sábado, 31 de julho de 2010

Debate aquecido

Via Ciência Hoje - Por: Bernardo Esteves - 29.07.2010
Especiais / Reunião Anual da SBPC - 2010


A maioria dos pesquisadores não hesita em atribuir à ação humana o aquecimento global verificado nas últimas décadas, mas alguns cientistas discordam. Os dois pontos de vista foram confrontados em um debate que mobilizou a plateia na reunião anual da SBPC.


No gráfico, tons vermelhos indicam anomalias nas temperaturas de 2005 em relação às médias mantidas entre 1951 e 1980. O aquecimento global seria causado pela ação humana? A questão polarizou debate acalorado na reunião anual da SBPC (imagem: Nasa).


Depois da discussão acalorada sobre transgênicos no primeiro dia da reunião anual da SBPC, ontem foi a vez do aquecimento global. O papel do homem nas mudanças climáticas foi o tema escolhido para a segunda edição do “Ciência em ebulição” – um debate destinado a confrontar pontos de vista antagônicos sobre questões polêmicas da ciência.

De um lado do ringue, tínhamos a visão mais hegemônica sobre o tema – aquela que atribui o aumento da temperatura global verificado nas últimas décadas à ação do homem, por meio da emissão de gases do efeito-estufa (gás carbônico e metano, entre outros) lançados na atmosfera principalmente pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento.

Para defender esse ponto de vista, foi escalado um dos cientistas brasileiros mais destacados no estudo dessa questão – o físico Paulo Artaxo, professor da Universidade de São Paulo e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), time internacional de cientistas reunido pela Organização das Nações Unidas para investigar o tema.

Para confrontá-lo, o escolhido foi o meteorologista Ricardo Augusto Felicio, professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP). Continua

Essa gente transparente

Via Estadão, há 1 ano sob censura
Por Eugênio Bucci
29.07.2010


Com a abertura da temporada de caça ao voto, o substantivo "transparência" vai virando objeto de culto e de comício. É reverenciado em toda parte, a todo o volume, por todos os candidatos; estamos diante de uma divindade suprapartidária e de seus devotos barulhentos. Mas há um detalhe intrigante: ninguém parece saber muito bem o que quer dizer essa palavra. O culto da transparência, entre nós, é deveras opaco. Ou capcioso.

Ninguém mais se lembra, mas o vocábulo ganhou notoriedade nos anos 1980, quando, na então União Soviética, Mikhail Gorbachev adotou seu programa de reformas em torno de dois eixos: a perestroika (reestruturação) e a glasnost (transparência). O projeto de abrir janelas de vidro límpido nas paredes de chumbo do Estado stalinista causou um cataclismo. O Estado não aguentou. Gorbachev levou seu propósito tão longe que acabou derretendo as paredes, os burocratas e a própria URSS. Naquele tempo, transparência era isto: uma bandeira mortal para um organismo que não resistisse à luz solar.

E o que foi feito hoje desse substantivo? Ouvindo a gritaria dos caçadores de votos, a gente fica com a impressão de que ele se reduziu a um sinônimo empolado de honestidade. Nada mais que isso. Um sinônimo mais "chique" - ou mais "sofisticado", como preferem dizer. Como se honestidade, esse termo hoje visto como "simplório", fosse coisa "de pobre": gente fina não é honesta, é transparente.

Poucos exigem transparência do Estado, muitos usam o substantivo como purpurina cívica para se maquiar na TV. A palavra acabou se diluindo num enfeite inofensivo. Virou categoria de melodrama, repertório de cena de novela, como quando a mocinha olha candidamente nos olhos do galã e diz: "Sabe, meu bem, eu sou uma pessoa muito transparente. Não posso evitar, Deus me fez assim." Continua

Capadócia e Istambul

Tetezinha, minha amada, minha linda: ki saudade!



Globo News Especial – 18.07.2010




sexta-feira, 30 de julho de 2010

Os extraterrestres de nossa imaginação

Via El Mundo - Por FRAN CASILLAS




Los extraterrestres de nuestra imaginación
clique na imagem e conheça o site



¿Queremos creer? Las guías de restaurantes y los certámenes de Miss Universo ya no serían lo mismo si descubriésemos vida en otros planetas. Y claro, la hipótesis de la vida extraterrestre despierta sentimientos contradictorios. Proyectos científicos como el SETI destinan recursos a contactar con civilizaciones alienígenas, mientras que un 20% de la población sufriría un trauma de constatarse que tenemos vecinos intergalácticos. La estadística del Roper Center de EEUU establece, además, que el 5% de esas personas valorarían el suicidio. Hablamos por tanto de una cuestión que fascina y atemoriza, de un fenómeno que era preciso exorcizar a través del arte. La literatura, la música y especialmente el cine han recurrido a la ciencia ficción para alentar el estremecimiento, la esperanza o la carcajada. He aquí un breve recorrido por los extraterrestres de nuestra imaginación.

***


Astrónomos españoles nos presentan sus imágenes favoritas

Represión policial en Francia contra mujeres inmigrantes y sus bebés

Via El Mundo.es| Madrid – 30.07.2010


Vivían en la calle desde que les echaron de sus casas


Imagenes:CNN


La inmigración en Francia continúa trayendo problemas. Ahora, ha salido a la luz un vídeo en el que se muestra a la policía francesa cargando duramente contra un grupo de mujeres y niños en un suburbio al noreste de París, informa CNN.

El grupo, compuesto por alrededor de 60 personas mayoritariamente procedente de Costa de Marfil, estuvo viviendo en la calle desde que fueron desalojados de sus casas debido a un nuevo proyecto previsto en esa misma zona para construir viviendas, según el periodista Michael Hajdenberg. Continua

Professor usa a ciência para modificar a realidade de muitos adolescentes carentes

Via Brasileiros – 29.07.2010









Como entrar em contato com esse projeto:
Prof. Leopoldo de Meis
Telefone: (21) 2270-1635
E-mail: demeis@bioqmed.ufrj.br

Prof. Wagner Seixas da Silva
Telefone: (21) 2562-6762
E-mail: wseixas@bioqmed.ufrj.br


Por favor, divulgue!

EU SOU ATRIZ PORNÔ, E DAÍ?

Via Folha de São Paulo – Por Contardo Calligaris – 29.07.2010

É uma ideia antiga: uma mulher, se ousa desejar, só pode ser "a puta", com a qual tudo é permitido

Resisti a pedidos e pressões para que comentasse o caso do goleiro Bruno. Não gosto de especular sobre investigações inacabadas ou acusações ainda não julgadas.
No entanto, especialmente nos crimes midiáticos, sempre há fatos e atos que merecem comentário e que não dependem da culpa ou da inocência de suspeitos ou acusados.
Por exemplo, durante a investigação sobre a morte de Isabella Nardoni, o fato mais interessante era a agitação da turba: diante da delegacia de polícia, os linchadores pulavam e gritavam indignados só quando aparecia, nas câmeras de TV, a luz vermelha da gravação.
Há turbas parecidas no caso do goleiro Bruno. E, além das turbas, também alguns delegados de polícia parecem se agitar especialmente quando as câmeras estão ligadas, o que, provavelmente, não contribui ao progresso das investigações.
Mas o que me tocou, nestes dias, foi outra coisa. Segundo o advogado Ércio Quaresma Firpe, que defende o goleiro Bruno, a polícia estaria investigando um crime inexistente, pois Eliza Samudio estaria viva e se manteria em silêncio e escondida pelo prazer de ver o Bruno acusado e preso. Para perpetrar essa vingança, aliás, Eliza não hesitaria em abandonar o próprio filho de cinco meses.
É uma linha de defesa que faz sentido, visto que, até aqui, o corpo de Eliza não apareceu. Mas o advogado Firpe, para melhor transformar a vítima presumida em acusada, tentou apontar supostas falhas no caráter de Eliza soltando uma pérola: "Essa moça", ele disse, "é atriz pornô".
Posso imaginar a expressão que acompanhou essa declaração: o tom maroto que procura a cumplicidade de quem escuta, uma levantadinha de sobrancelhas para que a alusão confira um valor especialmente escuso à letra do que é dito.
Estou romanceando? Acho que não. De mesa de restaurante em balcão de bar, já faz semanas que ouço comentários parecidos, de homens e mulheres, mas sobretudo de homens: Eliza Samudio era "uma maria chuteira", uma mulher fácil.
Será que essas "características" de Eliza absolvem seus eventuais assassinos? Claro que não, protestariam imediatamente os autores desses comentários. Mas o fato é que suas palavras deixam pairar no ar a ideia de que, de alguma forma, a vítima (se é que é vítima mesmo, acrescentaria o advogado Firpe) fez por merecer.
Pense nos inúmeros comentários sobre o caso de Geisy Arruda, aluna da Uniban: tudo bem, os colegas queriam estuprá-la, isso não se faz, mas, também, como é que ela vai para a faculdade com aquele vestidinho curto e tal?
No processo contra um estuprador, por exemplo, é usual que a defesa remexa na vida sexual da vítima tentando provar sua facilidade e sua promiscuidade, como se isso diminuísse a responsabilidade do estuprador. Isso acontece até quando a vítima é menor: estuprou uma menina de 12 anos? Cadeia nele; mas, se a menina se prostituía nas ruas da cidade, é diferente, não é?
Diante de um júri popular, essas considerações funcionam, de fato, como circunstâncias atenuantes: talvez estuprar "uma puta" não seja bem estupro.
Em suma, quando a vítima é uma mulher e seu algoz é um homem, é muito frequente (e bem-vindo pela defesa) que surja a dúvida: será que o assassino ou o estuprador não foi "provocado" pela sua vítima?
Atrás dessa dúvida recorrente há uma ideia antiga: o desejo feminino, quando ele ousa se mostrar, merece punição. Para muitos homens, o corpo feminino é o da mãe, que deve permanecer puro, ou, então, o da puta, ao qual nenhum respeito é devido: uma mulher, se ela deseja, só pode ser a puta com a qual tudo é permitido (estuprá-la, estropiá-la).
Além disso, se as mulheres tiverem desejo sexual próprio, elas terão expectativas quanto à performance dos homens; só o que faltava, não é? Também, se as mulheres tiverem desejo próprio, por que não desejariam outros homens melhores do que nós?
Seja como for, para protestar contra a observação brejeira do advogado Firpe, mandei fazer uma camiseta com a escrita que está no título desta coluna. Mas o ideal seria que ela fosse adotada pelas mulheres. Podem mandar fazer, sem problema; o advogado Firpe não tem "copyright" da frase.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Los océanos están perdiendo un 1% de fitoplancton al año por el calentamiento

Via El País - Por ALICIA RIVERA - Madrid - 28.07.2010


Los microscópicos organismos son la base de la cadena de alimentos marinos, el 'combustible' de los ecosistemas, advierten los científicos


La 'pleurosigma' es un importante componente
del fitoplancton oceánico- MICHAEL STRINGER/NIKON SMALL WORLD


La concentración en el agua de las algas microscópicas marinas llamadas fitoplancton esta disminuyendo, aproximadamente un 1% por año, debido al cambio climático, según afirman unos científicos que no sólo han medido este declive en los últimos tiempos, sino que se han remontado con sus análisis hasta 1899 haciendo estimaciones a partir de la información histórica existente sobre la transparencia del agua. "El fitoplancton es el combustible de los ecosistemas marinos y una reducción afecta a toda la cadena alimenticia, hasta los humanos", advierte Daniel Boyce, líder de la investigación. "La caída del fitoplancton supone otra importante dimensión del efecto del cambio climático en los océanos, ya de por sí alterados por la sobrepesca y por la contaminación", añade su colega Marlon Lewis.Continua

Leia também:
El mar se queda sin plancton

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Origens da vida

Via Estudos Avançados - USP/Scielo
Por AUGUSTO DAMINELI
e DANIEL SANTA CRUZ DAMINELI


O que é vida?

EMBORA A PALAVRA vida pareça ter um sentido óbvio, ela conduz a diferentes idéias, tornando-se necessário definir o próprio objeto a que nos referimos neste texto. Para psicólogos, ela traz à mente a vida psíquica; para sociólogos, a vida social; para os teólogos, a vida espiritual; para as pessoas comuns, os prazeres ou as mazelas da existência. Isso é parte da nossa visão fortemente antropocêntrica do mundo. Para uma parte (relativamente pequena)das pessoas, ela traz à mente imagens de florestas, aves e outros animais. Mesmo essa imagem é parcial, já que a imensa maioria dos seres vivos são organismos invisíveis. Os micróbios compõem a maior parte dos seres vivos, a maioria (80%)vivendo abaixo da superfície terrestre, somando uma massa igual à das plantas. Entretanto, os micróbios ainda não ocupam a devida dimensão em nosso imaginário, apesar de mais de um século de uso do microscópio e de freqüentes notícias na mídia envolvendo a poderosa ação de micróbios, ora causando doenças ora curando-as, fazendo parte do ecossistema ou influindo na produção de alimentos. Esse quadro se deve ao fato de que a vida ainda é um tema recente no âmbito científico, comparado com sua antigüidade no pensamento filosófico e religioso.

Uma concepção muito difundida entre os povos de cultura judaico-cristã-islâmica é que a vida foi insuflada na matéria por Deus, e seria, portanto, uma espécie de milagre e não uma decorrência de leis naturais. É difícil traçar a origem dessa concepção, mas os escritos de Aristóteles (384-322 a.C.) falam da pneuma, que seria uma espécie de matéria divina e que constituiria a vida animal. A pneuma seria um estágio intermediário de perfeição logo abaixo do da alma humana. A dualidade matéria/vida nos animais (ou corpo/alma nos seres humanos)já aparecia na escola socrática, da qual Aristóteles era membro, embora de modo um pouco diferente. Entre os animais superiores, o sopro vital passaria para os descendentes por meio da reprodução. Entretanto, Aristóteles acreditava que alguns seres (insetos, enguias, ostras) apareciam de forma espontânea, sem serem frutos da “semente” de outro ser vivo. Essa concepção é conhecida como geração espontânea e parece ter sido derivada dos pré-socráticos, que imaginavam que a vida, assim como toda a diversidade do mundo, era formada por poucos elementos básicos. A idéia de geração espontânea está também presente em escritos antigos na China, na Índia, na Babilônia e no Egito, e em outros escritos ao longo dos vinte séculos seguintes, como em van Helmont, W. Harvey, Bacon, Descartes, Buffon e Lamarck. Parece que sua dispersão pelo mundo ocidental se deu por intermédio de Aristóteles, dada sua grande influência em
nossa cultura.

Um experimento de laboratório de Louis Pasteur (1822-1895) colocou um ponto final na idéia da geração espontânea. Depois dele, passou-se a admitir que a vida só pode vir de outra vida. Curiosamente, contudo, Pasteur dizia que não tinha eliminado totalmente a possibilidade da geração espontânea. De fato, seu experimento não poderia se aplicar à primeira vida, e a idéia de que a vida podia vir da matéria inorgânica continuou em pauta entre outros grandes cientistas. Entretanto, ela mudou para um contexto tão diferente das visões anteriores, que não podemos rotulá-la da mesma forma. Essa nova forma de “geração espontânea” só seria válida para a primeira vida, daí para a frente seria exigida a reprodução. Continua

Legenda da imagem
A geração espontânea para seres considerados simples foi admitida
desde a Antigüidade até o final do século XIX.

Analfabetismo atinge 3 milhões de jovens trabalhadores rurais

Via Agência Brasil - 27.07.2010

Brasília - Cerca de 40% das pessoas entre 16 e 32 anos que moram e trabalham no campo são analfabetas. O analfabetismo atinge 3 milhões dos quase 8 milhões de trabalhadores rurais do país nesta faixa etária, de acordo com a secretária de Jovens Trabalhadores Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura(Contag), Maria Elenice Anastácio. Se forem considerados os habitantes de pequenas cidades que sobrevivem da economia rural, os números podem ser ainda mais preocupantes.

Para Maria Elenice, as condições atuais do ensino obrigam o jovem a escolher entre o estudo e o trabalho. “O trabalhador rural tem que buscar a cidade para ter acesso à saúde, à informação e à escola. Mas como vão pegar um transporte precário para estudar na cidade se estão cansados do trabalho exaustivo?", questionou.

A coordenadora do curso de Licenciatura em Educação no Campo da Universidade de Brasília, Mônica Molina, também apontou a pouca oferta de escolas no campo como responsável pelas altas taxas de analfabetismo. “O interesse em estudar existe. Hoje, o trabalhador dá mais importância ao estudo do que em gerações anteriores, mas quando o aluno chega à 5ª série, dificilmente encontra turmas no meio rural. Então ele precisa ir estudar na cidade mais próxima e acaba desistindo”. Continua

Leia também:
- Em Caetés (PE), alunos convivem com notebooks e pau-de-arara
- Serra sugere que investimentos em trem-bala deveriam ser revistos e aplicados em outros projetos

"Dor sem fim"

Via ISTOÉ - Por Carlos José Marques, diretor editorial - 23.07.2010



Quão livres podem ser nossos filhos diante da iminência da morte que espreita nas ruas? Vítimas de inconsequentes do trânsito, de criminosos do asfalto ou de maníacos do parque, sucumbindo até por balas perdidas na escola, eles saem hoje de casa com o imenso risco, cada vez maior, de não mais voltar. Na açodada escalada do crime e do regime de autoridade policial frouxa, despreparada e mal paga – corruptível e corrompida –, aumenta por esses dias o número de pais órfãos e desesperados. No contrafluxo da vida e da ordem natural das coisas, eles protagonizam o inaceitável: enterram seus filhos, entes queridos, arrancados abruptamente de uma história inteira que ainda poderiam ter pela frente. Aos familiares que ficam, a questão: como encarar a dor dilacerante dessa perda e seguir adiante? Enxergar sem revolta a inanição operacional das autoridades e se conformar com a “fatalidade” corriqueira porque não há mais nada a fazer? Insuportavelmente banal em nossa sociedade “moderna” e desigual, a morte sem sentido ocorre aqui em maior número e de forma mais cruel que nos campos de guerra. E sempre na faixa mais jovem da população. Um país socialmente maduro e economicamente viável apresenta a seus cidadãos condições de longa vida, com qualidade e perspectiva. Ainda não chegamos a esse estágio. Por conta, também, da punição não aplicada ou da pena abrandada, que estimulam a bandidagem. Não por menos o item segurança foi elevado à condição de primeiro na lista de prioridades do eleitor brasileiro.

A imagem de mais uma mãe consumida pela dor infinita choca a todos e exige de cada um de nós, mais uma vez – e incansavelmente dia após dia –, o engajamento na luta por uma mudança radical desse estado de abandono legal e despreparo da polícia, que não protege e que muitas vezes faz vista grossa. O Brasil pode e precisa ser um país melhor, mais seguro, menos resignado. Não deve ser tomado pelo estupor ante a violência. A bestialidade dos rachas de carros, do tráfico nos morros que aterroriza moradores, da marginalidade desenfreada e de tudo o que há de mais selvagem nas metrópoles deve ser inapelavelmente varrida do mapa para garantir, ao menos às futuras gerações, uma vida mais civilizada.


"MÃES ÓRFÃS"
A primeira (a esq.) perdeu o filho vitimado por bala perdida na escola
e a segunda, por racha


fonte

terça-feira, 27 de julho de 2010

Maior nível de escolaridade protege cérebro contra sintomas de demência

Via Estadão, há 361 dias sob censura
Por Karina Toledo - 27.07.2010

Saúde. Pesquisa mostra que pessoas que estudam mais durante a vida têm o cérebro tão afetado por problemas neurodegenerativos quanto os demais, mas lidam melhor com as manifestações físicas das doenças; descoberta reforça importância da prevenção



Diversos estudos indicam que quanto maior o nível de escolaridade, menor o risco de uma pessoa sofrer de demência. Mas uma nova pesquisa publicada na revista Brain sugere que os mais estudados têm o cérebro tão afetado por doenças neurodegenerativas quanto os demais. A diferença é que, nesses pacientes, as manifestações físicas da demência são mais brandas.

Os cientistas analisaram o cérebro de 872 pessoas envolvidas em três grandes estudos europeus sobre o envelhecimento que, antes de morrer, preencheram questionários sobre seu nível de educação, o momento em que abandonaram a escola e se frequentaram a universidade ou não. A única diferença significativa encontrada entre aqueles com maior grau de escolaridade foi o tamanho do cérebro. Cada ano adicional de estudo resultou numa chance 10% maior de o órgão estar no seu tamanho máximo na hora da morte, ou seja, ter perdido menos neurônios.

"Nosso estudo mostra que o ensino durante a juventude permite que algumas pessoas lidem com muitas mudanças em seus cérebros antes de apresentarem sintomas de demência", afirmou a pesquisadora da Universidade Cambridge Hanna Keage.

Uma educação mais avançada, continua Hanna, não está relacionada a diferenças nos danos ao cérebro, mas as pessoas que estudaram por mais tempo se mostram capazes de lidar melhor com tais danos. Continua

Legenda da foto:
Estímulo. Idosos participam de atividades que ativam a memória no Museu Brasileiro de Esculturas (MuBE),
em São Paulo

"Matam-se mulheres feito moscas no Brasil"

Via Isto É - N° Edição: 2123 | 16.Jul
Por Daniela Mendes


Especialista em crimes contra a mulher, a promotora de Justiça Luiza Eluf diz que os juízes têm de mandar prender agressores para evitar mortes anunciadas, como a de Eliza Samudio

Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil, segundo o Mapa da Violência 2010, estudo feito pelo Instituto Sangari com base nos dados do Sistema Único de Saúde. A maioria é vítima de ex-namorados, maridos, companheiros. “Enquanto o machismo não acabar, as mulheres continuarão morrendo”, diz a promotora de Justiça Luiza Nagib Eluf, especialista em crimes contra a mulher e homicídios passionais. Com cinco livros publicados, entre eles o best seller “A Paixão no Banco dos Réus”, no qual analisa os principais crimes passionais que ocorreram no País, Luiza diz que as leis atuais são boas, mas há ineficiência da polícia e do Judiciário quando a mulher denuncia a agressão ao poder público. “Só a prisão do agressor pode salvar a vida da mulher inocente”, diz ela, há 31 anos no Ministério Público, quase todos na vara criminal.

ISTOÉ – Eliza Samudio deu queixa contra Bruno à polícia, as agressões dele foram comprovadas e mesmo assim, tudo indica, ela morreu numa emboscada dele. Por que o Estado não a protegeu?
Luiza Nagib Eluf – Essa é a grande questão. Nós temos leis boas, como a lei Maria da Penha, a Constituição, que proíbe a discriminação contra as mulheres. Temos uma lei que determina a criação dos juizados especiais de violência doméstica. Mas a prática da Justiça e da polícia está ruim. Os advogados e o Ministério Público estão cumprindo bem o seu papel. Falta a polícia se convencer de que precisa ser mais rápida nas questões ligadas à proteção da mulher e falta ação do Judiciário, que por vezes fica numa posição de lavar as mãos para ver o que vai acontecer. A lei permite que se prenda o sujeito que ameaça a vida da mulher. Mas os juízes não mandam prender.

ISTOÉ – A proteção é falha?
Luiza – A Eliza filmou depoimento na frente da delegacia dizendo que deu queixa, precisava de proteção e não conseguiu. A cabeleireira Maria Islaine de Moraes, de Belo Horizonte, foi oito vezes à delegacia, recebeu medida protetiva decretada pelo juiz – o ex-marido não poderia se aproximar dela – e foi assassinada por ele em janeiro. Adianta decretar a medida e não fiscalizar o cumprimento dela? É piada. Ninguém protegeu a moça. Ela colocou câmeras no salão para comprovar as ameaças e o assassinato dela foi filmado. O sujeito invadiu o salão sem dificuldade e deu seis tiros nela. A medida protetiva não pode ser de brincadeira, o juiz tem que designar um policial para garantir o cumprimento dela. Continua

“Pimenta Neves não sabia que não podia matar
a Sandra Gomide? Ele fez isso porque apanhou dos pais?
Não, fez porque é machista


Legenda da foto:
SEM FRONTEIRAS
Segundo Luiza Eluf, o machismo não tem classe social


***

Leia também:
- Família pode ser indiciada
- Lei da Ficha Limpa não retroage, decide TRE-MA

segunda-feira, 26 de julho de 2010

La odisea secreta de Carl Jung

Reportagem - Via El País
Por ANDREA AGUILAR - 24.07.2010



El misterioso manuscrito de El Libro Rojo, que el autor no quiso incluir en sus Obras completas, fue publicado el año pasado en Estados Unidos y en Alemania. Ahora está en marcha la edición facsímil en español de la "biblia del subconsciente"

El Libro Rojo ha sido un mito entre los entendidos, un secreto guardado bajo llave en la caja fuerte de un banco suizo hasta el pasado otoño. Su autor, Carl Jung (1875-1961), uno de los padres de la psicología moderna, pasó 16 años entregado a un proyecto "secreto" y paralelo a su trabajo como psiquiatra. Años después de haber planteado abiertamente sus divergencias con Freud, una crisis personal le llevó a emprender un viaje interior que plasmó con esmero en un gran volumen encuadernado en piel roja, el llamado Libro Rojo. En las primeras páginas de la misteriosa obra escribe: "En ese momento, el año 40 de mi vida, había alcanzado todo lo que un hombre puede desear en su vida". Los honores, el conocimiento, la familia y el bienestar no eran suficiente. Jung decidió buscar su alma. "Tuve que aceptar que lo que había calificado previamente como mi alma era un sistema muerto".

El doctor suizo se entregó a fondo a sesiones de lo que calificó como "imaginación activa". En una serie de cuadernos negros anotó cuidadosamente cada detalle. Luego transcribió ese material con esmerada caligrafía añadiendo la interpretación de esas imágenes y comentarios acerca de la dificultad que esta interpretación planteaba. Más de dos decenas de ilustraciones, en las que mandalas y psicodelia se mezclan con elementos surrealistas, se intercalan en el texto. Está escrito en latín y alemán, y tiene la apariencia de un códice medieval. Continua


Legenda da imagem:
Ilustración de El Libro Rojo, de Carl Jung, publicado por Norton & Company.

domingo, 25 de julho de 2010

Tapa de amor também dói

Via Estadão, há 359 dias sob censura
Por Paulo Sérgio Pinheiro - 24.07.2010

Como os adultos, as crianças têm o direito de ver respeitadas sua dignidade e integridade física e esse respeito precisa estar traduzido em lei. Não há desculpa para a ‘palmada’ ou a ‘palmadinha’



Faz séculos que as crianças mundo afora sofrem com o castigo corporal ou físico, aquele que recorre à força e inflige certo grau de dor, mesmo leve. Na maioria dos casos, trata-se de bater nas crianças (palmadas, bofetadas, surras) com a mão ou com objetos como chicote, vara, cinturão, sapato e colher de madeira. Mas pode consistir também em dar pontapés, empurrões, arranhá-las, mordê-las, obrigá-las a ficar em posturas incômodas, produzir queimaduras, obrigar a ingerir água fervendo, alimentos picantes ou a lavar a boca com sabão. Além desses há outros castigos que não são físicos, mas igualmente cruéis e degradantes, castigos em que se menospreza, se humilha, se denigre, se ameaça, se assusta ou se ridiculariza a criança.
Agora que a escala e a dimensão dessas práticas de violência aqui descritas se tornaram mais visíveis, e conhecidas suas consequências sociais, emocionais e cognitivas devastadoras para o desenvolvimento da criança e para seu comportamento como adulto, como acelerar o processo de sua eliminação? Políticos e organizações da sociedade civil e religiosas precisam rejeitar claramente a violência contra a criança. Governos devem revelar através de pesquisas o verdadeiro nível de violência contra a criança e combatê-la.
Felizmente, a luta contra as formas mais severas (e criminosas), como violência sexual, tráfico de crianças e prostituição infantil já conta com um consenso que as condena. Mas a violência sistemática nos lares , nas escolas, nas instituições continua velada e disfarçada. Mesmo que as coisas sem dúvida comecem a mudar, como demonstra o projeto de lei apresentado pelo governo brasileiro proibindo o castigo corporal, continua a haver uma atitude ambígua em relação à violência contra as crianças em todos os países. Continua

Por um dia de felicidade

Via Estadão, há 359 dias sob censura
Por José de Souza Martins - 24.07.2010

Muitas escolas induzem os alunos a se preparar não para a vida, mas para comemorar a data em que saem os resultados dos exames vestibulares

Dados do Enem revelam que pagar mais pela mensalidade não significa necessariamente comprar melhor

aliás
A SEMANA REVISTA

Quase 14 mil escolas privadas e públicas do País obtiveram média acima do equivalente a 5,0 no desempenho de seus alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009. Apenas algumas dezenas alcançaram nota igual ou superior a 7,0, inferior, porém, a 7,5. Na maioria, escolas privadas e caras. Tidas como o caminho seguro do êxito em exames vestibulares, suas notas estão apenas ligeiramente acima da nota mínima para aprovação em escolas superiores de países desenvolvidos, que é 7,0. Um número imenso de escolas igualmente privadas nem chegou a essa média.
Há nas médias divulgadas indicações para a compreensão dos problemas do nosso ensino médio. A primeira delas é a da problemática tendência de muitas escolas de se reduzirem à pobreza pedagógica de induzir crianças e adolescentes a passarem os melhores anos de suas vidas preparando-se para fazer o vestibular para o ensino superior. Em vez de se devotarem à preparação de seus alunos para a vida e para serem felizes, que é o que dá sentido à educação e à socialização dos imaturos, dedicam-se prioritariamente a prepará-los para um único dia de felicidade, o da divulgação dos resultados dos exames vestibulares. Inseguros quanto ao futuro dos filhos, os pais tornam-se cúmplices dessa deformação. Muitos desses alunos chegarão à universidade, até com as melhores notas de ingresso, mas não saberão nem o que fazer nela nem o que fazer com ela.
Nem se pode dizer que o melancólico êxito nessas médias mais altas expresse a apropriada formação de quem as obtém. Ficou evidente que escolas que preparam seus alunos para a reflexão criativa e para a competência interpretativa, que se mede no desempenho em redação e interpretação de textos, têm menos visibilidade na avaliação oficial. De certo modo, as notas escondem um desencontro entre ensino predominantemente de formação e ensino predominantemente de informação.
Matéria publicada em caderno especial deste jornal, aliás, mostra que as escolas da capital de São Paulo cujos alunos tiveram melhor desempenho são apenas 12% melhores do que as de desempenho menor, enquanto o preço das mensalidades é 254% maior. Os dados do Enem revelam que pagar mais não significa comprar melhor, até porque, em educação, comprar é pura ilusão. Continua

Em Portugal, novo estatuto não agrada aos alunos mas é bem recebido por pais e professores

Via Público - Por Graça Barbosa Ribeiro - 23.07.2010


Onde os estudantes vêem factores de exclusão, os mais velhos descobrem mecanismos de responsabilização, que valorizam a aprendizagem.


Os representantes das associações de pais e de professores respiraram ontem de alívio com a aprovação do novo Estatuto do Aluno, que vem substituir a versão em vigor desde 2008. Agrada-lhes o reforço da autoridade dos docentes e dos directores, a valorização da aprendizagem, a agilização das medidas disciplinares e a responsabilização dos estudantes. Já estes vêem as mesmas alterações ao documento de uma perspectiva diferente. E consideram que, com a aprovação do novo estatuto pela Assembleia da República, ontem, "se deu mais um passo para afastar os alunos da escola".

"Quer um exemplo? O novo estatuto prevê que os alunos tenham de pagar o material que estragam. Isto é pedagógico? Não é. Se um aluno partir um vidro e for obrigado a pagá-lo, no dia seguinte parte outro e dois dias depois outro ainda. Porque a obrigação da escola não é castigá-lo, mas explicar-lhe por que é que não deve andar a partir vidros", comentava ontem, indignado, Luís Encarnação, estudante. Continua

sábado, 24 de julho de 2010

A biodiversidade de Madagascar

Fotos: Cristina Goettsch Mittermeier





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Corpos em transformação

Via Contemporânea - Por Carla Rodrigues

Escrevo, com muita frequência, sobre as transformações na vida contemporânea. As mudanças são muitas e em tudo que diz respeito ao modo de subjetivação. Sai de cena o neurótico bem comportado, muito bem representado no cinema pelos personagens de Woody Allen, para dar lugar à diversas formas de sofrimento que guardam forte relação com as profundas transformações da pós-modernidade.

Configuram o quadro de uma vida contemporânea em crise o esfacelamento da perspectiva de futuro, a flexibilização do mercado de trabalho, os vínculos sociais e afetivos frágeis, as dramáticas alterações nas noções de tempo e espaço trazidas pelas novas tecnologias, a hipervalorização do consumo, a imposição de fragmentação ao sujeito, e o peso da responsabilidade absoluta pela gestão da própria vida, sem o apoio de redes de proteção.

Esse processo de transformação fica visível e evidente nas mudanças entre os sujeitos e seus corpos, tema que a pesquisadora Paula Sibilia (UFF), autora de “Homem pós-orgânico – corpo, subjetividade e tecnologias digitais”, explora nessa entrevista. “Cada vez mais é a superfície visível da pele que define a nossa identidade. Agora, não temos mas somos corpos.”

A senhora afirma que o corpo humano está ficando obsoleto e que não consegue fugir da tirania do upgrade. Por que?

Existem muitas forças surpreendentes nos corpos humanos. Sempre existiram e acredito que continuarão a existir. Mas os corpos também costumam sofrer os limites impostos pelo contexto de cada época, por seus fatores sociais, políticos e culturais. Na nossa sociedade, espalha-se uma certa paranóia decorrente de uma notícia aterradora: nossos corpos estariam ficando obsoletos, pois eles não conseguem responder às exigências dos competitivos ambientes contemporâneos. Assim, se não quisermos ficar para trás, a nossa velha configuração biológica deve ser permanentemente “incrementada”, “turbinada”, “melhorada”, “bombada”, “sarada”. O mercado oferece um grande leque de produtos e serviços destinados a esse fim: das academias de ginástica às cirurgias plásticas, passando pelas vitaminas, dietas, iogas. Uma parafernália fartamente apoiada pela mídia, que mantém os consumidores informados a respeito dos novos lançamentos e descobertas científicas, dos exemplos bem-sucedidos de corpos corretamente modelados e das ameaças que assombram a todos aqueles que se recusam a seguir seus conselhos. Continua

Pai do atropelador de Rafael Mascarenhas diz que PMs teriam pedido R$ 10 mil

Jornal Nacional – 23.07.2010






Comentário básico:
Lembra daquela história do paizão e do filhão? Pois é...


Crescem pedidos de permissão para desmate


JC e-mail 4059, de 23 de Julho de 2010.
Crescem pedidos de permissão para desmate



Tocantins e de Minas já sentem a pressão causada pela possibilidade de alteração do Código Florestal; outros manifestam preocupação

Vários Estados estão preocupados com a corrida de proprietários por autorizações de desmatamento e alguns, como Tocantins e Minas, notam crescimento da procura. O principal motivo é a possibilidade de alteração do Código Florestal.

No início do mês, uma comissão especial da Câmara aprovou proposta elaborada pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para mudar a lei. A votação só deve ocorrer após as eleições.

A presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), havia previsto essa corrida. Isso porque o texto estabelece uma moratória de cinco anos para novos desmatamentos. Hoje é possível desmatar 20% da propriedade na Amazônia e 75% no Cerrado (em Estados da Amazônia Legal).

O secretário estadual do Meio Ambiente de Minas, José Carlos Carvalho, diz que a pasta tem identificado "uma maior pressão para desmatamento neste ano". Houve um aumento de cerca de 20% nas autorizações para intervenção na vegetação. Em 2009 foram 1.710 autorizações. E, até 12 de julho de 2010, 1.046.

Para Carvalho, tomando como base o princípio da precaução, deveriam ser suspensas as autorizações para desmate até a lei ambiental ser definida.

Denílson Bezerra, diretor de Florestas do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), relata um aumento de cerca de 30% na busca por licenças de desmate. Nos seis primeiros meses deste ano foram 232 autorizações para desmate, contra 350 de todo o ano passado. "O Tocantins tem forte vocação agropecuária. Temo que, com essa moratória, o desmatamento ilegal volte a aumentar", diz. Continua

Leia também:
Cientistas criticam mudança no Código Florestal em carta na 'Science'

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Projeto esportivo dá nova oportunidade aos portadores de necessidades especiais

Via Brasileiros – 22.07.2010 – Por Neide Duarte










Para entrar em contato com esse projeto:
Site: http://www.projetoafin.com.br/
Telefone: (21)3905-6903 / (21)9360-5274



Por favor, divulgue!




Medicina desvirtuada, artigo de Dioclécio Campos Júnior


JC e-mail 4058, de 22 de Julho de 2010.
Medicina desvirtuada, artigo de Dioclécio Campos Júnior


"O preparo das novas gerações de médicos passou a ingressar num atalho sem saída. Rompeu os alicerces da formação em benefício da informação. Desmereceu o saber científico integral em favor do procedimento técnico especializado"

Dioclécio Campos Júnior é médico, professor titular de pediatria da Universidade de Brasília (UnB) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Artigo publicado no "Correio Braziliense":

Medicina é a profissão cuja sobrevivência está mais ameaçada pelo rolo compressor da tecnologia. Desfigura-se a olhos vistos. Perde substância. Deixa-se impregnar pela onda de automação avassaladora. Não resiste ao fascínio da era digital. Virtualiza-se. Sucumbe ao esquartejamento científico. Fragmenta-se. Esvazia-se na essência. Desintegra-se na prática.

O exercício da medicina verdadeira é indissociável de uma relação humana benfazeja entre o profissional e o paciente. Sem ela não há lugar para a recuperação plena da saúde. Tudo o mais é complementar. Não bastam equipamentos complexos, remédios miraculosos ou cirurgias fantásticas.

Muito mais do que isso, importa lidar bem com um ente fragilizado pela doença. Interagir com uma pessoa, alguém que não é apenas um amontoado de órgãos e vísceras. Um ser que sofre mais por dentro que por fora, sente a morbidez por inteiro, não em pedaços, pensa deprimido, raciocina em condições adversas.

O atendimento médico está em rota de extinção nos tempos modernos. Abandonou, por completo, a natureza relacional que o distinguia. Tomou o rumo da mecanização em detrimento da sabedoria humanista que lhe dava consistência. Distanciou-se do fundamento conceitual de origem.

Com efeito, atendimento é o ato de atender, verbo oriundo de attendere, do latim, que significa acolher, receber com atenção ou cortesia, segundo o Aurélio. Já não se atende assim em medicina. A lógica da linha de montagem impôs-se progressivamente, apequenando a arte de curar. Mudou conteúdos, desrespeitou originalidades, uniformizou padrões. Continua


Por favor, divulgue!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O mistério da água na lua

Via ELMUNDO.es | Efe | Madrid - 22.07.2010



Imagen de microscopio de una fina sección lunar.
Larry Taylor/University of Tennessee


. El agua se encuentra en lagos o lagunas pero no en océanos vastos
. El impacto de un proyectil en la Luna revela concentraciones de agua
. Han descubierto un ambiente totalmente nuevo mucho más frío

Nueve meses después de impactar la Luna con un proyectil para estudiar su estructura los científicos saben con seguridad que en el satélite de la Tierra hay agua, pero siguen sin saber cuál es su origen, informó la NASA.

Los científicos, que participaron esta semana en el Foro de Ciencia de la agencia (por internet) también saben que el agua se encuentra en lagos o lagunas pero no en océanos vastos. Y creen que el agua puede haber llegado a la Luna en cometas, o en asteroides. O puede haberse creado allí mismo. Continua

Rio - Trânsito livre para o atropelador

Via blog do Noblat - Por Ana Claudia Costa e Paulo Roberto Araújo – 22.07.2010

PMs liberaram rapaz que matou filho de atriz apesar do estado do carro

A Polícia Militar afastou ontem os dois policiais — um cabo e um sargento do 23 BPM (Leblon) — que pararam e em seguida liberaram o carro que atropelou e matou o filho da atriz Cissa Guimarães, o músico Rafael Mascarenhas, de 18 anos, na madrugada de terça-feira, na pista interditada do Túnel Acústico, no sentido Gávea.
Eles serão investigados pela Corregedoria Interna da PM. De acordo com a corporação, que divulgou três notas sobre o caso ontem, o afastamento foi decidido depois do "aprofundamento das investigações da Polícia Civil".
Segundo a última nota, emitida às 18h44m, "a constatação de que o veículo estava seriamente avariado e, pior, sem a placa de identificação, indica que houve erro por parte dos policiais, não buscando elucidar o motivo daquelas irregularidades".
Segundo o Departamento de Relações Públicas da PM, a conduta dos policiais ainda não foi avaliada, mas a apuração e o inquérito policial-militar aberto podem fazer com eles sejam enquadrados em crime de prevaricação (deixar de cumprir o dever). O que a maioria das pessoas suspeita, no entanto, a PM não admitiu investigar: a hipótese de os policiais terem recebido propina.
O Siena preto dirigido por Rafael de Souza Bussamra, de 25 anos, chegou no fim da manhã de ontem ao pátio da 15 DP (Gávea). O carro estava numa oficina em Quintino, na Zona Norte, e está sendo periciado.
Na lataria, as marcas de um acidente grave e recente são visíveis: o capô do lado do motorista está todo amassado; o vidro dianteiro, estilhaçado e quebrado; o para-choque, solto; o farol esquerdo, quebrado; e não há placa dianteira. O estado do veículo fez com que os policiais civis achassem absurdo ele não ter sido apreendido pela PM.
— É impossível não ter percebido que eles haviam se envolvido num acidente com o carro desse jeito. A PM errou ao deixar de preservar o local do atropelamento — disse o comissário Alexandre Estelita.
Leia mais em O Globo


***

Jornal Nacional – 21.07.2010



quarta-feira, 21 de julho de 2010

"A minha mente tem a história que tem"

Via Público - Entrevista - Por Por Ana Gerschenfeld - 15.07.2010



Lutou décadas contra a esquizofrenia - e acabou por vencê-la. Chama-se John Nash e é o génio matemático que inspirou o filme Uma Mente Brilhante

A conversa não é o seu forte. Fala lentamente e com alguma dificuldade na articulação das palavras. Umas vezes hesita, outras responde ao lado. Por vezes demonstra um sentido de humor que não chega a sê-lo completamente - e que talvez nem o seja de todo.

A sua mente só pode ser brilhante - uma beautiful mind, como reza o título original da aclamada biografia que a jornalista Sylvia Nasar publicou em 1998, e que por sua vez inspirou, em 2001, o filme homónimo de Ron Howard, com Russell Crowe no papel principal. Só assim é que se explica a extraordinária história de John Nash.

Nascido em 1928 nos Estados Unidos, Nash doutorou-se em 1950 pela Universidade de Princeton com uma tese de apenas 27 páginas que viria revolucionar a área matemática da Teoria dos Jogos. O "equilíbrio de Nash", que ele definiu nessa altura, faz hoje parte do vocabulário corrente desta disciplina científica.

A partir de finais dos anos 50, Nash desenvolveu esquizofrenia paranóide. A sua vida familiar e a sua carreira como matemático (já era considerado um génio por alguns) foram tragicamente truncadas. Perdeu o emprego, divorciou-se da mulher, Alicia, foi hospitalizado, medicado e tratado à força. Tornou-se um espectro de si próprio. Mesmo assim, durante os raros intervalos livres de delírio, continuou a fazer matemática de grande qualidade.

Nos anos 1970, Alicia voltou a acolhê-lo em sua casa (mais tarde voltariam a casar) e Nash regressou a Princeton. Passava o tempo a gatafunhar misteriosos códigos numéricos nos quadros e tornou-se conhecido como o "fantasma de Fine Hall" (o edifício do departamento de Matemática).
A partir de finais dos anos 1980, depois de 30 anos mergulhado nos delírios da esquizofrenia, começou a melhorar e em 1994 recebeu o Prémio Nobel da Economia. Continua

Legenda da imagem:
Aos 82 anos, John Nash continua a fazer investigação em Princeton (Enric Vives-Rubio)

O endividamento cresce com a ilusão do crediário

Via Estadão, há 355 dias sob censura - Opinião

Segundo estudo da Tendências Consultoria Integrada, o comprometimento financeiro das famílias - que era de 26,3% da renda, incluindo empréstimos e cartões de crédito e excetuando o crédito imobiliário - está crescendo, como consequência de uma melhora da renda e da queda do desemprego. Mas qualquer piora da conjuntura econômica pode se traduzir por um aumento da inadimplência e criar dificuldades para as empresas que estão financiando esse endividamento, essencialmente os bancos.


O comércio, receoso de que o aumento do endividamento leve a um recuo nas vendas, pretende ampliar os prazos do financiamento - em média, hoje, de 515 dias. Um grande hipermercado vende em 18 meses "sem juros", enquanto um banco proclama que uma prestação a mais reduz o valor da parcela em 7,2% e neutraliza a alta do juro que nela incide...

É preciso, porém, encarar a realidade financeira: uma loja que oferece financiamento de 18 meses "sem juros" tem de financiar essa venda a prazo, e muitas vezes o fará sem aumentar o preço à vista, para manter a ilusão do cliente de que está comprando sem juros. Mais que isso, aumentará o preço dos seus produtos, não apenas em função da taxa de juros atual, mas, em geral, de uma taxa de juros futura, que ela estimará a partir das avaliações do mercado ou das suas próprias leituras dos jornais. Continua

Leia também:
- Banco de Notícias
- Bandalha assassina
- Bombeiros acusados de roubar donativos
- AL - Lessa quer tirar do ar jingle da campanha de Collor

O casamento entre homossexuais

Via blog do Noblat - 20.07.2010

Do blog do Alon

Falta nesta eleição alguém viável e que reúna coragem para dizer simplesmente o seguinte: “Vou fazer como a presidente da Argentina, vou trabalhar para aprovar no Congresso Nacional a liberação plena do casamento entre pessoas do mesmo sexo”.

É casamento mesmo, e não subformas de contornar a encrenca. O debate entre os argentinos foi esclarecedor. Trata-se apenas de garantir um direito fundamental: o da igualdade. Se heterossexuais podem casar-se, por que não estender a prerrogativa aos homossexuais?

Assuntos como a religião e a orientação sexual são da esfera privada. E o Estado? Cabe a ele oferecer as condições para o pleno exercício do direito de escolha. Só. Se determinada igreja condena certas preferências sexuais, que selecione os fiéis como bem entender. Mas é assunto dela, não nosso (se a ela não pertencemos).

Complicado é a Igreja Católica tratar com suavidade os casos de pedofilia homossexual em suas fileiras e, ao mesmo tempo, pressionar os poderes constituídos para manter como cidadãos de segunda categoria os homossexuais que desejam levar uma vida transparente, digna e cidadã. Continua

terça-feira, 20 de julho de 2010

Meu diário

Por Rogério Marques de Godoy - Brasil




Meu diário
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Cientistas criticam mudança no Código Florestal em carta na 'Science'

JC e-mail 4055, de 19 de Julho de 2010.
Cientistas criticam mudança no Código Florestal em carta na 'Science'


Revisão do Código Florestal motiva manifestações da comunidade científica. Pesquisadores explicam porque a proposta poderá levar a desastres ambientais de grandes proporções

A revisão do Código Florestal brasileiro, em votação no Congresso Nacional, está provocando sérias preocupações na comunidade científica e suscitando diversas manifestações no Brasil e no exterior.

Com uma possível aprovação do relatório que propõe mudanças na legislação ambiental, o Brasil estaria "arriscado a sofrer seu mais grave retrocesso ambiental em meio século, com consequências críticas e irreversíveis que irão além das fronteiras do país", segundo carta redigida por pesquisadores ligados ao Programa Biota-Fapesp e publicada na sexta-feira (16/7), na revista "Science", disponível somente a assinantes: http://www.sciencemag.org/cgi/content/full/329/5989/276-b?sa_campaign=Email/toc/16-July-2010/10.1126/science.329.5989.276-b

O texto é assinado por Jean Paul Metzger, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Thomas Lewinsohn, do Departamento de Biologia Animal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luciano Verdade e Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP, Ricardo Ribeiro Rodrigues, do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, e Carlos Alfredo Joly, do Instituto de Biologia da Unicamp.

As novas regras, segundo eles, reduzirão a restauração obrigatória de vegetação nativa ilegalmente desmatada desde 1965. Com isso, "as emissões de dióxido de carbono poderão aumentar substancialmente" e, a partir de simples análises da relação espécies-área, é possível prever "a extinção de mais de 100 mil espécies, uma perda massiva que invalidará qualquer comprometimento com a conservação da biodiversidade".

A comunidade científica, de acordo com o texto, foi "amplamente ignorada durante a elaboração" do relatório de revisão do Código Florestal. A mesma crítica foi apresentada em carta enviada por duas das principais instituições científicas do país, no dia 25 de junho, à Comissão Especial do Código Florestal Brasileiro na Câmara dos Deputados.

Assinada por Jacob Palis e Marco Antonio Raupp, respectivamente presidentes da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da SBPC, a carta defende que o Código Florestal, embora passível de aperfeiçoamentos, é a "peça fundamental de uma legislação ambiental reconhecida com uma das mais modernas do mundo".

A reformulação do código, segundo o texto, baseia-se na "premissa errônea de que não há mais área disponível para expansão da agricultura brasileira" e "não foi feita sob a égide de uma sólida base científica, pelo contrário, a maioria da comunidade científica não foi sequer consultada e a reformulação foi pautada muito mais em interesses unilaterais de determinados setores econômicos".

Entre as consequências de uma aprovação da proposta de reformulação, a carta menciona um "aumento considerável na substituição de áreas naturais por áreas agrícolas em locais extremamente sensíveis", a "aceleração da ocupação de áreas de risco em inúmeras cidades brasileiras", o estímulo à "impunidade devido a ampla anistia proposta àqueles que cometeram crimes ambientais até passado recente", um "decréscimo acentuado da biodiversidade, o aumento das emissões de carbono para a atmosfera" e o "aumento das perdas de solo por erosão com consequente assoreamento de corpos hídricos".

No dia 16 de junho, as lideranças da Câmara dos Deputados também receberam carta do geógrafo e ambientalista Aziz Nacib Ab'Sáber - professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP -, que fez duras críticas ao relatório de reformulação da legislação.

Reconhecido como um dos principais conhecedores do bioma amazônico, Ab'Sáber defendeu que, "se houvesse um movimento para aprimorar o atual Código Florestal, teria que envolver o sentido mais amplo de um Código de Biodiversidades, levando em conta o complexo mosaico vegetacional de nosso território". Segundo o geógrafo, a proposta foi apresentada anteriormente ao governo federal, mas a resposta era de que se tratava de "uma ideia boa mas complexa e inoportuna".

No documento, Ab'Sáber afirma que "as novas exigências do Código Florestal proposto têm um caráter de liberação excessiva e abusiva". Segundo ele, "enquanto o mundo inteiro repugna para a diminuição radical de emissão de CO2, o projeto de reforma proposto na Câmara Federal de revisão do Código Florestal defende um processo que significará uma onda de desmatamento e emissões incontroláveis de gás carbônico". Continua


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Pequenas agricultoras ameaçadas

Via Ciência Hoje - Por: Luan Galani - 20.07.2010


A produtividade da canola aumenta expressivamente com polinização feita pela abelha ‘Apis mellifera’ – a mais comum das Américas. Mas a espécie enfrenta séria ameaça no continente.



'Apis mellifera', com grande quantidade de pólen nas pernas,
busca néctar em flor da canola (foto: Annelise de Souza Rosa)


É de amplo conhecimento que o desmatamento, o uso inadequado de pesticidas em atividades agrícolas e o aquecimento global têm feito vítimas entre os insetos, com destaque para as abelhas, cujas colônias têm diminuído significativamente.

Considerando-se que os insetos – e as abelhas de modo especial – são os principais agentes de polinização de 90% das plantas do planeta que produzem frutos, a constatação de que estão diminuindo é no mínimo preocupante, embora artigo da revista britânica The Economist afirme que essa redução não procede.

Estudo recente feito por pesquisadores da Faculdade de Biociências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) vem novamente reiterar a importância da abelha em cultivos agrícolas. O trabalho mostra que as da espécie Apis mellifera aumentam a produtividade da canola (Brassica napus) em até 70%. Continua

Lamento básico:
Se você tiver a oportunidade, veja o filme O Silêncio das Abelhas, que esteve no youtube pelo menos até início de março, quando postei os links para ele aqui no blog. Agora não está mais por lá. É uma pena...

***


Biota - Fapesp: Impactos potenciais das alterações no Código Florestal Brasileiro na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos (3/8/2010)

"Quem gosta de estudar não é admirado no Brasil", afirma chinês

Via Folha.com - Por RICARDO MIOTO - 19.07.2010

Guo Qiang Hai, 48, físico chinês que mora em São Carlos (SP) desde 1993, veio para o Brasil sem conhecer ninguém, atrás de uma bolsa na Universidade Federal de São Carlos. Desde 2003 é professor da USP.

Adora o país, mas está preocupado. Tem uma filha de um ano com uma brasileira e acha que as escolas que ela vai frequentar não são tão boas quanto as chinesas.

"Na China a escola é em tempo integral, o aluno sempre volta com tarefa. Se precisar, ele estuda no sábado."

Para Hai, a escola chinesa não é melhor apenas que a brasileira. Ele tem outra filha, que estudava na China até o ano passado. Com dificuldades em matemática, tinha um professor particular.

Quando a menina se mudou com a mãe (também chinesa) para a Austrália, se tornou a melhor da turma na matéria. "Todos falam para ela "nossa, como você é inteligente'", conta Hai, rindo.

"Além de o professor chinês ganhar bem, os alunos respeitam. Existe uma cultura que valoriza o conhecimento. Aqui não é bem assim. Na TV, parece que só se admira quem participou do Big Brother, tem dinheiro, é modelo. A sociedade não põe na cabeça das crianças que elas têm de estudar." Continua

Leia também:
Banco de Notícias

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Respiro (Breath)

Kartika Mediani - Estados Unidos




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Escolas estaduais de mal a pior/Escolas sitiadas

Via blog do Noblat - 19.07.2010

Deu em O Globo

Escolas estaduais de mal a pior

Enem 2009: 97,8% dos colégios reprovados são de responsabilidade dos governadores

Evandro Éboli

As escolas das redes estaduais de educação voltaram a apresentar o pior desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2009).

O resultado, divulgado pelo Ministério da Educação, revela o tamanho do desafio que os governadores eleitos terão de enfrentar diante do ensino de péssima qualidade oferecido pelos estados.

Quase sete mil escolas de todo o país tiraram média abaixo de 500, numa escala que vai de 0 a 1.000. Dessas, nada menos que 97,8% são das redes estaduais.

Entre os estabelecimentos de ensino reprovados no Enem 2009 com média abaixo de 500, há apenas quatro escolas federais.

As notas do Enem por escola estão disponíveis no site do Ministério da Educação a partir de hoje. A situação também é dramática quando se avalia quem é quem entre as mil melhores escolas do país.

Na relação, aparecem apenas 26 escolas estaduais, duas municipais e 85 federais. Há um predomínio absoluto das escolas privadas entre as melhores: 887 são particulares.

As redes estaduais de ensino médio respondem por 85,9% das matrículas no país e recebem 7,16 milhões de estudantes, do total de 8,33 milhões no país. As escolas privadas têm 973 mil alunos (11,6%).

Outra avaliação do MEC, divulgada no início do mês — o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) —, revelou o abismo que separa a rede pública da privada: o Ideb do ensino médio nas redes estaduais ficou em 3,4, na escala até 10. O da rede particular, em 5,6.

Leia mais em O Globo

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Via blog do Noblat - 19.07.2010

Deu em O Globo

Escolas sitiadas

Rio tem 150 mil alunos em áreas de risco como a do Ciep onde Wesley morreu

Felipe Sil e Sérgio Ramalho

A morte do menino Wesley Gilbert Rodrigues de Andrade, de 11 anos — atingido por um tiro de fuzil enquanto assistia a uma aula de matemática, sexta-feira passada, no Ciep Rubens Gomes, em Costa Barros — trouxe à tona a rotina de medo de cerca de 150 mil alunos e 50 mil servidores de escolas municipais localizadas em áreas de risco do Rio.

O número equivale a 18,9% das 1.064 unidades da rede municipal de ensino, que atende a 650 mil alunos com idade entre 5 e 12 anos.

Coordenadora-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Vera Nepomuceno afirma que, em vários desses colégios, professores foram vítimas de assaltos ou alvos de ameaças.

— Uma dessas escolas é a Francisco José Oliveira Viana, em Cordovil. A maioria de seus professores teve pertences roubados nos arredores da unidade. Numa ocasião, eu e outros dirigentes do sindicato fomos atacados por bandidos. Eles levaram uma Kombi do Sepe assim que deixamos o colégio — lembra Vera.

A insegurança da comunidade escolar já havia sido denunciada pelo Sepe em relatórios enviados ao Ministério Público do Estado do Rio.

Em um documento, sindicalistas estimam em 200 o número de escolas municipais localizadas em regiões conflagradas, onde traficantes ou milicianos disputam o controle territorial.

Nos arredores dessas unidades, conflitos, balas perdidas, assaltos e venda de drogas fazem parte da rotina.

Para tentar minimizar as consequências desse triste quadro, a Secretaria municipal de Educação colocou em prática, há um ano, o programa Escolas do Amanhã, criado com o objetivo de combater a evasão escolar e melhorar os níveis de aprendizagem.

O programa beneficia 108 mil alunos de 150 escolas localizadas em área de risco. Entre elas está o Ciep Rubens Gomes, onde Wesley estudava.

A assessoria de imprensa da secretaria informou que as escolas beneficiadas foram escolhidas com base em critérios técnicos, incluindo índices de evasão e rendimento escolar dos alunos.

Leia mais em O Globo

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Frase do dia (Blog do Noblat - 18.07.2010):

"No futebol, o Brasil ficou entre os oito melhores do mundo e todos estão tristes. Na educação é o 85º e ninguém reclama."
Cristovam Buarque

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- BANCO DE NOTÍCIAS
- Melhor do Enem 2009, colégio diz ter orgulho de ser pequeno
- Filme sobre Lula tem exibição nos EUA ameaçada
- PROFESSOR - UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO

Lei Maria da Penha: delegacias não orientam mulheres




Dez mulheres morrem, todos os dias, vítimas da violência.


Fantástico - 18.07.2010



domingo, 18 de julho de 2010

Um basta aos charlatães das células-tronco, artigo de Lygia da Veiga Pereira


JC e-mail 4054, de 16 de Julho de 2010.
Um basta aos charlatães das células-tronco, artigo de Lygia da Veiga Pereira

"Existe uma linha tênue entre a ousadia e a irresponsabilidade, mas pesquisadores de verdade sabem muito bem respeitar esse limite"

Lygia da Veiga Pereira é professora e chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da Universidade de São Paulo. Artigo publicado em "O Globo":

De todas as perguntas que respondo sobre células-tronco (CTs), as mais delicadas são as de pacientes e familiares querendo saber se já existe algum tratamento para sua doença - são dezenas delas todos os meses.

A pergunta é absolutamente natural e justificada - afinal, com sua capacidade de regenerar órgãos e tecidos, as CTs são a grande promessa terapêutica do século XXI, e nos últimos dez anos cientistas do mundo todo trabalham para transformar esta promessa em realidade. Porém, em geral a pergunta é baseada na percepção de que as CTs já fazem parte de uma realidade médica, tratando desde infarto e diabetes até gripe suína.

Mas não fazem? Não. Até hoje, o único tratamento com CTs consolidado é o transplante de medula óssea ou de sangue do cordão umbilical, utilizado principalmente no tratamento de leucemias e outras doenças do sangue. Todas as outras aplicações das CTs, seja em infarto ou lesão de medula, são ainda experimentais.

É verdade que em várias doenças já passamos dos testes em animais para testes em seres humanos, porém ainda são testes em andamento.

Entre a enorme expectativa dos pacientes e a forma por vezes sensacionalista de as CTs serem apresentadas, não é de se admirar que muita gente acredite que elas já estejam incorporadas à medicina de consultório. Infelizmente, isso levou ao surgimento em vários países de um comércio de tratamentos milagrosos com CTs para doenças hoje incuráveis.

A comunidade científica repudia veementemente essas práticas, não fundamentadas experimentalmente, aéticas, e que submetem os pacientes a riscos desnecessários.

Algumas famílias argumentam que não têm nada a perder, mas se enganam.

No ano passado, o resultado de um desses tratamentos misteriosos com CTs oferecidos em uma clínica na Rússia foi relatado: o desenvolvimento de múltiplos tumores no cérebro de um menino que buscava tratamento para sua doença neurodegenerativa. Atenção: por enquanto tratamentos com CTs só podem ser realizados em instituições de pesquisa, com a aprovação dos respectivos comitês de ética, e sem nenhum custo financeiro para os pacientes. Continua

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sábado, 17 de julho de 2010

Menino morto em sala de aula dissera temer violência

Via blog do Noblat
Por Sérgio Ramalho e Ruben Berta
17.07.2010


Wesley morou na capital paulista até os 7 anos.
Na foto, posa na sala de troféus do seu time, o São Paulo F.C




O bicho-papão que assombra a maioria dos alunos que convivem com a violência nas áreas de risco se tornou real nesta sexta-feira.

Wesley Gilbert Rodrigues de Andrade, de 11 anos, foi morto após ser atingido no peito por uma bala perdida durante a aula de matemática no Ciep Rubens Gomes, em Costa Barros, na Zona Norte.

Aluno do 5º ano do ensino fundamental, ele foi uma das crianças ouvidas pelo GLOBO em maio, durante a série de reportagens "O x da questão - Rascunhos do Futuro", que citaram a violência como o maior problema da região onde vivem.

Wesley, o pequeno sãopaulino e líder do grêmio estudantil no Ciep, morreu segurando um lápis.

Localizado num território disputado por facções criminosas, cercado por favelas, o Ciep já teve três alunos atingidos anteriormente por balas perdidas nos arredores da escola . Uma das vítimas, o aluno Paulo Gustavo Barros, de 12 anos, morreu na frente da irmã quando seguia à escola.

O Ciep Rubens Gomes foi uma das dez escolas municipais onde repórteres de O GLOBO atuaram como voluntários por dois meses para elaborar a série do GLOBO, publicada em junho passado.

Wesley e outros 78 alunos do Ciep apontaram em questionário a violência, os tiroteios e as balas perdidas como maior problema da região, totalizando 80,4% dos pesquisados.

Foi o maior índice entre as escolas avaliadas entre os meses de abril e maio passados. No questionário com quatro perguntas, elaboradas pelos jornalistas, o menino justificava seu medo em um texto de quatro linhas, carregadas de erros de português:

- Porque os tiros matão (sic) muita gente e calsão (sic) muitas confusões e brigas calsadas (sic) pelos tiros.

Nesta sexta-feira, por volta das 9h30m, Wesley e outros 30 estudantes, com idades entre 10 e 12 anos, assistiam a uma aula de matemática na turma 1.502 quando o menino foi atingido no peito por um tiro durante um confronto entre policiais do 9 BPM (Rocha Miranda) e traficantes das comunidades da Pedreira e Quitanda.

Segundo testemunhas, policiais sem uniformes da PM teriam atravessado a passarela sobre a linha férrea em frente ao Ciep, que faz ligação com um trecho do Morro da Pedreira.

Wesley estava próximo à janela que fica a uma distância de menos de 200 metros do morro, quando teve início a intensa troca de tiros. Alguns alunos deitaram no chão, orientados pela professora.

Nesse momento, o menino caiu ferido entre outros estudantes, causando histeria nas salas de aula. No turno da manhã estudam cerca de 500 crianças no Ciep, que atende diariamente 1.278 alunos e teve as aulas suspensas após o episódio.

O menino foi socorrido pela diretora, com ajuda de professores e funcionários. Levado num carro particular ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, ele morreu ao chegar à emergência.

A confirmação da morte deixou em estado de choque alunos, professores e a diretora da unidade, Rejane Pereira, que teve que ser atendida por médicos.

Leia mais em:
- Menino morto em sala de aula por bala perdida dissera ao GLOBO temer a violência

Leia também:
- Bala ‘perdida’ se ‘acha’ no peito do menino, na escola


Indignada! Indignada! Indignada!
“Menino com um lápis na mão.
Ele faleceu com um lápis na mão direita, um lápis preto na mão”.

Repetindo:
“Menino com um lápis na mão.
Ele faleceu com um lápis na mão direita, um lápis preto na mão”.

Repetindo:
“Menino com um lápis na mão.
Ele faleceu com um lápis na mão direita, um lápis preto na mão”.

Repetindo:
“Menino com um lápis na mão.
Ele faleceu com um lápis na mão direita, um lápis preto na mão”.

A frase é de uma moça na matéria do Jornal Nacional de ontem.
A indignação é tanta que não tenho a menor vontade de escrever mais nada.
Só sinto uma profunda vontade de chorar. Lágrimas que não trarão Wesley de volta, nem me aliviarão. Nós não merecemos absurdos como esses. Uma criança morrendo, sendo assassinada, com um lápis na mão, dentro de uma escola.

Adelidia Chiarelli





Wesley foi enterrado


Jornal Nacional 17.07.2010


Patricia Amorim afirma: Bruno não joga mais no Flamengo

Via Globo Esporte - 17.07.2010







sexta-feira, 16 de julho de 2010

Projeto usa histórias de idosos de asilos para crianças com câncer em Curitiba

Via Brasileiros - Por Marcelo Canellas - 15.07.2010








Como entrar em contato com esse projeto:
Site: http://www.historiaviva.org.br/
E-mail: contato@historiaviva.org.br
Telefone: (41) 3779-1591 / 3262-4733


Por favor, divulgue!



Gigolôs de infrator, artigo de Roberto Smeraldi


JC e-mail 4053, de 15 de Julho de 2010.
Gigolôs de infrator, artigo de Roberto Smeraldi


"O texto do Código Florestal aprovado em comissão da Câmara promove o que de pior se pode fazer com a lei: premiar o descumprimento"


Roberto Smeraldi é diretor da Amigos da Terra - Amazônia Brasileira. Artigo publicado na "Folha de SP":

Surpreendentemente, não é o Código Florestal que sai mais ameaçado pelo relatório aprovado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, criada por iniciativa de deputados ruralistas. As principais ameaças são para o Estado de Direito e para a competitividade da agropecuária.

Após o alarde sobre as mazelas do Código, os parlamentares acabaram aprovando um texto que enfraquece um de seus pilares -a proteção de cursos d'água e solos vulneráveis-, mas não afeta de forma expressiva o arcabouço legal.

Claro, é paradoxal num país que contabiliza centenas de mortos e bilhões de prejuízo com aluviões, enchentes e deslizamentos. Mas não é o ponto principal. O texto promove o que de pior se pode fazer com a lei: premiar o descumprimento.

Propõe anistia de abrangência jamais concebida: não apenas perdão de todas atividades ilegais até 2008 -legitimando assim a expectativa de que isso se repita indefinidamente- mas também dispensa da recuperação dos ativos ilegalmente destruídos em imóveis até quatro módulos, ou seja, em qualquer lugar, pois um imóvel pode ser desdobrado pelo mesmo dono.

A proposta é uma afronta para os produtores rurais que trabalham dentro da lei. Há uns dias, o presidente da empresa brasileira líder mundial em celulose me questionou: "Por que nós respeitamos a reserva legal, faturamos R$ 28 bilhões por ano e distribuímos dividendos, enquanto outros seguem impunemente desmatando e até geram pouco emprego?". Continua

Enchente não mata

Por Sérgio Abranches - 29 junho, 2010

Enchente não mata. Não existem rios assassinos. O que mata é a imprevidência, a irresponsabilidade, a omissão. Tragédia é sempre humana, decorre da ação humana, nunca é natural.
O número de pessoas atingidas por enchentes e alagamentos no país praticamente triplicou nos últimos três anos. Entre 2007 e 2009, os municípios afetados aumentaram de 176 para 620. O número de vítimas cresceu de 1.309.914 para 3.035.215. E vai aumentar, já que os atingidos pelas enchentes de 2010 — Rio (Angra e Niterói), Alagoas e Pernambuco — ainda não foram contabilizados nas estatísticas. É o que nos diz reportagem de Geralda Doca e Henrique Gomes Batista publicada para o Globo do dia 26 de junho, anteontem.

Os dados são da Secretaria Nacional de Defesa Civil e foram obtidos no Portal do Planejamento. Mas o Portal foi tirado do ar há uma semana, porque continha informações reveladoras e críticas a programas de governo.

No caso do relatório da Defesa Civil, a secretária disse aos repórteres de O Globo que o relatório estava sendo mal interpretado e, por isso, foi retirado do ar.

Não há como interpretar mal informações como essa de que o número de vítimas de enchentes triplicou. Que o gasto com reparações e perdas é maior que o investimento em preparação, equipamento, prevenção e correção dos erros gritantes de ocupação do solo. Não como deixar de ver que tudo isso é falha institucional e governamental grave. Nesse caso das enchentes, não há dúvida de que a Secretaria e as defesas civis estaduais e municipais não agiram preventivamente, nem estavam preparadas para atender a uma emergência das proporções que as enchentes atingiram. A Defesa Civl é despreparada, insuficiente, não tem equipamentos adequados, não atua nem na prevenção, nem no alerta. Emergências dessa magnitude estão, como os próprios dados indicam, aumentando sua frequência. Os eventos climáticos mais intensos e mesmo extremos vão aumentar. Isso já está dado. É a mudança climática em curso.

Mas no Brasil a administração pública prefere quase sempre o pior dos caminhos: subtrair informações, censurar, eliminar a transparência, em lugar de reconhecer os erros, discutir os fracassos e investir para corrigir as atitudes erradas. O Portal do Planejamento era um raro exemplo de transparência, de informação que permitia discussão mais aberta das falhas e dos acertos governamentais. O melhor caminho para corrigir o errado e incentivar o certo. Foi aplaudido e fortalecido? Não foi censurado.

Eu passei por uma cidade do interior de Minas, semana passada, que sofreu uma enchente brutal anos atrás. A cidade sempre conviveu com o transbordamento do rio, a violência das águas e grandes enchentes. Caminhei à pé por uma ponte na qual morreram muitas pessoas, inclusive crianças. Uma tragédia que a cidade não esquece e da qual ainda tem as marcas. No caminho do curso natural do rio vi um prédio. Se ele não cair na próxima enchente, servirá de barragem para as águas, vai aumentar a área afetada e, provavelmente, o número de vítimas.

A reportagem do Globo conta que, quando voltou a chover forte, em São José da Laje (AL), era início da tarde, carros de som pediam que a população saísse das casas às margens do rio. A Prefeitura e moradores decidiram evacuar as casas em áreas mais baixas, por precaução e pelo trauma causado pelo que viveram no passado. Em 1969, lá houve a pior enchente da história. Foram 2.713 mortos para uma população de 10 mil pessoas. Agora, não houve mortos, em parte por causa da ação preventiva. Ajudou muito, também, que a enchente tenha sido de dia.

O que mata não são as águas transbordadas dos rios. O que mata é a ocupação irregular de suas margens e até do seu leito. O assoreamento, que reduz a calha natural, o lixo, a falta de drenagem, a falta de prevenção. O que mata é o despreparo, a pobreza, a ocupação irregular das margens e das encostas, a falta de planejamento urbano, a omissão das autoridades públicas. Enfim, a tragédia nasce das más políticas de governo, em todas as esferas, municipal, estadual e federal. As águas passam e rolam. As ações humanas e políticas, é que matam.

Fonte