasília e Brasil têm o mesmo comportamento alienado. É como se as mudanças climáticas não estivessem em nossos calcanhares, ameaçando o futuro dos brasileiros que nascem hoje.

Minha primeira neta, Mariana, aos 5 anos, tem mais consciência ambiental do que a maioria dos senadores que está hoje discutindo o Código Florestal. Ela é que alerta os pais e avós sobre separação de lixo e detesta histórias em que os bichos morrem. O futuro não nos pertence — é das crianças — mas sobre ele tomamos decisões perigosas e insensatas.

O estudo do Imazon e Proforest nasceu de uma dúvida que surgiu numa reunião do Greenpeace. Será mesmo verdade que o Código Florestal, com as restrições que querem flexibilizar, só existe no Brasil, como a jabuticaba?
Quando os ruralistas dizem que um código assim só existe no país querem facilidade para desmatar, perdão para quem desmatou.

Quando os ambientalistas estufam o peito e dizem que uma legislação boa assim é criação brasileira se enfraquecem sem saber. O estudo compara legislações do mundo e conclui que o desafio em todos os países é proteger e aumentar coberturas florestais. Estamos na contramão da História.

O estudo foi feito por Ruth Nussbaum, do Proforest, afiliado à Universidade de Oxford, na Inglaterra, e Adalberto Veríssimo, do Imazon. Mostra que quase todos os países seguiram a mesma trilha: aumentaram o desmatamento no começo do século XX, depois estabilizaram e, em seguida, iniciaram programas de reconstrução das coberturas florestais.

O Brasil ainda permanece preso à primeira fase e nos últimos anos tudo o que teve para comemorar foi queda do ritmo da destruição. Este ano nem isso poderá comemorar porque o desmatamento aumentou.

O estudo, que será divulgado no começo de outubro, traz estatísticas e constatações. A primeira é que as leis nos países analisados — Estados Unidos, Inglaterra, China, Holanda, Alemanha, entre outros — favorecem o aumento da cobertura e não o contrário; a segunda é que o desmatamento zero é possível; a terceira é que floresta é riqueza e não obstáculo.

O cerrado que queima no coração do Brasil, a Amazônia que tomba ao ritmo de 10 mil km2 por ano, os últimos fragmentos da frágil Mata Atlântica precisam que o Brasil veja o futuro que se aproxima.


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domingo, 25 de setembro de 2011

eu que não sei quase nada do mar

Composição: Ana Carolina/ Jorge Vercilo




Maria Bethania



eu que não sei quase nada do mar - letra


Mudança de hábitos previne diferentes tipos de câncer

Via Gazeta do Povo
Por Paola Carriel
25.09.2011

Avanços da ciência ajudam a decodificar a doença, que pode ser desencadeada por fatores genéticos e por costumes rotineiros

A aceleração das pesquisas sobre o funcionamento do câncer nos últimos 15 anos permitiu que a ciência avançasse na compreensão de como é possível prevenir a doença. Cerca de 20% dos casos podem ser evitados com medidas simples, como a mudança de hábitos alimentares, segundo uma pesquisa da organização não governamental World Cancer Research Fund (WCRF). Os outros 80% estão relacionados à interação e comportamento dos genes e a fatores ainda não estudados.

É consenso que mudanças de hábito são capazes de diminuir o número de ocorrências e há linhas de estudo que trabalham com o desenvolvimento de vacinas e sequenciamento genético, que podem ser capazes de evitar o aparecimento de células cancerígenas.

Pesquisas científicas mostram que existe relação entre alguns cânceres e hábitos, os mais citados são o fumo e a obesidade. O tabagismo, por exemplo, está ligado ao aparecimento de um terço dos tumores. Segundo a WCRF, todos os anos 2,8 milhões de novos casos estão ligados à falta de atividade física, dieta incorreta e sobrepeso. E o número deve aumentar consideravelmente na próxima década.

Apesar disso, se houver mudanças no comportamento, aliadas às descobertas científicas, o câncer poderá deixar de ser, no futuro, uma doença com significativo grau de mortalidade. É provável que muitos sejam evitáveis e que nos demais haja ampla sobrevida aos pacientes.

“O câncer é uma doença da vida moderna. O ser humano se tornou sedentário, ficou estressado, vive por mais anos e passou a ter uma dieta rica em carboidratos e comida processada”, diz o médico do Hospital Albert Einstein, Antônio Macedo, especialista em cirurgia oncológica gástrica. Ele conta que há dez anos a taxa de câncer de esôfago era de 4 a cada 100 mil, valor que hoje chega a 24. Continua

Capes adverte para mau uso de dinheiro do pré-sal na educação

Via Estadão
22.09.2011

Estudo mostra que mesmo municípios ricos têm rede com baixo desempenho no Ideb

Agência Brasil

Estudo realizado pelo diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), João Carlos Teatini de Souza Clímaco, aponta que os municípios ricos (em tese, com mais recursos para investir em educação) têm redes de ensino público com baixo desempenho.

Em documento de circulação interna no Ministério da Educação (MEC), Teatini comparou o Produto Interno Bruto por habitante (PIB per capita) das 159 maiores cidades brasileiras (de mais de 150 mil moradores) com o desempenho dos estudantes medido pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2005, 2007 e 2009.

“O que a gente registra é uma disparidade enorme em municípios muito ricos, com PIB per capita muito elevado, que, no entanto, tem um desempenho de suas escolas e de seus alunos sofrível”, disse, comparando inclusive com municípios menores e com municípios mais pobres.

“Alguns municípios muito ricos estão investindo em times de futebol, em clubes na liga de vôlei ou basquete e, no entanto, a educação permanece com índices muito baixos. O município rico deveria investir muito mais em educação”, assinalou o diretor. Para Teatini, há um problema de cultura política: “o prefeito se notabiliza por asfaltar ruas, por construir viadutos”, comentou.

Segundo ele, a disparidade ocorre inclusive entre os municípios beneficiados com a atual distribuição de royalties do petróleo, como é o caso de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, o terceiro município mais rico em PIB per capita do País, mas cuja nota dos anos iniciais do ensino fundamental no último Ideb foi 3,2 – abaixo da média nacional de 4,6. Continua

Marilyn, inédita y más joven

No El País
24.09.2011





Aqui: Marilyn, inédita y más joven



Se você ainda não leu, leia:

NORMA JEAN


São Paulo tem apenas 3 universidades entre as top 50 do Exame da OAB

Via Estadão
23.09.2011


Com 63,7% de aprovação, USP é a 3.ª colocada no ranking, liderado pela Federal de Sergipe, cujo índice foi de 69,4%

Estadão.edu

Entre as 50 universidades com melhor índice de aprovação no resultado preliminar do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), apenas três estão no Estado de São Paulo. A USP aparece na terceira colocação geral, com 63,7% de aproveitamento. As outras bem colocada no ranking divulgado nesta sexta-feira são a Unesp (campus Franca) e a União das Escolas do Grupo Faimi de Educação (Faimi).

As universidades federais foram as que apresentaram o melhor rendimento, com 34 entre as 50 melhores. A melhor de todas foi a Universidade Federal do Sergipe (UFS), com 69,44% de aprovação. Na edição anterior do Exame de Ordem, a universidade sergipana já estava entre as melhores. Tinha sido a 11.ª colocada, com 55% de aprovação.

Entre as top 50, há 13 universidades estaduais. As faculdades privadas apresentam o pior desempenho, com apenas 3 entre as 50 melhores.

Para o secretário-geral da OAB, Marcos Vinicius Furtado Coelho, o bom desempenho das federais é consequencia da maior seleção na entrada dos alunos, além da qualidade do ensino. "Para entrar em uma federal, já é mais difícil. E os alunos são bem qualificados, o que influi no número de aprovados", pondera Coelho.

A lista mostra as 50 instituições com melhor desempenho na OAB e os trinta câmpus que não aprovaram nenhum aluno: Continua

SP lidera denúncias de agressão contra gays, diz estudo

Via Estadão
24.09.2011


Levantamento da Secretaria de Direitos Humanos mostrou que em 10% dos episódios relatados o agressor foi um amigo


Agência Estado

Desconhecidos e vizinhos são os que mais praticam violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), dentre os casos denunciados ao Disque 100, o Disque Direitos Humanos. A central de atendimento do governo federal foi criada para registrar abusos contra crianças e adolescentes, mas, desde o início do ano, expandiu o serviço para outros grupos, como a população LGBT.

Levantamento da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) - ao qual a reportagem teve acesso e que será divulgado na segunda-feira - aponta que, em 39,2% dos episódios de violação relatados contra a população LGBT, o agressor foi um desconhecido; em 22,9%, vizinhos; e em 10,1%, os próprios amigos.

De janeiro a julho, o Disque 100 recebeu 630 denúncias contra a população LGBT. As vítimas concentram-se na faixa etária de 19 a 24 anos (43%) e de 25 a 30 anos (20%). Os casos mais comuns de violência contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais são os de violência psicológica (44,38%), como ameaça, hostilização e humilhação, e de discriminação (30,55%).

Das vítimas, 83,6% são homossexuais, 10,1%, bissexuais e 4,2%, heterossexuais que sofrem algum tipo de violência ao ser confundidos como gays.

No recorte feito por Estado, São Paulo (18,41%), Bahia (10%), Piauí (8,73%) e Minas Gerais (8,57%) lideram as denúncias - o Rio de Janeiro aparece com apenas 6,03% - por já contar com um serviço semelhante oferecido pelo governo estadual.

"Isso demonstra que a violência de caráter homofóbico tem um forte componente cultural, é a mais difícil de ser enfrentada porque é justamente a que não fica comprovada por marcas no corpo", disse a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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sábado, 24 de setembro de 2011

Floresta de fósseis

Via Revista Unesp Ciência
Por Luciana Christante
lchristante@reitoria.unesp.br
Fotos: Guilherme Gomes


No meio do Cerrado nordestino, restos petrificados de plantas que viveram há mais de 250 milhões de anos contam a história da região em uma época em que os continentes estavam unidos e o mar chegava até ali.








Trecho da matéria:


A vida sem flores

Estamos falando de um tempo em que nenhuma planta era capaz de dar flor.
Os únicos seres vivos que voavam eram os insetos, alguns deles gigantes. Entre os vertebrados, só havia anfíbios ou répteis.
E ainda levaria muito, mas muito tempo, até nascer o primeiro dinossauro.
A cabeça desses pesquisadores está na era Paleozoica, mais especificamente
no período Permiano, que na régua do tempo geológico vai de 300 milhões a
250 milhões de anos atrás.

Leia a matéria completa AQUI!

Apartamento funcional de 160 m² é transformado em déposito de queijo

Via Correio Braziliense
Por Luiz Roberto Magalhães
23.09.2011

Encravada no coração da capital, praticamente colada ao Banco Central e à Esplanada dos Ministérios, a SQS 203 é um dos endereços mais nobres do Plano Piloto. Seu metro quadrado é orçado no mercado imobiliário em torno de R$ 8 mil. E é ali, no Bloco H, precisamente no apartamento 303, que mais um desrespeito no uso de imóveis funcionais ocorre diariamente, sob a inusitada forma de queijos, especificamente da marca Tirolez.

O apartamento de 160m² e três quartos é avaliado em cerca de R$ 1,3 milhão. Há mais de uma década, a proprietária, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, tenta, em vão, reaver o bem público. A Portaria n° 1.324, publicada no Diário Oficial de 3 de setembro de 1999, determinou “rescindir o termo de ocupação do imóvel residencial funcional situado na SQS 203, Bl. H, aptº 303, em nome de Clineo Monteiro França Netto”.

Clineo é um dos 498 inquilinos envolvidos atualmente em casos de ocupação irregular de imóveis da União no Distrito Federal (leia para saber mais). O Ministério do Planejamento gasta, por ano, cerca de R$ 5,15 milhões apenas com a manutenção de residências funcionais na capital. Clineo se mudou para o apartamento em 29 de fevereiro de 1980, após ter sido nomeado para cargo DAS no Ministério do Trabalho, onde ficou de 1980 a 1985, ano em que deixou a pasta — e o cargo que lhe dava direito à moradia especial. Mas ele nunca desocupou o imóvel.

O caso de Clineo extrapola os limites da ocupação irregular de uma propriedade do governo. O apartamento em questão não serve apenas de moradia para ele e sua esposa, Maria Isabel França. Ali funciona uma espécie de centro de estoque de queijos da CF Comércio de Alimentos Ltda., distribuidora no Distrito Federal da empresa Tirolez, que tem um quadro de 780 funcionários espalhados por cinco fábricas — nas cidades mineiras de Tiros, Arapuá e Carmo do Paranaíba; em Monte Aprazível (SP); e em Caxambu do Sul (SC).

No cardápio da empresa, estão queijos especiais, defumados, light e frescos, entre outros derivados que, todos os dias, estão no centro de uma movimentação repetida há pelo menos seis anos, segundo vizinhos, na 203 Sul. Sempre pela manhã, logo cedo, antes das 8h, funcionários aparecem no Bloco H e dão início à tarefa de carregar uma das duas vans da empresa com os produtos que serão distribuídos pela cidade. Continua

Imagens da semana: Nunca antes na história da ONU

Via UOL/blog do Josias de Souza
24.09.2011







Em sessão vazia, dois deputados aprovam mais de 100 projetos em 3 minutos

Jornal Nacional
23.09.2011





Leia também:


Direção da Câmara defende sessão da CCJ que aprovou 118 projetos em 3 minutos


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Um homem de duas cidades

Via Jornal da USP
19.09.2011


Antonio Candido: "Sérgio Buarque de Holanda levou
 para o Rio de Janeiro a radicalidade do Modernismo
de São Paulo. Do Rio de Janeiro, ele trouxe Raízes do Brasil"
CONFERÊNCIA

São Paulo e Rio de Janeiro foram fundamentais para a formação de Sérgio Buarque de Holanda, afirma Antonio Candido, em palestra no IEB

SYLVIA MIGUEL

“Se esta palestra tivesse um título, seria ‘Um conto de duas cidades’. Estou pensando no famoso romance de Charles Dickens, que se passa na Paris da Revolução Francesa”, disse Antonio Candido, ao iniciar o discurso que marcou a abertura dos eventos comemorativos dos 50 anos do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP, no dia 13 passado.
Os papéis do Rio de Janeiro e de São Paulo na formação mental de Sérgio Buarque de Holanda e o papel do historiador na vida cultural dessas duas cidades foi o teor do discurso de Candido. Sérgio Buarque nasceu em 11 de julho de 1902, filho de Cristóvão Buarque de Holanda e de Heloísa Buarque de Holanda. Foi para o Rio de Janeiro em 1921. Morou dois anos na Alemanha. Voltou a São Paulo como diretor do Museu Paulista em 1946 e passou dois anos na Itália.
“Era de pai pernambucano e mãe carioca, mas agia como paulista não de 400 anos, mas de 800 anos. Foi até preso no Rio de Janeiro, em 1932, porque defendia, a altos brados, a Revolução Constitucionalista de 32”, contou Candido.
O fato mais importante da vida dele aconteceu no Rio de Janeiro, disse Candido. “Foi o casamento com Maria Amélia Cesário Alvim, uma mulher extraordinária, par absoluto para o Sérgio, espelho da casa e colaboradora de pesquisa e estímulo.”
Outro fato marcante foi a constelação de amigos formada no Rio de Janeiro, absolutamente essenciais para sua formação, entre eles, Rodrigo Melo Franco de Andrade, Manuel Bandeira, Afonso Arinos de Melo Franco, Francisco de Assis Barbosa e Otávio Tarqüinio de Souza, além de seu maior amigo, Prudente de Morais Neto. “Ele não falava do Prudente sem se emocionar. Ele dizia: ‘O Prudente é um varão de Plutarco, nunca mentiu na vida’.”
Essa era a realidade que originou o historiador, destacou Candido. No Rio, Sérgio Buarque terminou o curso de Direito e aprendeu a ser jornalista; passou pela estadia na Alemanha e, sobretudo, foi assistente na Universidade do Distrito Federal, um dos mais “belos planos de universidade que se teve no Brasil, infelizmente massacrado pela direita católica”, disse Candido.
“Sérgio me disse várias vezes que aprendeu a estudar com Henri Hauser, de quem foi professor-assistente na Universidade do Distrito Federal. Foi também professor-assistente de Literatura Comparada do professor Henry Trouchon. Foi aí que nasceu o historiador”, sentencia.
Nesse sentido, o Rio de Janeiro foi “absolutamente fundamental” na vida de Sérgio Buarque. “O Rio de Janeiro era a única cidade realmente civilizada do Brasil. São Paulo era uma honrada província, porque rica. Hoje mudou muito, o Rio é uma sombra do que foi. O polo cultural se deslocou para São Paulo.” Continua

La NASA retrasa a esta madrugada su predicción de caída del satélite

No El País







- La NASA retrasa a esta madrugada su predicción de caída del satélite



-  La caída del satélite UARS (órbita, gráficos e etc)







Redação científica ganha site especializado

Via Agência FAPESP





Autor de sete livros sobre redação e publicação científica, o professor Gilson Volpato, da Unesp, lança site com artigos, referências teóricas e notícias comentadas

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MP em estudo favorece indústria do fumo

Via Estadão
Por Lígia Formenti
23.09.2011


Emenda pode voltar a permitir o fumo em locais fechados e a adição de produtos para melhorar o sabor do tabaco


Está em discussão no governo a proposta de uma emenda à Medida Provisória 540 (que aumenta o IPI do cigarro) que beneficia a indústria do cigarro e impede a completa adoção de três importantes formas de combate à política antitabagista em discussão no País: o fim dos fumódromos, o fim da adição de produtos ao tabaco e alterações nos maços do cigarro.

O texto, negociado com a benção do próprio Ministério da Saúde, foi enviado esta semana para análise do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Agricultura.

As medidas serviriam como uma espécie de compensação para a indústria do tabaco que, a partir do próximo ano, terá maior carga de impostos para seus produtos. Todas as propostas substituem, numa versão bem mais branda, medidas atualmente discutidas sobre os mesmos temas: duas consultas públicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e um projeto de lei, cuja tramitação há tempos se arrasta no Congresso.

O golpe mais evidente é a proposta da proibição nacional de fumódromos. O texto prevê a criação desses estabelecimentos, mas abre uma perigosa brecha: a instalação de casas em que cigarros e charutos são permitidos. Para isso, só é preciso que haja um aviso de que no lugar o fumo é permitido, assim como a proibição da entrada de menores de 18 anos.

Além disso, o texto, se aprovado, substitui duas consultas públicas que estão em curso da Anvisa. Uma delas proíbe a adição de qualquer produto ao tabaco, como açúcar ou chocolate. Outra determina que maços de cigarro devam apresentar, em uma das faces, imagens de advertência; a outra face deve reservar pelo menos 50% do espaço para frases de alerta contra malefícios do fumo. A versão em discussão no governo mantém a proibição de adição de produtos ao fumo, mas numa forma mais restrita: açúcar, mentol e amônia estão fora de uma lista.

O texto, de conhecimento do ministro Alexandre Padilha, foi nesta semana manuseado por seu assessor especial, Edson Pereira de Oliveira.

O assunto é de interesse também da Anvisa, mas, até ontem, ela não havia sido formalmente consultada. Apesar de o documento ter sido avaliado pelo assessor de Padilha, a assessoria de imprensa da pasta informou não ter conhecimento sobre o texto. Informou apenas que discussões em curso no Congresso teriam sido encaminhadas às áreas técnicas para avaliação. “Essas mudanças, se incorporadas, representarão um enorme retrocesso na política antitabagista do País”, afirmou Paula Johns, da Aliança para Controle do Tabagismo no Brasil.

Uma das justificativas para a proposta das emendas, de acordo com fontes do governo, seria a tentativa de evitar um desgaste maior provocado pelas propostas em análise na Anvisa.

No governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a política antitabagista já sofrera um recuo. Em 2010, o governo aprovou um documento para turbinar a produção do fumo no País, sugerindo ações que contrariam ou neutralizam o esforço para colocar em prática a Convenção-Quadro do Tabaco - acordo ratificado em 2005 pelo Brasil com regras para reduzir e prevenir o tabagismo. O documento sugeria a redução de impostos para a fabricação de charutos e o retorno de embalagens de dez cigarros - por ser mais barato e ter apelo junto aos jovens esse maço está proibido desde 1998.

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

El CERN halla partículas que se mueven más rápido que la luz

No El Mundo
22.09.2011





AQUI!


Leia também:

¿Neutrinos más rápidos que la luz?


Nota da CNBB: Vencer a corrupção com mobilização social

Via CNBB
Por CNBB
22.09.2011


O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Brasília de 20 a 22 de setembro de 2011, manifesta sua solidariedade e apoio às últimas manifestações populares contra a corrupção e a impunidade, que corroem as instituições do Estado brasileiro.

A crescente interpelação da sociedade para melhor qualificar, social e eticamente, os seus representantes e outros poderes constituídos, se expressou como nova forma significativa do exercício da cidadania. Reveladora dessa consciência cidadã foi, além das atuais marchas contra corrupção, a mobilização durante a Semana da Pátria, que recolheu mais de 150 mil petições via internet em favor da campanha “Vamos salvar a Ficha Limpa”, fruto de ação popular que, neste mês completa um ano.

Atentos para que estas mobilizações se resguardem de qualquer moralismo estéril, incentivamos sua prática constante, com objetivos democráticos, a fim de que, fortificadas, exijam do Congresso Nacional uma autêntica Reforma Política, que assegure a institucionalidade do País.

O Estado brasileiro deve fazer uso dos instrumentos legais para identificar, coibir e punir os responsáveis por atos de corrupção. Sem comprometimento ético, no entanto, será impossível banir de nosso meio a longa e dolorosa tradição de apropriação do Estado, por parte de alguns, para enriquecimento de pessoas e empresas. Continua

Lançamento do Seminario Mundial contra Belo Monte

Via EcoDebate
22.09.2011

[Por Dion Monteiro, de Belém/PA, para o EcoDebate] Em um belo e simbólico ato realizado no auditório “Curumim”, na sede da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Belém/PA, foi lançado ontem, 20 de setembro, o Seminário Mundial “Territórios, ambiente e desenvolvimento na Amazônia: a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu”.

Este seminário atende a um chamado. Chamado dos povos do Xingu, em especial dos pescadores, que querem saber o que realmente acontecerá com suas vidas, com a vida da floresta, com a vida do rio, caso a Usina Hidrelétrica de Belo Monte seja construída.

Na mesa do ato de lançamento estavam presentes representantes de importantes organizações. O senhor João Alberto, de Altamira, representando o Movimento de Pescadores do Xingu foi o primeiro a falar, relatando a situação de preocupação, angústias e incertezas que hoje vivem mais de 10 mil famílias de sua região. Famílias que dependem diretamente da pesca no rio Xingu para a sobrevivência.

Ao final de sua fala o senhor João Alberto fez um emocionado e comovente chamado, convidando as pessoas do mundo todo a se solidarizarem com os pescadores e povos do Xingu na luta em defesa da floresta, do rio e da vida.

A mesa também esteve composta pelo padre Paulo Joanil da Silva (padre Paulinho), representando a Comissão Pastoral da Terra (CPT), por Luiz Claudio Brito do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), por Cedício de Vasconcellos da Central Sindical Unidos pra Lutar, por Benedito Tavares da Central Sindical e Popular CSP Conlutas, e por Marco Mota do Comitê Xingu Vivo.

No encerramento do evento os representantes de todas as organizações, movimentos sociais e fóruns presentes afirmaram estar, naquele exato momento, atendendo ao chamado dos pescadores e dos povos do Xingu, somando-se a estes na construção do seminário mundial, inclusive comprometendo-se a chamar outros grupos e entidades para também somarem-se formalmente a este processo.

O seminário mundial “Territórios, ambiente e desenvolvimento na Amazônia: a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu” será realizado de 25 a 27 de outubro de 2011, na cidade de Altamira/PA, local onde o governo brasileiro pretende construir a 3ª maior hidrelétrica do mundo.

Espera-se a participação de trabalhadores, estudantes, pesquisadores e ativistas de dezenas de países neste seminário. Basta lembrar que por ocasião dos Atos Mundiais contra Belo Monte, ocorridos entre os dias 20 e 22 de agosto, 36 cidades de 19 países de todos os continentes realizaram manifestações contra a construção desta usina.

Brevemente será divulgada a forma de inscrição, alojamento, programação do Seminário Mundial contra Belo Monte, bem como outras informações importantes. Porém, fica desde já o convite para todos aqueles que querem discutir de forma critica este projeto a estar na cidade de Altamira no final do mês de outubro.

Dion Marcio C. Monteiro é Economista do Instituto Amazônia Solidária e sustentável (IAMAS), Mestre em Planejamento do Desenvolvimento (NAEA/UFPA), componente do Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA), e do Movimento Xingu Vivo – Comitê Metropolitano.


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OSWALD DE ANDRADE: O CULPADO DE TUDO







Dia Mundial Sem Carro incentiva o uso do transporte público

Via IG - Último Segundo
22.09.2011


Na cidade de São Paulo, faixas exclusivas de ônibus e ciclovias começam a funcinoar nesta quinta-feira

No Dia Mundial Sem Carro, comemorado nesta quinta-feira, diversas ações com a intenção de incentivar o uso do transporte público e conscientizar motoristas sobre os acidentes de trânsito ocorrem em cidades do País. Em São Paulo, as nove faixas reversíveis, que funcionam na Avenida Radial Leste, Avenida Luiz Dumont Vilares, Ponte das Bandeiras, Ponte da Casa Verde, Ponte dos Remédios, Ponte João Dias e Avenida Giovanni Gronchi, operam como Faixas Solidárias, ou seja, o motorista que estiver com um ou mais passageiros no carro tem preferência para circular nesses locais.

“A faixa solidária é uma tentativa de colaborar com o tráfego, de fazer com que os usuários façam uma carona programada e que mais carros possam ser deixados em casa. Os motoristas amanhã serão orientados por agentes e por faixas que já colocamos nos principais pontos de acesso”, afirma Eduardo Macabelli, diretor de operação da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Outra medida é a ampliação da Faixa Exclusiva de Ônibus na Radial Leste. A partir desta quinta-feira, a via terá 11,4 quilômetros de faixas exclusivas, sendo que no sentido bairro o funcionamento será de segunda a sexta-feira das 10h às 23h e, no sentido centro, a faixa funcionará 24 horas.

Mais uma Faixa Exclusiva de Ônibus será implantada neste Dia Mundial Sem Carro, na Mooca, zona leste de São Paulo. A Faixa será feita na Rua Almirante Brasil e funcionará de segunda a sexta-feira, das 6h às 9h.

Com a previsão do aumento do número de pessoas que podem usar o transporte público hoje, a SPTrans ampliou o horário de pico de funcionamento dos ônibus em duas horas. O pico da manhã será das 5h às 9h e o pico da tarde será das 15h30 às 21h. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também ampliou o horário de pico dos trens nas seis linhas, acrescentando cerca de 33% viagens a mais do que as normalmente programadas para a manhã e o fim da tarde. Continua

A IDADE... E O MEIO-AMBIENTE

Recebi por e-mail.
Autor desconhecido.
Valeu, Lucia Maria!


Na fila do supermercado, o caixa diz uma senhora idosa:

- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao meio ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse:

- Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu:

- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.

- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

Zeloso, o cabeleireiro de Dilma foi atendê-la nos EUA

Via blog do Josias de Souza
21.09.2011

Um dia antes da chegada de Dilma Rousseff a Nova York, aterrissou na cidade o cabeleireiro dela, procedente de São Paulo.
Além de Dilma, socorreu uma outra cliente com compromisso 'importantérrimo'. Jura que pagou o deslocamento do próprio bolso. Agiu “por amor”.
Os detalhes encontram-se impressos num par de notas veiculadas na coluna de Mônica Bergamo, na Folha. Leia:
*

- PINCEL: O cabeleireiro Celso Kamura desembarcou em Nova York no domingo para arrumar a presidente Dilma Rousseff, que discursaria ontem na ONU.
Cuidou também do visual de outra cliente famosa, a apresentadora Angélica, que estava na cidade para o Brazil Foundation.
*

- VELOCIDADE MÁXIMA: Kamura diz que pagou a passagem do próprio bolso. "São duas pessoas que eu amo e que tinham compromissos 'importantérrimos'. Cumpri minha obrigação de cabeleireiro, profissional."
Ele diz também que tirou seu visto sozinho, sem a ajuda do Itamaraty. "Paguei R$ 2.000 a um contador, o Tirone, que faz isso em dois dias." Ele ainda pretende esticar para alguns dias de folga na cidade.

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Encontradas irregularidades nos gastos dos hospitais federais no Rio // Pacientes sofrem com a falta de socorro em hospitais do Rio



Encontradas irregularidades nos gastos dos hospitais federais no Rio


Jornal Nacional - 21.09.2011





Pacientes sofrem com a falta de socorro em hospitais do Rio


Jornal Globo News - 21.09.2011


Mais de um milhão de bebês do sexo feminino são abortados por ano

Via blog do Noblat
22.09.2011

O Globo

Uma pesquisa elaborada pelo Banco Mundial mostrou que a cada ano são praticados 1,5 milhão de abortos seletivos de meninas, enquanto outro meio milhão de mulheres menores de cinco anos morrem vítimas de discriminação em suas próprias casas, onde recebem tratamento diferente dos irmãos homens.

O feticídio feminino acontece sobretudo na China, Índia e Coreia do Sul, países em que há mais de uma década foi proibido o uso de ultra-som para detectar o sexo do feto. Apesar disso, aumentou em mais de 1 milhão o feticídio feminino na China em 2008. Na Índia, houve um decréscimo, mas o relatório ressalta que os assassinatos seletivos, antes restritos ao norte do país, agora são realizados também no centro e no sul.

O dado mais alarmante, porém, corresponde à região da Europa e Ásia Central - mais especificamente os Bálcãs ocidentais e as repúblicas caucasianas -, não por seu número, que continua sendo baixo, mas porque a cifra duplicou, passando de 7 mil em 1990 a 14 mil em 2008.

Especialistas atribuem a barbárie à "combinação da forte preferência por filhos homens com a diminuição da natalidade e à expansão das tecnologias que permitem aos pais conhecerem o sexo de seus filhos antes de seu nascimento".

Leia mais em Mais de um milhão de bebês do sexo feminino são abortados por ano, revela relatório do Banco Mundial


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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O farol - The lighthouse

Valeu, Carlinhos, mon amour






Meus amores,
o blog faz hoje 3 anos.
Parabéns para todos nós.

A vocês que me honram cotidianamente
com suas visitas, muito obrigada pelo carinho, pela força.

Um grande abraço,
Adelidia Chiarelli


Código Florestal ameaça áreas preservadas em topos de morro

Via Estadão
Por Afra Balazina
20.09.2011


Pelo texto aprovado na Câmara, mudança na forma de se calcular o que é topo de morro fará com que a maioria dessas áreas perca a proteção, correndo o risco de sumir do mapa; Comissão de Constituição e Justiça do Senado analisa hoje projeto de lei


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deve apreciar hoje o projeto que altera o Código Florestal, já aprovado na Câmara. Mas as críticas ao texto não param de chegar. O Ministério Público Estadual apontou diversos impactos negativos das mudanças propostas. As amostras indicam, por exemplo, a possível perda de proteção de áreas que, somadas, equivalem ao território de Serra Negra, no interior paulista.

Segundo levantamento apresentado pela promotora Cristina Godoy ao Senado, a mudança na forma de se calcular o que é topo de morro fará com que a maioria dessas áreas perca a proteção. Só na região da Serra do Guararu, no Guarujá, sobraria apenas cerca de 1% da área protegida atualmente. Hoje, são 489,4 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) de topo de morro no local, e restariam somente 4,7 hectares.

Em São José dos Campos, há 721 hectares de APPs de topos de morro. Com as mudanças, sobrariam 6,2 hectares. Na Serra da Pedra Azul (ES), haverá uma perda de 1.219,3 hectares de APP.

O levantamento da promotoria inclui ainda exemplos de Palmas (TO), da Serra do Machado (CE), e da região da Área de Proteção Ambiental Guaraqueçaba (PA) e do Parque Estadual de Jacupiranga (SP).

O tema preocupa porque o Ministério do Meio Ambiente já afirmou que a ocupação de APPs de topo de morro na região serrana do Rio agravou a tragédia que matou mais de 900 pessoas no início deste ano.

Outro temor do Ministério Público Estadual é a redução das APPs em volta de reservatórios. Hoje, a legislação ambiental estabelece uma APP de 100 metros em reservatórios na área rural e de 30 metros na área urbana consolidada. O novo Código reduz para 30 metros na área rural e 15 metros na área urbana. Segundo a promotoria, o total geral de APPs na Usina Hidrelétrica Jaguari, em Jacareí, é de 110 hectares (incluindo APPs de topo de morro). Após as alterações, restariam apenas 14,3 hectares.

E, pela lei em votação, as APPs de reservatórios menores que 1 hectare “somem de vez”, afirma a promotora Cristina. As APPs ao longo de cursos d’água intermitentes (que desaparecem nas secas) também deixam de existir. Cristina ressalta que, analisando a extensão dos cursos d’água do Distrito Federal, 71,1% são intermitentes. Continua

Código Florestal - o que a ciência tem a dizer, por José Goldemberg

Via Estadão
19.09.2011

Há mais de um ano que as discussões sobre a reforma do Código Florestal dominam os trabalhos do Congresso Nacional e ocupam um lugar considerável nos meios de comunicação. O substitutivo Aldo Rebelo polarizou os debates e acabou levando o próprio governo a uma séria derrota, quando foi aprovado por grande maioria da Câmara dos Deputados.


Praticamente ignorado em toda a discussão foi um interessante relatório preparado por um grupo de trabalho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que reúne os dados científicos básicos sobre o que se sabe a respeito das florestas brasileiras e as razões por que elas precisam ser protegidas.

O Código Florestal envolve um grande número de interesses e visões conflitantes de ambientalistas, ruralistas, grandes proprietários, assentados rurais, populações indígenas e outros grupos, sendo função legítima do Congresso estabelecer as regras que conciliem esses interesses em maior ou menor grau. Os interesses envolvidos vão dos motivados por considerações econômicas pragmáticas aos mais gerais, como proteção da biodiversidade e até da paisagem. Contudo não se pode ignorar na discussão o que a ciência tem a dizer, o que torna o Código Florestal diferente de outros códigos, como o Código Civil ou o Tributário, que definem apenas regras de comportamento social ou econômico.

No caso de florestas, decisões equivocadas podem implicar sua destruição, o que poderá ter consequências irreversíveis que afetarão não só a atual geração, mas também gerações futuras. Neste caso é essencial adotar o Princípio da Precaução, que foi incorporado à Convenção do Clima adotada na Conferência do Rio, em 1992, e ratificada pelo Congresso Nacional. O que esse princípio nos diz é que, "quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental". Em outras palavras, é melhor prevenir do que remediar.

Isso não foi feito no passado e levou a Mata Atlântica, que se estendia ao longo de 17 Estados, desde o Piauí até o Rio Grande do Sul, praticamente à extinção. Restaram apenas 11,4% da área original. E muitas das áreas desmatadas deixaram de ser utilizadas, como é o caso de grandes extensões que foram usadas para cafezais no passado e hoje jazem abandonadas no Vale do Paraíba. O mesmo está ocorrendo em grande escala no Pará, onde metade da cobertura florestal já foi eliminada.

Essa é precisamente a situação que enfrentamos agora em relação à Floresta Amazônica. Existem ameaças sérias à preservação dessa floresta e cabem medidas para prevenir que elas se materializem, uma vez que sua recuperação - estimada em R$ 12 mil por hectare - supera em muito o custo do desmatamento.

Exemplo é dado pela maneira como o substitutivo Aldo Rebelo trata a faixa de proteção ao longo dos cursos d"águas (matas ciliares) com menos de 5 metros de largura. No substitutivo ela é reduzida para 15 metros, medida a partir do leito menor; no Código Florestal vigente, a faixa de proteção é de 30 metros a partir do nível mais alto.

O que a ciência nos diz é que cursos d"água de menos de 5 metros de largura compõem mais de 50% da rede de drenagem do País, e a redação proposta resulta numa redução bruta de 31% da área protegida pelo Código Florestal vigente. Essa modificação conflita frontalmente com dados que são discutidos no documento da SBPC/ABC: as matas na faixa de proteção reduzem a concentração de poluentes químicos nos rios causada pelo vazamento de fertilizantes das áreas agrícolas próximas de suas margens. Mais ainda, as matas ciliares reduzem a erosão e a perda de solo de forma significativa. Não é apenas a biodiversidade que existe nas matas ciliares e a sua beleza que precisam ser protegidas, mas o próprio curso d"água.

Vários outros casos são apresentados no documento da SBPC/ABC, justificando, por exemplo, por que áreas de proteção permanente são importantes. Mesmo quando compensadas fora da propriedade agrícola - o que é previsto no substitutivo -, elas devem necessariamente sê-lo na mesma região, com características adequadas (o mesmo bioma), e não em regiões distantes ou em outros Estados. Caso contrário, é inútil protegê-las, porque a vida silvestre não sobreviverá. Além disso, as áreas protegidas precisam ser interligadas por corredores ecológicos, dos quais as matas ciliares são em geral os mais adequados.

A Amazônia é uma região onde está ocorrendo uma expansão rápida da fronteira agrícola, como ocorreu também em outros países. O caso mais conhecido é o dos Estados Unidos há cerca de 150 anos, mas ela não foi predatória, porque a propriedade da terra foi sempre bem definida e respeitada. Segundo alguns analistas, esse é o calcanhar de Aquiles de qualquer política fundiária para a Amazônia. Sem definir claramente a posse da terra e regularizá-la, a "grilagem" continuará a fazer avançar a fronteira agrícola.

Como se sabe, a ocupação das terras (frequentemente públicas e de custo zero) passa pelas seguintes etapas: extração da madeira de lei, instalação da pecuária e, em seguida, uma agropecuária mais moderna, principalmente soja, ou, em muitos casos, o abandono da terra degradada. Essa é uma combinação imbatível, uma vez que o risco econômico é muito baixo. Ela gera lucros rapidamente e o consequente avanço da fronteira agrícola, levando ao abandono das áreas desmatadas, como já ocorreu com a metade do Estado do Pará.

É isso que precisamos evitar. Mas o substitutivo do atual Código Florestal aprovado na Câmara vai na direção contrária e não deveria ser votado no Senado antes de os cientistas da SBPC/ABC serem ouvidos.


PROFESSOR DA USP, FOI PRESIDENTE DA SBPC E MINISTRO DO MEIO AMBIENTE

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